sábado, 30 de abril de 2016

O dogma da luta de classes

Luiz Carlos Azedo

Uma das dificuldades da esquerda brasileira para compreender e se posicionar de maneira responsável no processo político é o dogma da luta de classes como motor da história. Essa ideia está no cerne do pensamento do anarquista russo Mikhail Bakunin e do socialista utópico francês Pierre-Joseph Proudhon, mas foi consagrada pelos revolucionários alemães Karl Marx e Friedrich Engels no primeiro capítulo do Manifesto Comunista de 1848: “A história de toda sociedade existente até hoje tem sido a história das lutas de classe”.

A existência desse dogma alimenta a narrativa petista perante a esquerda brasileira, varrendo para debaixo do tapete todo e qualquer questionamento em relação à prática política de seus dirigentes e militantes e aos governos Lula e Dilma, principalmente nessa crise que o país atravessa. Recessão, inflação, desemprego, deficit fiscal, mensalão, petrolão, tudo é secundário para os setores que levaram o PT ao poder e se recusam a admitir que erraram feio. A culpa é sempre do imperialismo, da direita e da burguesia; que seriam um entrave ao desenvolvimento nacional.

Acrescente-se a isso o “glamour” da luta armada contra o regime militar, que foi um lastimável equívoco, principalmente por intelectuais e dirigentes políticos que chegaram ao poder com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, muito bem representados pela presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, ambos ex-guerrilheiros. Seja através da literatura seja através do cinema, figuras como Carlos Marighella e Carlos Lamarca ganharam uma importância na luta contra a ditadura militar que nunca tiveram, em que pese o heroísmo pessoal, pois optaram por formas de luta que não tinham a menor chance de dar certo.

Maniqueísmo político é a marca registrada da esquerda no poder, que fracassou à frente dos destinos do país por seu voluntarismo econômico, político e social. Agora, diante do próprio isolamento político, procura resgatar a memória da crise que levou à deposição o presidente João Goulart, comparando-a ao processo de impeachment em curso no Congresso, o que é falso, até porque ignoram os erros cometidos pela esquerda como fatores decisivos para o sucesso do golpe.

Propor a reforma agrária na marra e estatização das empresas estrangeiras, ignorar a maioria do Congresso, a Igreja Católica e os sentimentos da classe média, e até mesmo fomentar a rebelião de marinheiros foram equívocos gravíssimos. E ainda havia articulações para mudar as regras do jogo nas eleições de 1966, que visavam a reeleição de João Goulart, como pretendia o então secretário-geral do PCB, Luís Carlos Prestes, ou viabilizar a candidatura de Leonel Brizola, seu cunhado, como queriam o PTB e outros setores à esquerda que viam a candidatura de Juscelino Kubitschek como ameaça de retrocesso político.

A burguesia

Além de ignorar os próprios erros, esses setores de esquerda ainda hoje argumentam que os militares somente conquistaram o poder, no qual permaneceram por 20 anos, porque não houve resistência armada, houve “capitulação na luta de classes”. Foi com essa lógica que a maioria dos líderes estudantis de 1968 se desgarrou da oposição democrática, na vã ilusão de que a queda da ditadura se confundiria com a revolução socialista por obra da guerrilha urbana e rural.

Quem lutava pela redemocratização do país e apoiava o MDB nas eleições era da “oposição consentida” e legitimava a ditadura. Agora, uma geração de jovens que não participou da luta contra o regime militar e recém despertou para a política está sendo convocada às ruas para lutar contra um golpe de Estado que não existe, banalizando conceitos como os de Estado democrático de direto ou fascismo. O que farão se o impeachment de Dilma Rousseff for aprovado? Apelar para a violência, como ameaça o MST?

O impeachment da presidente Dilma Rousseff só será possível de acordo com a Constituição. Quem julga crime de responsabilidade é o Congresso; em caso de afastamento do presidente da República, quem assume é o vice-presidente da República. Nova eleição para a Presidência somente pode ser convocada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em caso de crime eleitoral ou de renúncia dos eleitos. Por cláusula pétrea, eleições gerais são inconstitucionais.

Voltando ao começo da prosa: mitificar o proletariado e atribuir a seus líderes poderes de semidivindade é tão equivocado quanto subestimar o papel da burguesia no desenvolvimento da sociedade, que é muito bem retratado no Manifesto Comunista: “A burguesia não pode existir sem revolucionar constantemente os meios de produção e, por conseguinte, as relações de produção e, com elas, todas as relações sociais (…) A revolução contínua da produção, o abalo constante de todas as condições sociais, a eterna agitação e incerteza distinguem a época burguesa de todas as precedentes.”
 
Luiz Carlos Azedo
Jornalista, colunista do Correio Braziliense

defesanet


Brasil dá vexame econômico em relação à América Latina

Estadão

O contraste entre o Brasil e países latino-americanos governados com mais seriedade e competência foi mostrado, mais uma vez, na apresentação, na Cidade do México, do panorama econômico da região preparado pela equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os dados e análises contidos nas 125 páginas do relatório reforçam, no essencial, os diagnósticos e projeções formulados por muitos economistas brasileiros e estrangeiros de alta reputação: os problemas econômicos do Brasil são basicamente de origem nacional e refletem a qualidade das políticas federais.

Desmentem mais uma vez, portanto, as alegações da presidente Dilma Rousseff, acostumada a atribuir a recessão, o desemprego, a quebradeira de empresas e outros males às condições internacionais.

Numa entrevista a jornalistas estrangeiros, no dia 19, a presidente novamente alegou inocência em relação ao desastre econômico brasileiro, negando ser responsável “pelo fim do superciclo das commodities” e pela “brutal crise que afetou, a partir de 2009, os países desenvolvidos”.

BRASIL EMPACADO
De fato, ela é inocente desses males, mas os países desenvolvidos voltaram a crescer e a criar empregos, enquanto o Brasil empacou em 2014, com expansão de apenas 0,1%, encolheu 3,8% em 2o15 e deve repetir esse desempenho em 2016 – mas a partir de uma base mais baixa –, de acordo com a estimativa do FMI, muito parecida com a mediana das projeções do mercado brasileiro.

A maioria dos países latino-americanos tem exibido e continuará a exibir maior dinamismo, mas há uma diferença mais importante entre eles e o Brasil.

Muitas economias da região foram afetadas pela desaceleração do comércio mundial, pelo menor crescimento da China, grande compradora de matérias-primas, e pela depreciação dos produtos básicos. “No entanto”, acrescenta o relatório do FMI, “em alguns casos os fatores internos foram a causa principal da pronunciada queda da demanda interna, particularmente dos investimentos.” O primeiro exemplo citado é o do Brasil.

SEM AJUSTE FISCAL
Os autores do estudo relacionam para começar, entre os principais fatores negativos, “a deterioração da dinâmica fiscal em meio a sinais políticos incoerentes (na gestão econômica) e a dificuldades para implementar o ajuste”. Mencionam também as condições financeiras apertadas, os “grandes aumentos dos preços da energia necessários, desde muito tempo, para corrigir erros de política”, além da “incerteza política”. No caso do Equador, há uma referência à rigidez das políticas macroeconômicas – num cenário complicado, obviamente, pela valorização do dólar, usado como moeda nacional. Resta um grande exemplo, o da Venezuela, mas esse é o mais simples e se pode resumi-lo com a lembrança das “arraigadas distorções políticas” e do profundo e prolongado desequilíbrio fiscal. A previsão de um ano com retração econômica de 8% e inflação de 700% é mais expressiva que qualquer condenação.

RECESSÃO E ENDIVIDAMENTO
O Brasil ainda é citado várias vezes no relatório, quase sempre com algum novo detalhe negativo. A retração econômica e o alto endividamento de muitas empresas, por exemplo, podem resultar em maior pressão sobre os bancos, até agora classificados entre os mais seguros do mundo. Além disso, a profunda crise brasileira é apontada como fator de risco para a região. Uma piora do quadro do Brasil tanto pode afetar o comércio sul-americano quanto elevar o custo do financiamento das economias da vizinhança.

A posição brasileira fica ainda mais desfavorável quando se aponta a condução prudente da política econômica de vários países da região. Melhores fundamentos têm permitido a alguns governos adotar políticas compensatórias ou alongar os ajustes. Graças a isso tem sido possível manter taxas ainda positivas de crescimento. Detalhe: para o Brasil, a baixa dos preços das commodities foi bem menos danosa do que para o Chile, o Peru, o Equador e a Colômbia. Os estragos foram mesmo causados principalmente pela baixa qualidade da política econômica.

Brasil Soberano e Livre



sexta-feira, 29 de abril de 2016

Não, Dilma não foi eleita democraticamente

Rodrigo da Silva

Imagine que você é o presidente do país. Encare o que está ao seu redor. Sua vida é cercada por seguranças que você mal sabe o nome, carros pretos blindados, tapinha nas costas e um batalhão de gente buscando aproveitar o máximo possível da sua influência ou sumariamente destruí-lo. Sem meio termo.

Ser presidente de um país como o nosso não é uma das tarefas mais fáceis do mundo. Quer dizer, não é como se você fosse um monarca em Liechtenstein ou um primeiro-ministro na Dinamarca. Encarar diariamente a sua mesinha de reuniões e lidar com todos aqueles problemas estruturais que a gente está cansado de ver nos noticiários desde que o mundo é mundo é um desafio e tanto. E o pior, você vive rodeado de pessoas completamente diferentes de você, que buscam ora apoiá-lo, ora sabotá-lo, e que não raramente são responsáveis por tropeços monumentais, sujando o seu nome país afora.

Pense nas pessoas do outro lado da mesa. Cada uma delas – assessores, secretários, ministros e políticos do alto escalão da sua base – acredita deter o conhecimento necessário para ocupar os cargos mais altos possíveis do seu governo. E não apenas isso. Se você tivesse o poder de abrir mão da sua própria posição e entregar o seu cargo a qualquer um dos presentes, todos aqueles caras estariam dispostos a encarar leões com uma faquinha sem ponta numa arena de gladiadores para alcançar esse objetivo. Sem pensar duas vezes.

E tudo isso por uma razão muito simples – é na ponta da sua caneta que as coisas acontecem de verdade. Todos aqueles homens e mulheres naquelas salas fechadas e é você quem manda no pedaço. Você atravessa as portas e subitamente todos se levantam. Você pede silêncio e então, bingo, ele aparece como num passe de mágica. É atrás de você que estão todos aqueles repórteres lá fora, e os grandes empresários, e os governadores aliados. E há as pessoas. Milhões delas. Todo mundo sabe quem é você. Gente do sul e do nordeste, gente rica e gente pobre, gente que nunca leu um livro na vida, gente que escreveu dezenas deles. Você é o centro das atenções e das decisões do país. E é para a sua cadeira que todos olham.

E isso se dá porque, por alguma razão, num certo momento da sua vida, você acreditou deter o conhecimento suficiente para ser a pessoa certa a ocupar o cargo mais alto do país. E não apenas isso. Você se responsabilizou em representar o seu partido e com isso empregar uma multidão de pessoas em ministérios e cargos de confiança. Agora todas aquelas pessoas dependem que o poder daquela caneta esteja nas suas mãos, e não em dedos adversários. Em suma: lutar pela sua posição o torna não apenas importante no grande quadro para milhões de brasileiros, mas especialmente para o grupo de pessoas que você mais se identifica – a sua própria turma.

Imagine que há mais de cem mil cargos de confiança. 1/4 disso é o crème de la crème, os chamados cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS), o grande filé que todos aqueles seus companheiros sonham. A caneta é sua aqui. Em pouco tempo você irá perceber que lotear todos esses cargos premiando seus filiados é a mesma coisa que influenciar a distribuição de recursos – ou seja, favorecer aliados ou regiões que lhe permitiram alcançar aquela cadeira, alimentando não apenas a sua própria posição enquanto líder de grupo, mas aumentando o poder do seu partido.

Não é de se espantar que tanta gente busque carreira na política, não é mesmo? Há uma imensa vaca gorda na sua frente jorrando leite, sustentada através do dinheiro de milhões de pessoas. Que um grupo de sujeitos se organize para abocanhar a maior parte disso tudo, incentivado por seus próprios interesses – como, aliás, em qualquer outra área de atividade humana – não chega a ser uma grande surpresa.

Como alcançar o controle dessa máquina de fazer dinheiro e poder? Através do voto, num concurso de ideias aberto a milhões de pessoas. Esse é o alicerce da democracia representativa: você se inscreve numa competição com outros candidatos em poder de igualdade, prometendo soluções e desconstruindo as ideias apresentadas por seus competidores, e então torce para que a maioria das pessoas depositem suas confianças numa foto três por quatro sua numa urna eletrônica. Todos aqueles caras que formam a
sua base saem por aí influenciando o resultado final.

Foi exatamente nesse cenário que a presidente Dilma foi eleita na última grande corrida à maquina. Com um porém, no entanto: fraudando a lógica do concurso.

Não existe muito mistério daquilo que se entende como eleição democrática. Democracia é um regime político onde todos os cidadãos com poder de voto participam com o mesmo peso na elegibilidade dos candidatos com as melhores propostas. Acontece que quando um político surge pincelando um retrato torto da realidade, prometendo soluções impossíveis, ignorando o mundo real, omitindo informações e maquiando dados oficiais de sua própria gestão, sua eleição se dá exclusivamente através de um estelionato, um golpe realizado à luz da democracia, construído para arrebatar milhões de incautos. E nesse cenário tudo é possível – a eleição abandona a natureza daquilo que é real para abraçar o mundo da fantasia, e a discussão política vira mera obra de ficção, literatura fantástica. Uma fraude.

De fato, como parece inegável nesse momento, não foram as ideias e propostas de Dilma as responsáveis por elegê-la. Dilma foi eleita graças a uma releitura fraudulenta da realidade de seu governo e de seus adversários. Em sua propaganda, Aécio era umfilhinho de papaimachista, que cheirava cocaínabatia na mulher, arriscava retirar direitos sociais, defendia que os jovens estivessem na cadeia ao invés das escolas, ameaçava a democraciadefendia a escravidão, o genocídio da juventude negra e pregava ódio contra os nordestinos. Marina Silva não deixava por menos – era uma serviçal dos interesses dos banqueiros, tinha desvio de caráter, ameaçava tirar comida da mesa dos mais pobres e acabar com os programas sociais, era simpática à ditadura militar e cumpria um script que logo a transformaria numa versão feminina de Fernando Collor.

E não apenas isso. Para Dilma, que entra para a história como a responsável por conduzir os piores números de crescimento econômico em toda era republicana, o país atravessava um grande momento e quem dissesse o contrário praticava o mero exercício de pessimismo.

Numa entrevista à Valor durante as eleições, a então candidata dizia que o Brasil iria bombar em 2015 – mesmo que a realidade apontasse para o caminho contrário.

“É absurda a previsão de que o Brasil vai explodir em 2015. É um país estável, economicamente forte, uma economia sólida, um baita agronegócio. O Brasil vai bombar.”

Também dizia que não aumentaria os impostos, nem a taxa básica de juros, nem a inflação – medidas frontalmente desmentidas pouco tempo após o resultado eleitoral. Além disso, assegurava manter todos os direitos trabalhistas (“nem que a vaca tussa”), o emprego e a renda. Novas regras no acesso a benefícios previdenciários, no entanto, adotadas ainda em 2014, aumentariam o tempo de trabalho para requerer o seguro-desemprego e a pensão por morte. Não bastasse, o Brasil se tornaria líder em desemprego no mundo (podendo ter quase 1 em cada 5 novos desempregados do planeta em 2017, segundo a Organização Mundial do Trabalho), e viu a renda média da população despencar 7,4% em 2015, reduzindo o poder de consumo de 9 em cada 10 brasileiros.

Dilma também prometia ampliar o acesso à saúde e transformar o país numa Pátria Educadora. Seu governo, porém, não demoraria muito tempo para realizar cortes bilionários em ambos os setores – apenas em 2015 foram 32% na saúde e 10% na educação (e isso pouco a intimida, pelo contrário – nessa semana, Dilma voltou a acusar Michel Temer de planejar, assim como ela, fazer cortes nessas pastas). Com o FIES, praticou estelionato eleitoral clássico para angariar o voto dos mais jovens: cortou o programa pela metade assim que foi eleita.

E angariar votos omitindo e falsificando informações oficiais, enganando parte considerável do eleitorado e fraudando a lisura do processo democrático, não seria o bastante. Dilma foi além: usou a própria máquina pública, monopolizada em sua campanha, para obter vantagens injustificadas na corrida eleitoral. Foi isso que acusou o Tribunal de Contas da União, apontando irregularidades no uso dos Correios, que em 2014 viabilizou a entrega, sem chancela ou comprovante de postagem, de ao menos 4,8 milhões de santinhos seus. A presidente também vem sendo sistematicamente acusada de ter praticadocaixa dois, recebendo dinheiro ilegal de empreiteiras para dar um gás em sua campanha em troca de obras públicas superfaturadas.

Eleita com 38% dos votos totais, Dilma emplacou seu segundo mandato presidencial deturpando a lógica do processo democrático: usando da máquina pública para obter vantagens ilegais sobre seus adversários; praticando caixa dois de campanha; aumentando em mais de 800% os gastos com propaganda oficial do Minha Casa, Minha Vida, carro-chefe de sua candidatura, às vésperas da eleição; denegrindo as acusações da Lava Jato como mero “terrorismo eleitoral”, fingindo que sua administração não tinha nada a ver com os descasos na Petrobras; mentindo deliberadamente a respeito do cenário em que o país vivia e sobre os projetos que articulava, inventando factoides de cunho pessoal e conspiratório para denegrir seus adversários, tratando toda oposição como mero resultado da maquinação das elites contra o povo brasileiro e emburrecendo o debate político.

Passados quase dois anos de sua eleição, sobra pouca coisa de factual e sólida a respeito de quem se apresentava para receber os votos da população. Dilma é um resultado do marketing político. Sua figura em campanha e no exercício do poder são dois seres absolutamente distintos, que se enlaçam apenas na falta de respeito pela coisa pública. A primeira foi eleita para governar a terra encantada do nunca. A segunda alcançou o poder rasgando a lógica que rege a democracia. Ambas cairão de mãos dadas para o esgoto da história.

SPOTNIKS



As emblemáticas escolhas de Temer

Martim Berto Fuchs

“Prostituta apaixonada falou para o deputado:
- Quero tirar você desta vida !”

Pois é. É neste picadeiro que o “novo” Presidente tem que escolher os seus Ministros e demais cargos importantes da res pública. Cercado e aconselhado pelos melhores ilusionistas, antigos freqüentadores do nosso circo mambembe, atores como Moreira Franco, Henrique Alves, Gedel Vieira, Roméro Jucá, Delfim Netto, faltando ainda consultar José Sarney, Newton Cardoso, Jáder Barbalho, e, através de algum médium, não pode deixar de ser consultado o ex-dono do PMDB de SP, Orestes Quércia.
Deixa ver ... quem mais ? É o velho P-MDB da oposição consentida. Triste sina deste nosso país.

Triste sina a de um país dominado por organizações criminosas auto-intituladas partidos políticos; tanto que para se convidar um Henrique Meirelles para o Ministério, tem que se arrumar emprego (sem trabalho) para todo PSD do mutante Gilberto Kassab.

Não por é por acaso que temos 39 Ministérios, pois afinal são 39 quadrilhas, e cada uma delas só se “sacrifica” pelo seu país se for regiamente recompensada com milhares de registros nas folhas de pagamento do setor público. Serve o registro em qualquer cargo, pois afinal o salário é diversas vezes maior do que ganha um trabalhador da iniciativa privada com esta função. E este tem que trabalhar, enquanto aqueles quando muito fazem hora em algum prédio alugado para esse fim. Faltando espaço físico, ou ficam passeando por aí fazendo apologia dos seus padrinhos, ou preparando alguma greve por aumento de salário, ou ficam em casa mesmo e só vão buscar seu “justo e suado” pró-labore no fim do mês.

Lembre-se sempre:  estamos sustentando com o dinheiro extorquido do nosso salário, conseguido com nosso trabalho, mais de 5 milhões desses “coitadinhos” ! ! !

Temer pensava em diminuir de 39 para 20 Ministérios, o que já é demais, mas está tendo que voltar atrás, pois está faltando espaço para acomodar todos novos velhos aliados. É bom lembrar que até 1985 eram 16 Ministérios. Com o advento da “nova República”, e a necessidade de acomodar os “heróis da resistência contra a ditadura”, esse número começou a inflar, chegando aos atuais 39, devendo-se 13 deles apenas ao último grupo à tomar lugar na Corte (os sindicalistas do lulo-petismo) e participar da eterna farra com o dinheiro público.

De todos conselhos que Temer teve que ouvir, o único sensato foi o do ex-tudo Nelson Jobim: abandonar a vida pública após o exercício da Presidência.  Digo sensato, porque Temer também está na corda bamba e se ele quiser aproveitar-se do cargo – como todos fazem – para se reeleger ou eleger algum dos seus comparsas, o STE vai lhe cassar o diploma.

Assim, se ele for apenas um magistrado pelo tempo pré-determinado, 2018, temos alguma chance de transpor este difícil obstáculo colocado à nossa frente pela incompetência dos “desenvolvimentistas” irresponsáveis, encabeçados pelos desmiolados da esquerda bolivariana.

Em algum momento do futuro, quanto antes melhor, os pensadores deste nosso Brasil hão de chegar a conclusão de que a democracia para chegar à plenitude, tem que extinguir partidos políticos, eliminando esse óbice ao pleno desenvolvimento das nossas capacidades, das nossas oportunidades, e dos nossos (não mais tão nossos) recursos naturais.

Os empresários deste nosso Brasil, hão de chegar a conclusão de que dividir o lucro resultante da produção de suas empresas com seus trabalhadores (50% para o capital e 50% para o trabalho), trará recompensa e dignidade para todos, inclusive para o capital.

Os políticos eleitos resultantes da escolha dos eleitores e não mais da imposição dos intermediários (partidos políticos), chegarão facilmente a conclusão de que no século XXI não cabem mais discussões do tipo esquerda x direita, e nem de que o bem-estar-social possa ser alcançado pelas benesses do Estado. O Estado vive do dinheiro que poucos lhe entregam, em maior ou menor proporção. Como então proporcionar bem-estar para todos ? Como essa conta não fecha, o bem-estar é maldosamente proporcionado para poucos e malandramente alardeado para muitos.

A população honestamente orientada para um novo Contrato Social, chegará a conclusão de que não deve mais esperar que o Estado lhe dê emprego sem trabalho. Os que, provisoriamente, administram o Estado, pessoas escolhidas por nós no nosso meio, não serão mais elevados à categoria de deuses, pois não o são.

Escolheremos alguns para ocupar os cargos públicos eletivos, cargos e funções claramente delineados, e onde alguns desempenharão melhor do que outros as suas funções; teremos então a prerrogativa, mas sem embates ideológicos a encobrir a realidade, de trocar políticos, não obstante eleitos, se estes se mostrarem incapazes ou falsos. A eleição não lhes dará o direito de errar por todo o tempo do mandato.

Candidatos por livre e espontânea vontade e eleitos para serem servidores públicos/trabalhadores, deverão receber para isto um bom salário, expresso na folha de pagamento. Não estará escrito e autorizado em lugar nenhum que isto lhes dará o direito de transformar o Estado e o Tesouro Nacional em condomínio particular.

Assim sendo, nada mais normal que o eleito que desrespeitar regras simples e claras ou não souber sequer interpretá-las, seja demitido por justa causa, após ter suas contas e atos julgadas por Tribunal isento. Para substituir os demitidos, existem milhares de outros cidadãos competentes querendo ser trabalhador público eleito, seja por vocação ou pelo bom pagamento, pagamento este claramente definido, e sem permissão para serem transformados na parte menor dos seus rendimentos.  



quinta-feira, 28 de abril de 2016

Réu confesso: eu já estive do lado de lá

Thiago Kistenmacher

Devo confessar, já estive do lado de lá. Conheci o núcleo que faz a máquina da esquerda funcionar e a forma mais eficaz de manter essa moedora de lógica em funcionamento é lubrificá-la com metafísica. Luiz Felipe Pondé, em artigo para a Folha, escreveu sobre como essa metafísica concede salvo-conduto para justificar a corrupção, mas também serve para várias outras ações. Conforme o autor: “Para esses inteligentes”, ou seja, para os militantes, “se a corrupção, o crime, a mentira, a violência, forem em nome da causa, tá valendo.” É realmente assim. Lembro-me das discussões sobre o fuzilamento dos Romanov pelos bolcheviques e de como a morte das crianças, que foram fuziladas com seus pais, era justificada sob a alegação de que o assassinato de todos, sem exceção, era necessário para não haver qualquer resquício da monarquia. Tudo isso é válido, pois conforme João Pereira Coutinho “Quando está em causa a perfeição da humanidade, faz parte do processo revolucionário não questionar a desmesura dos meios e a ferocidade com que eles são aplicados. O prêmio final é demasiado precioso para inspirar condutas de moderação.” [1]

Em consequência desse tipo de delírio, atrocidades foram justificadas e continuarão a ser. Quando os objetivos impossíveis não são alcançados exatamente por serem impossíveis, “é necessário encontrar os inimigos – reais ou imaginários – que ardilosamente corrompem a máquina.” [2] Em outras palavras, se você quiser aprender a voar pulando de uma varanda, cair e acabar ferido, troque de varanda, escolha um lugar mais alto, mas continue pulando. É bem assim que funciona. Ainda que algum raivoso diga que estou mentindo, reafirmo que é assim que funciona. Não preciso de livro para dizer como a esquerda opera por dentro. Felizmente – ou não – já estive presente em inúmeras reuniões onde puritanos políticos, planejando a venda clandestina de jornais “operários”, organizavam greves e agitações em “setores estratégicos para a revolução.” Convivi com pessoas já maduras que afirmam ser o paredón uma ferramenta revolucionária e com pessoas ainda imaturas que concordavam com as primeiras. Ou ainda mais assustador, as ideias mais relativistas e absurdas que eram criadas por meninos eram endossadas por senhores.

Lembro-me de quando conheci Rodrigo Constantino em seu lançamento do livro Privatize Já, na FNAC da Av. Paulista, já estava bastante livre dos dogmas da esquerda, haja vista minha presença no lançamento de um livro liberal. Contudo, como ainda nutria certa simpatia pelo lado de lá, discordamos, ainda que brevemente, sobre a questão palestina. Era desagradável para mim ter que aceitar que Yasser Arafat não era um herói.

O Hamas ou a FPLP – Frente Popular para a Libertação da Palestina – não poderiam ser considerados simplesmente grupos terroristas, afinal de contas eram “movimentos de resistência”, tanto que poucos meses depois fui até os territórios palestinos para ver tudo de perto e acabar saboreando o gás lacrimogêneo do exército israelense ao lado de semi-jihadistas. Em suma, nunca é fácil para um religioso pensar que sua fé pode estar errada. Naquele mesmo dia do lançamento, lembro que, em conversa com Leandro Narloch, presente no evento, contei a ele que havia estado do lado de lá, e o autor me sugeriu a ideia de um livro.

Teria muita coisa para relatar e que, não tenho dúvidas, para muita gente “engajada” soará como mentiras absurdas, ainda que tenhamos pessoas afirmando tais bizarrices em pleno século XXI. Mas do que se trata isso? Eis alguns exemplos: piadas são absolutamente proibidas se envolverem mulheres, homossexuais, negros, nordestinos, deficientes físicos, pobres e até muçulmanos; o PT era visto como um partido de direita, contrarrevolucionário e, pasmem, até mesmo reacionário; militantes afirmavam que, ao conseguirem emprego, agiriam pelas costas do chefe e, em vez de incentivarem seus pares ao trabalho, diziam ser importante prejudicar – sim, usavam esse termo – a produção de quem lucrava com a “mais-valia”; o ciúme era tido como uma questão de construção social e consequência do capitalismo, já que em um relacionamento, um tomaria o outro como sua propriedade privada. Enfim, ouvi alguns afirmarem que, como na sociedade comunista não haveria propriedade, possivelmente também não haveria ciúmes.

A esquizofrenia é tanta que talvez acreditem que o ciúme seja fruto da Revolução Industrial. Talvez o PT seja de direita por não ter construído gulags. A despeito de essas ideias serem uma piada, lá dentro o humor é censurado. Os sectários chegam ao ponto se intrometerem no relacionamento do casal e, quando ocorre uma briga que a mulher julga ser motivada por machismo, o marido, se militante, é chamado para prestar depoimento no tribunal da inquisição revolucionária, sendo sancionado com penas que vão desde a interdição de sua participação na militância até a expulsão do movimento/partido.

Sou réu confesso. Confesso que já defendi o marxismo-leninismo. Já pensei que com Trotsky, em vez de Stalin, tudo teria sido diferente na União Soviética. Já achei que a mais-valia tivesse sentido real. Já acreditei que Fidel Castro estivesse preocupado com o povo cubano e que Che Guevara não fosse um psicopata. Já acreditei que Lamarca queria democracia e que Marighella não queria trocar uma ditadura por outra ainda pior. Em síntese, já estive do lado de lá.

Existem centenas de loucuras que poderiam ser aqui narradas, mas não caberia em apenas um texto. Para expor tudo com detalhes demandaria um livro, e é isso que estou fazendo. Estou preparando um livro onde reúno todos esses delírios políticos a luz de outras discussões.

Um detalhe importante é que não foi a leitura de autores liberais e conservadores que me convenceu. Quem me convenceu a sair da esquerda foi a própria esquerda. Ironicamente, a esquerda me levou para a direita. Viver a esquerda foi a matar a própria esquerda. As leituras só vieram depois de eu já ter percebido que ali o relógio do bom senso girava ao contrário. A única coisa que ali fazia sentido é que nada ali fazia sentido. Por fim, mesmo que a esquerda ainda não esteja na lata de lixo da história mundial, ela já está na lata de lixo da minha história pessoal.

[1] COUTINHO, João Pereira. As Ideias Conservadoras – Explicadas a Revolucionário e Reacionários. São Paulo: Três Estrelas, 2014. p.30.
[2] COUTINHO, João Pereira. PONDÉ, L.F; ROSENFIELD, D. Por Que Virei à Direita. São Paulo: Três Estrelas, 2012. p.32.

Thiago Kistenmacher
É graduando em História pela Universidade Regional de Blumenau e Integrante do Movimento Brasil Livre Blumenau.

Instituto Liberal



O MAIOR DE TODOS OS ROUBOS

Carlos Chagas

Do mensalão ao petrolão, do desvio no orçamento dos ministérios e das empresas públicas, do assalto aos bancos estatais e às encomendas de toda espécie celebradas à sombra dos governos federal, estaduais e municipais – salta aos olhos a rota para todos os roubos. Trata-se da desfaçatez com que os partidos políticos se lançam a exigir sua parte no botim.

Traduzindo: desde governos anteriores que as agremiações partidárias conseguiram estabelecer a teoria da participação no roubo. Dos grandes aos pequenos, impuseram a divisão dos ministérios conforme o tamanho de suas bancadas e de seus votos.
De José Sarney a Fernando Henrique, do Lula a Dilma, todos os presidentes compuseram suas equipes contemplando os partidos, sob pena de não poderem governar sem o apoio deles. Talvez por isso os partidos tenham se multiplicado tanto, hoje em número de 39.

Volta e meia surge a ideia da formação de equipes apolíticas e apartidárias, de alto nível ou seja lá o que for, mas a promessa costuma não durar. Cede à pressão fisiológica dos partidos que ameaçam destruir os governos se não conquistarem ministérios capazes de proporcionar-lhes lucros e sinecuras de toda espécie.

Ainda agora assistimos a quase extinta presidente Dilma dividindo seu governo, na tentativa de salvar-se. Assim como, mais grave ainda, o futuro presidente Michel Temer fazendo a mesma coisa. Pedaços da administração federal são retaliados, geralmente sem preocupação com a competência. Recebem a palavra mágica, a chave que lhes abrirá a caverna do Ali Babá. Quase sempre mancomunados com expressões do mundo financeiro e do próprio governo.

Basta atentar para a agenda do ainda vice-presidente, cercado de líderes partidários nadando feito piranhas ao redor do trono. Se os presidentes da República cumprem o dever de casa, chegam ao fim de seus mandatos. Caso contrário, são ejetados, como acontece agora com Madame e aconteceu com Fernando Collor.

A conclusão dessa relação desavergonhada é que a corrupção aumenta sempre, assim como de mandato para mandato diminui a eficiência dos governos. Locupletam-se todos, pelo menos até o momento em que a corda arrebenta. Como está para acontecer...

Diário do Poder

Comentário do blog: Devagarzinho as pessoas vão se conscientizando com o que afirmo há 40 anos: partidos políticos são quadrilhas e de quadrilhas não se pode esperar nada de bom. A diferença entre PT e as outras está no tamanho do roubo; sem falar do aspecto ideológico. A democracia no Brasil avançará, melhorando em todos sentidos, quando forem os eleitores a escolher os candidatos e não mais as quadrilhas. Acaba o loteamento de cargos, sem contar que os mesmos poderão ser diminuídos para menos da metade. Isto é perfeitamente possível.
http://capitalismo-social.blogspot.com.br/2016/02/66-novo-sistema-eleitoral.html(MBF).


quarta-feira, 27 de abril de 2016

Nova Avenida Mackenzie será liberada em junho


Maria Teresa Costa

A nova ligação viária de Campinas ao distrito de Sousas será inaugurada dia 6 de junho, com a abertura do prolongamento em 6,5 quilômetros da Avenida Mackenzie. Uma corrida, a Family Run, com percurso de 6 e 12 quilômetros para participação das famílias — incluindo crianças de 3 a 10 anos que terão um percurso especial para participar do evento — dará a largada para a entrega da obra, que exigiu R$ 62 milhões em investimentos privados. A sinalização vertical e horizontal, última parte da obra, está sendo implantada.

Com a extensão da avenida, disse o executivo da Entreverdes Urbanismo, Valdemar Gargantini Júnior, novas linhas de ônibus coletivo serão criadas, proporcionando um acesso mais cômodo e seguro ao distrito de Sousas e região. A Entreverdes Urbanismo é uma empresa de desenvolvimento urbano controlada pela Rossi, uma das principais incorporadoras e construtoras do País,

Nova opção
Hoje, a circulação entre Campinas e Sousas é feita apenas por um único acesso, o corredor da Rodovia Heitor Penteado e Avenida Mário Garnero. Atualmente, o volume diário na via expressa, próximo ao trevo, é de 50 mil veículos nos dois sentidos. Na Avenida Mackenzie, esse fluxo é de 25 mil nos dois sentidos e na Avenida Antônio Carlos Couto de Barros (no distrito de Sousas), de 35 mil nos dois sentidos.

O prolongamento está sendo feito pelas empresas Rossi, Grupo Garnero e THCM. É uma avenida de mão dupla, com três faixas em casa sentido, iluminação total do acesso principal e monitoramento em todo o percurso, informou Gargantini Júnior. Cada sentido terá 9 metros de largura e três faixas de rolamento. Também haverá calçamento para uso de pedestres e pontos de ônibus.

Será implementada uma ciclovia no canteiro central, para uso de ciclistas mesmo com trânsito aberto, com 6,5 quilômetros, que contará com iluminação apropriada e sinalização de trânsito.

Projetada para ser moderna
Segundo as empresas responsáveis pela obra, a Avenida Mackenzie foi projetada para ser a mais moderna artéria viária de Campinas e terá monitoramento 24 horas por central de segurança.

A avenida passa por áreas doadas pela Brasilinvest, Sol Invest, Toscana, Trombeta, Rossi e Coutinho Nogueira. A Federação das Entidades Assistenciais de Campinas (Feac) teve parte da área desapropriada e paga pelos investidores.

A avenida é fechada por alambrado em toda sua extensão para evitar a circulação de animais e o projeto incluiu a construção de cinco passagens de corredores de fauna e a plantação de 9,5 mil mudas de árvores nativas na região.

Diretriz 
A extensão da Avenida Mackenzie é uma diretriz viária prevista no plano local de gestão (PLG) da Macrozona 8, que ainda não foi aprovado. O eixo Alphaville-Gramado está dentro dessa macrozona, onde está previsto o baixo adensamento populacional, com a proibição de prédios residenciais. Essa região representa 4% da área total de Campinas e é formada em sua maioria por glebas não parceladas e com forte presença de condomínios residenciais.

Nessa macrozona, estão bairros como Parque Xangrilá, Parque dos Alecrins, Chácaras São Rafael, Alphaville e Mont Blanc, até o limite de Campinas e Valinhos na Rodovia D. Pedro I. O plano cria corredores comerciais nas principais ruas dos loteamentos, como forma de gerar centralidades comerciais, evitando que os moradores tenham que fazer deslocamentos desnecessários.

Verticalização é proibida
Os técnicos acreditam que, mantendo o baixo adensamento naquela região, com a proibição de verticalização, será possível evitar problemas ambientais e de drenagem, permitindo assim o crescimento ordenado da área. Para o eixo Alphaville-Gramado está prevista a implantação de uma série de avenidas, entre elas, a continuação da Avenida Mackenzie, com 30 metros de largura e que será estendida até as vias marginais da linha de transmissão de energia que serão criadas.

O projeto estabelece diretrizes para a implantação de dez parques lineares ao longo de córregos e ribeirões da região (Fazenda Monte D’Este, São Francisco, Tanquinho, Jardim Míriam, Alphaville, Ribeirão das Anhumas, Córrego São Quirino, Córrego Mato Dentro, Córrego Baronesa e Ribeirão Samambaia). Também insere o conceitos de vias verdes nas diretrizes viária e exige, nas novas obras, implantação de passagens para a fauna sob as rodovias, ferrovias e vias urbanas.


Correio Popular

Comentário do blog:  aquela ciclovia na praia do RJ, com 4 km custou para os cofres públicos R$ 45 milhões e já desmoronou, além de custar duas vidas.
Temos que repensar o Brasil. URGENTEMENTE. Não dá mais para calar e ficar apenas trocando de ladrão. Sai um, entra outro, e NADA muda.
Aliás, muda sim. Aumenta o roubo !!!

Temos que mudar a maneira de escolher os candidatos aos cargos eletivos. Não dá mais para deixar esta importante tarefa na mão das quadrilhas (partidos) e seus donos.(MBF).

Um boi para entrar, uma manada para não sair

Martim Berto Fuchs

O boi ele paga, a manada pagamos nós. Dificilmente alguém algum dia poderá mensurar o custo para o país da luta dos sindicalistas pelegos para não desgarrar das tetas do Tesouro Nacional. Frise-se que não é somente  Lula e sua gerente Dilma, mas são milhares de boquinhas que vão ter que procurar trabalho para subsistir, não obstante que devem ter uma boa reserva na poupança, considerando o tanto que o cofre da república foi “visitado”.

E não é apenas o valor que eles estão pagando em dinheiro pelos votos dos políticos venais, subornáveis por qualquer dos lados em disputa, mas some-se os gastos em mídia, manifestações, ônibus fretados, pão, mortadela, mais dinheiro para a Embrafilme, viagens ao exterior para dar entrevistas e tudo mais que se possa imaginar, para colocar a opinião pública contra o impeachment.

Para um país que já vinha devagar quase parando, refém de uma política heterodoxa suicida, própria de economistas irresponsáveis e políticos ignorantes ou mal intencionados, soma-se o abandono dos cargos pelos seus titulares, que passaram a cuidar apenas de sua sobrevida política, o que fez com que o país parasse. Desnecessário dizer que o desemprego aumenta diariamente, junto com o desespero das famílias.

Mas ... como sempre tem um mas, esta moeda tem dois lados, cunhada que foi em 1943 pelo ditador Getúlio Vargas para comprar, monitorar e dominar as corporações do trabalho e as corporações patronais, que passaram à se reportar diretamente ao Ministério do Trabalho e suas queixas encaminhadas para serem julgadas pela Justiça do Trabalho, então subordinada ao mesmo Ministério.

Se os sindicatos do trabalho passaram a ser apêndices do governante de plantão, o mesmo se pode dizer dos sindicatos patronais, através das suas Federações e Confederações.

Portanto, não causa espanto que no 2º reinado de dona Dilma, ela tenha entregue o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Sr. Armando Monteiro, cujo currículo está mais para prontuário. Faz sentido. Iguais se atraem.

No ministério desde 01/12/2014, parece que esqueceu que tinha vindo da principal Confederação do país, e para com ela, teoricamente, teria compromisso de lealdade, respeito, e defesa de seus interesses. Os sindicalistas pelegos podem ser acusados de muita coisa, mas não de esquecer seus parceiros, pelo contrário, pois brigam por eles mesmo contra os interesses do país.

No entanto, o representante dos empresários e automaticamente das suas empresas e empregados, assistiu passivamente a débâcle do país, sem vir à público denunciar o caos que se avizinhava caso as regras da economia não fossem mudadas. Isto era o mínimo que lhe cabia fazer. Mas não, continua lá no ministério de um governo que já acabou e que pode levar o país para uma situação de difícil recuperação.

E os presidentes das 27 Federações das Indústrias onde estão enfiados, que não se lê nem vê uma reação à altura, salvo alguns arroubos do Sr. Jaci Skaf da FIESP, que já está na política partidária e quer aparecer ?

Culpo a esquerda pelo colapso da economia brasileira, que se iniciou com a saída do Sr. Henrique Meirelles da presidência do Banco Central e a entrega do mesmo para os “desenvolvimentistas heterodoxos”, orientados pela inacreditável incompetência do poste fincado na presidência da república pelo chefe da quadrilha, senhor Luiz Inácio.

Mas e os defensores da iniciativa privada, onde estavam e estão ? Já fazem alguns anos que Meirelles foi enganado pelos petistas e depois saído do Banco Central. Portanto, deu tempo mais do que suficiente para que os empresários se manifestassem, até ruidosamente, como fazem os sindicalistas pelegos cada vez que pretendem lhes tirar o pão com mortadela.

Se os dirigentes das Associações Empresariais, das Federações e das Confederações não representam condignamente seus filiados, quem os representará ? Os políticos ? Tem dó. Esses só representam a si mesmos e a seus patrões, os donos dos partidos políticos.

Não bastasse isso, a turma de políticos que está perdendo suas mamatas, irresponsáveis como sempre foram, resolveram se unir e antecipar a insolvência do país, tentando amarrar ao “poste” que está sendo arrancado tardiamente do Palácio do Planalto, o quase Presidente Temer, e jogá-lo junto no lixo da história, marcando novas eleições para o mês de outubro do corrente ano.

E agora ? O que vocês representantes dos empresários desesperados vão fazer para defender seus filiados ? Vão usar as anuidade que recebem dos filiados apenas para manter suas mordomias, enquanto confraternizam com esses políticos desqualificados ?

Lembrem-se !!! As empresas privadas não tem o Tesouro Nacional por trás para mantê-las solventes, independente do seu resultado operacional. E se entrarem em bancos para buscar recursos para suas folhas de pagamento, estarão irremediavelmente perdidas.

Relembrem as crises de 1964, 1976, 1982, 1992, 1997, 2008. Quantas empresas fecharam as portas por culpa dos descalabros dos nossos governantes ? MILHARES !!! E agora, mais uma vez, passivamente, vocês assistirão esse filme ?

Se for assim, por favor, pelo menos apaguem das páginas da CNI o seu lema, que já é um escárnio:  


“Representando, promovendo e defendendo a indústria brasileira”.


terça-feira, 26 de abril de 2016

Temer e seus desafios

GUSTAVO LOYOLA 

O magérrimo apoio angariado por Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados quando da votação da admissibilidade de seu impedimento é prova inconteste de que há muito seu governo perdera as mínimas condições de governabilidade. Não é por outra razão que as expectativas dos agentes econômicos se mantêm extremamente negativas quanto à recuperação da economia brasileira sob o governo da presidente.

A provável ascensão de Michel Temer à Presidência é vista como uma oportunidade para a restauração da base de apoio político do governo, o que viabilizaria a adoção das medidas de ajuste necessárias à retomada econômica. No entanto, os desafios são enormes, notadamente no campo fiscal, em que a reversão da trajetória explosiva do endividamento público exigirá o enfrentamento de grupos de interesse poderosos que se beneficiam da generosidade do governo federal e que se oporão a qualquer diminuição das transferências e subvenções por eles recebidas.

A deterioração fiscal no Brasil não pode ser mais revertida com medidas tópicas e emergenciais. Reformas estruturais são necessárias, notadamente nos campos previdenciário, tributário e orçamentário.

No caso da Previdência Social, urge a adoção de uma idade mínima para a aposentadoria, comum para homens e mulheres, e o rompimento total do vínculo entre o reajuste dos benefícios e do salário mínimo. Com isso, será possível reduzir a pressão inexorável de aumento das despesas previdenciárias nos próximos anos, fruto das mudanças demográficas da população brasileira. Muito embora os efeitos financeiros da reforma previdenciária se consubstanciem no médio e no longo prazos, desde já sua aprovação gera uma mudança favorável nas expectativas.

Na esfera tributária, sem prejuízo da necessária redução de sua complexidade, é preciso reduzir as isenções e os regimes especiais que comprometem a arrecadação e geram privilégios para setores econômicos eleitos. Além disso, as subvenções e subsídios do Tesouro, implícitos ou explícitos, nas operações do BNDES e dos demais bancos federais devem ser reduzidos drasticamente, revertendo os abusos cometidos a partir de 2009.

Além disso, o processo orçamentário necessita de ampla revisão. Deve-se caminhar para a total eliminação das vinculações orçamentárias, inclusive as constitucionalmente previstas, e para a adoção de um orçamento impositivo, com base em estimativas realistas de receita. Com isso, pode-se esperar a redução da rigidez das despesas públicas, facilitando a gestão da política fiscal ao longo dos ciclos econômicos.

Contudo, tais medidas são insuficientes, sem um reordenamento profundo do relacionamento financeiro entre a União e os entes da Federação. O equacionamento do problema da dívida dos Estados com o governo federal exige, como contrapartida, o fortalecimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e a reforma do ICMS, com vistas a aproximá-lo o mais possível da estrutura de um Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) uniforme e de abrangência nacional.

Ao lado da agenda relativa às finanças públicas, Temer deve se aproveitar da derrocada do PT para enterrar a postura intervencionista e protecionista que perdurou durante os mandatos de Lula e de Dilma. As veleidades dirigistas cultivadas pelo PT devem dar lugar a políticas horizontais conducentes à melhora do ambiente de negócios no País. Não mais privilegiar A ou B, mas, sim, criar condições para o empreendedorismo saudável que prescinda de "relações especiais" com o governo. Entre os alvos de necessárias mudanças se encontram os setores de óleo e gás, energia e transportes, cujo marco regulatório deve estimular o investimento privado. O comércio exterior deve ser estimulado, com redução das barreiras tarifárias e não tarifárias, ao mesmo tempo que a política comercial deve privilegiar a inserção do Brasil nas cadeias produtivas globais.

Por último, mas não menos importante, há o desafio da reforma do Estado, agenda iniciada por FHC, mas abandonada no governo seguinte. Não há como aumentar a eficiência do setor privado quando o setor público segue ineficiente e provendo serviços de baixa qualidade à sociedade.

O Estado de São Paulo/Brasil Soberano e Livre


A anta e o dia seguinte

Martim Berto Fuchs

O PT, expulso do picadeiro, e proibido de participar à partir de então da distribuição da renda do espetáculo, deve botar fogo na lona do circo. O que Brizola e seus “Grupo dos 11” não estavam preparados para fazer em 1964, Lula e seus fiéis seguidores, por convicção ou interesse, como UNE, CUT, MST e outros, estão. Dinheiro para bancar uma verdadeira guerra contra seus inimigos (quem não concorda com eles é inimigo) eles tem, pelo menos é o que demonstram os bilionários desvios efetuados criminosamente nas empresas estatais, dos quais o maior beneficiado foi Lula e sua quadrilha da bandeira vermelha, cuja estrela apenas substituiu a foice e o martelo, muito manjados.

Escrúpulo Lula e os seus não tem nenhum, pois basta atentar para o fato de que começaram sua jornada rumo ao prêmio maior, o Tesouro Nacional, assassinando um dos membros da quadrilha, Celso Daniel, pelo fato do mesmo não concordar na distribuição da renda roubada do circo, que originalmente deveria ir para o partido, mas que também estava sendo desviado para contas particulares. Antes que denunciasse a falcatrua, foi silenciado. Como dizem os socialistas: os fins justificam os meios. Conseguiram, e o rombo é grande, pois grande são os recursos sempre mal usados do nosso Tesouro Nacional. (Não falta dinheiro, falta caráter).

O povo brasileiro não merece passar pelos dias que virão, mas nossas elites sim, principalmente os empresários.

Afastados das decisões à nível de Brasil em 1943 quando da fundação da Confederação Nacional da Indústria, as corporações do trabalho e as patronais, passaram à responder ao Estado, leia-se Getúlio Vargas, seus burocratas  e os militares de então, perdendo a capacidade de afetar o processo político.

Desde então nossos empresários se acomodaram à situação criada durante a ditadura de Getúlio e formalmente apoiada pelos militares. Setenta e três (73) anos se passaram e a subserviência ao governo central continua. Aliás, não só ao governo central. Tornou-se norma associar-se e apoiar políticos já a nível municipal, para deles esperar por benesses seletivas.

Crise de 1964. Crise de 1976. Crise de 1982. Crise de 1992. Crise de 1997. Crise de 2008. Crise de 2013 que estoura em 2016. E as corporações patronais dominadas por empresários fiéis aos poderes Executivo e Legislativo, continuam financiando e bajulando políticos que desgraçam suas próprias empresas. Se fosse apenas o patrimônio dos empresários que estivesse em jogo com sua subserviência, o problema seria só deles. Mas não, esta atitude afeta a vida de milhões de empregados, colocando no desespero suas famílias.

Esses empresários são cúmplices indiretos das Centrais Sindicais, que:
- representam os sindicatos dos servidores públicos, intocáveis,
- representam os sindicatos dos empregados das empresas estatais, intocáveis,
- representam os sindicatos que giram em torno das grandes empresas multinacionais, de onde surge a legislação trabalhista que desarticula a iniciativa privada do país.

Isto se passa à vista dos empresários que dominam as Associações dos Empresários à nível municipal, as Federações à nível estadual e as Confederações à nível nacional.

Agora mesmo o Sr. Jaci Scaf, presidente da poderosa FIESP, escritório das multinacionais no Brasil, que aliás disputou eleição filiado ao PSB, Partido SOCIALISTA Brasileiro (?!?!?!), esteve com o quase Presidente Temer durante 6 horas, para dar o tímido recado de que não agüentamos mais impostos, mas se tiver que ser, tudo bem.

O atual Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ex-presidente da CNI-Confederação Nacional da Indústria, Sr. Armando Monteiro, (conheça um pouco sobre ele em: http://adaorochas.jusbrasil.com.br/noticias/154577042/armando-monteiro-investigado-por-varios-crimes-e-escolhido-por-dilma-para-ser-o-ministro-do-desenvolvimento), anunciado como Ministro em 01/12/2014, simplesmente não consegue inibir a multiplicação de decretos e leis que atravancam o desenvolvimento da indústria nacional. A burocracia manda e o Ministro obedece; o sindicalismo socialista manda e o Ministro obedece, tanto que não larga o osso.

Depois vão apoiar as “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” e pedir para os militares tirarem para eles as castanhas do fogo, sem dar por conta que também na classe militar estão defensores ferrenhos das empresas estatais, que até com razão defendem as empresas 2 em 1, um trabalha e dois olham, pois os que se dizem líderes da iniciativa privada, preferem se acomodar nas benesses estatais e permitir que empresas privadas sob sua responsabilidade fechem as portas aos milhares à cada crise parida nas entranhas de um Estado paternalista e irresponsável.

Mesmo neste momento tão importante para o país, e enquanto o sindicalismo pelego promete incendiar a lona desse circo que é o Brasil, nossa classe empresarial não se mexe, não tem propostas a fazer, permanece inativa, quando muito torcendo por mais uma conciliação. Assim fica difícil.




segunda-feira, 25 de abril de 2016

Ausência de um projeto nacional de desenvolvimento

General Eduardo Villas-Bôas

Em uma palestra comemorativa do Dia do Exército, 19 de abril, o comandante da força terrestre, general Eduardo Villas-Bôas, fez importantes considerações sobre o momento que vive o País. Em destaque, a sua afirmativa de que o Brasil está à deriva, devido à ausência de um projeto nacional de desenvolvimento. Aos interessados, recomendamos a leitura de uma boa síntese das palavras do comandante, no portal do Clube de Engenharia, ou assistir à palestra integral, no Youtube.

Não é a crise política no Brasil que tem preocupado o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. A maior preocupação é com relação à manutenção das operações de segurança na fronteira do país. “Neste ano, fomos muito penalizados e temos compromissos importantes que precisam de recursos, como a segurança das Olimpíadas, além de trabalhos sociais como distribuição de água e combate à epidemia de zika”.

O comandante entende que o sistema de proteção das fronteiras (Sisfron) está sob ameaça e, com o ritmo atual dos recursos orçamentários para desenvolvimento tecnológico,  o Brasil teria as condições de fiscalização esperadas hoje apenas em 2040. “Temos cerca de 17 mil km de fronteiras, e o Exército tem a missão de combater crimes transacionais por toda essa extensão. Precisamos de uma tecnologia mais avançada para atingir o nosso objetivo, pois os grandes problemas de segurança pública passam por essas divisões”, afirmou Villas Bôas.

Assista à entrevista com o general para o programa Estúdio UniCEUB
O Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) conta com sensores colocados na linha de fronteira, fazendo uma ligação entre os sistemas de controle e comando às unidades de operação, com o objetivo de detectar e solucionar problemas ou situações de risco rapidamente. O sistema será implantado por regiões para que toda a faixa esteja protegida. O problema é que, de acordo com o comandante, no atual cenário financeiro, a implementação do sistema pode demorar ainda mais, fazendo com que ele se torne obsoleto nos anos 2040 pouco tempo após o início de uso. Os efeitos da dificuldade de segurança nas fronteiras têm direta relação com os problemas de segurança nas cidades grandes, abastecidas pelo crime organizado transnacional.
Assista à palestra do general na íntegra

Sem chance de ruptura
O general entende que as instituições têm atuado em conformidade com a constituição e não há qualquer chance de ruptura da ordem democrática. Para ele, não cabe ao Exército fiscalizar ou “derrubar” governos, mas ter uma postura equidistante e equilibrada dos atores públicos. Ele acredita que a sociedade tem todas as condições de superar o momento e afirma ser obrigação do Exército estabelecer suas atuações. “Nós, diante de todas as demandas, estabelecemos que a atuação do Exército tem com base três pilares: a legalidade, a manutenção da estabilidade e a manutenção da credibilidade”, afirmou.
Conforme entende, diferente de 1964 (ano do golpe que levou ao regime militar que durou até 1985), as instituições brasileiras estão “amadurecidas”. “O Brasil hoje é um país com instituições funcionando de maneira bastante adequada, e cabe a essas instituições encontrarem o caminho para a solução das crises. Instituição armada precisa ter coesão. Todas as vezes quando a instituição perdeu a sua coesão, ela trouxe desgraça para si própria e para a população”.

Amazônia
O Brasil hoje, mantém preservado 70% de suas florestas originais. Isso inviabiliza outros países de questionar os cuidados brasileiros com o meio ambiente. “O mundo tem, genericamente, 20 a 25%. A Europa tem 0.3%. Então ninguém tem autoridade moral de tentar nos ensinar como devemos tratar o meio ambiente”, explica.
Villas Bôas ainda ressaltou alguns problemas relacionados à Amazônia. Para o militar, a floresta possui uma riqueza abundante, mas o país ainda não aprendeu a usá-la da forma correta. Segundo o comandante, falta uma consciência social por parte da sociedade com relação às nossas riquezas. Ele ressalta a importância da criação de um órgão que possa cuidar da floresta: “A falta de cuidados com a Amazônia gera perdas incalculáveis ao país. O Brasil hoje, mantém preservado 70% de suas florestas originais e, de certa forma, isso inviabiliza outros países de questionar os cuidados brasileiros com o meio ambiente. Apesar disso, ainda não há um órgão que cuide da Amazônia com a capacidade de integrar todas as iniciativas”, afirmou.

Estúdio UNICEUB
MSIa
Clube de Engenharia



Confio no PT

Martim Berto Fuchs

O partido está voltando para a oposição, onde se sente mais a vontade. Na oposição não há compromisso com o êxito, pois basta ser contra tudo e contra todos; no final do mês receber seu salário, e no mês seguinte esperar pelo próximo dia 30.

Há logicamente uma substancial diminuição no contra-cheque, pois não estando com a chave do cofre na mão, não dá para associar-se aos recursos públicos.

Mas nada disto importa, pois o prazer de ser do contra e sem compromissos com a realidade, abafa a tristeza da diminuição da renda, sem contar que a “poupança” conseguida nos bons tempos, permite uma vida folgada por muitos anos.

Confio tanto no PT, que desta vez ao puxarem a descarga, eles descem junto para o esgoto. Como todo bom marxista, já cumpriram seu papel, que é demonstrar que só servem para a oposição, ou, são bons em fazer diagnósticos e péssimos para receitar. Mostrar que há pobreza, o que aliás não precisa de muita pesquisa, foi desde Marx a única coisa aproveitável da esquerda. Cada vez que ela se viu obrigada a mostrar que sabe como resolver, foi um vexame só.

Em nosso país, quando o lulopetismo surgiu com sua bandeira socialista, já haviam outras hasteadas com o mesmo símbolo, foice e martelo. O que não havia em 1980 era a internet, que agora dissemina em tempo real o que em verdade se passa na administração pública. Não dá mais para contar uma história irreal para a sociedade, como foi nos tempos de Getúlio Vargas e seu D.I.P., e como era até poucos anos.

Os outros partidos de esquerda, não fosse o advento do lulopetismo, já teriam se tornado insignificantes, ou sumido. Tiveram essa sobrevida, conseguindo bons rendimentos mensais para seus membros pendurados nas diversas folhas de pagamento do setor público, emprego sem trabalho, que aliás é a sua especialidade, por mais esses 13 anos. Acabou a farra. Confio em que o PT, que lhes deu sobrevida, os leve junto para o ostracismo, para a irrelevância. Digamos que dos sangue-sugas da esquerda estejamos, dentro em breve, livres. Fora do poder e baderneiros por vocação, vão se imolar no altar da mediocridade.

Resta, à partir de agora, para que esse país volte a se desenvolver - desta vez com suas próprias pernas, o que não vai acontecer  -, analisarmos porque permitimos que desastres como o lulopetismo aconteçam, e o que fazer para que miopias políticas, verdadeiras amebas ideológicas, não voltem a tomar conta.

O PT sozinho, leia-se esquerda, jamais teria chegado pelas vias democráticas ao poder. Mesmo contando com o voto dos analfabetos, estes não seriam suficientes para lhes entregar a chave do cofre. Tiveram pois que contar com o apoio de alguém, que não da esquerda. E esse apoio lhes foi dado pelo PMDB, que desde o fim dos Presidentes militares se especializou em indicar o vice, mesmo um vice de mentirinha como Sarney, ou um sem votos como Michel Temer.

Aquilo que chamamos de direita, mas que na verdade não passa de um meio termo entre nada e coisa nenhuma, pois quando falam em Estado mínimo, paralelamente estão empregando no setor público toda sua grande família (cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos); essa direita esquisita está de volta ao topo.

A primeira tarefa que terão que se desincumbir será o ajuste fiscal, ou, equilibrar as contas nas colunas de receita e despesa. A volta ao desenvolvimento impõe como condição sine qua non esta providência, sem a qual nada poderá ser feito.

É aí que nosso sistema político se atravessa na solução do problema. Nossos homens públicos eleitos, indicados que foram pelos donos dos partidos e apenas referendados pelos eleitores sem opção, naquilo que chamam de “eleições democráticas”, não tem credencial nem liberdade de ação, funcionários que são de quadrilhas que dominam a atividade política em nosso país.

Acompanhando pela mídia as conversações do quase Presidente Temer para compor seu Ministério de “notáveis”, escancara a negociação rasteira no preenchimento dos cargos, onde as primeiras ofertas do toma lá da cá são nos cargos de administração das inefáveis empresas públicas, que de públicas nada tem, pois servem em primeiríssima mão aos políticos e seus
sabujos aduladores/apoiadores.

Para conseguir equilíbrio nas colunas de receita e despesa, sem aumentar muito os impostos, sobrará a venda à preço de banana de mais empresas nacionais, falidas que foram pelos 13 anos do desastre socialista, e corte discriminado nas despesas públicas, salvando dos mesmos aqueles que afetem os votos futuros do funcionalismo público 2 em 1, um trabalha e dois olham.

Nossos políticos de “direita”, - que deveriam aproveitar a saída dos esquerdistas pela porta dos fundos do Palácio, quem sabe até para a extinção -, em vez de enfrentar os verdadeiros problemas que nos afligem, estão novamente confabulando para uma conciliação que só a eles interessa, começando por manter as centenas de milhares de cargos públicos que existem tão somente para essas ocasiões. Claro que cargos ocupados pela sua grande família, isto é, eram ocupados pela esquerda e agora serão novamente ocupados pela direita.

Quem agradece penhoradamente por mais esta “conciliação nacional” são os banqueiros nacionais e internacionais que voltarão a ter maiores garantias de retorno dos seus empréstimos muito bem remunerados, sem contar que a Oligarquia Financeira Internacional, dona das principais empresas multinacionais, conseguirá se adonar à preço de liquidação, de mais algumas centenas de empresas nacionais falidas, como aliás já está acontecendo e continuará a acontecer, enquanto não mudarmos nosso sistema político.

Confio no PT, que ao apagar das suas luzes, dê uma contribuição decisiva para as mudanças necessárias, usando de toda sua irracionalidade congênita e propensão explícita para a baderna, implodindo essa república das elites e democracia de mentirinha, para que a sociedade brasileira possa participar da mudança do sistema político e da revolução que nunca fizemos.  

Ironicamente, seria um partido de esquerda que facilitaria a passagem do nosso semi-capitalismo, ou capitalismo de estado, ou como queiramos chamá-lo, para um Capitalismo Social.