quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A Esquerda Está Totalmente Perdida e Não Sabe Disso

Stephen Kanitz

É muito triste que nenhuma ala da esquerda brasileira como a comunista, a trotskista, a chavista, a castrista, a extremista, nenhuma conseguiu se destacar nesses dez meses, positivamente.

Nenhuma propôs medidas alternativas a não serem contra tudo o que esse governo fez ou propôs.

Nenhum economista de esquerda sugeriu como ativar esse marasmo na economia.

Sugerindo, por exemplo, ampliar prazo de impostos, financiar capital de giro e não apresentar as propostas de sempre como gastar mais em educação e outros gastos de governo.

Isso é um desserviço à nação e à democracia.

90% de nossos intelectuais gastando nosso dinheiro com os tweets do Bolsonaro.

A esquerda está tão preocupada com esses tweets que nem percebe que a equipe de governo está trabalhando celeremente para consertar esse país.
E que a economia vai bombar em 2022, ano da eleição.

Aí, a mídia social irá mostrar todo esse ódio diário da esquerda, que só ficou criticando o português do Bolsonaro, e suas frases polêmicas.
Eu o sigo, mas o que leio parece ser diferente.

A esquerda não está nem se preparando para o novo Brasil que está surgindo.

E que terão de superar, com propostas de continuidade e crescimento ainda mais rápido se quiserem voltar.

Como superar um desemprego zero ou quase zero em 2022?

Ou explicar por que o Bolsa Família não dava o décimo terceiro salário, que o PT negou por 16 anos, apesar de ser uma conquista social?

Ou, por que não fizeram a Reforma da Previdência e o saneamento do Estado?

Em vez da esquerda se aprimorar, reciclar, aprender, e ser mais ligada ao mundo real, continuam com esse discurso de ódio que já enche a nossa paciência.

Tanto que ninguém mais lê, acreditem, só a esquerda se auto alimentando num suicídio coletivo.

Acho que Bolsonaro está fazendo tudo isso de propósito, militar que é, despistando o inimigo, desviando fogo inimigo do estratégico.

Concentrem-se no que o segundo escalão está fazendo como o Salim Mattar, o Paulo Uebel, o Marcos Mendes, o Paulo Guedes, o Ricardo Salles, e muitos mais.

Vejo muitos dos meus sonhos de Administração Responsável das Nações.

Uma equipe finalmente, todos do mesmo partido, trabalhando juntos, de forma coordenada, pensando em objetivos e não em eleições.

Uma equipe que está atraindo nossos melhores funcionários públicos afastados pelo PT que colocava seus companheiros sindicalistas.
Deixem o Bolsonaro enlouquecer a esquerda, tirando o foco deles, em vez deles se prepararem para o que terão que enfrentar em 2022.

Deixem a esquerda perder seu tempo com os filhos de Bolsonaro, do que entrevistar seus poucos economistas, ainda não investigados, de como o PT arrumará o capital de giro que pode faltar de 2020 em diante.
(Não vai faltar, espero que até lá a ficha caia.)

Bolsonaro fala demais porque não tem o que fazer.

Mas tudo isso tira o foco da esquerda daquilo que eles deveriam se preocupar.

E não vão.

blog do Kanitz

terça-feira, 29 de outubro de 2019

O Clube Bilderberger

Ipojuca Pontes

A primeira vez que ouvi falar do Clube Bilderberger pensei que se tratasse de uma  cervejaria alemã ou mesmo, quem sabe, de algum sofisticado antro de prostituição nos confins da Europa ocidental: Clu-be Bil-der-ber-ger… Clu-be Bil-der-ber-ger… – bem, não se esquece fácil um nome desses.

Passou-se. Outro dia, transitando pela intransitável cidade de São Paulo, entrei num velho sebo e dei de cara com uma cópia xerocada do livro “A verdadeira história do Clube Bilderberger”, do jornalista e dissidente russo Daniel Estulin, com tradução de Ignácio Trofino e Marta-Ingrid Rebon, publicado pela Editorial Planeta, em 2005. Comprei-a no ato.

O Clube Bilderberger é tudo aquilo que acreditamos só existir na literatura fantástica ou nas narrativas de Ian Fleming, o criador do mirabolante James Bond. Mas o  livro de Estulin, tristemente verdadeiro, é um relatório minucioso sobre a natureza e os propósitos da gente mais poderosa (e rica) da face da terra, que se reúne secretamente para decidir, desde meados dos anos 1950,  os destinos econômicos, políticos e sociais da humanidade.

Os agregados do Clube Bilderberger e seus serviçais acusam Daniel Estulin de ser um teórico da conspiração – mas o mundo que o jornalista investiga e denuncia com paixão bate perfeitamente com a realidade que nos circunda, motivo pelo qual ficamos apreensivos com a leitura do seu livro. Mais do que apreensivos, atordoados.

Pelo que levantou Estulin, o Clube foi fundado entre os dias 29 e 31 de maio de 1954, numa reunião secreta realizada no Hotel Bilderberger, na cidade de Oosterbecke, nos Países Baixos. O organizador do evento foi o incrível príncipe Bernardo de Holanda. Participaram do encontro – e do Clube se fizeram sócios – cerca de 100 representantes da elite dirigente, empresarial e financeira do Ocidente, escolhidos a dedo pelos trilionários Laurence Rockefeller e Lorde Rothschild – os banqueiros da assombrosa armação.

Ocorreu o seguinte: ao analisar os rascunhos das atas do primeiro encontro do CB, Estulin descobriu que a maior preocupação dos bilderbergers, tanto  dos Estados Unidos quanto da Europa, era a de que os poderosos do século não estavam coordenando como deviam “os assuntos de importância crítica” que rachavam o mundo do pós-guerra. Diante de tal constatação, os membros do Clube partiram para a execução de um plano que tem por objetivo livrar o mundo do Estado-nação, estabelecendo em seu lugar, por extensão, uma Nova Ordem Mundial, cujas metas são as seguintes:

1 – Firmar um só governo planetário com um único mercado globalizado, com um só exército e uma única moeda regulada por um Banco Mundial.
2 – Firmar uma só igreja universal que canalizará as pessoas para crença em uma  Nova Ordem Mundial. As demais religiões deverão ser destruídas.
3 – Criação de serviços internacionais que partam para a destruição de qualquer tipo de identidade nacional, através da subversão da nacionalidade. Só serão permitidos o florescer e o culto de valores globais.
4 – A intensificação do controle de toda a humanidade através dos meios de manipulação mental. Este plano já está definido no livro  “Technotronie Era”, de Zbignew Breezinski, um  filiado do Clube e impulsor do Instituto Tavistock (de lavagem cerebral), radicado em Londres. Na vigência da Nova Ordem Mundial não haverá classe média. Só governados (serventes) e governantes.
5 – A vigência de uma sociedade pós-industrial de crescimento zero, que acabará com a industrialização e a produção de energia elétrica nuclear – exceto para as indústrias de ordenadores e serviços. (As indústrias canadenses e americanas porventura existentes serão exportadas para os países pobres e de mão de obra barata).
6 – O crescimento zero se faz necessário para se destruir os vestígios de prosperidade, bem como dividir os proprietários dos  escravos, visto que quando há prosperidade, há progresso – o que torna muito mais difícil a repressão e o controle social.
7 – Cabe incluir nisso o despovoamento das grandes cidades, segundo o experimento levado a cabo no Camboja pelo ditador Pol Pot. (Como se sabe, os planos genocidas de Pot foram desenhados pelo Clube de Roma).
8 – Efetivação da morte de quatro bilhões de pessoas (às quais Henry Kissinger e David Rockefeller chamavam de “estômagos imprestáveis”) por meio da guerra, da fome e de enfermidades criadas em laboratórios.
Isto estaria previsto para acontecer por volta de 2050. “Dos 2 bilhões de pessoas restantes, 500 milhões pertencerão às raças chinesas e japonesas, que se salvarão graças à sua grande capacidade de obediência junto às autoridades” – segundo previsto no relatório “Global 2000 Report”, aprovado pelo ex-presidente americano Jimmy Carter (e referendado pelo seu Secretário de Estado Edwin Muskie), no qual se especula que a população dos Estados Unidos será reduzida, em 2050, a 100 milhões de pessoas.
9 – Intensificação de crises artificiais para manter as pessoas em um perpétuo estado de desequilíbrio físico, mental e emocional. Elas (as crises) confundirão e desmoralizarão as populações, evitando-se, assim, que decidam sobre o seu próprio destino – o que dará lugar a uma apatia em escala massiva.
10 – Efetivação de um férreo controle sobre a educação, com o propósito de destruí-la. Uma das razões da existência da União Européia dá-se pelo sistemático programa de “emburrecimento” dos seus habitantes. Embora pareça incrível, tal esforço, para os bilderbergers, já vem obtendo “bons frutos”. A juventude de hoje, siderada pela “magia” do rock e da droga, ignora por completo a História, o real sentido das liberdades individuais e o significado mesmo do conceito de liberdade. Para os globalistas do CB,  fica muito mais fácil lutar contra oponentes sem princípios.
11 – Fomentar e intensificar o controle da política externa e interna dos Estados Unidos, Canadá e Europa – esse já em andamento através da União Européia.
12 – Ampliar os recursos financeiros da  ONU a fim de torná-la mais poderosa para que se converta num efetivo Governo Mundial. Uma medida importante para se chegar a esse estágio é a criação de um imposto direto sobre o salário do “cidadão mundial”.
13 – Afirmação de uma Corte Internacional de Justiça com um só sistema legal.
14 – Formatação de um estado do bem-estar socialista no qual se recompensará o cidadão obediente e se punirá, até pelo extermínio, o sujeito inconformado.

Esta monstruosa agenda traçada para o estabelecimento de uma Nova Ordem Mundial, cujos principais itens podem ser considerados como “de direita”, saíram, na verdade, da cabeça dos “socialistas fabianos” que compõem a maioria dos integrantes do Clube Bilderberger, todos partidários entusiastas de um governo mundial de corte elitista.

De como os bilderbergers estão agindo para fechar o cerco e tomar conta do mundo, mais rápido do que se imagina, só trataremos no nosso próximo artigo.

Até lá.

Diário do Poder

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

O caso Chile

Martim Berto Fuchs

O Chile, após a vitória do socialista Salvador Allende nas eleições de 1.970, estava caminhando célere para mais uma experiência socialista desastrosa, como todas anteriores o foram e o tempo nos mostrou, as posteriores também.

Interrompida pelo golpe militar do General Augusto Pinochet e seus comandados em 1973, o Chile, na sua guinada de 180°, convocou economistas da Escola de Chicago, e introduziram o liberalismo clássico como modelo econômico.

Passadas algumas décadas, o país, não obstante sua alardeadas conquistas no campo econômico, entra em séria comoção social.

Como quê se explica isto ? Como que a vitrine do liberalismo clássico na América do Sul reúne contra si mais de um milhão de pessoas nas ruas da capital, contra este modelo dito vitorioso ?

A esquerda na sua luta contra o liberalismo, obviamente aproveitou a insatisfação da população para fazer o que melhor sabe: terrorismo. Usou a desculpa do aumento das passagens de metrô, e com seus agentes infiltrados entre os inocentes úteis, tomou conta das manifestações, trabalhando para conseguir seu intento primeiro: cadáveres. Cadáveres sempre despertam comoção.

Previdência privada
Divisão do lucro:
1º - Para pagar os bônus milionários dos Diretores dos Bancos que a administram.
2º - Pagar os acionistas destes bancos.
3º - Pagar o Governo, imposto de renda.
4º - O que sobrar do lucro, vai para o investidor. A ordem de prioridades tinha que estar invertida: primeiro o investidor.
Resultado: insatisfação generalizada no Chile, estopim das manifestações, aproveitada pelos terroristas de esquerda, profissionais no assunto.

São 7 as AFP-Administradoras de Fundos de Pensão, sendo 5 multinacionais: MetLife, Prudential Financial, BTG Pactual, Grupo Sura y Principal Financial Group. Grande parte dos aposentados recebe menos de um salário mínimo, insuficiente para uma vida minimamente digna.

Costumo afirmar que socialismo e liberalismo são faces da mesma moeda, e que um não vive sem o outro.
Socialismo no poder é sinônimo de fracasso econômico, e sem que o econômico funcione, não tem social, a não ser distribuição de miséria.

Diante do fracasso socialista na economia, é invocado o liberalismo clássico para consertar a situação. Alguns anos de liberalismo clássico, e lá está a população novamente o condenando, pois este foca sua atuação na concentração de renda, e depois, mui candidamente, apresenta as estatísticas pela média. Neste modelo de apresentar a renda pela média, PIB dividido pela população, estão todos no melhor dos mundos, e as pessoas se queixam de “ingratas”.

Comunismo ainda se mantém vivo, não obstante moribundo, por causa dos erros da filosofia liberal no campo social.

Liberalismo clássico ainda se mantém vivo, por causa dos erros da filosofia socialista no campo econômico.

A sociedade precisa de um novo paradigma, de um novo Contrato Social, que fuja desta dicotomia socialismo x liberalismo, historicamente comprovado que não resolve o problema.

Dentro deste novo paradigma, um dos pontos é um novo enfoque para a Previdência Social, considerando que:
1.- A idade média da população está aumentando, conseqüentemente o número de idosos.
2.- Se o número de idosos aumenta, não pode ser de boa política, ir diminuindo gradativamente sua renda.

FIPS-Fundo de Investimento e Previdência Social é a proposta do projeto de Capitalismo Social para enfrentar esta nova situação.

domingo, 27 de outubro de 2019

'MORTE ANTES DE NASCER. ABORTO ESPONTÂNEO. VISÃO ESPIRITA

Fernando Rossit


“Estou na cozinha e de repente começo a sangrar. No entanto, hoje ao meio-dia ainda estava tudo bem no ultrassom. Tudo acontece muito rápido: meu marido chama a ambulância e vejo a poça de sangue embaixo de mim; tenho um pressentimento terrível. Acho que meu filho não vive mais. Fico desesperada. Quando os enfermeiros me deitam na maca, fico calma – tudo parece irreal. No hospital, todos que me atendem parecem agitados. A ultrassonografia confirma o que eu já sabia, mas insistia em não acreditar: meu bebê está morto. É preciso fazer logo uma curetagem. O médico diz que eu ainda poderei ter muitos filhos. Mas meu bebê está morto. Ele não pode ser substituído por nada nem por ninguém. Nunca.” (Depoimento de paciente do Hospital da Universidade de Münster que sofreu um aborto-Fonte:UOL/Folha)

A morte do filho antes do nascimento joga a maioria das mães e pais em uma profunda crise. Se os médicos supunham há 30 anos que o melhor para os casais seria esquecer o evento o mais rápido possível, hoje – graças à psicologia e à psicanálise – se sabe que as reações à perda de um filho antes do nascimento só se diferenciam fracamente das que ocorrem em outros casos de luto.

No entanto, sua magnitude raras vezes é percebida por aqueles que rodeiam as pessoas que passam por essa situação.

Dependendo do estudo, entre 10% e 30% das crianças morrem ainda antes de nascer.

Em muitos casos, alterações genéticas são responsáveis pela morte do feto.

Nesses casos, o bebê não estaria apto a sobreviver e por isso é expelido pelo corpo da mãe. Às vezes, a falta do hormônio progesterona pode provocar o aborto. Nesse caso, o óvulo não se aninha na membrana mucosa do útero. Infecções e doenças maternas também facilitam a morte da criança durante a gestação. Mulheres grávidas de múltiplos têm um alto risco de perder o bebê.

Os estudos dos pesquisadores confirmam o que os Espíritos revelaram em “O Livro dos Espíritos” no que se refere às questões físicas, orgânicas das mortes.

Os Espíritos acrescentam informações importantes, esclarecendo-nos que o retorno ao corpo na Terra não é um processo fácil, considerando que nosso mundo é por demais material e grosseiro, ficando sujeito, portanto, às vicissitudes e instabilidade das coisas. É isso que os Espíritos Superiores nos ensinaram com essas palavras: “Dão-lhes causa (a morte), as mais das vezes, às imperfeições da matéria.”(2)

Além disso, acrescentam que a morte prematura pode ser o complemento de uma existência anterior que foi interrompida antes da hora determinada. Exemplo: se uma pessoa tinha que viver 70 anos numa existência anterior, mas morreu com 65 anos, poderá renascer para completar os anos que faltavam. Situação comum nos casos de suicídios. Também constitui provação para os pais, porque é notório o sofrimento deles.(1)

O Espírito reencarnante se assemelha a um viajor que nunca tem a certeza que passará pelas vias do nascimento sem que nada aconteça ao seu corpo em formação.

A médium Yvonne Pereira, no livro Cânticos do Coração, afirma que a desencarnação na infância verifica-se, na maioria dos casos, por fatores NÃO previstos espiritualmente. Isto quer dizer que a desencarnação prematura muitas vezes não era um acontecimento previsto anteriormente.

Quando morre um bebê em gestação ou recém-nascido, desligando os laços e voltando o Espírito para a pátria espiritual, isso, certamente, é uma prova muito forte para os pais, de modo a abalar os corações mais sensíveis.

A vida continua e, não raro, esses Espíritos que não conseguiram reencarnar, retornarão mais tarde, seja através da mesma mãe ou outra, preferencialmente da mesma família.

Vinhas de Luz

sábado, 26 de outubro de 2019

De lacrador a lacraia

Junia Turra

Quero ver quem vai lagartear…

Em tempos de gente que quer absurdamente o material: causar na rede social. Compram “likes”, as curtidas. Custa caro, mas tem até lacrador de YouTube, político fora do peso e da medida. Compram as curtidas. Outro dia uma pessoa me contou da oferta de 5 mil likes. Comprou. Mas achou caro demais. Não vou passar valores porque a propaganda é a alma do negócio. E acho o negócio ilícito. Você pagaria?

Paga porque não é jornalista. Aprendi que no jornalismo informa-se com fatos, mas tem que ter “background” ou fazer como Freud, buscar as melhores fontes para garantir a base do que vai escrever e pesquisar. Então fatos e argumentos. Mas o leitor, o telespectador, o ouvinte, pode gostar ou não. A opinião dele é pessoal.

Dizem as más-línguas que tem jornalista em peso arroba que paga a curtida… Mas as tais línguas contam também que quando entrou naquela revista que já foi a referência nacional, “Veja” bem… a “indicação” passou pelas mãos de um fulano que continua lá em posição de destaque. Tal jornalista não. Mudou de ramo, e engordou muito o cofrinho. Mas não vou contar. Linguagem bíblica: só na metáfora.

E se está cheio de muitos achando que fazem a notícia girar, se enganam. Não precisa ter diploma, porque não se aprende nada na faculdade de jornalismo. Deveria ser curso “técnico”, obrigar o aluno a ler desde placa de carro e outdoor até os grandes clássicos de Tolstói a Guimarães Rosa, sem esquecer um milímetro de Goethe, Schiller, William Blake, Conan Doyle e a lista de autores é grande.

Joguem tudo do michê Sartre no lixo. E da Madame Lispector, a que optou pelo plágio a Kafka. E que era muito “dada” no circulo cultural Modernista. Sempre é bom lembrar disso. E encham os alunos com a grandiosidade de Cecília Meireles, e dos “Scripts” de Agatha Christie a Donna Leon.

Mas nesse planeta temos que alimentar bem o corpo e a alma. Sem essas tentativas de explicar que ficar velho é legal. Não! É o fim.

Tudo bem. Ficaremos enfim livres do corpo. E plenos na alma. E aí na plenitude voltaremos à nossa mais pura essência e sim, nós reencontraremos com aqueles de igual teor. E estaremos livres dos demais.

Não haverá STF e nem Lula Livre, nem infiltrados. Nem boçais que habitam em quaisquer dos lados. Porque são boçais.

Cada qual com seu igual.
Mas o corpo…
Vida ao ar livre, sem obrigatoriedade do Pilates, Yoga, Vegan e essas modinhas tipo a sobrancelha boneco de ventríloquo.
Esquece!

Deixe o carro na garagem. Caminhe kms. Suba montanhas, beba água. A volta a pé no bairro depois do almoço. Lave a louça, limpe privada. Cante, e deixe de achar que você é o recheio do bolo.

Na rede social todos escrevem “lindaaaa”, mas o tal “espelho meu”, sabe bem o dragão de Komodo que você é.

E nessa sua carência, cuidado, tenha você 15, 30 ou está na meia idade ou… Se garanta e esqueça a turma.

Especialmente aquela que quer a juventude eterna mas através de métodos ilícitos. Que passa por comer placenta, injetar o próprio sangue para dar imunidade, beber o próprio xixi. Sim, é isso que escrevi.

Mas há coisas piores e não quero escrever.

Mas lembrem-se dos locais de refugiados da ONU. E das campanhas de doação de órgãos, intensificadas nos últimos anos. Pense…

O senhor Soros e a turma do topo do mundo querem a juventude eterna e trabalham bem os que usam como massa de manobra: os jurássicos islâmicos e a esquerda boçal, que quer criar uma Sodoma com inúmeros tipos de perfis sexuais, legalizar todas as drogas, incesto, ficam caladinhos com o casamento de criancinhas de 5 aninhos, mutilação, espancamento de mulheres atreladas como objeto do homem, tráfico de pessoas, tortura e morte de homossexuais nos países islâmicos e mais a fantástica “ninguém é de ninguém”, todo mundo é de todo mundo, não tem chifre se não tiver ciúme, viva o pan-relacionamento, a suruba geral e irrestrita.

Ah, cuidado…
“Espelho, espelho meu, por acaso estou virando mais Donatella do que eu?”
Ah, e se eu fosse você não usava Victoria Secrets e nem assistia esses programas de “descobrir modelos”. Sabe a tal Heidi Klum, a Carla Bruni e aquela outra brasileira… Nossa, sabe, né?

Pense… Pensar faz toda a diferença.

Moral da História:

“There is a time to slow down when you’re dead” – Tem um tempo para desacelerar depois de morto, disse Donattella Versace. A big Boss da marca Versace herdada do irmão Gianni assassinado em 1998 em Miami) . O novo modelo de beleza é “lagartear”. Vai pegar ou largar? Ou lagartear?
Se alguém aqui chegou a ver a série “Visitors” que estranhamente, com recordes absolutos de audiência foi tirada do ar, pode ir além nessa metáfora.

Jornalista radicada na Suíça e Alemanha há muitos anos

O Boletim

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

As mentiras caem por terra

Lucia Sweet

O Ministro da Educação Abraham Weintraub disse hoje, em entrevista à TV Brasília, que o verdadeiro motivo dos governos de esquerda terem investidos bilhões em universidades foi para doutrinar os estudantes. Todas foram aparelhadas.

Enquanto isso, os filhos dos pobres não tinham creches nem pré-escola porque não dá para doutrinar crianças de creche, não dá para fazer manifestação com as crianças da creche. “As crianças da creche não vão queimar pneu nas vias públicas”, explicou o Ministro.

Segundo o Ministro, a prioridade do novo governo não são as universidades, mas a alfabetização das crianças.

Eu conheço muita gente com diploma universitário que não sabe nem falar português. Não sabe nada. Mal sabe ler e quando lê, não entende. Com essa era da esquerda no poder a Educação no Brasil chegou a ser a 3º pior em 40 países, aponta pesquisa feita pelo grupo The Economist.

O problema é que baixas pontuações em aprendizado, com o Brasil apresentando, na era lulopetista, queda no índice de desempenho escolar e habilidades cognitivas, isso coloca em cheque a possibilidade de que o país possa sustentar taxas de crescimento econômico a longo prazo.

Estimativas da OCDE, em português OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) indicam que, na última década, o crescimento econômico nos países desenvolvidos esteve atrelado â qualidade da Educação.

Nenhuma universidade brasileira está entre as 100 melhores do mundo, apesar dos BILHÕES torrados nas mãos de reitores de esquerda, filiados a partidos como PSOL, PCdoB, PSB, PT, etc.

Ainda bem que o Brasil agora está no rumo certo.

Facebook

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Crise na Venezuela: o que há por trás da queda vertiginosa das exportações de petróleo, que sustentam o país

Ángel Bermúdez

Durante uma entrevista em 2012, o então presidente venezuelano Hugo Chávez previu que até 2019 seu país estaria produzindo seis milhões de barris de petróleo por dia.

Essa data chegou, e a produção venezuelana é uma parte muito menor do que o falecido presidente previu, e também está passando por um processo de queda incessante.

De acordo com o relatório mais recente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a extração de petróleo na Venezuela foi de 742 mil barris por dia em julho, pouco mais da metade da cifra de 2018 (1,35 milhão) e quase um terço do correspondente a 2017 (1,9 milhão).

A redução foi mais notável nas exportações, a partir das quais a Venezuela costumava embolsar nove em cada dez dólares que entravam no país.

Segundo dados da agência Bloomberg, as vendas de petróleo venezuelano caíram em setembro para 495 mil barris por dia – o que significa um regresso a valores próximos aos de 1950, quando foi de cerca de 489 mil barris por dia.

Dados coletados pela ClipperData, empresa especializada em monitorar o transporte marítimo global de petróleo, confirmam a queda nas exportações de petróleo da Venezuela para 492 mil barris por dia.

Esses números colocam a Venezuela atrás do Brasil e do México na exportação de petróleo a partir da América Latina.
Mas por que as expectativas de Chávez não se cumpriram?

Greve geral e sanções americanas
"As exportações caíram principalmente devido à falta de produção na Venezuela e, mais recentemente, como resultado das restrições que os Estados Unidos impuseram ao país", diz Jorge Piñón, diretor do Centro de Políticas Internacionais de Energia e Meio Ambiente da Universidade do Texas, nos EUA.

O especialista atribui o declínio da produção também à "politização" da empresa estatal de petróleo PDVSA ocorrida durante o governo de Hugo Chávez.

"A companhia devia ter mantido uma gestão empresarial, comercial, com uma visão de longo prazo – e não política. A partir dessa politização, que começou em 2003, vem esse declínio", explica.

Em fevereiro de 2002, Chávez nomeou como presidente da empresa Gastón Parra, economista de esquerda especializado em petróleo – mas que era visto como alguém de fora.

A gerência da estatal protestou na época contra a nomeação de outros dirigentes que, segundo as críticas, haviam sido alçados não por seus méritos, mas pela proximidade do governo.

O confronto escalou e, no final do ano, terminou em uma greve geral que durou cerca de dois meses. Depois, Chávez demitiu cerca de 20 mil dos 35 mil funcionários da empresa.

O economista José Toro Hardy, que era um dos diretores da PDVSA até Chávez chegar ao poder, ressalta que outro fator que causou o declínio da produção foi a Lei de Hidrocarbonetos, aprovada em 2008.

Com esse regulamento, o governo mudou os termos das associações que tinha com empresas petrolíferas estrangeiras que operavam no país, expropriando algumas enquanto outras saíram após acordos.

"Desde então, a produção está diminuindo. No ano passado e no ano anterior, houve uma forte redução; e em 2019, a situação ficou ainda mais complicada, principalmente pelas sanções aplicadas pelos Estados Unidos", diz Toro Hardy.

Com a intenção de sufocar economicamente o governo do presidente Nicolás Maduro, a quem considera ilegítimo, a Casa Branca aplica desde o início deste ano uma série de sanções contra a PDVSA. Isso desencorajou muitas empresas estrangeiras a trabalhar com a companhia venezuelana.

"Há cada vez menos navios-tanque dispostos a correr o risco de carregar petróleo da Venezuela", diz Toro Hardy.

O especialista explica que, com as dificuldades de exportar, a PDVSA passou a armazenar mais sua produção em tanques e navios ancorados em suas costas, mas aparentemente a capacidade de armazenamento foi atingida, de modo que não houve mais escolha "a não ser diminuir a produção".

Matt Smith, diretor de pesquisa de matérias-primas da ClipperData, atribui a queda nas exportações venezuelanas a "uma combinação de menor produção e declínio do interesse do mercado por seu petróleo de baixa qualidade".

"Apesar disso, os barris ainda estão chegando à China, Índia e certos destinos na Europa. Apesar das sanções, Cuba ainda é também receptora (do petróleo venezuelano)", diz ele.

Citando estimativas do Refinitiv Eikon e dados internos da PDVSA, a Reuters disse nesta quarta-feira que as exportações de petróleo da PDVSA aumentaram ligeiramente em setembro, em parte devido a exportações para Cuba, mas não o suficiente para reduzir os grandes estoques acumulados.

Efeitos para o país: 'É terrível'
Toro Hardy destaca que a queda nas exportações de petróleo tem um forte efeito na economia venezuelana.
"Para o país, é terrível, porque quase 97% das divisas que entravam no país vinham do petróleo", aponta.

"Isso leva a uma situação muito complexa porque trata-se de uma economia que depende cada vez mais das divisas, já que o chavismo expropriou mais de seis milhões de hectares de produção agrícola que eram produtivas. Por isso, agora é preciso importar grande parte dos alimentos."
O especialista diz que, se as vendas de fato tiverem caído abaixo de 500 mil barris por dia, isso consolida a saída do país do rolde países exportadores de petróleo mais importantes do mundo e entrada na categoria dos pequenos.

Jorge Piñón alerta para os riscos que essa tendência de queda persistente na produção e nas exportações acarreta.
"Isso tem um impacto crítico, porque se chegar a hora, e pode estar perto de ocorrer, de haver a necessidade de fechar os campos de petróleo, será muito difícil recuperar a produção anterior", afirma.

Piñón diz que, no segmento do petróleo, o fechamento de poços é considerado uma má decisão, porque, ao tentar reativá-los, eles nunca recuperam os níveis anteriores.

O especialista alerta ainda que, se essa trajetória for mantida, é possível que se chegue a um ponto em que "a Venezuela não consiga mais produzir petróleo".

"O único lugar em que algo assim aconteceu foi na Líbia, mas foi devido a uma guerra, não por causa da má administração de um ativo", disse.

BBC News Mundo


terça-feira, 22 de outubro de 2019

A corrupção mata à distância

Vittorio Medioli

O corrupto é uma praga social, não olha nos olhos de suas vítimas!

“Corrupção mata, mata na fila do SUS, mata na falta de leitos, mata na falta de medicamentos, nas estradas que não têm manutenção adequada, destrói vidas que não são educadas por falta de escolas, de equipamentos, de cuidados. O fato de o corrupto não olhar nos olhos a vítima que ele produz, a crença de que a corrupção não é um crime grave e violento, e que os corruptos não são perigosos, geram um quadro sombrio em que recessão, corrupção e criminalidade elevadíssima nos atrasam na história, num país que não consegue progredir”, assim se pronunciou o ministro Luís Roberto Barroso no plenário do STF.

O corrupto é uma praga social, não olha nos olhos de suas vítimas! Nem vai ao velório para assistir à dor. Não toma conhecimento de quem sofre privações que ele provocou apropriando-se de recursos de todos. Rouba nos medicamentos, nos serviços, nas obras, nos fornecimentos, nos alimentos, deixa que inocentes não recebam o imprescindível. Barroso está certo! Mata.

Alguns que se destacam no vértice da corrupção, depois de terem faturado obras, provocam ainda diferenças fraudulentas com a cumplicidade de agentes públicos. É o caso da Andrade Gutierrez, uma das líderes em corrupção nacional. Provocou diferenças em dezenas de Estados e municípios, como Betim. Uma indústria bilionária e mais rentável que as próprias obras executadas. Em Betim, um estrago de R$ 450 milhões, que se transformou no maior precatório do Brasil. Inconcebível dívida, dilatada e surreal. Agride o bom senso, a moderação. Ceifará diretamente vidas de inocentes.

E com que meio parar uma imensa fraude que teve orquestração de dezenas de mancomunados? Empreiteiros, advogados, agentes públicos, indecentemente acertados? Para alguns, trata-se apenas de ganhar dinheiro com esperteza, entretanto o STF garantiu a imprescritibilidade dos danos ao erário. Betim está exatamente de frente com a maior imprescritibilidade, transitada em julgado, no Brasil.

Precisaria aguardar que os quatro processos que contestam a dívida alegada, com sobra de provas e auditoria do próprio TCU, comprovassem sua improcedência. Encontraram uma diferença de valores de R$ 600 milhões corrigidos, que a empreiteira mais carimbada por corrupção no país terá que devolver ao município. Isso decorrente de transferências indevidas realizadas em janeiro de 1985. Tudo é absurdo, valores estratosféricos e inflados, 50 vezes maiores do que o que se gastaria para realizar a obra agora.

O inconcebível é que a diferença reclamada foi paga entre novembro de 1984 e 8.1.1985, confirmado-se em auditoria interna e outra independente. O próprio prefeito que reconheceu a dívida em 1991, depois de prescrita, deixou escapar, em audiência pública, que seu antecessor liquidou a diferença em 1985. Mais claro impossível. Fraude assumida.

Esse caso de Betim comprova a exatidão do falecido Murilo Mendes, em certos anos considerado o maior do Brasil, ao definir: “Empreiteiro é aquele que, para ganhar dinheiro, faz qualquer coisa. Até obras”. Nesse caso a Andrade Gutierrez fez apenas “qualquer coisa”, depois de receber as obras.
A crença de que corrupção é apenas ganhar dinheiro para ter uma boa vida, luxo, Land Rover e apartamento no exterior é falsa. Para se chegar a isso, é preciso fechar os olhos, desligar a consciência e a compaixão que existem até em lobos.

No Brasil chegou a hora de tratar a corrupção no setor público como ela merece, como crime hediondo, pois o corrupto gera mortes a esmo e até genocídio.

Não há como se separar, como disse Barroso, as mortes na fila do SUS da ação de corruptos.

A pirataria bilionária da corrupção é comandada pelos mais altos escalões políticos, conta com dublês de empreiteiros e empresários sem escrúpulos. Precisam criar seus filhos em Paris e Nova York, no luxo e no deslumbre, para que não fiquem em contato com a miserabilidade que provocam.

Corruptos provocam aumentos de impostos, subtraem a todos alguma fração de salário. Se para os abastados isso não gera constrangimento, para o miserável representa um leite, um pão, uma sopa que deixa de dar a um filho.

Não merece leniência quem arromba a nação, quem castiga os pobres. Os R$ 452 milhões em benefício de uma quadrilha contumaz na corrupção instalam a impossibilidade de realizar 370 mil cirurgias – zerar a fila inteira de pacientes que estão à espera em Minas Gerais.

O corrupto é pior do que aquele que usa metralhadora. Seu alcance mortífero vai silenciosamente muito além de um tiro de arma de fogo, é uma chuva de balas lançadas contra um povo inteiro e que mata os mais fracos.

A pena aplicada deveria ser descontada na impenetrabilidade da selva – lançados de paraquedas com um kit de sobrevivência para resistir sem o risco de prejudicar a humanidade e matar de verdade. Barroso está mais do que certo.

Jornal O Tempo

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Protestos no Chile deixam três mortos na capital do país

Terra

O que começou como marchas pacíficas contra o aumento na passagem de metrô se tornou a maior onda de protestos em décadas em Santiago

A cidade de Santiago amanheceu neste domingo amplamente patrulhada pelas Forças Armadas, uma aposta do governoSebastián Piñera para conter a maior onda de protestos em décadas na capital, que já deixaram três mortos e um rastro de caos e destruição.

As manifestações, iniciadas na segunda-feira contra o aumento no preço das passagens de metrô em Santiago, logo se alastraram pelo país e aos poucos ganham conotação de um movimento maior de contestação às políticas do governo Piñera.

É a primeira vez que Santiago é patrulhada por soldados desde o fim da ditadura do general Augusto Pinochet, em 1990. A cidade e outras regiões do país, como Valparaíso (centro) e Concepción (sul), estão sob toque de recolher, após o governo ter decretado estado de emergência.

Os manifestantes começaram a ir às ruas para se opor ao aumento da passagem de metrô, do equivalente a US$ 1,12 para US$ 1,16. O governo suspendeu a medida, mas ainda não está claro se isso será suficiente para arrefecer os protestos.

O governo do Chile, ao mesmo tempo, mantém sua esperança nas Forças Armadas para restaurar a ordem. A militarização do país vem aumentando para tentar controlar a radicalização dos protestos contra o aumento do preço do metrô, apontados por observadores apenas como a ponta do iceberg do cansaço da sociedade com a desigualdade no país.

Na sexta e no sábado, auge das manifestações, as forças de segurança foram esmagadas pela multidão: houve destruição em pontos diversos da capital, entre incêndios em estações de metrô e inúmeros saques em lojas, supermercados, bancos e hotéis.

Isso levou à declaração de emergência no sábado para confiar ao Exército o controle da situação em Santiago, ao qual o governo acrescentou as regiões de Valparaíso (centro), Concepción (sul), as comunas de Coquimbo e La Serena, na região de Coquimbo (norte) e a comuna de Rancagua, O'Higgins (centro).

Em Santiago, mais 1.500 soldados foram destacados esta manhã - eles já somam quase 10 mil - principalmente para controlar pontos estratégicos como centrais de abastecimento de água, eletricidade e cada uma das 136 estações de metrô, que são alguns dos alvos mais visados pelos manifestantes.

Depois de sufocar as chamas em um dos supermercados saqueados, as autoridades encontraram dois corpos carbonizados e outra vítima em estado grave, que foi levada para um hospital e morreu. Estas foram as primeiras vítimas dos motins.

O descontentamento da sociedade com o sistema previdenciário chileno, administrado por empresas privadas, o custo da saúde, o deficiente sistema público de educação e os baixos salários em relação ao custo de vida acabou emergindo junto com os protestos sobre o preço do metrô.

"Se não há destruição, ninguém nos ouve", disse um morador de Santiago à TV às portas de uma concessionária de automóveis que foi queimada.
"As pessoas estão cansadas de tantos abusos, nós só queremos uma marcha pacífica, queremos ter aposentadorias dignas e uma boa educação para nossos filhos e isso não está sendo feito", disse outra moradora.

Além da paralisia do metrô, o serviço de ônibus foi temporariamente suspenso depois que pelo menos cinco unidades foram queimadas no centro de Santiago, deixando seus sete milhões de habitantes praticamente sem transporte público.

"Não gosto de violência ou que quebrem tudo, mas de repente essas coisas têm que acontecer para que deixem de brincar conosco, aumentando preço de tudo, menos salários, tudo para que os ricos deste país sejam mais ricos", disse a vendedora Alejandra Ibánez, de 38 anos.

Alguns moradores de Santiago tomaram pacificamente as ruas para bater panelas durante a madrugada, enquanto fogueiras eram acesas nos bairros periféricos. Francisco Vargas, um funcionário público de 33 anos, disse que "as pessoas estão cansadas e sem medo".

Piñera reconheceu que há "boas razões" para protestar, mas pediu uma "manifestação pacífica" e observou que "ninguém tem o direito de agir com violência criminosa brutal" em relação aos danos ao Metrô de Santiago, onde 78 estações foram danificadas.

O governo anunciou a suspensão das aulas nas escolas em Santiago na segunda-feira.


sábado, 19 de outubro de 2019

O que esperar do sábado que deve definir futuro do Brexit no Reino Unido

BBC

O Parlamento britânico realizará uma sessão neste sábado (18/10), que pode definir o futuro do Reino Unido ao debater e votar o acordo negociado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, para a saída da União Europeia (UE), o Brexit.

Será a primeira vez em 37 anos que haverá uma sessão extraordinária em um sábado — a última vez que isso ocorreu, em 3 de abril de 1982, foi para debater a invasão das Ilhas Malvinas pela Argentina. Mas o que esperar?

A que horas começa?
Os parlamentares se reunirão na Câmara dos Comuns a partir das 5h30 do horário de Brasília. Não é possível saber a que horas eles terminarão de debater e votar.
A Câmara dos Lordes se reunirá um pouco mais tarde, a partir das 6h, e devem encerrar sua sessão às 11h.
O que acontecerá?
A sessão na Câmara dos Comuns terá início com um pronunciamento de Johnson. Espera-se que ele, em seguida, responda a questionamentos sobre o acordo.
A sessão na Câmara dos Comuns terá início com um pronunciamento de Johnson

Será realizado, então, um debate. O presidente da Casa, John Bercow, revelará quais emendas — mudanças sugeridas para a moção em que o governo pede que os parlamentares aprovem o acordo — foram selecionadas. Um ministro do governo, ainda a ser confirmado, abrirá o debate.

A que horas pode começar a votação?
É provável que comece depois das 10h30. Se houver emendas selecionadas pelo presidente, elas serão votadas primeiro. Portanto, não é possível prever exatamente quando será votado o acordo em si. Tudo deve ficar mais claro após o início dos debates.

O que acontecerá se os parlamentares aprovarem o acordo?
Se a moção do governo for aprovada pelos parlamentares sem nenhuma emenda, será apenas o primeiro estágio da aprovação do acordo.
É provável que o governo queira agir rapidamente para cumprir o prazo de 31 de outubro previsto para o Brexit e o qual Johnson diz que será cumprido com ou sem acordo. Um projeto de lei para validar o acordo juridicamente poderá ser apresentado ao Parlamento no início da próxima semana neste caso.

Mas, se a moção do governo for aprovada com emendas, um adiamento do Brexit se tornará mais provável porque isso atrasará todo o processo.

O que acontece se os parlamentares rejeitarem o acordo?
Existe a possibilidade de que eles tenham a chance de votar sobre um Brexit sem acordo — há uma segunda moção do governo prevista na ordem do dia para isso.

O deputado trabalhista Peter Kyle apresentou uma emenda a esta segunda moção que rejeita a saída sem acordo e diz que qualquer "decisão final" sobre o futuro relacionamento do Reino Unido e da UE deve ser submetida a um referendo.

No entanto, os parlamentares rejeitaram anteriormente as propostas de sair do bloco sem acordo, por isso é improvável que essa segunda moção do governo seja aprovada.

Portanto, sem a aprovação de um acordo, o primeiro-ministro terá de escrever para a UE para solicitar uma extensão do prazo do Brexit.

Quais são as alterações?
Os parlamentares apresentaram três emendas à moção do governo sobre o acordo até agora. No entanto, isso não significa que elas serão automaticamente debatidas e votadas pelos deputados. Bercow terá de colocá-las em debate.

Existem duas do Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês): uma para cessar o processo do Brexit e outra para rejeitar o novo acordo e pedir uma prorrogação até pelo menos 31 de janeiro de 2020 para permitir eleições-gerais antecipadas.

Seu autor, o parlamentar Ian Blackford, pediu aos partidos da oposição que "parem de hesitar, apoiem a emenda e, finalmente, ajam para derrubar esse terrível governo conservador e impedir o Brexit". Ele e seu partido são contra o acordo de Johnson. Para Blackford, isso seria "devastador para a Escócia".

Image captionIan Blackford, do SNP, quer uma extensão do prazo do Brexit para permitir a realização de uma eleição-geral antecipada

A terceira emenda, que tem apoio de vários partidos, aumentando suas chances de ser selecionada, suspende a aprovação do acordo pela Câmara dos Comuns até que a legislação para implementá-lo seja aprovada.

O objetivo é impedir um Brexit sem acordo, mesmo se os parlamentares apoiem o acordo de Johnson, caso alguns parlamentares que votem a favor depois mudem enquanto a legislação tramite pelo Parlamento — ou fique paralisada na Câmara dos Lordes.

Portanto, se essa emenda for aprovada junto com o acordo, o premiê ainda assim terá de pedir até o final de sábado um adiamento do Brexit até 31 de janeiro.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

VOCÊ ESTUDOU HISTÓRIA DO BRASIL?

Marcos da Silveira

Certamente em nenhuma escola te ensinaram o seguinte:

*SEIS CONSTITUIÇÕES FEDERAIS*
1891
1934
1937
1946
1967
1988

*9 MOEDAS*
Réis: até 1941
Cruzeiro: 1942
Cruzeiro Novo: 1967
Cruzeiro: 1970
Cruzado: 1986
Cruzado Novo: 1989
Cruzeiro: 1990
Cruzeiro Real: 1993
Real: 1994

*SEIS VEZES CONGRESSO FECHADO*
1891
1930 - 34
1937 - 46
1966
1968 - 69
1977

*SEIS GOLPES DE ESTADO*
1889
1930 - 34
1937 - 45
1945
1955
1964 - 85

*UM PLEBISCITO IGNORADO*
Venda de armas: 2005

*13 PRESIDENTES QUE NÃO CONCLUÍRAM O MANDATO*
Deodoro: 1891
Afonso Pena: 1909
Rodrigues Alves: 1918
Washington Luís: 1930
Júlio Prestes: 1930
Vargas: 1945 e 1954
Carlos Luz: 1955
Jânio Quadros: 1961
João Goulart: 1964
Costa e Silva: 1969
Tancredo Neves: 1985
Collor: 1992
Dilma: 2016

*31 PRESIDENTES NÃO ELEITOS DIRETAMENTE* (também considerando posse de interinos)
Deodoro: 1889*
Floriano Peixoto: 1891*
Prudente: 1894*
Campos Sales: 1898*
Rodrigues Alves: 1902*
Afonso Pena: 1906*
Nilo Peçanha: 1909*
Fonseca: 1910*
Venceslau: 1914*
Rodrigues Alves: 1918*
Delfim Moreira: 1918*
Epitácio: 1919*
Arthur: 1922*
Washington Luis: 1926*
Júlio Prestes: 1930*
Vargas: 1930
José Linhares: 1945
Café Filho: 1954
Carlos Luz: 1955
Nereu Ramos: 1955
Ranieri Mazilli: 1961
João Goulart: 1961
Castelo Branco: 1964
Costa e Silva: 1967
Médici: 1969
Geisel: 1974
Figueiredo: 1979
Tancredo Neves: 1985
José Sarney: 1985
Itamar Franco: 1992
Michel Temer: 2016

*Presidentes do Período da República Velha marcado pelas fraudes eleitorais e o coronelismo.

*31 REVOLTAS E GUERRILHAS*
Golpe Republicano: 1889
Primeira Revolta de Boa Vista: 1892-1894
Revolta da Armada: 1892-1894
Revolução Federalista: 1893-1895
Revolta de Canudos: 1893-1897
República de Curani: 1895-1900
Revolução Acreana: 1898-1903
Revolta da Vacina: 1904
Segunda Revolta de Boa Vista: 1907-1909
Revolta da Chibata: 1910
Guerra do Contestado: 1912-1916
Sedição de Juazeiro: 1914
Greves Operárias: 1917-1919
Levante Sertanejo: 1919-1930
Revolta dos Dezoito do Forte: 1922
Revolução Libertadora: 1923
Coluna Prestes: 1923-1925
Revolta Paulista: 1924
Revolta de Princesa: 1930
Revolução de 1930: 1930
Revolução Constitucionalista: 1932
Revolta Mineira: 1935-1936
Intentona Comunista: 1935
Caldeirão de Santa Cruz do Deserto: 1937
Revolta das Barcas: 1959
Regime Militar: 1964
Luta Armada: 1965-1972
Guerrilha de Três Passos: 1965
Guerrilha do Caparaó: 1967
Guerrilha do Araguaia: 1967-1974
Revolta dos Perdidos: 1976

Como pode tanta gente realmente acreditar que o país sempre foi tranquilão e só agora que está com algum distúrbio?
Vivemos em um país que sempre foi manipulado pelos "doutores da lei". Temos uma elite política doutrinada a deixar de lado seus pares, o povo. A vontade que emana é deles próprios!

Facebook


quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Suíça compartilha informações de 3,1 milhões de contas de estrangeiros

Banco Central Suiço

No seu segundo exercício de troca de dados como parte de um acordo mundial de troca automática de informações, a Suíça transmitiu informações sobre contas financeiras para 63 países.

Na segunda-feira (07), a Receita Federal Suíça revelou que forneceu detalhes de cerca de 3,1 milhões de contas bancárias mantidas por estrangeiros. Em contrapartida, recebeu informações sobre dados bancários de cerca de 2,4 milhões de contas detidas por cidadãos suíços em 75 países.

O maior intercâmbio de dados (em ambos os sentidos) foi com a Alemanha, o mesmo de 2018. O acordo de troca automática entrou em vigor em 2017 e a primeira troca de informações financeiras ocorreu no ano seguinte. Desta vez, a Suíça recebeu dados financeiros de 75 países, mas só mandou para 63.

Isso porque 12 países não cumpriram os requisitos de segurança e confidencialidade dos dados (Belize, Bulgária, Costa Rica, Curaçao, Monserrate, Romênia, São Vicente e Granada, Chipre) ou optaram por não receber dados suíços (Bermudas, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Caimã, Ilhas Turcas e Ilhas Caicos).

As autoridades suíças esperam que a rede de países do acordo seja ampliada para 90 no próximo ano.

UE retira Suíça da lista de paraísos fiscais
"A Suíça cumpre e implementa as normas fiscais internacionais. A União Europeia reconheceu isso...", disse uma declaração da Secretaria de Estado das Finanças Internacionais (SIF), na quinta-feira. 

O país, que é um importante parceiro econômico da UE, foi colocado numa lista cinzenta em dezembro de 2017. A lista inclui países que se comprometeram em mudar suas regras fiscais para ficar conforme com as normas da UE.? 

A Suíça cumpriu os seus compromissos, declarou a UE na quinta-feira, após uma reunião dos ministros da Fazenda da União Europeia no Luxemburgo. Esta medida era aguardada com grande expectativa.

"É um sucesso para mim se a Suíça sair desta lista. A melhor lista é uma lista curta", afirmou Pierre Moscovici, Comissário Europeu responsável pelos Assuntos Econômicos e Financeiros, em uma conferência de imprensa. 

A UE reconheceu que uma reforma fiscal aprovada em maio passado - e que deverá entrar em vigor a partir de 2020 - era suficiente para satisfazer as suas exigências.

Este ponto foi igualmente sublinhado na declaração suíça. "Com esta lei, a Suíça abolirá os regimes fiscais que não são mais compatíveis com as normas internacionais a partir de 1° de janeiro de 2020. A lei introduz medidas de isenção fiscal internacionalmente aceitas, como uma caixa de patentes, garantindo assim que a Suíça permaneça um lugar atraente para os negócios", disse. 

Reformas tributárias
A UE criou uma lista negra e uma lista cinzenta de paraísos fiscais há dois anos, após a revelação de esquemas de evasão fiscal generalizados utilizados por empresas e pessoas ricas para reduzir suas faturas fiscais. As listas são regularmente revistas para ter em conta as revisões ou para acrescentar novas jurisdições. 

A UE colocou a Suíça na lista cinzenta em dezembro de 2017. Houve receios de que a Suíça fosse colocada na lista negra depois dos eleitores terem rejeitado uma proposta inicial de reforma tributária das empresas. Os eleitores acreditavam que o novo regime beneficiaria injustamente as grandes empresas em detrimento das empresas mais pequenas e dos particulares.?

Críticas 
Nem todos acolheram favoravelmente a iniciativa da UE. "A UE branqueou dois dos paraísos fiscais mais prejudiciais do mundo", afirmou Chiara Putaturo da Oxfam, um grupo de combate à pobreza, em referência à decisão de retirar a Suíça e as Ilhas Maurício da lista. 

"Apesar das recentes reformas, ambos os países continuarão oferecendo tratamento favorável para as empresas que fogem aos impostos", disse à agência de notícias Reuters. 

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico também está planejando reformas tributárias que visam as multinacionais, o que pode afetar a Suíça.

A Suíça na era da troca automática de informações financeiras
Há um ano, a Suíça começou a transmitir dados sobre as contas bancárias detidas por estrangeiros em bancos suíços para cerca de 30 países. O procedimento será ampliado a uma centena de países.

Por que foram introduzidas normas tributárias internacionais?
Com a globalização da economia mundial e a digitalização dos serviços, tornou-se cada vez mais fácil depositar e administrar fundos em instituições financeiras de outros países. Grandes somas de dinheiro, estimadas em bilhões de francos, podem assim escapar todos os anos das autoridades fiscais. A evasão fiscal internacional é um problema grave não só para os países ricos, mas ainda mais para aqueles com poucos recursos financeiros.
Com o apoio do G20 e da UE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) elaborou normas internacionais em 2014 para permitir que os países troquem automaticamente informações bancárias. Mais de uma centena de países decidiram aderir até agora a estas normas, quase metade deles já começaram a trocar informações em 2017. Os países participantes devem comprometer-se a tratar os dados que recebem de forma confidencial e apenas para fins fiscais.

Essas regras visam igualmente criar condições de concorrência equitativas para todos os centros financeiros, pondo um termo aos paraísos fiscais. Os países - ou territórios - que não cumprem os critérios estabelecidos nas normas internacionais ou que não cooperam entre si são incluídos nas listas cinzentas ou negras da OCDE e da UE. Estão previstas contra eles "medidas defensivas", ou seja, sanções.

Como funciona a troca automática de informações bancárias?
De acordo com as normas da OCDE, cada país é obrigado a fornecer aos países participantes dados sobre os ativos financeiros dos seus contribuintes numa base regular e sem pedido preciso. As instituições financeiras de cada país participante devem fornecer esta informação ao seu próprio país, que é responsável pela sua transmissão às autoridades fiscais dos outros países.
As informações incluem números de contas bancárias e de identificação fiscal, nomes completos, endereço e data de nascimento do contribuinte, tipos de rendimento e saldo da conta. Na Suíça, esses dados devem ser coletados por cerca de 7.000 instituições financeiras, incluindo bancos, seguradoras e outros gestores de ativos.

Por que a Suíça decidiu adotar normas internacionais?
Depois de ter defendido durante muito tempo o sigilo bancário contra a pressão internacional, o governo e o parlamento chegaram à conclusão, há alguns anos, de que a adesão às normas da OCDE era necessária para preservar a reputação e a competitividade do centro financeiro suíço. Em particular, para evitar sanções contra bancos ou empresas suíças por parte do G20 e de membros da União Europeia.

Qual é a posição da Suíça?
Há um ano, a Confederação (governo) começou a trocar dados iniciais com 36 países, incluindo todos os membros da UE. Este procedimento será ampliado para mais 37 países e territórios no final deste mês. A partir de 2021, prevê-se o intercâmbio de dados com mais de 100 países. 
Apesar das preocupações iniciais, a adesão às novas normas de transparência não levou a uma saída de ativos detidos por clientes estrangeiros em bancos suíços. Entre 2013 e 2018, o volume total de ativos internacionais passou de CHF 1,97 trilhão para CHF 2,27 trilhões.

A introdução da troca automática de informações, por outro lado, ajudou a trazer dinheiro aos cofres suíços. Em janeiro, foi revelado que, nos últimos anos, os contribuintes residentes na Suíça declararam espontaneamente mais de CHF44 bilhões de ativos no exterior (CHF10 bilhões somente em 2018). No total, o governo federal, os cantões e os municípios conseguiram arrecadar cerca de CHF 4 bilhões em impostos retroativos.

DefesaNet

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Como a corrida mundial pelo processamento de dados pode 'colonizar' o Brasil e outros países?

Marina Wentzel

A crescente diferença entre os países na capacidade de processamento de dados faz com que muitos deles, entre os quais o Brasil, corram o risco de se tornarem vítimas de "colonialismo digital" perante a China e os Estados Unidos, aponta um relatório da Organização das Nações Unidas publicado em setembro. Essas potências lideram os avanços digitais, controlando sozinhas mais de 90% do valor de capitalização de mercado das 70 maiores empresas online do mundo.

O paralelo com a colonização se dá pelo risco de submissão e dependência econômica das nações frente às superplataformas chinesas e americanas, conforme o relatório publicado pela Conferência para Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), órgão da ONU para o desenvolvimento do comércio. Sem a capacidade de processar os próprios dados, países como o Brasil se tornam apenas fontes de conteúdo bruto e eternos clientes na compra de serviços digitais.

Pela dinâmica atual, os usuários da internet cedem de graça muitas informações a respeito de si mesmos, como idade, escolaridade, locais que frequentam, compras que realizam, perfis dos amigos. São dados que, isoladamente, não possuem valor, mas, quando observados em conjunto, revelam a personalidade e os gostos da pessoa.

De posse desse conhecimento, as plataformas mapeiam o perfil dos indivíduos e seu poder de consumo, transformando-os em "produto" ao revenderem com grande lucro as análises a terceiros. Os compradores são normalmente empresas que buscam atingir a um público alvo do qual o indivíduo faz parte — esse é o processamento de dados ao qual a ONU se refere em seu relatório.

O efeito é similar ao ciclo colonial, durante o qual se exportavam produtos de baixo valor agregado e se importavam bens de consumo acabados — uma dinâmica de desequilíbrio e dominação que remonta a essas relações econômicas assimétricas do passado, alerta o relatório da UNCTAD.

Dependência digital
Nesse caso, na prática, o "produto de baixo valor" que países como o Brasil exportam são os dados crus que seus usuários oferecem gratuitamente nas redes (da selfie que você bate com a roupa nova de ginástica e posta no Facebook ao tipo de tênis que busca no Google para comprar). Por sua vez, os "bens acabados" são a análise processada desses dados, que é revendida pelas plataformas estrangeiras a empresas locais (redes de artigos esportivos, para ficar nesse exemplo).

O documento da ONU aponta que sete superplataformas chinesas e americanas detêm sozinhas dois terços do valor total do mercado digital no mundo todo: Microsoft, Apple, Amazon, Alphabet/Google, Facebook, Tencent/WeChat e AliBaba. Em conjunto, elas controlam um mercado que, em 2017, foi estimado em US$ 7,1 trilhões — individualmente, o valor de cada uma supera os US$ 250 bilhões.

Para países como o Brasil, que apenas "exportam" o conteúdo bruto, a consequência é que, ao pagar às plataformas estrangeiras para ter acesso à inteligência gerada com base na sua própria população, suas empresas nacionais, menores, não conseguem se desenvolver. E o país acaba dependente desse comércio deficitário de modo praticamente irreversível, diz a ONU.

As empresas estrangeiras saem ganhando não apenas ao lucrarem com os dados, mas também ao se fortalecem politicamente — e se consolidam em uma posição monopolística comparável às companhias marítimas comerciais europeias na época colonial.

'Você é o produto'
Redes como o Facebook oferecem serviços aparentemente gratuitos, mas coletam em troca as informações, que são guardadas em "silos" (sistemas de armazenagem que fragmentam os dados e impedem que fontes externas acessem a totalidade da informação armazenada). Esses dados alimentam os algoritmos das redes, que os exploram comercialmente — com a venda de espaço publicitário, por exemplo.

Muitos usuários ainda hoje não estão cientes que a lógica por trás dessa barganha é a do "se você não está pagando pelo produto, você é o produto", afirmam especialistas na indústria da tecnologia.

"Por que você está no Facebook? Porque todos seus amigos estão no Facebook. Quando a rede atinge uma quantidade crítica de usuários, ela passa a explorá-los. A plataforma se torna monopolística na economia real", explica o diretor do núcleo de competitividade global da instituição de ensino IMD de Lausanne, Arturo Bris.

"O perigo que vemos para o Brasil e outros países é que essas grandes empresas de dados operam como as indústrias extrativistas, que retiram os minerais, o petróleo, refinam, vendem de volta e se beneficiam desproporcionalmente dessa troca", explicou à BBC News Brasil Pilar Fajarnes, uma das autoras do relatório e oficial da UNCTAD na divisão de Tecnologia e Logística.

"As plataformas também se tornam monopolísticas financeiramente. Quando elas vão em busca de investidores, eles só querem investir nelas. Eles não querem apostar em uma pequena empresa desconhecida do Brasil, porque lucrarão muito mais investindo no Google, por exemplo", completa Bris, explicando um efeito conhecido como "the winner takes all", ou "o vencedor leva tudo", no jargão popular das empresas de tecnologia.
Segundo o professor de Lausanne, embora entendam que estão sendo "usados", os usuários permanecem nas redes para não perder suas conexões — o que reforça o monopólio e representa mais uma dificuldade para que empresas nacionais prosperem nesse mercado.
Além do modelo da negócios publicitário de redes como o Facebook, as opções de uso comercial das informações dos usuários são diversas.

Outro exemplo concreto dessa dinâmica "colonialista", citado pelo relatório da ONU, se aplica ao agronegócio brasileiro: é um serviço da fabricante de pesticidas e sementes Monsanto, chamado "Fieldview", que acumula dados da lavoura e condições climáticas das plantações. Com eles, produz relatórios de inteligência e depois os revende aos próprios proprietários das fazendas, como consultoria sobre produtividade.

O Brasil na lanterna
O Brasil está na lanterna da corrida digital. Em 2017, segundo dados da União Europeia citados no relatório da ONU, o impacto direto do valor da indústria da informação na economia brasileira foi de apenas 6,3 bilhões de euros, com plataformas como iFood e NuBank. No Japão, por exemplo, o impacto direto da economia da informação chega a quase 30 bilhões de euros, na Europa a 65 bilhões de euros e nos Estados Unidos a 113 bilhões de euros.

Além disso, há poucas empresas na economia digital no país. No total, há pouco mais de 36 mil empreendimentos dessa natureza registrados no Brasil — as start-ups que já cresceram e se destacam incluem Fintechs (empresas que usam tecnologia aplicada às finanças), como a PagSeguro e a Stone. Enquanto isso, na Europa, o número é de 276 mil companhias nesse segmento e, no Japão, 104 mil. Os Estados Unidos lideram com 302 mil empresas digitais.

Também faltam talentos nessa área no Brasil. O total de profissionais empregados na indústria da informação brasileira é de 1,1 milhão de pessoas. No Japão são 4 milhões de pessoas, e, na Europa, 7,2 milhões.
Novamente os EUA lideram, empregando 14 milhões de profissionais de TI, segundo dados da União Europeia citados pela UNCTAD.

Enquanto o Brasil permanece estagnado, EUA e China abrem vantagem na dianteira da competitividade mundial.

Juntos, correspondem a 75% das patentes relacionadas às tecnologias blockchain (encriptação que comprime grandes quantidade de dados, usada em criptomoedas como Bitcoin e Ethereum). Essas nações também são responsáveis por 50% dos gastos globais em IoT (a chamada "internet das coisas", na qual se incluem produtos como tomadas comandadas pelo celular) e, segundo a UNCTAD, pelo menos 75% do mercado de computação em nuvem (que abastece serviços do nosso dia a dia, como o armazenamento no Google Drive).

O atraso do Brasil está quantificado no resultado da última edição do Ranking Global de Competitividade Digital, estudo compilado pela equipe do professor Bris, de Lausanne. O país ficou em 57º lugar entre todos os 63 pesquisados, parado na mesma posição que ocupava no ano passado.
O ranking é um termômetro mundial que mede a eficiência das nações em três fatores: a infraestrutura intangível, a questão técnica e a preparação futura. Na edição de 2019 foi mais uma vez liderado pelos Estados Unidos, Singapura e Suécia. A China chegou na 22ª colocação, avançando rapidamente oito posições.

No primeiro pilar, avalia-se o que está por trás do processo de transformação digital, como a capacidade do país de descobrir, compreender e adotar novas tecnologias.

No fator tecnológico é considerado o contexto geral pelo qual o desenvolvimento da tecnologia digital ocorre — esse desenvolvimento é medido levando-se em consideração fatores como a regulamentação desse mercado, a disponibilidade de capital e o avanço tecnológico. Para se computar esses fatores, são consideradas qualidades práticas (como a velocidade da internet de banda larga no país) e perceptíveis (se as empresas desse setor são ágeis).

Por último, o fator de preparação futura estima o nível de prontidão de uma economia para assumir sua transformação digital.

"Haverá uma dominação, que você pode chamar de dominação colonial. Os Estados Unidos e a China serão os poderes coloniais deste século 21", avalia o professor Bris.

Como combater o colonialismo digital?
Apesar de a América Latina já ter registrado 19 unicórnios (start-ups com valor superior a US$ 1 bilhão) desde o início deste século até 2019, isso não anula o efeito "colonial" porque, na maioria das vezes, elas são compradas e engolidas pelas plataformas dominantes. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o aplicativo de transporte brasileiro 99, que foi comprado em 2018 pela chinesa Didi Chuxing.

O professor Bris, porém, é otimista. "As plataformas estão sob ataque, sim, não apenas econômica, mas socialmente. As pessoas estão começando a questionar, se dando conta de que estão explorando o bem mais valioso: a nossa informação."

Para Pilar Fajarnes da ONU, não há uma solução única. Ela afirma que é necessária uma abordagem com iniciativas múltiplas. "Os países devem fomentar empresas locais que façam o 'refino' dos dados, e adotar políticas que defendam a propriedade e controle dos indivíduos sobre suas informações".

Além de subsídios para criar incubadoras e preparar os talentos, segundo os especialistas, os países podem estimular as empresas locais exigindo que a indústria de softwares tenha sempre código aberto (sem direitos autorais), o que permite democratização da tecnologia. No Brasil, por exemplo, start-ups de software que recebem subsídios do governo têm o compromisso de utilizar código aberto e livre de licenças.

É importante também, segundo os expecialistas, que "os fluxos de transferência de dados transnacionais sejam regulamentados, bem como estabelecidos controles fiscais, para que as empresas paguem tributos aos países de onde extraem os dados brutos", como diz Fajarnes.

Exemplos de regulamentação estão sendo debatidos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em uma recomendação inicial, lançada no início de outubro, a organização sugere que as multinacionais declarem seus lucros nos países onde obtiveram o ganho — e não só no local onde fica a matriz. A intenção é que os lucros de empresas (inclusive as digitais) sejam reinvestidos nos lugares onde essa riqueza foi produzida — os países poderão cobrar impostos das marcas que lucraram com dados de seus cidadãos, por exemplo. A OCDE espera concluir um acordo sobre o tema até o fim de 2020.

No caso do Brasil, como antídoto à estagnação digital, segundo os especialistas, é preciso "uma política consistente de educação, desde a primeira infância à universidade. Tecnologia e pesquisa são parte disso. Países que têm sucesso conseguem isso porque a população da base ao topo está convencida da importância da educação", nas palavras do professor Bris.

"Quebrar esse círculo vicioso exigirá um pensar 'fora da caixa', com o objetivo de encontrar uma configuração alternativa da economia digital", avalia Fajarnes.

De Basiléia (Suíça) para a BBC News Brasil