“INDEPENDENT”
Votação forçada por deputado
democrata se baseou em acusações de discurso de ódio
WASHINGTON
- A Câmara dos Representantes dos EUA derrubou por enorme maioria uma proposta
do deputado democrata Al Green forçando uma votação para iniciar um processo de
impeachment contra o presidente Donald Trump. A votação, amplamente simbólica,
marcaria o primeiro referendo sobre o presidente, que cumpriu menos de um ano
em seu mandato de quatro anos.
Nesta
quarta-feira, deputados votaram para derrubar a medida de Green: 364 foram a
favor do arquivamento, contra 58 democratas que pediram o avanço da proposta.
Green,
que representa partes de Houston (Texas), foi o primeiro membro do Congresso a
defender o impeachment durante um discurso no plenário da Casa, em maio. Agora,
no último dia 30, reiterou o apelo.
— Eu me
recuso a ficar parado e vendo um bilionário fanático que causa danos
irreparáveis ao meu país. Um bilionário fanático que tolera a Ku Klux Klan, mas
não tolera o Islã. Um bilionário fanático que tolera o antissemitismo, o
racismo, o sexismo, o etnocentrismo, a xenofobia e a homofobia.
Green
apresentou um projeto de lei "privilegiado", que exige resposta de
outros membros dentro de dois dias legislativos.
Em
outubro, Green disse que os artigos de impeachment eram, a seu ver, pelo
"abastecimento de uma máquina de ódio 'alt-right' (direita alternativa,
considerada ultranacionalista e racista)", em referência aos comentários
de Trump sobre os protestos violentos em agosto em Charlottesville, na
Virgínia. A manifestante Heather Heyer morreu depois de ser atropelada
propositalmente por um carro no meio de uma manifestação em repúdio a grupos
ultranacionalistas. Trump culpou "ambos os lados" pela violência.
O
presidente também criticou repetidamente jogadores de futebol americano, muitos
negros, por terem se ajoelhado durante o costumeiro canto do hino nacional
pré-jogo para protestar contra as mortes de jovens homens negros pela polícia.
Green também citou "causar ferimentos imediatos à sociedade americana" nos artigos de impeachment. Seu anúncio mais recente ocorre apenas um dia depois de Trump ter compartilhado três vídeos antimuçulmanos de um grupo de extrema direita no Reino Unido em sua conta no Twitter. Os videos não verificados compartilhados através de retweets vieram de Jayda Fransen, vice-líder do Britain First. Os retuítes atraíram a ira da primeira-ministra Theresa May e vários outros líderes.
Green
não foi o único membro do Congresso a apresentar os artigos de impeachment —
Marcia Fudge, Steve Cohen, Luis Gutierrez, John Yarmuth e Adriano Espaillat são
co-patrocinadores da proposta. O representante democrata Brad Sherman também
apresentou um em julho que afirmou que Trump impediu a justiça nas
investigações em curso do Congresso e do Departamento de Justiça sobre suposto
conluio entre a equipe da campanha de Trump e as autoridades russas. Passar o
voto na Câmara desencadeia um julgamento público, através do Senado.
O Globo
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