segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Fendas abertas na Constituição do Brasil

Laércio Laurelli

Será o que Brasil é um país desorganizado por culpa do povo ou dos políticos? Vejamos: diversos tipos de impostos você paga por mês. Quando os políticos assumem o poder seja lá qual for a estratégia utilizada, passam a usufruir de grande soma de dinheiro. Pode-se então, qualificá-los de “facção”.

O dinheiro que sobra do primeiro desconto do seu salário, você vai adquirir para sua sobrevivência, produtos e serviços. Esse é o momento do “descarte”, já que nesses produtos e serviços estão embutidos cerca de 50% de impostos. Daí, você se dá conta que grande parte do que lhe pertence, fruto de seu trabalho, sobrou muito pouco, ou seja, tomaram de você.

Suponhamos que você concorde com isso, então, você teria que ter um retorno no tocante à saúde, ensino, segurança, aposentadoria gratuita,etc.
Aí, você se dá conta que para obter aquilo que é obrigação do Estado, você tem que pagar tudo de novo: escola, plano de saúde, seguro contra roubo do seu carro, pedágio, previdência e por aí vai.

A indignação vai consumir sua tolerância quando chega a você a informação que em outros países sérios, você teria todos estes serviços de graça, ou seja, você ficaria com a maior parte do que produziu honestamente e o governo com a menor.

Dessa maneira, significa que você e outros milhões de pessoas entregam ao Estado a maior parte do dinheiro que conseguiram conquistar com seu trabalho. E, como você tem acesso à comunicação, toma conhecimento que a maior parte do dinheiro arrecadado pelo Estado passa pelo esgoto da corrupção, do desperdício, dos privilégios, dos cartões corporativos.

E, além de tudo isso, eles ainda têm a coragem de impingir ao povo mais arrecadação de impostos, tal como a excrescência da cpmf. E o que mais insulta é ver que o governo comunista-terrorista implantado no poder, investe na produção de bandidos que assaltam, matam e o estado sonega as informações verdadeiras sobre a violência.

Finalmente, você passa a entender que a tal “facção” criminosa é aquela que governa o País.

Sou brasileiro como você e tenho o privilégio de ter alcançado na minha vida profissional o destaque e o respeito do poder judiciário. Por este motivo ouso afirmar que a confiabilidade na quarta instância do Poder Judiciário, atualmente, deixa muito a desejar.

A aparência, faz crer, face a predominância dos “infiltrados” manejarem o estímulo  de abrir uma fenda na carta magna deste país, com a evidência indiscutível de prover julgamentos nefastos, a manter assim, ereta a permanência  da “dama do planalto”, sobrepondo-se às verdades sublimes, os demais direitos e garantias sociais e, aos honrados ministros integrantes da corte suprema, seus pares,  mais antigos, que sustentam em suas mãos a árdua tarefa de manter a  consciência do Estado de Direito democrático do Brasil.  

Laercio Laurelli
Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo – Professor de Direito Penal e Processo Penal – Jurista – articulista – Idealizador, diretor e apresentador do programa de T.V. “Direito e Justiça em Foco”.

Alerta Total – www.alertatotal.net



4 - Escolas como empresas sociais

Martim Berto Fuchs

Em Capitalismo Social proponho que as escolas, em todos os graus, sejam administradas pela iniciativa privada, sendo que as atuais escolas públicas, nos 3 graus, sejam transformadas em empresas sociais e tenham do seu corpo docente e funcionários atuais os sócios majoritários das mesmas.
Critico a situação e atuação das escolas públicas, sem esquecer que as escolas privadas também são passíveis de críticas. A fiscalização sobre as mesmas simplesmente não existe, o que seria obrigação do poder público através do Ministério e das Secretarias Estaduais e Municipais. Mas o setor público brasileiro, não apenas no setor da Educação, perdeu completamente a ética, a moral, e o senso de  realidade.

Hoje, infelizmente, muitas escolas privadas são constituídas e autorizadas a funcionar sem os mínimos requisitos para um ensino de qualidade. São apenas um negócio, sem outro desiderato que não seja o lucro. No entanto, é do setor público a obrigação de corrigir esses desvios. Ao menos isto ele deveria fazer.

Nas escolas públicas de todos os graus a situação é mais complicada. Quem vai fiscalizar as escolas públicas ? As Secretarias abarrotadas de cabos eleitorais ? Tenho até medo de reclamar, pois podem criar mais um Comitê de Fiscalização para fiscalizar os fiscais, o que ensejaria a oportunidade de contratar mais alguns milhares de “companheiros” ainda não contemplados. Sem contar da existência do famigerado E.C.A., que discricionariamente instituiu direitos, e solertemente esqueceu deveres.

Começando pelo principal problema que sempre afetou o Brasil - o empreguismo no setor público -, este mesmo fator, que é sinônimo de corrupção, em grande parte determina o fracasso do ensino no Brasil, cuja triste conseqüência podemos ver no gráfico acima.

De todos Ministérios, Secretarias e departamentos que constituem o organograma funcional do setor público, está na Educação o maior número de parasitas pendurados nas suas diversas folhas de pagamento. Supera até os vergonhosos e criminosos números da Câmara Federal e do Senado.

Este é o fator principal - empreguismo é corrupção – que exclui uma grande parcela dos jovens de freqüentar a escola, pois a verba que deveria estar direcionada para bancar o estudo de quem não pode pagar, é criminosamente desviada para sustentar a grande família dos políticos: cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos.

Exemplos temos aos milhares, todos iguais e chocantes, por onde se examina. Universidades como a USP em São Paulo, seguidamente está encabeçando manchetes, não para receber elogios, mas para merecer as críticas dos articulistas. Como se alguma coisa positiva fosse acontecer em função dessas matérias, verdadeiras mas inócuas, pois apontam apenas as conseqüências de causas que são olimpicamente ignoradas pelos responsáveis.

COM A QUANTIDADE DE PESSOAS JÁ EXISTENTES NAS FOLHAS DE PAGAMENTO DO SETOR PÚBLICO ÍTEM EDUCAÇÃO, PODEMOS NO MÍNIMO DOBRAR  O NÚMERO DE ESCOLAS NO BRASIL, SEM QUE SE PRECISE CONTRATAR.

Sem dúvida, essas escolas públicas transformadas teriam que reciclar seus trabalhadores, pois hoje temos 70% da folha de pagamento na área administrativa, não obstante o advento da informática, e apenas 30% nas salas de aula, quando a proporção teria que estar invertida.

Além desta “metamorfose”, teriam que lidar com os salários fora da realidade que os marajás das escolas públicas conseguem.
Detalhe: menos os que estão nas salas de aula lecionando, a minoria, o que acaba sendo usado como motivo das greves marcadas anualmente e com bastante antecedência no calendário dos sindicatos pelegos, cuja principal tarefa é justamente essa: greve com baderna, para conseguir aumento para todos, aí incluído os inúteis, que são a maioria, e a socialização do país (tudo na mão do Estado e o Estado sendo eles).

Observação: se as escolas públicas transformadas em empresas sociais mantiverem sua atual folha de pagamento, seja em valores ou quantidade de pessoas, fecharão as portas antes de abrir.

Em Capitalismo Social, ao setor público na área de educação caberia exercer uma fiscalização rigorosa sobre todas escolas do país, em todos níveis, fiscalização que obviamente não estaria contaminada pelo empreguismo e pela conseqüente corrupção.

Quanto as mensalidades, alunos ou seus responsáveis pagariam o total, parte, ou não pagariam, na proporção direta das suas declarações de renda.

Não haveria os filhos dos ricos membros da nossa Corte estudando de graça, às custas dos contribuintes pobres, e nem haveria criança sem escola. E não estaríamos disputando a lanterna nas competições internacionais de conhecimento.

Terminariam as greves cíclicas e infalíveis, glória das gestões do sindicalismo pelego e que jamais abordaram o problema empreguismo, pois se esse fosse resolvido, terminariam as greves e a razão de ser dessas caricaturas de sindicatos.

O Brasil seria outro. E tudo isso é possível, pois não faltam verbas à disposição do setor Educação; falta vergonha na cara por parte dos seus “gestores”.




domingo, 28 de fevereiro de 2016

Alienígenas curam quatro crianças de câncer

Arquivo Confidencial

Eles estão aparecendo em quartos de hospital para pacientes agonizantes, tocando em suas testas e curando-os de câncer terminal !

Esse é o incrível relatório de 14 doutores altamente respeitados e membros do Pyrenees Hospital de Los Ninos em Andorra, Espanha.

Eles viram extraterrestres de 1.5 m de altura usar sua "magia" em quatro crianças doentes terminais no período de um mês. "Eu não pude acreditar em meus olhos", disse a enfermeira noturna Lupe Montoya que estava trabalhando no setor de oncologia do hospital das crianças durante a primeira visita alienígena.

"Eu estava preenchendo relatórios quando vi duas pequenas criaturas caminharem na minha direção. No princípio eu pensei que duas das crianças estavam fora de suas camas e assim eu me levantei para levá-las de volta para os seus quartos. Mas quando me aproximei vi eles não eram humanos. Tinham uma cor castanha, com cabeça e olhos amendoados grandes. Eles não pareciam com nada encontrado nesse planeta. Eu tive medo porque eles pareciam muito misteriosos. Mas ao mesmo tempo eu sentia um tipo de inteligência amorosa nesses estranhos olhos".

A enfermeira Montoya diz que as criaturas entraram no quarto de Juan Lopez, um menino de 7 anos, que esperava-se que morresse de leucemia dentro de uma semana. Ela alertou o guarda de segurança e chamou o Dr. Tomas Ruiz que estava cuidando de outro paciente.

"Quando caminhamos em direção ao pequeno Juan, seu quarto estava banhado de uma luz dourada brilhante", disse o Dr. Ruiz.

Os alienígenas estavam ao lado da cama. Parecia existir um laço místico entre eles e o menino. Um dos seres tocou a testa de Juan, com suavidade, com seu dedo longo e ele foi cercado imediatamente por uma luminosa aura. Quando os alienígenas deixaram o hospital, os doutores radiografaram e examinaram Juan. Ele estava completamente livre do câncer.

Desde aquela noite, Maria Munoz, 9 anos, Anita Pena, 8 anos e Hector Gomez, 9 anos, todos diagnosticados como doentes terminais, também foram curados pelas criaturas desconhecidas. Os 14 membros do staff do hospital viram os seres executar os milagres.

"Há um padrão para essas visitas", diz Dr. Ruiz. "Elas sempre acontecem ao redor 1h da manhã, os alienígenas sempre entram em pares e sempre curam com um toque na testa". Dr. Dego Garcia, famoso metafísico e pesquisador dos aparecimentos de alienígenas há mais de 30 anos, diz que há muito tempo as Montanhas dos Pirineus são conhecidas por sua grande atividade de OVNIs.



Regra Áurea das Dez Grandes Religiões do Mundo:

 
Cristianismo:
” Tudo quanto queres que os outros façam para ti, faze-o também para eles…”

Confucionismo:
” Não faças ao outros aquilo que não queres que eles te façam. ”

Budismo:
” De cinco maneiras um verdadeiro líder deve tratar seus amigos e dependentes: com generosidade, cortesia, benevolência, dando o que deles espera receber e sendo tão fiel quanto à sua própria palavra.”

Hinduísmo:
” Não faças aos outros aquilo que, se a ti fosse feito, causar-te-ia dor.”

Islamismo:
” Ninguém pode ser um crente até que ame o seu irmão como a si mesmo ”

Sikhismo:
” Julga aos outros como a ti mesmo julgas. Então participarás do Céu. ”

Jainismo:
” Na felicidade e na infelicidade, na alegria e na dor, precisamos olhar todas as criaturas assim como olhamos a nós mesmos. ”

Zoroastrismo:
” A Natureza só é amiga quando não fazemos aos outros nada que não seja bom para nós mesmos.”

Taoísmo:
” Considera o lucro do teu vizinho como teu próprio e o seu prejuízo como se também fosse teu. ”

Judaísmo:
” Não faças ao teu semelhante aquilo que para ti mesmo é doloroso. ”


Fonte:
Livro: O Evangelho a Luz do Cosmo
Editora do Conhecimento


sábado, 27 de fevereiro de 2016

Aniversário de 36 anos do PT



The End - by Marx, Lênin, Stalin and Gorbachev

Carlos I. S. Azambuja

Excedendo os crimes individuais, os massacres pontuais, circunstanciais, os regimes comunistas erigiram, para assegurar o Poder, o crime de massa como verdadeiro sistema de governo (”O Livro Negro do Comunismo”, diversos autores, editora Bertrand Brasil, 1999)

O socialismo real foi a maior fantasia do Século XX.

A falência do comunismo deveu-se a erro humano ou a deficiências inerentes à sua própria natureza? O registro da História assinala, consistentemente, que a última hipótese é a verdadeira.

Desde aquele dia de outubro de 1917, em que os bolcheviques tomaram o Poder na Rússia, ocorreram dezenas de tentativas, em todas as partes do mundo, de instalar sociedades baseadas nos princípios inventados por Marx e Engels. Moscou sempre as apoiou generosamente com dinheiro, armas e orientação. Praticamente todas fracassaram. Ao final, o chamado socialismo real faliu também na União Soviética, e hoje sobrevive, embora em processo de erosão, apenas na China, Coréia do Norte, Vietnã e Cuba.

Centenas de estudos publicados a partir de 1991 alinham uma variedade de explicações para esse evento dramático: estagnação da economia, derrota no Afeganistão, incapacidade de acompanhar a corrida armamentista, e outras. Sem dúvida, cada um desses fatores desempenhou seu papel, mas não teriam, por si só, derrubado um império poderoso se ele não fosse um organismo doente desde o seu nascimento.

O marxismo, fundamento teórico do comunismo, carregava em si as sementes de sua própria destruição, sementes atribuídas por Marx e Engels, incorretamente, ao capitalismo. A versão marxista de que a natureza humana é infinitamente maleável e, portanto, que uma combinação de coerção e educação poderia produzir seres isentos de qualquer consumismo e dispostos a se dissolveram na sociedade, demonstrou, na prática, ser errônea. Mesmo que as fortes pressões exercidas pelos regimes comunistas com esse fim fossem bem sucedidas, esse sucesso seria efêmero, pois como os domadores descobriram, os animais, depois de serem submetidos a um treinamento intensivo para realizar proezas, se ficarem algum tempo sem adestramento esquecerão o que aprenderam e voltarão ao seu comportamento instintivo. Além disso, como essas características não podem ser obtidas por hereditariedade, cada nova geração introduziria no mundo práticas e atitudes não-comunistas. Isso significa que, na verdade, o comunismo foi derrotado por sua incapacidade de remodelar a natureza humana.

Ora, isso fez com que os regimes comunistas recorressem à violência como um meio rotineiro de governar. Compelir as pessoas a abrirem mão do que possuem e a desistirem de seus interesses privados em prol do Estado todo-poderoso requer que os ditadores de plantão disponham de autoridade ilimitada. Foi isso que Lênin pretendeu quando definiu a “ditadura do proletariado” como o “poder que não é limitado por nada, por nenhuma lei, que não é coibido por nenhuma regra, que depende diretamente da coerção”.

Ao defender um regime que depende da coerção, Lênin supôs que ele seria temporário; que essa missão, depois de cumprida, o Estado coercitivo se atrofiaria. Ele ignorava, no entanto, que a abstração denominada “Estado” é composta de indivíduos que, independentemente de sua missão histórica cuidam também de seus interesses particulares. Apesar de, na “teoria científica” do marxismo-leninismo, o Estado atuar apenas sobre os proprietários dos meios de produção, sem ganhar nenhuma participação, os administradores desse Estado – os membros do Partido Comunista - logo se desenvolveram em uma nova classe: a nomenklatura, uma casta hereditária privilegiada sem competência e motivação para operar as transformações exigidas pela “doutrina”. E o partido, que tomou o Poder antecipando uma nova Era, desde o primeiro momento tornou-se um fim em si mesmo.

Observe-se que ao Estado não restou alternativa senão atender a essa nova classe, porque passou a depender dela para permanecer no Poder. Essa nova classe cresceu e desenvolveu-se rapidamente pela simples razão de que, na medida em que todos os aspectos da vida nacional passaram a ser controlados pelo Estado-patrão, passou a requerer uma enorme burocracia para administrá-lo. Essa burocracia, afinal, transformou-se no bode expiatório de todos os regimes comunistas, ainda que nenhum pudesse se virar sem ela.

Portanto o partido, para obter a igualdade de posses, teve que institucionalizar a desigualdade de direitos.

Na medida em que a propriedade é um conceito legal, cumprido pelos tribunais, isso significa que  o reconhecimento do Estado é limitado pela Lei. Todavia, a meta do comunismo – a abolição da propriedade – levou sempre, em todos os lugares, à abolição da liberdade e da legalidade representada por esses mesmos tribunais. Longe de libertar o homem da escravidão às coisas, como Marx e Engels erradamente imaginaram, a abolição da propriedade privada e a nacionalização dos meios de produção converteu o Estado em escravo dos seus governantes e, devido à escassez endêmica, tornou-o mais materialista do que nunca.

Todas essas deficiências inerentes à doutrina foram reconhecidas por muitos comunistas, levando-os a vários “revisionismos”. Para os crentes, entretanto, as falhas não comprovavam que a doutrina estava errada, mas sim que não havia sido aplicada com crueldade suficiente.

Duas razões podem ser alinhadas para explicar porque o comunismo fracassou e é uma doutrina falida: a primeira é que para a igualdade vigorar – seu principal objetivo – tornou-se necessário criar um aparelho coercitivo que demandou privilégios e, conseqüentemente, negou a igualdade; a segunda é que fidelidades territoriais e étnicas, quando em conflito com a fidelidade a uma classe, em todos os lugares e em qualquer época, venceram de forma esmagadora, dissolvendo o comunismo em nacionalismo.

Ainda nos anos 20, quando a tão propalada revolução mundial, esperada por Lênin, não ocorreu, o regime soviético se engessou e com o tempo se viu ameaçado por crescentes dificuldades internas, tais como a apatia e a passividade da população, que levaram a um crescente declínio da economia e do poder militar. Essas dificuldades só poderiam ser resolvidas com um relaxamento da autoridade. Mas o relaxamento da autoridade subverteria todo o sistema, que dependia de uma organização de comando estritamente centralizado.

Assim, quando Gorbachev começou a mexer no sistema, a partir de meados dos anos 80, desenvolveram-se fissuras que levaram ao seu rompimento. Isso significou que o comunismo não é passível de reformas. Quer dizer, é incapaz de se ajustar a circunstâncias mutáveis. A sua rigidez foi responsável por sua queda.

Gorbachev, durante cinco anos, desenvolveu um esforço fútil para deter o inevitável. Quando o governo soviético e o próprio país se desintegraram, em 1991, sob Yeltsin, é significativo que os supostos guardiões da pureza ideológica – a nomenklatura – cederam sem resistência e se precipitaram nos recursos naturais e fábricas do país que não mais existia, o que evidenciou de forma marcante o papel secundário desempenhado pela ideologia na política comunista.

Isso é evidenciado na biografia de Nikita Kruschev, sucessor de Stalin e grande-timoneiro da União Soviética de 1953 a 1964, escrita por seu filho, Sergei. Escreveu ele:

“Desde o meu tempo de estudante tentei e não consegui compreender exatamente o que era o comunismo (...). Tinha tentado fazer com que meu pai lançasse uma luz sobre a natureza do comunismo, mas não obtive nenhuma resposta inteligível. Percebi que tampouco a sua compreensão era clara a respeito”.

Muito significativa é também a opinião de Yuri Ribeiro Prestes, filho de Luiz Carlos Prestes: “Sou a favor da idéia socialista. Mas uma vez disse a meu pai: ‘se isso é socialismo, eu sou contra o socialismo” (Yuri Ribeiro Prestes, historiador; filho de Luiz Carlos Prestes; viveu na Rússia de 1970 a 1994; jornal “Folha de São Paulo” de 2 de novembro de 1997)

Ora, convenhamos, se o líder do bloco comunista e arauto incansável de seu inevitável triunfo futuro não conseguiu explicar a seu próprio filho o que era o comunismo, o que se poderia esperar da compreensão teórica das pessoas comuns, como eu, autor deste artigo?
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Dados bibliográficos: “Comunismo” de Richard Pipes, editora Objetiva, 2001, e “O Livro Negro do Comunismo”, vários autores; editora Bertrand Brasil, 1999.

Carlos I. S. Azambuja
Historiador.

Alerta Total – www.alertatotal.net



Guerra total à empresa nacional

André Araújo

O Orçamento Público tem dois lados: de um lado está a DESPESA, coluna onde se encontram TODOS os servidores públicos dos Três Poderes, de outro lado está a RECEITA onde se colocam todos os produtores de bens e serviços que pagam impostos ao Estado e com eles proporcionam os recursos para pagar o lado da DESPESA, incluindo salários, mordomias, férias, auxílios, licença prêmios, cartões corporativos, viagens.

O fazendeiro cuida de sua plantação com cuidado, porque é dela que tira o sustento, é algo do terreno da lógica racional.
Não é normal alguém matar sua fonte de receita, ao contrário, tem todo o cuidado para preservá-la. É da lógica da vida.
Ou não? Parece que para a República Policial Judiciária não funciona assim.

Tudo fazem para matar as empresas que são as pagadoras de impostos com os quais se sustentam todos os componentes das vistosas folhas do funcionalismo público, milhares dos quais com supersalários que não se encontram hoje na iniciativa privada nem para presidentes de empresa.

A GERDAU é uma das melhores empresas brasileiras, tem mais de cem anos e suas ações são cotadas na Bolsa de Nova York, tem operações em 14 países e produz aço inclusive nos Estados Unidos, o que nem chinês consegue.

Ao se ESCRACHAR uma empresa dessas, com HOLOFOTES gigantescos da Globo e Cia., está se tentando destruir o valor da companhia. Esse tipo de companhia depende vitalmente da cotação de suas ações, de sua reputação e credibilidade, para poder obter financiamento, crédito com fornecedores de matérias-primas e equipamentos, empréstimos bancários, celebrar contratos de longo prazo com clientes, a Gerdau é grande exportadora e produz divisas para o Brasil.

A GLOBO au grand complet, Sardenberg, Lo Prete, Camarotti e Cia., assim como os demais veículos de comunicação, ou não sabem ou de propósito confundem seus ouvintes e espectadores ao tratar da questão hoje:

1) A GERDAU não fez sonegação porque tem processos no CARF [Conselho Administrativo de Recursos Fiscais]. Sonegação é omitir, esconder ou enganar a Receita com omissão de faturamento, notas frias, notas por baixo, aí trata-se de CRIME, a Receita é obrigada ex officio a comunicar o fato ao Ministério Público Federal (no caso de ICMS ao MPE) para que este ofereça denúncia e abra processo CRIMINAL.

Sonegação não é resolvida no CARF, portanto, a Globonews-CBN e todas as demais ou não sabem ou fazem questão de desinformar seus ouvintes e espectadores. O que vai ao CARF são Autos de Infração onde a Receita tem um entendimento e o contribuinte tem outro, divergente, a transação glosada está CONTABILIZADA, mas a Receita entende que deve imposto X e o contribuinte entende que deve imposto Y.

A Lei faculta ao contribuinte CONTESTAR o Auto de Infração, se for companhia de capital aberto o contribuinte tem o DEVER de contestar se tiver interpretação diferente da Receita, ele não pode pagar para ter tranquilidade.

TODA A MÍDIA apresentou a Gerdau como sonegadora e não como contribuinte que contesta o Auto de Infração.

A legislação fiscal brasileira é ultraconfusa, burocrática, dúbia, dá margem a infinitas interpretações e é por isso que existem Delegacias de Julgamento na própria Receita, sendo o CARF o tribunal de segunda instância dessas Delegacias.

É raríssima, se é que existe, empresa brasileira de médio porte para cima que não tenha processo fiscal resultante de interpretação da lei quando foi autuada pela Receita, todas têm ou tiveram discussões com a Receita.

2) Na mesma linha de confusão, a mídia diz que no CARF “roubaram-se” R$ 19 bilhões. Essa cifra é o total de processos em julgamento que transitam nas turmas suspeitas. Não quer dizer que “roubou-se” esse total de Autos de Infração e muito menos que esse volume de multas é devido, a maioria desses processos sequer entrou na pauta de julgamento. Exatamente porque são discutíveis é que estão no CARF, a MÍDIA NÃO INFORMA ISSO, propina, se houve, tem que ser provada caso a caso, não cabe jogar suspeição sobre todas as empresas recorrentes ao CARF.

3) O objetivo da mídia em apoio à República Policial Judiciária é DEMONIZAR as empresas em geral, especialmente, as que têm processos no CARF, como se todas fossem bandidas e seus diretores facínoras e estelionatários sonegadores.

Essa visão não é de esquerda, ela é filha da INQUISIÇÃO, que em tudo via pecado e tinha horror a quem não fosse funcionário público, única classe acima de qualquer suspeita; após séculos, o vírus da Inquisição continua vivo.

Uma EMPRESA é patrimônio de seus acionistas, mas também é um ATIVO do País, faz parte do conjunto da riqueza nacional, desvalorizá-la é dar um tiro no pé, na mão, no braço, é prejudicar o País e sua população.

Qualquer investigação pode ser feita em SIGILO, com a proteção da reputação da empresa, apliquem-se as multas e penalidades, se for o caso, mas a República Policial Judiciária não quer saber disso, prefere

A GUERRA CONTRA AS EMPRESAS, para acabar com elas da pior forma possível, pelo escândalo e achincalhe. Se amanhã a empresa for isentada de culpa, de pouco adianta, o dano já foi feito. Muitas corporações multinacionais NÃO irão mais transacionar com quem está sob investigação, seus departamentos de compliance mandam cortar qualquer negócio com empresa investigada, os bancos são os primeiros a suspender linhas de crédito, as ações são derrubadas (só hoje caíram 3,59% em Nova York, ver link).

A GERDAU se soma a mais de 50 empresas perseguidas para o fim de fechar de deixar de existir, é um plano de terra arrasada, de não deixar pedra sobre pedra, com total apoio da mídia canibal que devora seus próprios anunciantes e onde o exército antiempresarial é imenso nas redações e nos recalques de jornalistas radicais antitudo que brilha.

Artigo originalmente publicado no Jornal GGN.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Formação de uma Cidadania atuante, em particular no Brasil

Harald Hellmuth

Introdução

Neste ensaio entende-se por Cidadania o coletivo de Cidadãos por Responsabilidade.  Estes são os cidadãos que além da responsabilidade pela sobrevivência própria e de sua família e da responsabilidade pela organização onde aufere a sua renda, têm também atitudes responsáveis pelo conjunto das sociedades em que vivem.

Esta dimensão de Responsabilidades dos Cidadãos emergiu com a Democracia.  A democracia é uma instituição – um regime político -relativamente recente na dimensão de abranger toda a população de um país.  O voto universal para representantes por períodos limitados é a sua característica mais facilmente identificável.

Experiências têm demonstrado que, para o funcionamento estável de governos democráticos com resultados satisfatórios, a instituição do voto não é suficiente.  É necessário que a Cidadania atue sobre os representantes com propostas, exigências e controles.

Do desenvolvimento histórico da democracia.
No início instituíram-se monarquias parlamentares, começando pela Inglaterra, e a república com duas câmeras compreendendo o Congresso, nos Estados Unidos da América.  Estes regimes políticos foram fundamentados em aspirações econômicas liberais.  Direito à propriedade, liberdade de praticar negócios, limitação de impostos eram as motivações.  Atuavam elementos de uma elite econômica e de elites culturais.  O direito ao voto era limitado a patrimônios mínimos e as mulheres estavam excluídas.  O voto universal foi instituído paulatinamente no século XX.  Elegiam-se e ainda se elegem representantes para cuidar de interesses, seja de ramos de negócios – empresariais -, seja de empregados ou profissionais.  Organizaram-se em forma de partidos políticos – e sindicatos. Os primeiros partidos foram e ainda são identificados como “de direita” ou “conservadores” e os segundos como “de esquerda” ou “progressistas”.  O termo ‘progressista’ compreende proteção aos empregados quanto à remuneração, condições de trabalho, seguro de saúde e de desemprego, aposentadoria – os direitos sociais.  Nos países onde se alcançaram altos níveis de bem-estar comum, os chamados países desenvolvidos, estas diferenciações partidárias se desgastaram.  Em menor escala surgiram durante a segunda metade do século XX os partidos “verdes”, empenhados em causas ambientais.

Um desenvolvimento resultante da identificação de cidadãos com causas das mais diversas é a formação de Organizações Não Governamentais – ONGs – ou não orientadas ao lucro – NPOs -.  São fundações ou institutos.  São organizações da Sociedade Civil.  Elas se dedicam a problemas não suficientemente cuidados pelos Poderes Públicos.  Destacam-se as ocupações com o meio ambiente / mudanças climáticas, igualdade racial, igualdade de gêneros, educação e saúde.  Sem dúvida já havia de longa data empenhos voluntários de cidadãos por contingentes ‘desfavorecidos’ – crianças, idosos, enfermos – ou por assuntos culturais.  Mesmo assim ainda domina a percepção / expectativa de que “os lá de cima” resolvam os problemas da sociedade.  Para tanto são eleitos e pagam-se os impostos.  Quando os políticos precisam contar com reações do eleitorado, como acontece nas sociedades ‘desenvolvidas’, os governos e estados funcionam satisfatoriamente.

Sobre Democracia e Organizações da Sociedade Civil no Brasil.
Constata-se que existem ONGs ambientalistas, como o SOS Mata Atlântica e o Greenpeace, com poder de influência restrito na sociedade; mas são bastante conhecidas e atuantes nas redes sociais.  Entretanto não existe o equivalente de ONGs para causas políticas:  ONGs organizadas para influir na formação de orçamentos e no controle de sua execução, ONGs que reclamem de empréstimos e financiamentos a outros países quando faltam recursos para a educação e a saúde, ONGs que reclamem uma participação em decisões de execução e de empenho de recursos do Tesouro em obras de grande porte, ONGs empenhadas na limitação dos gastos de custeio inclusive vencimentos e mordomias de representantes eleitos não estão na percepção do público.  Em tese, o Cidadão é o patrão dos representantes eleitos, mas estes se comportam como se fossem nobres.  Não existe ainda uma Organização da Sociedade Civil cuja causa é a gestão fiscal.  A experiência mostra que não é suficiente que a sociedade exerça o voto para que a gestão pública funcione adequadamente.  A mídia pode, e deve ter a atitude de trabalhar para mudar a alienação da Cidadania.  Seria um quebra de percepções, uma mudança cultural.  E além dos problemas da gestão de recursos outros requerem uma participação mais ativa da Cidadania.

Pode-se apontar para uma falta de exemplos, que pudessem ser seguidos.  Isto não justifica a omissão no enfrentamento de graves ocorrências nacionais, ocorrências inimagináveis em sociedades qualificadas como ‘desenvolvidas’ e sistemas políticos democráticos.
Cada sociedade tem uma história própria, um caminho particular para a configuração de um regime democrático com funcionamento eficiente.  Os aprendizados ao longo desse trajeto costumam ter custos.  Nos Estados Unidos custaram uma Guerra de Secessão.  Conforme se pode depreender do texto “Do trajeto do desenvolvimento de percepções políticas e do desenvolvimento no Brasil”, para este país os custos ainda foram comparativamente benignos.

Agora todas as condições estão dadas para uma reação da sociedade, desde que estas condições sejam percebidas:
—Está-se pagando um preço por uma gestão política e econômica desastrosa.
—O descontentamento é flagrante.  A indignação já motivou grandes manifestações por todo o território nacional.
—Os problemas são conhecidos e a mídia muito pode contribuir para lembrá-los e explicar os contextos.
—Na cena política não se identificam lideranças que articulam os problemas acima abordados.
—Existem experiências positivas no trajeto do desenvolvimento. [vide o texto acima citado]
—Existem metas ambientais, econômicas e sociais possíveis de serem atingidas em prazos de 5, 10 e 15 anos.
—Existem os recursos de comunicação via Internet, para a formação de organizações em rede – virtuais – e entendimento para a configuração / instituição de organizações reais.

Em termos históricos a aglutinação de forças para a solução do “pacote de problemas” seria uma inovação:  A configuração de uma Sociedade Civil Organizada.

A Voz do Cidadão

Comentário do blog: a falta de participação dos eleitores nas decisões políticas, se dá em grande parte pela atuação tacanha dos partidos políticos. Estes atuam em proveito dos seus membros, não levando nem em considerações seus programas políticos, programas que na maioria das vezes é desenvolvido por profissionais de marketing.
A proposta de sistema político que faço em Capitalismo Social, ataca justamente esta alienação forçada dos eleitores.(MBF).





Síntese

Ari
Permitam-me expor uma síntese que me ocorreu:

1- o Capital não pode ser deixado à vontade: é preciso que o Estado tenha poder suficiente para regrá-lo;
2- o Estado não pode ser deixado à vontade: é preciso que a Cidadania tenha poder suficiente para regrá-lo;
3- a Cidadania precisa dispor da competência e dos meios eficazes para exercer essa regulação última.

A diluição do Poder é uma demanda da ordem natural das coisas, visto não sermos uma colmeia, formigueiro ou rebanho, mas seres autônomos. O capitalismo da livre-iniciativa tem essa força da natureza a impulsioná-lo, mas não se pode contar com sua auto-regulação, na prática. Alguém, uma ordenação social, precisa impedir as aberrações e promover algum equilíbrio ao conjunto.

Ao Estado, esse promotor, não cabe buscar um equilíbrio estático, concentrando o poder e eliminando a autonomia dos indivíduos, mas situar-se em um equilíbrio dinâmico: exercendo sua função reguladora mas sujeito, ele próprio, a um controle difuso porém operante.

Só estruturando-se politicamente a Cidadania conseguirá exercer esse controle, que lhe cabe. Mas o atual desenho institucional de partidos políticos como expressão única da estruturação da cidadania política é insuficiente: não permite que se possa atuar tempestivamente na correção de rumos.

O poder difuso da cidadania precisa ter condições de cristalizar-se momentaneamente com força impositiva; e, dado o comando e delegadas as novas funções, diluir-se outra vez.

Não há como a cidadania manifestar seu poder sem antes conquistá-lo, e depois, merecer exercê-lo, e só merecerá se estiver capacitada para tanto.

Criar uma ordem social que tenha estabilidade e compatibilidade com a ordem natural é um desafio em aberto.

Martim Berto Fuchs
Gostei da análise, não obstante deixar em aberto o como fazer, que é a parte mais difícil.

Me dedico há muitos anos a analisar o nosso arcabouço impositivo,  “instituído” que foi pelos donos do Estado, sem a participação do povo. Não instituímos nem elegemos, apenas referendamos o que a Corte nos coloca como prato feito. Comemos pela mão deles o que nos é servido. Não tem cardápio. Não temos escolha. E isto se deve pela existência dos partidos políticos.

Não há prova maior do que o que acontece atualmente. O país caminhando para uma situação dificílima, não apenas na parte econômica, e os tais de partidos políticos cuidando apenas dos seus mesquinhos interesses. Nenhum deles tem sequer um arremedo de solução, pois qualquer solução teria que passar pelo cancelamento dos seus registros, totalmente incapazes que são de resolver o que quer se seja em benefício da sociedade, salvo as “sociedades” formadas em relação aos seus assuntos particulares.

Nossos “homens públicos” não passam de funcionários dos seus partidos políticos, que tem donos, sejam donos públicos, ou OCULTOS.

Domina-se um país como Brasil, veja só, simplesmente comprando os donos desses partidos. É muito dinheiro para eles, pobres diabos, mas para os compradores é uma merreca, ainda mais, considerando  que muitas vezes esse dinheiro é proveniente dos próprios cofres públicos. Só lhes custa fazer uso de sua personalidade disforme.

O mais difícil para mim é o que você chama de: “O poder difuso da cidadania precisa ter condições de cristalizar-se momentaneamente com força impositiva;”

Este papel tem sido exercido, até 1985, pela intervenção das FA na política brasileira. Porém, salvo evitar o comunismo, o que por si foi um grande feito, pouco sobrou de positivo dessas intervenções.

O Fernão Lara Mesquita e também o Jorge Serrão, defendem alguma forma de “recall”. Concordo plenamente.

A questão é: - Como por isto em prática de uma forma coerente e democrática, sem que prejudique o bom andamento das instituições ?

Ari
A concepção igualitária encontra-se no momento tão naturalizada que “elitista” virou xingamento. No entanto, uma cidadania politicamente estruturada terá que ser estratificada, se quiser ser funcional.

Cada indivíduo pode pretender influenciar a polis, participando ativamente da permanente construção civilizacional; ou pode estar completamente alheio a isso, dedicando-se integralmente a um talento seu específico, ou a alguma tara… ou a constituir um feudo mafioso… O que quero dizer é que as decisões da cidadania política devem ser prerrogativa não da totalidade do povo, via voto universal, mas das parcelas afeitas a esse mister, em níveis crescentes de qualificação.

Uma cidadania que exerça poder efetivo também não pode ser anônima; precisa ser responsabilizável. Com isso, também o “dogma” do voto secreto precisaria ser revisto. Tem sido muito cômodo designar representantes, secretamente (e eles mesmos replicam por lá esse método…), e eximir-se de maiores protagonismos e responsabilidades. Uma cidadania que pretenda deliberar em seu seio até intervenções no Estado deve atuar explicitamente – e ser forte o suficiente para dissuadir retaliações.

Uma sociedade organizada em níveis de ascendência política, ascendência esta atribuída e reconhecida pela própria sociedade, faria surgir lideranças autênticas e muito articuladas, me parece.

Martim Berto Fuchs
O que quero dizer é que as decisões da cidadania política devem ser prerrogativa não da totalidade do povo, via voto universal, mas das parcelas afeitas a esse mister, em níveis crescentes de qualificação.Ari.”

Se entendi, você está falando em aristocracia ? Uma volta inclusive à Monarquia ? Desculpe, mas se é isto, estou fora e estou contra.

Naquilo que chamo de povo, estão incluídos não apenas os “proletários sem culotes” e os bolsa-famílias, mas também todo cidadão que possa exercer conscientemente sua cidadania. Estes são em grande número, hoje relegados à um segundo plano, porque o sistema político em vigor seleciona apenas aqueles que se prestam ao jogo infame dos partidos políticos.

No projeto que denomino Capitalismo Social, o sistema político está à disposição de todos que saibam ler, escrever e interpretar textos e que sejam aprovados em uma Prova de Qualificação aplicada pela Justiça Eleitoral, já separados pela sua especialidade, comprovada pelo seu currículo. Portanto, no mínimo o pretendente a candidato tem que apresentar algum mérito e conhecimento para passar na primeira prova, antes de ir para a segunda que é a eleição distrital para vereador pela sua Secretaria. 

A proibição da formação de partidos, movimentos, grupos ou afins, elimina o ranço ideológico, e a proibição de financiamento particular ou empresarial da campanha, evita a compra de votos e ascendência daqueles que gastam na campanha o dobro do que ganharão uma vez eleitos, sem esquecer que a eleição começa pelos distritos, para o cargo de vereador.

O que chamamos de povo não é assim tão desinformado quanto possa parecer, pois hoje ao votar ele não tem escolha: se lhe apresentam 5 bandidos como candidatos, à ele cabe apenas referendar o menos pior, ou, se associar ao pior e procurar vantagens.

VESPEIRO
Em comentários.



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Cachaça não é água e o nascimento do PT


Sebastião Nery

O PT não nasceu em São Bernardo, São Paulo. Nasceu em Criciúma, Santa Catarina. Eu vi. Em 1978, o prefeito Walmor de Luca, líder estudantil, deputado federal de 1974 no levante eleitoral do MDB, realizou um seminário trabalhista nacional com os políticos que se reorganizavam lutando pela anistia e destacadas lideranças sindicais.
Lula estava lá. E também Olívio Dutra, o bigodudo gaucho, bancário do Rio Grande do Sul, depois prefeito de Porto Alegre e governador gaucho, Jacó Bittar petroleiro de São Paulo e outros dirigentes sindicais do ABC paulista, Rio, Paraná, Santa Catarina, Minas, Bahia, Pernambuco.

Desde a primeira assembléia um assunto centralizou os debates: o movimento sindical devia ter partido político? As lideranças sindicais deviam entrar para partidos políticos já funcionando ou outros a nascerem?

Lula era totalmente contra. O argumento dele era que os sindicatos eram mais fortes do que os partidos políticos e a política descaracterizava o movimento sindical e desmobilizava os trabalhadores.

Discutimos dois dias. Estávamos lá um grupo de socialistas e trabalhistas (José Talarico, a brilhante advogada Rosa Cardoso, o exemplar João Vicente Goulart, eu, outros). Defendíamos a reorganização dos trabalhistas e socialistas em um só partido liderado pelo incansável Brizola, que saíra do exílio no Uruguai e articulava sua volta em Portugal.

Lula não queria partido nenhum. Mas houve tal pressão de líderes sindicais de outros Estados que Lula balançou. O argumento dele era que os sindicatos poderosos, como os de São Paulo, não precisavam de partidos. Mas, e os mais fracos, que eram mais de 90% no país? No último dia vimos Lula já quase mudando de posição. Afinal, em 10 de fevereiro de 1980, nascia o PT, marco da historia política brasileira.

Walmor de Luca devia ter ganho carteirinha de padrinho.
Lembro-me bem de que lá em Criciúma já rouco de falar Lula pediu:
– Me dá minha água.
Veio uma garrafinha de água bem branquinha. Aquela “minha água” me chamou a atenção. Joguei um gole no meu copo. Era cachaça e da boa.
Lula continua o mesmo. Sempre misturando cachaça com água.

LULA
Em tempos de Carnaval, a marchinha é inesquecível:
– “Você pensa que cachaça é água
Cachaça não é água não.
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão”.

Lula é um passarinho do céu, como aqueles da Bíblia, que não fiam nem tecem. A casa de São Bernardo não é dele mas é nela que ele mora. O sitio de Atibaia não é dele mas é nele que ele passa os fins de semana e pesca. O triplex de Guarujá não é de ninguém mas quem pôs o elevador lá foi ele, quem fez a churrasqueira lá foi ele, quem construiu as suítes lá foi ele, quem toma os porres lá é ele, quem paga… quem paga tudo… ah, quem paga tudo é a Madrinha Odebrecht, a Titia OAS, o Vovô Teixeira.

Tribuna da Imprensa


A arrogância

Thomas Sowell 

É difícil encontrar um esquerdista que ainda não tenha inventado uma nova “solução” para os “problemas” da sociedade.  Com frequência, tem-se a impressão de que existem mais soluções do que problemas.  A realidade, no entanto, é que vários dos problemas de hoje são resultado das soluções de ontem.

No cerne da visão de mundo da esquerda jaz a tácita presunção de que pessoas imbuídas de elevados ideais e princípios morais — como os esquerdistas — sabem como tomar decisões para outras pessoas de forma melhor e mais eficaz do que estas próprias pessoas.

Esta presunção arbitrária e infundada pode ser encontrada em praticamente todas as políticas e regulamentações criadas ao longo dos anos, desde renovação urbana até serviços de saúde.  Pessoas que nunca gerenciaram nem sequer uma pequena farmácia — muito menos um hospital — saem por aí jubilosamente prescrevendo regras sobre como deve funcionar o sistema de saúde, impondo arbitrariamente seus caprichos e especificidades a médicos, hospitais, empresas farmacêuticas e planos de saúde.

Uma das várias cruzadas internacionais empreendidas por intrometidos de esquerda é a tentativa de limitar as horas de trabalho de pessoas de outros países — especialmente países pobres — em empresas operadas por corporações multinacionais.  Um grupo de monitoramento internacional se autoatribuiu a tarefa de garantir que as pessoas na China não trabalhem mais do que as legalmente determinadas 49 horas por semana.

Por que grupos de monitoramento internacional, liderados por americanos e europeus abastados, imaginam ser capazes de saber o que é melhor para pessoas que são muito mais pobres do que eles, e que possuem muito menos opções, é um daqueles insondáveis mistérios que permeiam a intelligentsia.

Na condição de alguém que saiu de casa aos 17 anos de idade, sem ter se formado no colégio, sem experiência no mercado de trabalho, e sem habilidades específicas, passei vários anos de minha vida aprendendo da maneira mais difícil o que realmente é a pobreza.  Um dos momentos mais felizes durante aqueles anos ocorreu durante um breve período em que trabalhei 60 horas por semana — 40 horas entregando telegramas durante o dia e 20 horas trabalhando meio período em uma oficina de usinagem à noite.

Por que eu estava feliz?  Porque antes de encontrar estes dois empregos eu havia gasto semanas procurando desesperadamente qualquer emprego.  Minha escassa poupança já havia evaporado e chegado literalmente ao meu último dólar quando finalmente encontrei o emprego de meio período à noite em uma oficina de usinagem.

Passei vários dias tendo de caminhar vários quilômetros da pensão em que morava no Harlem até a oficina de usinagem, que ficava imediatamente abaixo da Ponte do Brooklyn, e tudo para poupar este último dólar para poder comprar pão até finalmente chegar o dia de receber meu primeiro salário.

Quando então encontrei um emprego de período integral — entregar telegramas durante o dia —, o salário somado dos dois empregos era mais do que tudo que eu já havia ganhado antes.  Foi só então que pude pagar a pensão, comer e utilizar o metrô para ir ao trabalho e voltar.

Além de tudo isso, ainda conseguia poupar um pouco para eventuais momentos difíceis.  Ter me tornado capaz de fazer isso era, para mim, o mais próximo do nirvana a que já havia chegado.  Para a minha sorte, naquela época não havia nenhum intrometido de esquerda querendo me impedir de trabalhar mais horas do que eu gostaria.

Havia um salário mínimo, mas, como o valor deste havia sido estipulado em 1938, e estávamos em 1949, seu valor já havia se tornado insignificante em decorrência da inflação.  Por causa desta ausência de um salário mínimo efetivo, o desemprego entre adolescentes negros no ano de 1949, que foi um ano de recessão, era apenas uma fração do que viria a ser até mesmo durante os anos mais prósperos desde a década de 1960 até hoje.

À medida que os moralmente ungidos passaram a elevar o salário mínimo, a partir da década de 1950, o desemprego entre os adolescentes negros disparou.  Hoje, já estamos tão acostumados a taxas tragicamente altas de desemprego neste grupo, que várias pessoas não fazem a mais mínima ideia de que as coisas nem sempre foram assim — e muito menos que foram as políticas da esquerda intrometida que geraram tais consequências catastróficas.

Não sei o que teria sido de mim caso tais políticas já estivessem em efeito em 1949 e houvessem me impedido de encontrar um emprego antes de meu último dólar ser gasto.

Minha experiência pessoal é apenas um pequeno exemplo do que ocorre quando suas opções são bastante limitadas.  Os prósperos intrometidos da esquerda estão constantemente promovendo políticas — como encargos sociais e trabalhistas — que reduzem ainda mais as poucas opções existentes para os pobres.  Quando não reduzem empregos, tais políticas afetam sobremaneira seus salários.

Parece que simplesmente não ocorre aos intrometidos que as corporações multinacionais estão expandindo as opções para os pobres dos países do terceiro mundo, ao passo que as políticas defendidas pela esquerda estão reduzindo suas opções.

Os salários pagos pelas multinacionais nos países pobres normalmente são muito mais altos do que os salários pagos pelos empregadores locais.  Ademais, a experiência que os empregados ganham ao trabalhar em empresas modernas transforma-os em mão-de-obra mais valiosa, e fez com que na China, por exemplo, os salários passassem a subir a porcentagens de dois dígitos anualmente.

Nada é mais fácil para pessoas diplomadas do que imaginar que elas sabem mais do que os pobres sobre o que é melhor para eles próprios.  Porém, como alguém certa vez disse, “um tolo pode vestir seu casaco com mais facilidade do que se pedisse a ajuda de um homem sábio para fazer isso por ele”.

Thomas Sowell 
Um dos mais influentes economistas americanos, é membro sênior da Hoover Institution da Universidade de Stanford.  Seu website: 



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A sedução do mal

Arnaldo Jabor

O povo brasileiro está aparvalhado diante da gigantesca roubalheira no país. Mas, para além do escândalo da opinião pública, precisamos entender por que nossos políticos ladrões são tão vorazes e boçais. Como se formaram, em que escola de picaretagens estudaram, o que os move com tanta gula assaltando a Petrobras e fundos de pensão, roubando merendas escolares e remédios contra o câncer? Por que tanta sordidez? Há muitas razões socioeconômicas para explicar sua formação, sua evolução, mas há neles a prevalência da volúpia do Mal. A sedução do Mal.

Sinto nesses parlamentares o prazer de ir contra o senso comum, contra o que a maioria pensa. Há uma ética sádica, de contrariar a população, de proteger uma obscuridade secreta, de defender o direito ao roubo, o direito à mentira como um bem precioso, um direito natural. Eles mentem com gargalhadas cínicas ou arranjam razões que os explicam: se vingam e roubam por uma infância humilhante, com mães lavadeiras ou prostitutas que trabalharam duro para eles subirem na vida.

Eles se banham na beleza de um “baixo maquiavelismo”, na lábia dos conchavos e atribuem uma destreza de esgrima às chantagens e manipulações. “Esperteza” é um elogio muito mais doce do que “dignidade”. Eles curtem o “frisson” de se sentirem superiores aos medíocres honestos que se sentem “dignos”; eles acham que a mentira é um dom de seres superiores e a honestidade, uma fraqueza de servos.

A resistência espantosa de Eduardo Cunha em enfrentar o óbvio de queixo erguido se explica como um “bastião quase heroico” em defesa do personalismo colonial mais sujo. Cunha retrata em nível violento e quase épico as práticas tradicionais que eram mais matreiras, cheias de vaselina, comandadas por homens como o Sarney e seus seguidores das hostes oligárquicas que desejam a continuidade do atraso brasileiro, para manter nossa paralisia no pântano colonial.

Eles sabem, como ninguém, como é doce uma quadrilha, como é bela a confiança no fio do bigode, o trânsito cordial entre a lei e o crime. Eles se refazem como rabo de lagarto; vejam Renan, Collor, Roriz, Lobões, Maluf. São hábeis em criar um labirinto de “falsas verdades”, formando uma rede de desmentidos, protelações que desqualificam investigações. Por isso, descobrir a verdade hoje em dia é simples: a verdade está sempre no avesso do que eles negam.

A estupidez lhes fornece uma estranha forma de inteligência, uma rara esperteza para golpes sujos e sacos puxados. Eles foram fabricados entre angus e feijoadas do interior, em pequenos furtos municipais, em conluios perdidos nas veredas dos grandes sertões. Vivem de sobras de campanha, de canjica de aniversários e água benta de batismos. E comemoram o maná que lhes caiu do céu: a milagrosa multiplicação de propinas em todos os entes do Estado. A tempestade de gorjetas que o lulopetismo nos doou.

Para eles, “interesse nacional” não existe. Quase todos vieram para lucrar; se não, qual a vantagem da política? Eles têm um tempo diferente do nosso. Eles são contra qualquer urgência, emergência, pois isso os faria servidores da sociedade, tudo que eles não querem ser. Para eles a sociedade é muito apressadinha, por isso come cru. Detestam “governar”. Não é apenas preguiça — é por amor ao fixo, ao eterno.

É doce morar lentamente dentro daquelas cúpulas redondas verdes e azuis; eles querem viver seus mandatos com mansidão, pastoreando eleitores, sentindo a delícia dos ternos novos, dos bigodes pintados, das amantes nos contracheques, das imunidades para humilhar garçons e policiais.

Para eles, a única “democracia” é a poética camaradagem congressual, a troca de favores, sempre com gestos risonhos, abraçando-se pela barriga, na doce pederastia de uma sociedade secreta. A amizade é mais importante que esta bobagem de interesse nacional! A democracia é para eles apenas um pretexto para a zorra absoluta.

Para explicar suas mentes brasílicas, precisamos entender que em nossa história o atraso sempre foi um desejo, uma torta ideologia. Se a democracia se impusesse, se a transparência prevalecesse, como iriam ser felizes as famílias oligárquicas, com suas fazendas imaginárias, os rituais das defraudações, as escrituras e contratos superfaturados? Que seria da indústria da seca, não só da seca do solo, mas a seca mental, onde a estupidez e a miséria são cultivadas para o conforto da burguesia política?

O que seria dos almoços gordurosos, das cervejadas de bermudão e gargalhadas? Que seria do “sistema” cafajeste e careta que rege o país?
Eles pouco se lixam ao serem chamados de “canalhas”, pois adoram o orgasmo de se sentirem “superiores” a xingamentos, superiores à ridícula moralidade de classe média. Sua única moralidade é vingar-se de inimigos, cobrar lealdade dos corruptores ativos, exigir pagamentos de propina em dia. Eles cultivam a secular beleza do clientelismo, onde um amigo vale mais que a dura impessoalidade dos cruéis saxões.

Por vezes, alguns fracotes têm uns “frissons” de honestidade, de responsabilidade política e berram discursos mais acesos no Congresso, mas tudo se dilui na molenga rotina dos quóruns, nas piadas dos cafezinhos, nas coxas de uma secretária que passa. Parecem defender conscientemente uma cultura e preservam 400 anos de patrimonialismo.

Para eles, país não se governa apenas por novos slogans da moda; são séculos de hábitos e cacoetes sagrados onde vicejam as cópulas entre o público e o privado, desde as capitanias hereditárias que existem até hoje — vejam o Maranhão ou Alagoas.

Na calada das noites de Brasília, nos goles de uísque do Piantella, eles sussurram euforicamente entre si: “Grande Lula! Que bem que ele nos fez! Nunca fomos tão sólidos e cínicos nesse país, desde Cabral!”


Arnaldo Jabor
Cineasta e Jornalista.

O Globo
23 de fevereiro de 2016.