quarta-feira, 30 de abril de 2014

Por intolerável que pareça

por Percival Puggina

Há bem poucos dias, o IPEA e o IBGE qualificaram-se para a linha de tiro da oposição. As duas instituições encarregadas de fornecer números aos analistas nacionais e às políticas dos setores público e privado foram acusadas de sujeição às conveniências eleitorais do governo e de seu partido. Quando isso ocorre em qualquer instituição permanente do Estado ou da administração pública, tem-se um verdadeiro sequestro, com severo dano ao interesse nacional.
Aliás, reiteradamente, as redes sociais estampam imagens de policiais federais também manifestando contrariedade com a intrusão do partido do governo nas atividades da corporação.
Embora as denúncias envolvendo a Petrobras sejam, agora, a face mais visível do fenômeno que descrevo, tais fatos se reproduzem e multiplicam na imensa estrutura dos poderes públicos. É para proporcionar isso que o Estado não pára de crescer. E de encarecer. É por isso que os partidos se multiplicam como coelhos e o tamanho do Estado avança na mesma cadência. Cada peça dessa imensa máquina, pequena ou grande, responde a algum partido em primeiríssimo lugar. O bem nacional vem depois. Ou, simplesmente não vem.


LEMBRANDO 2010
Recordo os meses que antecederam à eleição de 2010. Cumpriu-se um cronograma de notícias oficiais, boas para o governo, divulgadas nos momentos propícios, e propagadas pela mídia sem a devida análise crítica. Tudo para nos convencer de que o Brasil era uma ilha de prosperidade e que nosso PIB cresceria segundo aqueles números sempre superiores a 4%. Números que o ministro Mantega traz na cabeça, todo Ano Novo, quando acorda do revellion. E passa o ano inteiro corrigindo para baixo.
Por incrível que pareça, não entra no campo das análises políticas o motivo pelo qual se estabelece no Brasil esse assalto partidário a tudo que é público. Atribui-se ao velho patrimonialismo algo que tem causa institucional. Para bem entendermos o que acontece é preciso distinguir o que é Estado, o que é governo e o que é administração pública. Estado é um ente político de existência permanente, geograficamente delimitado, com poder soberano em relação a um povo que ali habita, zelando pelo bem comum num sentido amplo.
O governo desempenha apenas uma das várias funções do Estado; cabe-lhe cumprir as leis e definir políticas, programas e ações para atender o bem comum nas circunstâncias dadas e por um período de tempo limitado. A administração, por seu turno, é o aparelho funcional através do qual tais políticas, programas e ações são executadas, atendendo de modo continuado os sucessivos governos.


ESTADO DEMOCRÁTICO
Nas democracias, como se pode presumir, o Estado, por ser de todos, não deve ter partido. A administração, por servir a todos, tampouco. Assim sendo, o governo e só o governo pode ser provido pelos partidos com seus partidários. Por isso mesmo ele é escolhido numa eleição entre as legendas e tem prazo de validade limitado. Deveria saltar dos enunciados acima o absurdo em que incorre nosso modelo institucional quando, além do governo, atribui a uma única pessoa e a seu partido também Estado e o aparelho da administração pública.
É a raposa cuidando do galinheiro. É a festa do poder. É também por isso que quando a luz se acende sobre a festa de ontem, o salão está repleto de sinais da orgia. E como só ao povo, pagador da conta, interessa moralizar as instituições, nada muda para que tudo fique como está. Assim prossegue nossa democracia, por intolerável que pareça.

Transcrito da Tribuna da Internet de 29/04/2014.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Roleta Viciada é Golpe de Estado

por Antônio Ribas Paiva
O Estado é ente ficcional, instituído pelos povos para administrar a coisa pública e proteger as pessoas.
A estrutura administrativa do Estado é o limite de atuação dos governos, escolhidos para cumprir o que foi instituído pelos povos.
Qualquer personalismo, no trato da coisa pública é usurpação do Poder do Estado, que ilegitima os governantes, porque foram escolhidos para exercer o mandato em prol da Nação, nunca, objetivando interesses pessoais, como é regra no Brasil.
Para governar o seu Estado, os povos estabeleceram vários métodos de escolha, sempre objetivando “escolher o melhor entre iguais”. As monarquias, por exemplo, escolhem os chefes de estado via sucessão sanguínea e educam os futuros monarcas para o seu mister: cuidar da coisa pública.
As sociedades primitivas escolhiam os melhores guerreiros para governa-los e chefiar seus exércitos. Modernamente, nas repúblicas, e também nas monarquias parlamentaristas a seleção dos governantes é feita através de processos eleitorais, mas o objetivo primordial permanece: “a escolha dos melhores entre iguais”.
Qualquer mecanismo de escolha, que não se preste a escolher o melhor entre iguais, para governar, é ilegítimo, configurando GOLPE DE ESTADO.
Um GOLPE DE ESTADO pode ocorrer por levante popular, por intervenção militar, que remova um governo ou, “de GABINETE”, como é o caso dos vícios nos mecanismos eleitorais, que impeçam o exercício do direito de livre escolha do eleitor.
A Nação Brasileira, apesar de todos os seus esforços,  ainda não conseguiu estabelecer mecanismos adequados de escolha dos seus governantes.
Os governos militares, que pacificaram a sociedade e lançaram as bases para o Brasil potência, não aprimoraram as instituições, porque, não estabeleceram mecanismos de escolha confiáveis, para garantir a democracia. Inadvertidamente, delegaram essa missão fundamental para a classe política, que legislando em causa própria, deformou o processo eleitoral, para garantir seus interesses e eternizar-se no Poder do Estado.
Devido a essa ilegitimidade, o processo político eleitoral brasileiro, deixou de escolher os melhores entre iguais, tornando-se verdadeira “roleta viciada”, para atender, exclusivamente, aos interesses de poder da Classe Política, a qual se aproveitou da suposta redemocratização, para dar o GOLPE DE ESTADO no povo brasileiro, tomando de assalto a estrutura do Estado.
Esse Golpe escravizou o povo, criando a Casta dos Governantes, verdadeira monarquia do crime, que oprime a Nação, satisfazendo interesses próprios e do poder transnacional.
A classe política, matreiramente, fez crer ao povo, que este elegeria os governantes “diretamente”. Na verdade, todas as eleições são indiretas, porque os candidatos são previamente escolhidos pelos chefes partidários. O eleitor só escolhe dentre os que já foram escolhidos.
As eleições majoritárias são como páreos, em que “todos os cavalos são do mesmo dono”. É por isso, que Fernando Henrique salvou o mandato de Lula, no escândalo do mensalão. Por muito menos Fernando Collor foi cassado.
Foi essa “Roleta Viciada”, que “escolheu” Collor, Fernando Henrique, Lula, Dilma e corre-se o risco de “entronizar” Aécio Neves; políticos que, em hipótese alguma, são os “melhores entre iguais”, que o povo brasileiro poderia eleger.
Collor foi caçado pelos seus pares, para salvar o regime político deles. 
Fernando Henrique é o “Rei da Privataria”, que doou a Vale do Rio Doce, a Siderúrgica Nacional e a telefonia, para o poder transnacional. 
Lula é o senhor mensalão. 
Dilma é o “poste” eleito pelo padrinho, que não esclareceu a sua participação nas inúmeras irregularidades praticadas na gestão da Petrobras e, 
Aécio Neves, que Governou Minas, sem impedir o subfaturamento das exportações do Nióbio Mineiro, prejudicando Minas Gerais e o Brasil.

Por tudo isso, os segmentos esclarecidos da Nação, civis e militares, têm o dever de interromper o círculo vicioso de Golpes de Estado, praticados pela classe política, contra o bom povo do Brasil, através dos seus processos eleitorais viciados e, portanto, ilegítimos! 
A Nação vive hoje e constrói a história do Brasil diariamente. Não há o que esperar. Resta impedir, urgentemente, o Golpe de Estado, consubstanciado nas eleições, dos que já foram eleitos!

Antônio José Ribas Paiva, Advogado, é Presidente da Associação dos Usuários de Serviços Públicos.

Transcrito do: www.alertatotal.com/



terça-feira, 22 de abril de 2014

Injustiças na aposentadoria

por Ruy Martins Altenfelder Silva*


A diferença entre as aposentadorias pagas pelo INSS e as recebidas pelo funcionalismo federal evidencia quanto os benefícios concedidos a quem dedicou a vida de trabalho na iniciativa privada são escandalosa e injustamente menores. Pesquisa divulgada pela imprensa no início do ano mostra que 10,8 milhões de aposentados urbanos ficavam com a remuneração média mensal de R$ 1.240 – reajustados sistematicamente abaixo da inflação –, contra valores que variavam entre R$ 6.558 (Poder Executivo) e R$ 25.225 mil (Poder Legislativo), atualizados com indicadores melhores. Além dessas disparidades, há aspectos que seriam pitorescos se não fossem trágicos. Por exemplo, segundo os levantamentos, servidores ativos do Judiciário chegam a ganhar menos do que os inativos: R$ 13.375 contra R$ 16.726.

Especialistas defendem a unificação dos dois sistemas de aposentadoria, apoiando-se em vários argumentos. Um deles: o governo destina menos de R$ 50 bilhões por ano para cobrir o déficit previdenciário de mais de 30 milhões de beneficiários, ao mesmo tempo em que canaliza mais de R$ 60 bilhões para atender menos de 1 milhão de servidores federais inativos.

A própria Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social aponta para outro risco: o envelhecimento da população. Hoje, mais de um terço dos 30 milhões de benefícios pagos pelo INSS já se destina a pessoas com mais de 65 anos. Esse número deverá crescer ainda mais com o aumento da expectativa de vida, que poderá chegar ao pico de 84,5 anos até 2060, enquanto via diminuindo a faixa demográfica dos brasileiros em idade produtiva.

Registre-se, a bem da verdade, que nos últimos anos a legislação vem limitando as distorções: em 2003 acabou com a paridade entre servidores ativos e inativos; em 2012, determinou que funcionários do Executivo contratados a partir de 2013 terão o valor da aposentadoria limitado ao teto previdenciário da época.

Com isso, quem quiser receber mais terá de contribuir para um recém-criado fundo de pensão complementar. São bons passos. Mas ainda urge corrigir a remuneração dos milhões de aposentados do setor privado.

*Ruy Martins Altenfelder Silva é presidente da Academia Paulista de Letras Jurídicas (APLJ).

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/outros-destaques/injusticas-na-aposentadoria/

sexta-feira, 18 de abril de 2014

PT se perdeu na velha política - Eliana Calmon

Ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon deixou a magistratura no final de 2013 para se filiar ao PSB, partido do presidenciável Eduardo Campos, e concorrer a uma vaga no Senado nas eleições deste ano pela Bahia. Ela ganhou notoriedade quando se tornou a primeira mulher a ingressar na corte, em 1999. Em 2011, no posto de corregedora nacional de Justiça, apontou a existência de “bandidos de toga” e, por isso, virou alvo de críticas de magistrados.

Calmon diz que “ética na política” não está sendo o mote de sua campanha. Eleitora de Lula e Dilma Rousseff, ela argumenta que o PT já usou “inclusão social” e “ética” como temas. “Foi nisso que eles [petistas] se perderam”, afirmou a ex-ministra em entrevista ao Congresso em Foco, antes do início da solenidade que selou a chapa do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e da ex-senadora Marina Silva à presidência da República, na última segunda-feira (14).

“Eles [petistas] até conseguiram algumas vitórias na inclusão social. Mas deixaram a desejar em relação à ética na política. Então, o meu mote é o mesmo da campanha de Eduardo, que é ‘queremos mais’. Queremos mais, mais inclusão social. E, para isso, temos de combater a corrupção, o que requer princípios e ética”, disse Calmon. E arrematou: “A ideia é não darmos continuidade ao caminho em que o PT se perdeu”.

Eliana Calmon afirmou que é, sim, possível construir um governo sem corrupção. Segundo ela, a “nova política” prometida pela coligação PSB-Rede-PPS-PPL começa nas eleições, com poucos recursos. Veja os principais trechos da conversa com o site.

Congresso em Foco – Eduardo Campos e Marina Silva pregam uma “nova política”. Qual a diferença entre a “nova política” e o que consideram “velha política”?
Eliana Calmon – A nova política é uma política onde nós temos efetivamente princípios e ética, onde vamos fazer as políticas sociais sem troca de favores. A ideia é não darmos continuidade ao caminho em que o PT se perdeu. Para sustentabilidade da governança, em nome da governabilidade, eles foram cedendo às elites que dominavam esse país e lamentavelmente não tiveram forças para recuar. E lamentavelmente se perderam naquilo que sempre condenamos, a velha política. Na nova política, vamos dar prosseguimento às políticas públicas iniciadas pelo PT, mas sem as transações e concessões que foram feitas, diz o PT, em nome da governabilidade.

No PSB, há políticos de perfil conservador, como o deputado federal Paulo Bornhausen [ex-DEM e ex-PSD] e o ex-senador Heráclito Fortes [ex-DEM]. Eles também fazem parte da “nova política”?
Eles têm de fazer parte. Se eles têm cabeça para assumir essa nova política, eu não sei. Mas nós temos essa nova política como linha mestra. E essa união de Marina com Eduardo fortaleceu exatamente essa linha de nova política. Por exemplo, vamos partir para uma eleição com poucos recursos, com pouco dinheiro, usando o que a sociedade tem de mais expressivo, que é exatamente a participação popular. Isso é uma nova forma de fazer política. E Marina tem experiências bem-sucedidas nessa nova política.

Na sua avaliação, o Brasil realmente está cansado da polarização PT e PSDB. Como convencer o eleitorado de que há outra alternativa?
O eleitorado está, sim, cansado da polarização. No momento em que partirmos para mostrar os novos caminhos, acredito que o eleitorado abraçará a causa, que é uma causa da cidadania.

As últimas pesquisas de intenção de voto apontaram estagnação dos pré-candidatos à sucessão presidencial Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos. Qual a sua avaliação sobre isso?
Só a presidente Dilma faz política. Não podemos fazer até a convenção. Marina e Eduardo aparecem de forma morna porque ainda não podem fazer política. A presidente faz política há mais de um ano, está com a máquina nas mãos. Todo dia está distribuindo políticas públicas, benesses. Então, tudo isso favorece esse imobilismo. A população está aguardando, não decidiu de que lado vai ficar.

Eduardo Campos guinou para a direita, como dito pelo ex-presidente Lula?
[Risos] Quem guinou para a direita? Eduardo Campos ou o PT? Quem está com José Sarney? Quem está com Renan Calheiros? Quem está com toda essa direita direitíssima que se abriga no PMDB? Eduardo Campos?

O PSB e a Rede Sustentabilidade [partido que Marina Silva tentou criar] têm divergências em alguns estados para formação das alianças. Como evitar que isso eventualmente atrapalhe a campanha presidencial?
Não atrapalha. Estamos costurando isso em nível regional de tal forma que permaneça a união em nível nacional e nós nos decidamos dentro da regional.

Como a senhora, que veio do Judiciário, está avaliando as denúncias de irregularidades envolvendo a Petrobras?
Preocupadíssima com o destino da estatal. Parece que já sabemos o suficiente para dizer o seguinte: é lamentável que a maior empresa brasileira esteja quebrada.

Em recente entrevista, Eduardo Campos declarou que pretende montar um governo sem corruptos, sem corrupção. Isso é possível?
É sim. Essa é a nossa proposta, a partir da própria eleição, estamos com poucos recursos, mas querendo fazer política com as forças vivas da sociedade. Pouco dinheiro, mas com a força da sociedade. O PT já usou o mote “inclusão social” e “ética”. E foi exatamente nisso que eles [petistas] se perderam. Eles até conseguiram algumas vitórias na inclusão social. Mas deixaram a desejar em relação à ética na política. Então, o meu mote é o mesmo da campanha de Eduardo, que é ‘queremos mais’. Queremos mais, mais inclusão social. E, para isso, temos de combater a corrupção, o que requer princípios e ética.

Congresso em Foco - 18/04/2014

quarta-feira, 16 de abril de 2014

A Incompetência

por Arnaldo Jabor

Nunca vi o Brasil tão esculhambado como hoje. Perdoem a palavra grosseira, mas não há outra para nos descrever. Já vi muito caos no país, desde o suicídio de Getúlio até o porre do Jânio Quadros largando o poder, vi a morte de Tancredo na hora de tomar posse, vi o país entregue ao Sarney, amante dos militares. Vi o fracasso do plano Cruzado, vi o escândalo do governo Collor, como uma maquete suja de nossos erros tradicionais, já vi a inflação a 80% num só mês, vi coisas que sempre nos deram a sensação fatalista de que a vaca iria docemente para o brejo, de que o Brasil sempre seria um país do futuro.

Eu já senti aquele vento mórbido do atraso, o miasma que nos acompanha desde a Colônia, mas nunca vi o país assim. Parece uma calamidade pública sem bombeiros, parece um terremoto ignorado. Por que será? É óbvio que não é apenas o maluco governo do PT, mas também as marolas que ele espalha, os nós frouxos de uma política inédita no país que nem atam nem desatam.

Tudo vai muito além da tradicional incompetência que sempre tivemos. Dá até saudades. A incompetência de agora é ramificada, "risômica", em teia, destrutiva, uma constelação de erros óbvios que eu nunca tinha visto.

No dia a dia, só vemos fracassos, obras que não terminam, maquiagem de números, roubalheiras infinitas e danosas, vemos o adiamento de tudo por causa das eleições. Tudo vai explodir em 2015, o ano da verdade feia de ver. O mal que essa gente faz ao país talvez demore muitos anos para se reverter.

Mas, aqui, não quero falar de corrupção, burocracia, clientelismo e outras mazelas. Como é o rationale que usam para justificar o desmembramento do país que estão a executar? Quais são as principais neuroses da velha cabeça da esquerda, suas doenças infantis, etc.?

Interessa ver o mapa do inconsciente petista. Interessa ver a incompetência dessa gente que conheço desde a adolescência, quando participava das infindáveis reuniões políticas para "mudar" o país —muito cigarro e a sensação de viver uma "missão profunda". As discussões sem fim: "questão de ordem, companheiro!", "o companheiro está numa posição revisionista" ou "a companheira está sendo sectária em não querer dar para mim".

Os fins eram magníficos, os diagnósticos tinham pontos corretos, mas no fim das madrugadas, alguém perguntava: "O que fazer?" (como queria Lenin...).
Aí, todo mundo embatucava. Ninguém sabia nada. E tentavam agir, mas só apareciam erros desastrosos e a incapacidade de organização concreta; mas tudo era desculpado pela arrogância de quem se achava na "linha justa". O povão era usado para a "boa" consciência, o povão era o salvo-conduto para a alma pacificada, sem culpas — o povão era nossa salvação.

O ponto de partida da incompetência é se sentir competente. A incompetência atual é competente como nunca. O homem "bom" do partido não precisa estudar nem Marx nem nada, apenas derramar sua "missão" para o povo. Administrar é coisa de burguês, de capitalista. E dá trabalho, é chato pacas examinar estatística, analisar contratos da PTbrás, tarefas menores, indignas de líderes da utopia.
Para eles, o Estado é o pai de tudo. Logo, o dinheiro público é deles, a empresa pública é deles, roubar é "desapropriar" a grana da burguesia.

Os petistas se sentem "bons". Eles são o "Bem", e o resto é ou massa de manobra, a massa atrasada, ou "elementos neoliberais da direita". Ser o Bem te absolve; é irresistível entrar para um partido assim.

Outra doença infantil (ou senil) é a permanência de (não riam...) Hegel nas mentes da esquerda. O filósofo que formou Marx continua nos corações petistas. Por esse pensamento, qualquer erro é justificável por ser uma "contradição negativa", ou seja, qualquer cagada (perdão) é o passo inicial para um acerto que virá, um dia.

Como escreveu o filósofo Carlos Roberto Cirne Lima em "Depois de Hegel", de 2006, Hegel tem a tendência muito forte de dizer que tudo que "é", a rigor, tinha que ser. Hegel diz que, para entender a História, é preciso afastar a contingência. Hegel vai provocar o grande erro de Marx de que a História é inexorável e que, portanto, a revolução comunista é um momento da História que necessariamente vai acontecer. 

Esse é o primeiro grande erro de Hegel. E Cirne Lima reclama: "Nenhum lógico lê nosso trabalho porque ele trata de Hegel, e nenhum hegeliano o lê porque é lógica".

Assim, organiza-se a burrice, a estupidez (falo do "id" petista), a negação de qualquer facticidade, a adoção só de ideias gerais, dedutivas, o desejo de fazer o mundo caber num ideário superado (aufheben). Daí a desconfiança no mercado, nos empreendedores, contra todos que trabalham indutivamente, com o mistério das coisas singulares no centro da sociedade civil, que eles veem como uma anomalia atrapalhando o Estado.

Os esquerdistas se sentem parte de uma dinastia desde Stalin — as palavras e os conceitos ainda são usados. E, como no tempo do Grande Irmão, há o desejo de apagamento do sujeito, ou seja, nem a morte tem importância para sujeitos que viram objetos. Vide Coreia. Até o assassinato pode ser absolvido como uma necessidade histórica.

Um dia, um companheiro (que morreu há pouco) me disse: "Não tema a morte. Marx disse que somos seres sociais. O indivíduo é uma ilusão. Para o comunista a morte não existe". E eu sonhei com a vida eterna.

Essas são algumas das doenças mentais que estão levando o Brasil para um pântano institucional. Temos que nos salvar desse determinismo suicida.

Se houver a vitória de Dilma ou a volta de Lula, estaremos, como diria Hegel, fo&#dos — numa "contradição negativa" que vai durar décadas para ser "superada".


Arnaldo Jabor é Cineasta e Jornalista. Originalmente publicado em O Globo em 9 de Abril de 2014.

domingo, 13 de abril de 2014

Vou me embora pra Bruzundanga



por Marco Antonio Villa

O Brasil é um país fantástico. Nulidades são transformadas em gênios da noite para o dia. Uma eficaz máquina de propaganda faz milagres. Temos ao longo da nossa História diversos exemplos. O mais recente é Dilma Rousseff.

Surgiu no mundo político brasileiro há uma década. Durante o regime militar militou em grupos de luta armada, mas não se destacou entre as lideranças. Fez política no Rio Grande do Sul exercendo funções pouco expressivas. Tentou fazer pós graduação em Economia na Unicamp, mas acabou fracassando,não conseguiu sequer fazer um simples exame de qualificação de mestrado. Mesmo assim,durante anos foi apresentada como "doutora" em Economia. Quis-se aventurar no mundo de negócios, mas também malogrou. Abriu em Porto Alegre uma lojinha de mercadorias populares, conhecidas como "de 1,99″. Não deu certo. Teve logo de fechar as portas.

Caminharia para a obscuridade se vivesse num país politicamente sério. Porém, para sorte dela, nasceu no Brasil. E depois de tantos fracassos acabou premiada:virou ministra de Minas e Energia.Lula disse que ficou impressionado porque numa reunião ela compareceu munida de um laptop. Ainda mais: apresentou um enorme volume de dados que, apesar de incompreensíveis, impressionaram favoravelmente o presidente eleito.

Foi nesse cenário, digno de O Homem que Sabia Javanês, que Dilma passou pouco mais de dois anos no Ministério de Minas e Energia. Deixou como marca um absoluto vazio. Nada fez digno de registro. Mas novamente foi promovida. Chegou à chefia da Casa Civil após a queda de José Dirceu, abatido pelo escândalo do mensalão. Cabe novamente a pergunta: por quê? Para o projeto continuísta do PT a figura anódina de Dilma Rousseff caiu como uma luva. Mesmo não deixando em um quinquênio uma marca administrativa um projeto, uma ideia, foi alçada a sucessora de Lula.

Nesse momento, quando foi definida como a futura ocupante da cadeira presidencial, é que foi desenhado o figurino de gestora eficiente, de profunda conhecedora de economia e do Brasil, de uma técnica exemplar,durona,implacável e desinteressada de política.Como deveria ser uma presidente a primeira no imaginário popular.

Deve ser reconhecido que os petistas são eficientes. A tarefa foi dura, muito dura.Dilma passou por uma cirurgia plástica, considerada essencial para, como disseram à época, dar um ar mais sereno e simpático à então candidata. Foi transformada em "mãe do PAC". Acompanhou Lula por todo o País. Para ela e só para ela a campanha eleitoral começou em 2008. Cada ato do governo foi motivo para um evento público, sempre transformado em comício e com ampla cobertura da imprensa. Seu criador foi apresentando homeopaticamente as qualidades da criatura ao eleitorado.Mas a enorme dificuldade de comunicação de Dilma acabou obrigando o criador a ser o seu tradutor, falando em nome dela e violando abertamente a legislação eleitoral.

Com base numa ampla aliança eleitoral e no uso descarado da máquina governamental, venceu a eleição. Foi recebida com enorme boa vontade pela imprensa. A fábula da gestora eficiente, da administradora cuidadosa e da chefe implacável durante meses foi sendo repetida. Seu figurino recebeu o reforço, mais que necessário, de combatente da corrupção.Também,pudera: não há na História republicana nenhum caso de um presidente que em dois anos de mandato tenha sido obrigado a demitir tantos ministros acusados de atos lesivos ao interesse público.

Como esgotamento do modelo de desenvolvimento criado no final do século 20 e um quadro econômico internacional extremamente complexo,a presidente teve de começar a viver no mundo real. E aí a figuração começou a mostrar suas fraquezas. O crescimento do produto interno bruto (PIB) de 7,5% de 2010, que foi um componente importante para a vitória eleitoral, logo não passou de uma recordação. Independentemente da ilusão do índice (em 2009 o crescimento foi negativo: -0,7%), apesar de todos os artifícios utilizados,em 2011 o crescimento foi de apenas 2,7%. 

Mas para piorar, tudo indica que em 2012 não tenha passado de 1%. Foi o pior biênio dos tempos contemporâneos, só ficando à frente,na América do Sul,do Paraguai. A desindustrialização aprofundou-se de tal forma que em 2012 o setor cresceu negativamente: -2,1%. O saldo da balança comercial caiu 35% em relação à 2011, o pior desempenho dos últimos dez anos, e em janeiro deste ano teve o maior saldo negativo em 24 anos. A inflação dá claros sinais de que está fugindo do controle.  
E a dívida pública federal disparou: chegou a R$ 2 trilhões.

As promessas eleitorais de 2010 nunca se materializaram.Os milhares de creches desmancharam-se no ar. O programa habitacional ficou notabilizado por acusações de corrupção. As obras de infraestrutura estão atrasadas e superfaturadas. Os bancos e empresas estatais transformaram-se em meros instrumentos políticos a Petrobrás é a mais afetada pelo desvario dilmista.

Não há contabilidade criativa suficiente para esconder o óbvio: o governo Dilma Rousseff é um fracasso.E pusilânime: abre o baú e recoloca velhas propostas como novos instrumentos de política econômica. É uma confissão de que não consegue pensar com originalidade. Nesse ritmo, logo veremos o ministro Guido Mantega anunciar uma grande novidade para combater o aumento dos preços dos alimentos: a criação da Sunab.

Ah, o Brasil ainda vai cumprir seu ideal: ser uma grande Bruzundanga. Lá, na cruel ironia de Lima Barreto, a Constituição estabelecia que o presidente "devia unicamente saber ler e escrever; que nunca tivesse mostrado ou procurado mostrar que tinha alguma inteligência; que não tivesse vontade própria; que fosse, enfim, de uma mediocridade total".

Marco Antonio Villa é Cientista Político – Originalmente publicado no jornal O Estado de SP - em 13 de Fevereiro de 2013.

sábado, 12 de abril de 2014

Jorge Gerdau e Antonio Ermírio. Modelos para grandes Empresas Sociais.



No Brasil, a implicância com empresários nascidos nas classes burguesas é antiga. Este preconceito já vem desde o Império.

Apoiamos desde aquelas épocas empresários e empresas estrangeiras, mas não valorizamos nem apoiamos nossos empreendedores, salvo aqueles que se “encostam” nas benesses da Corte, isto é, nos cofres do Tesouro Nacional, onde posteriormente eles privatizam o lucro e socializam o prejuízo, de comum acordo com os mandatários de plantão, sejam estes antigos aristocratas da cana de açúcar ou do café - que transferiram seus feudos das terras para dentro do serviço público – ou dos novos ricos provenientes do sindicalismo pelego.

Gerdau e Antonio Ermírio e bem antes deles Irineu Evangelista de Souza, “Mauá”, são exemplos de que também no Brasil tivemos e temos empresários à nível das maiores empresas do planeta. A diferença consiste que lá eles servem de exemplo e são respeitados, e aqui, execrados. Aqui, bom “empresário” é aquele que põe uma grande estatal à beira da falência. No Brasil atual, ensino fundamental mais supletivo de segundo grau em sindicalismo dá direito, no mínimo, à gerencia de empresa estatal.

Este preconceito dos indolentes contra quem consegue desenvolver seus negócios, não obstante ter que lutar contra governos, sindicatos, justiça trabalhista e bancos, faz com que o país esteja sendo literalmente comprado pelas multinacionais, que tendo dinheiro barato do exterior para suportar as crises forjadas por nossos maus políticos, lhes permite atravessá-las.

Grandes empresas podem e devem ser nacionais, desde que abandonemos este sistema político que nunca deu certo, que só funcionou para quem dele se aproveitou de forma desonesta.

Com a implantação de empresas sociais, dentro do contexto de Capitalismo Social, as empresas que exigirem investimentos além da capacidade da iniciativa privada nacional, deverão ter a participação de dinheiro público para seu florescimento. Bem entendido: de dinheiro público, dinheiro dos impostos, mas não dos políticos, e muito menos de administradores por eles indicados.

É aí que aparece a necessidade de homens do padrão de “Mauá”, Gerdau e Antonio Ermírio. Empresas se desenvolvem com bons administradores e não com analfabetos indicados por espertalhões.


http://capitalismo-social.blogspot.com.br/2013/07/grandes-empreendimentos-podem-sim-ser.html

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Senador que busca vaga no TCU é alvo de seis inquéritos no STF


por Catarine Piccioni

Por 25 votos a 24, e duas abstenções, o Senado rejeitou no final da tarde desta terça-feira (8) requerimento de urgência para apreciação da indicação do senador Gim Argello (PTB-DF) para o cargo vitalício de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), em substituição a Valmir Campelo, que pediu aposentadoria. A urgência chegou a ser aprovada simbolicamente, mas houve pedido de verificação de quórum. Vários senadores solicitaram que a indicação siga o rito regular, o que levará Gim a ser sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Com isso, não há previsão de quando o Senado voltará a discutir a indicação de um novo ministro para o TCU.

Conforme levantamento do Congresso em Foco, o petebista é alvo de seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes como apropriação indébita, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva e ativa e crimes eleitorais e da lei de licitações. Responsável pela articulação política a favor de Gim, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), observou que a dispensa da sabatina em comissão já foi feita em outras indicações para o TCU.

O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) argumentou que a sabatina por comissão temática só é exigida para indicados pela presidência da República. A indicação de Gim é do Senado. A Constituição prevê que, dos nove ministros do TCU, três são indicados pela presidência da República e seis pelo Congresso (Senado e Câmara).

Na votação simbólica, PSDB, PSB, PDT, DEM e Psol votaram contra a urgência. PMDB, PT, PP e o bloco União e Força (composto por PTB, PSC, PR e PRB) se manifestaram a favor do requerimento que permitiria rápida análise da indicação.

Como mostrou o Congresso em Foco, a indicação de Gim é questionada pelas associações nacionais de auditores de controle externo (ANTC) e do Ministério Público de Contas (Ampcom). De acordo com as entidades, o parlamentar não tem idoneidade moral e reputação ilibada, como exige a Constituição, para exercer a função de fiscalizar e julgar as contas da administração federal, por causa dos inquéritos a que responde.

Para ser aprovada, a indicação de Gim Argello terá de passar, por maioria simples, pelos plenários da Câmara e do Senado, em votação secreta. Questionada pelo site sobre as investigações, a assessoria do senador ressaltou que ele não tem nenhuma condenação na Justiça.

No Senado, Gim, ligado à presidenta Dilma Rousseff, é governista. Mas, no Distrito Federal, ele é aliado dos ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda (PR-DF), adversários históricos do PT. Gim fechou acordo para ser candidato à reeleição na chapa ao governo formada por Arruda e pela deputada distrital Liliane Roriz (PRTB), filha de Joaquim Roriz, em oposição ao petista Agnelo Queiroz, atual governador do DF.

A ida de Gim para o tribunal conta com o apoio do Planalto e faz parte de um acordo firmado entre o governo e o PTB para acomodar o partido na reforma ministerial. Valmir Campelo, que está de saída do TCU, deve assumir uma das vice-presidências do Banco do Brasil na cota do partido.

Congresso em Foco - 08/04/2014 - 18:21

Comentário:  hoje é esse tal de Gim Argello; amanhã será outro desses lacaios, leais aos seus chefes, indicados para encobrir suas falcatruas. Vejam que estão envolvidos na indicação todos os setores interessados na continuação da impunidade:  Câmara, Senado e Presidência da República.

Todos esses setores querem indicar pessoas do mesmo estofo moral, pois senão, como que seus “malfeitos” passarão pelo crivo do Tribunal ?
Ou seja, não adianta discutir outro nome, que provavelmente, em vez de responder à 6 inquéritos, tenha, por exemplo, “apenas” 4.

O que está errado é o método de escolha dos membros dos TCU, assim como dos Ministros do STF, assim como dos candidatos à cargos eletivos.
Quem é escolhido se compromete, pois do contrário, obviamente, não seria indicado. Isto com raríssimas exceções, cada vez mais raras.

Tem gente como Sarney, Renan Calheiros, Moreira Franco, p.e., que se “amoldam” à qualquer governo, pois onde há “malfeitos”, eles estão à disposição para praticá-los ou encobri-los. Se não fossem IMPOSTOS por seus respectivos partidos, não estariam ostentando a posição que ocupam. Já teriam sido varridos da vida pública.

É isto que temos que debater: a mudança de paradigma, pois no sistema atual, serão os Gim Argello que ocuparão os cargos disponíveis.


terça-feira, 8 de abril de 2014

STF – Escritório de Advocacia do PT



PALÁCIO DA justiça
-  STF  -
Escritório de Advocacia do PT

Há muitos anos condeno a maneira de escolher os Ministros do Supremo e mesmo os Desembargadores. A interferência direta do chefe do Poder Executivo nesta indicação é antidemocrática, lesiva ao bem comum e à justiça de direito. Esse modelo era para ter acabado com a Revolução Francesa, pelo menos em países que almejavam uma República Democrática.

Na Monarquia Absolutista o Rei legislava, executava e julgava. Com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, e da Revolução, que tinha por finalidade mudar esse sistema arcaico e retrogado, o poder deveria ter sido dividido em três: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.
Com a atitude de Napoleão em não se contentar como Cônsul todo poderoso, coroando-se Imperador com o beneplácito do Papa da ocasião, o que se viu foi a criação de três departamentos sob o controle do Rei: o de  Legislação, o de Execução e o de Julgamento, onde o novo mandante em vez de tratar diretamente dos assuntos, indicava seus prepostos para tais tarefas. Mesmo indiretamente, era sua vontade que prevalecia.

Esse grave desvio das finalidades originais da Revolução Francesa, no Brasil permanece até hoje; desde quando D.Pedro I declarou nossa independência, autoproclamando-se Imperador nos moldes napoleônicos, e depois na nossa proclamada “república”, 1889, manteve-se essa “meia-sola” engana trouxa.

Até 2003, quando do ingresso dos pseudo-representantes dos trabalhadores na Corte, os sindicalistas pelegos, apenas os descendentes da aristocracia luso-brasileira e a burguesia formada depois de 1808, tinham tido a oportunidade de nomear seus vassalos para os cargos maiores do “Departamento” Judiciário, pseudo Poder autônomo.
De 2003 para cá, estas nomeações couberam ao chefe do último grupo à participar das regalias da Corte. Interessantemente, até então, ninguém dos antigos membros reclamava desta arbitrariedade. Agora, parece que o céu desabou sobre as cabeças dos indignados cortesãos.

O que o lullismo está fazendo agora era esperado. O STF estará tomado pelos advogados do PT no máximo em 3 anos e os malfeitos dos membros do seu partido terão “julgamentos” diferenciados, onde o mensalão foi só o início. Porém, em nada diferente do que acontecia antes com os outros.

Ressalte-se:  tudo está sendo feito de acordo com a Lei vigente. Não há golpe, como na Venezuela, nestas nomeações.

Portanto, quando vamos aprender a pensar o país como um todo e não dividido em classes sociais como até agora, se digladiando entre si pela chave do cofre do Tesouro Nacional, que é afinal o único motivo dessas “eleições”?
Sempre estará em tempo, dentro da legalidade, de analisarmos um novo Contrato Social para o país e votá-lo democraticamente. Logicamente terá que ser debatido longe do Congresso Lamaçal, cujos membros preferem se submeter “democraticamente” aos novos mandantes, sejam eles quem forem, fazendo parte da sua base enlameada, do que perder seus privilégios, que não são poucos. Que o digam os felizes donos de bancos nos paraísos fiscais.


http://capitalismo-social.blogspot.com.br/2012/08/501-capsoc-monarquia-republicana.html


“Os Três Poderes da República Democrática
1. Poder Constituinte.  Poder máximo, mas de atuação temporária e pré-estabelecida. Novas eleições dos seus membros à cada 5 anos, um ano antes das eleições para o Poder Parlecutivo.
2. Poder Parlecutivo.  Fusão do Poder Executivo com o Poder Legislativo. O novo Poder, dentro desta nova ótica, legisla e executa.
3. Poder Judiciário.  Não trato do Poder Judiciário nesta proposta. Apenas, tem que se enquadrar no novo espírito, começando pela seleção dos membros do STF, que deixa de ser prerrogativa do Presidente da República. “



domingo, 6 de abril de 2014

Proibição de financiamento de campanha por parte de empresas


Atitude correta por motivos errados. Senão vejamos. A única possibilidade de derrotar o lulismo nas eleições presidenciais que se aproximam, é as oposições se unirem em torno de um nome e disporem de dinheiro suficiente para bancar com sobras toda campanha. Se isto for proibido, assistiremos a vitória do lulismo por muitos e muitos anos.

Na Argentina o fenômeno Peron obrigou todas pessoas que queiram ser Presidente da República, à disputarem a eleição pelo peronismo. Fora do peronismo, só se aparecer algum novo fenômeno eleitoral.

No Brasil, ironia das ironias, os governos militares acabaram com as carreiras políticas de Juscelino, Lacerda, Brizola e alguns outros menos votados, e criaram (Golbery) o personagem Lula, então sindicalista e completamente sem escrúpulos. Quem diria que o “novededos” precocemente aposentado por “invalidez” chegaria onde chegou. Parabéns para o Gal.Golbery que viu nele alguém para se interpor entre Brizola e o Poder.

Enquanto se proíbe as empresas privadas de financiar alguém para enfrentar Lula - ele ou o poste que ele indicar, tanto faz -, ele dispunha, dispõe e disporá de todo dinheiro que precisar para incrementar seu candidato e não apenas na época permitida para a campanha eleitoral, e sim em todos anos anteriores, com a explícita complacência da “Justiça Eleitoral”.

Senão, vejamos. Em 2002 FHC gastou, e o termo gastar está correto, R$ 250 milhões em propaganda do seu governo para tentar eleger seu substituto. Não conseguiu.
Só em 2008 Lulla gastou R$ 5.200 milhões em auto-promoção. Não tenho os números ano à ano desde 2003, mas depois disto não mais baixou de R$ 5 bilhões ano. Bilhões/ano !!!

Utilizando como pano de fundo a Petrobras, o Banco do Brasil, a C.E.F., o bolsa-família, o “Mais Médicos”, o PAC, o “Minha Casa Minha Vida”, apenas com a bandeira do Brasil em vez da bandeira do PT, mas com uma mensagem publicitária CLARÍSSIMA, e proibindo as empresas que estão fora das benesses do Poder, a maioria, de financiar um candidato oposicionista, as chances democráticas de alternância de Poder são nulas.

À considerar ainda, que esta manutenção do Poder deu ao PT o domínio do Poder Judiciário, começando pelo STF (escritório de advocacia do PT) onde Lulla já indicou 8 dos 11 Ministros e nos próximos 2 anos indicará mais 2, temos que todos “malfeitos” dessa quadrilha passarão incólumes.

E, não esquecendo que o Poder Legislativo (Congresso Nacional) não passa de um balcão de negócios, lugar indicado para a compra de consciências, temos então o quadro da nossa “democracia” bem à vista.

Quanto ao modelo econômico em andamento no Brasil é aquele que Mussolini criou na Itália nos anos 20 do século passado. Fascismo. Basta analisar.

E tudo isto está acontecendo pela via democrática, dentro das regras do nosso sistema político.

A Oligarquia Financeira Internacional penhoradamente agradece, assim como também agradecem os bancos dos paraísos fiscais, onde se acumula o dinheiro ROUBADO dos cofres públicos pelo PT e sua base enlameada; não esquecendo que aí se encontra o maior partido brasileiro, o partido da boquinha, o PMDB. Os bancos nos paraísos fiscais agradecem também ao dinheiro vindo dos políticos e seus financiadores  dos 27 Estados e dos 5.565 municípios.

Enquanto isso a mídia e os “entendidos” discutem diariamente a formação de mais partidos políticos. Nos EUA são os lobbies legalizados que procuram fatias do orçamento para seus interesses. Aqui são os partidos políticos, seus donos e seus cúmplices - candidatos eleitos e financiadores - que procuram se locupletar impunemente. E conseguem !!!

E o povo ? Como sempre só serve de bandeira para a época das eleições. Eleitos seus “dignos representantes”, ele povo volta para seu lugar de costume: abaixo do último degrau da dignidade: R$ 724,00 por um mês de trabalho e se conseguir R$ 1.243,00, pode se vangloriar de ter passado à classe média. E do ele compra para sobreviver, 38% retorna aos governos para manterem a farra e a roubalheira.


“4. Recursos financeiros
Todos candidatos com chances iguais.
1. É proibida alocação de recursos por parte do candidato.
2. É proibida alocação de recursos por parte de pessoas físicas e jurídicas.
3. Eleições municipais: recursos das Prefeituras.
4. Eleições regionais: recursos dos Estados.
5. Eleições estaduais: recursos dos Estados.
6. Eleições nacionais: recursos Federais.

5. Exposição na mídia
Todos candidatos com o mesmo tempo e espaço.

6. Cabos eleitorais
1. Todos candidatos devem ter chances iguais.
2. Cabos eleitorais não podem fazer campanha pública isoladamente, apenas em companhia do candidato.
3. Uma vez definida quantas pessoas podem compor o staff de um candidato  por tipo de candidatura, essas pessoas serão registradas para a campanha e serão admitidas, caso eleito, no serviço público com tarefas definidas. Logo, devem estar preparadas.

7. Eleito
1. Tem imunidade para expressar suas opiniões, defender seus pontos de vistas e ter respeitados seus atos administrativos, praticados dentro da Lei vigente;  opiniões e pontos de vistas esses, já expressos quando da Prova de Qualificação, documento dos mais importantes.
2. Não mais dependerá de autorização dos seus pares para ser instaurado  processo de cassação.
3. Não será mais julgado por seus pares.
4. Fica imediatamente afastado do cargo se for indiciado pelo Ministério Público.
5. Se for indiciado por crime eleitoral, serão julgados pela Justiça Eleitoral.
6. Se for indiciado por crime comum, serão julgados pela Justiça Comum.
7. Não tem foro privilegiado.”



quinta-feira, 3 de abril de 2014

Agências de Emprego TOP de linha: partidos políticos e sindicatos.


por Martim  Berto Fuchs

Pelo menos há 12 anos, os melhores empregos no Brasil são, pela ordem:
1.Cargos eletivos.
2.Sindicalista.
3.Cabo eleitoral.

Procedimentos:

1. Cargos eletivos
a. Filie-se a um partido político. Como a onda agora são os partidos de esquerda, mesmo que
você seja fã incondicional dos Republicanos dos EUA, escolha qualquer uma dessas
organizações que pululam por aí. Em qualquer uma você terá sua chance.
Depende mais de você mesmo.
b. Risque do seu dicionário a palavra escrúpulos.
c. Seja leal com seus companheiros até o momento que isto atrapalhar sua ascensão dentro da
organização.
d. Faça o mais rapidamente possível dois cursos: um, de arte dramática e outro de oratória.
e. Comece desde já procurar financiadores de campanha. É fácil, basta ser desonesto. Quanto
mais desonesto, mais financiadores você conseguirá. Não é difícil, pois a própria
“Justiça Eleitoral” estimula a maracutaia. Por exemplo: um vereador, em média, ganha um salário 
de 400.000,00 durante os 4 anos que dura seu contrato de “trabalho” e lhe é permitido definir 
seus gastos na campanha em até 400.000,00 .
E, o que você gastar além disso, ninguém quer saber; só se você for muito ingênuo e se deixar
apanhar. Bem, aí, você não será um bom político e eles te entregam às feras.
f. À partir daí, os donos dos partidos e os financiadores, se confiarem em ti, te mostrarão os
caminhos das pedras. Fique tranqüilo. Eles querem o retorno dos seus investimentos.
g. Se por muito azar te pegarem com a “mão na massa”: 1. negue sempre 2. Repita sempre:
“não sei de nada”, mesmo que eles tenham um vídeo com som e imagem inquestionáveis. Em 
última análise, lá no STF eles limpam sua barra, não se preocupe.
h. Honre seus compromissos, distribuindo corretamente o dinheiro ROUBADO dos cofres
públicos. Creia, você se tornará um homem rico.

2. Sindicalista
a. Procure emprego em cidade grande, onde tenha sindicatos fortes.
b. Mesmo tendo recursos, procure moradia numa favela.
b. Empregue-se numa indústria, quanto maior melhor, o cargo não importa.
c. Filie-se à um sindicato filiado à uma grande Central Sindical, CUT de preferência.
d. Se já tem o primeiro grau, faça um supletivo do segundo grau  para sindicalista.
e. Agora filie-se no partido político que te indicarem.
f. Enquanto se prepara para ser sindicalista de carteirinha, vá treinando para o futuro junto com
os “rolezinhos”.
g. Não perca passeatas de protesto. Se forem pacíficas, arrume uma máscara de “black bosta” e
participe ativamente dos quebra-quebras. Se for flagrado por uma câmara de TV, melhor ainda.
h. Após a conclusão do supletivo, procure de todas as formas participar da Diretoria do sindicato.
Se conseguir ...
i. Você está apto para ser Gerente de uma Estatal qualquer. O salário não é dos piores; no
mínimo é o dobro do que é pago em uma empresa privada e você não precisa responder para
ninguém quanto à desempenho, produtividade e outras “esquisitices” do capitalismo.
Fica frio. Empresa Estatal existe para diminuir o índice de desemprego nas estatísticas oficiais e
acomodar amigos que trabalhem pela “causa”; e vender abaixo do custo para o pooooooooovo.
O rombo sistemático nas finanças é coberto com o dinheiro dos impostos sobre leite, remédios
e artigos de primeira necessidade. Todos “colaboram” com o teu “desempenho” na gerencia da
estatal.

3. Cabo eleitoral
Na pior das hipóteses, contente-se nesta função em tempo integral enquanto não surgir coisa
melhor. Você terá um bom salário, pagamento garantido, mesmo que a economia vá pro
“beleléu”.
Podem falir 1000 empresas privadas, mas o departamento fictício onde você está encostado
não fechará, nem que a “vaca tussa”, principalmente se for um Ministério. E se você conseguir
permanecer por muitos anos neste cargo, poderá chegar a Ministro, ou pelo menos à
Secretário Geral. Quanto mais servil você for e principalmente “leal”, não denunciando jamais
as falcatruas, maiores suas chances, principalmente se for conivente com quem manda.

As Agências de Emprego TOP de linha, pela ordem:

1º  PT
2º  Qualquer um dos partidos de esquerda.
3º  CUT e seus filiados
4º  PMDB
5º  PSDB.





terça-feira, 1 de abril de 2014

Livros Especiais - 12. “Assassinato de Reputações–Um crime de Estado” – Romeu Tuma Junior.


01. “Teoria da Organização Humana”  - Antonio Rubbo Müller.
02. “A verdadeira história do Clube de Bilderberg” - Daniel Estulin.
03. “O Comitê dos 300”, que revela as entranhas do Clube Bilderberg - Dr. John Coleman.
04. “O Instituto Tavistock de Relações Humanas - Conformando o Declínio Moral, Espiritual, Político e Econômico dos Estados Unidos da América”- Dr. John Coleman.
05. “O Instituto Tavistock” - Daniel Estulin.
06. “ILLUMINATI” - Paul H. Kochs.
07. “História Secreta do Brasil” - Gustavo Barroso.
08. “Os judeus, o dinheiro e o mundo”- Jacques Attali.
09. “Mauá – Empresário do Império” - Jorge Caldeira.
10. “História Social e Econômica da Idade Média” - Henri Pirenne.
11. “Carlos Lacerda - Depoimento”.
12. “Assassinato de Reputações–Um crime de Estado” – Romeu Tuma Junior.

13. “A Viagem em Busca da Linguagem Perdida”  -  Gustavo Korte.
14. “Um Estudo da História” - Arnold J. Toynbee.
15. “História da Civilização” - Oliveira Lima.
16. “O Dinheiro do Mundo” - Jefrei Teodofit.
17. “Uma História da República” - Lincoln de Abreu Penna.
18. “CHINA – A corrida para o mercado” - Jonathan Story.
19. “Ascensão e Decadência da Burguesia” - Emmet John Hughes.
20. “Manifesto Comunista” -  Karl Marx.
21. “Crítica ao Programa de Gotha” - Karl Marx.
22. “O Louco e o Proletário”  -  Emmanuel Todd.
23. “Depois do Império”  -  Emmanuel Todd.
24. “O Positivismo” - Augusto Comte.

25. “História Eclesiástica” - Abade Fleury
26. “Holocausto Brasileiro” - Daniela Arber.
27. “Inquisição – O reinado do medo” - Toby Green.
28. “A Vida de Mahomét” – Émile Dermenghem.
29. “The Black Pope” (O Papa Negro) - M. F. Cusack.
30. “As Deusas, as Bruxas e a Igreja” - Maria Nazareth Alvim de Barros.
31. “A Armada do Papa” - Os segredos e o poder das novas seitas da igreja católica.  -  Gordon Urquhart .
32. “O Testemunho de São João”  -  J.J.Benitez

33. "O Sublime Peregrino"  -  Ramatis  - psicografado por Hercílio Maes.
34. “Reencarnação” - Annie Besant.
35. “Reencarnação: o elo perdido do cristianismo” - Elizabeth C.Prophet & Erin L.Prophet.
36. “Casos sobre reencarnação – 4 volumes“ - Ian Pretyman Stevenson.
37. "A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência" - José Reis Chaves - 6ª Edição – 2001.
38. “Recordando Vidas Passadas” - Dra. Helen Wanbach. (+ de 1.000 regressões em pacientes)
39. “Espíritos entre nós” - James Van Praagh.
40. “Nos Céus da Grécia” - James Van Praagh.
41. “A Vida Além da Sepultura” - Ramatis.
42. “A Vida no Outro Lado”  -  Sylvia Browne.
43. “A Noite de São Bartolomeu” - J.W.Rochester/WeraKrijanowsky.
44. “O Faraó Mernephtah” – ditado pelo Conde J.W.Rochester, psicografado por WeraKrijanowsky
45. "A História de Joana d'Arc", ditada por ela mesmo - psicografia de Ermance Dufaux
46. “O Universo dos Espíritos” - D.Hemmert & A.Rondéne.
47. “Psicoterapia Reencarnacionista” -  Mauro Kwito.
48. “Muitas Vidas muitos Mestres”  - Brian L.Weiss.
49. “Uma Prova do Céu – A jornada de um neurocirurgião à vida após a morte”  -  Dr. Eben Alexander III
50. “A Roda da Vida” - Elizabeth Kübler-Ross.
51. “Medicina Vibracional” - Dr. Richard Gerber.
52. “Mãos de Luz” - Bárbara Ann Brennan.
53. “Reiki” - Pe. MikaoUsui.

54. “Espaço-tempo e além” - Bob Toben e Fred Alan Wolf.
55. “Quem Somos Nós ?” - William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente.
56. “O Universo Holográfico” – Michael Talbot.
57. “A Experiência da Intenção” - Lynne Mc Taggart.
58. “2012 – A Era de Ouro” - Carlos Torres & Sueli Zanquim.
59. “2012 – A História”  -  John Major Jenkins
60. "A física da alma"  -  Amit Goswami
61. "A Dinastia de Jesus"  -  James D.Tabor.

62. “O Livro dos Espíritos”   -  Allan Kardec
63. “O Livro dos Médiuns”  -  Allan Kardec
64. “Viagem Espiritual” - psicografado por Wagner Borges. Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas.
65. “Viagens fora do Corpo” – Robert A. Monroe.
66. “Viagens além do Universo” – Robert A. Monroe.
67. “A Última Jornada” - Robert A. Monroe.
68. “O Poder da Comunicação” - Joel Lewey e Michelle Lewey.
69. “Sadhana: o Caminho Interior” -Sathya Sai Baba, tradução assinada pelo Professor Hermógenes.
70. “Autobiografia de um IOGUE” - ParamahansaYogananda.
71. “Apometria – “Espírito/Matéria: Novos Horizontes para a Medicina" - Dr. José Lacerda de Azevedo.
72. “Apometria” - Holus Editora -J.S.Godinho.


“A maior de todas ignorâncias é rejeitar uma coisa sobre a qual você nada sabe”  -  H. Jackson Brown.


“Depois dos 40, ninguém gosta de reformar os seus conhecimentos, porque os velhos erros são mais cômodos do que as novas verdades”  -  Fritz Kahn.