segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Se entrega, Corisco

Fernando Gabeira 

Renan Calheiros, no passado, perdia cabelos mas não perdia a cabeça. Agora, ele ganhou cabelos mas perde a cabeça, com frequência. Recentemente, disse que o Senado parecia um hospício e afirmou que ajudou a senadora Gleisi Hoffman no seu embate com a Lava-Jato. Hoje, sabemos que ordenou varreduras em vários pontos estratégicos ligados aos senadores investigados pela roubalheira na Petrobras.

E Renan perdeu a cabeça de novo, chamando um juiz federal de juizeco e o ministro da Justiça de chefete de polícia. Sua polícia legislativa funciona como uma espécie de jagunços de terno escuro e gravata, a serviço de alguns coronéis instalados no Senado. Quando combatemos Renan e o obrigamos a deixar o cargo de presidente, os jagunços já estavam lá. Como o Brasil vivia num estado meio letárgico, tivemos de enfrentar a braço os jagunços de Renan para garantir a transparência de uma reunião sobre seu destino.

O sono brasileiro não é mais tão profundo como na época. Ainda assim, Renan sequer foi julgado pelos crimes de que era acusado na época. São as doçuras do foro privilegiado. Agora, ele quer que o foro privilegiado, que já era uma excrescência para deputados e senadores, estenda-se também aos seus jagunços. E que o espaço do Senado seja um santuário para qualquer quadrilha que tenha, pelo menos, um parlamentar como membro.

Talvez Renan esteja desesperado. Mas essa hipótese ainda precisa ser confirmada. Há sempre alguém que se acha o verdadeiro guardião das leis e se dispõe a defender Renan e o Senado, independentemente desse contexto bárbaro que presenciamos há anos. O próprio Gilmar Mendes, cujas posições são respeitáveis, saiu em defesa de Renan, sugerindo que a polícia não deveria entrar ali. Mas o que fazer quando a própria polícia do Senado comete uma delinquência? A resposta das pessoas que não foram atingidas pela Lava-Jato, mas se incomodam com o sucesso da operação, é sempre esta: falem com o Supremo. No caso do Renan, sob investigação em 12 processos diferentes, e sempre na presidência do Senado, o que significa falar com o Supremo?

Estamos falando com o Supremo há anos. Ele manda grampear senadores adversários, como fez com Marconi Perillo, orienta a agressividade e a truculência de seus jagunços contra deputados. Até hoje, para ele, o Supremo é apenas o cemitério de seus processos.

Renan, Gilmar Mendes e todos os defensores desse absurdo não conseguem me convencer que é preciso pedir licença ao Supremo para punir jagunços que usam equipamentos do Estado, diárias pagas pelo governo, para fazer varreduras na campanha de Lobão Filho, no Maranhão. Varreduras inclusive sob supervisão do genro de Lobão Filho, um homem chamado Marcos Regadas Filho, acusado de sequestro e mencionado no assassinato do blogueiro Décio Sá.

A diversão desse personagem para qual os jagunços trabalharam é usar o helicóptero para dar voos rasantes no Rio Preguiça em Barreirinhas, aterrorizando banhistas e pescadores.

— Foge, meu preto, que isso é vendaval — ouvia-se o grito dos pescadores

O halo protetor do Supremo não se limita aos bandidos do Congresso, mas aos seus jagunços e cúmplices regionais. A Lava-Jato não é infalível. Está sujeita a críticas como todas as atividades de governo. Não se deve usar o êxito da Lava-Jato com intenções corporativas, inclusive num momento de crise econômica como a nossa. Até aí, tudo bem. Mas negar à PF o direito de entrar no Senado quando o crime está sendo cometido pela própria polícia parlamentar, isso me parece um absurdo. O foro privilegiado tem sido uma espécie de escudo para os bandidos eleitos. Se o espaço onde atuam torna-se também um santuário para todos os que trabalham lá, teremos não só a impunidade de indivíduos mas a liberação de espaços especiais para o crime.

Nas campanhas que fiz contra Renan, desenhamos um cartaz dizendo: “se entrega, Corisco”. Isso foi há muito tempo. Seus crimes não foram punidos na época. Ainda me lembro das imagens das boiadas se deslocando no sertão para fingir Renan que era um grande criador. Os crimes não apenas deixaram de ser punidos. Aumentaram exponencialmente ao longo dos anos, ancorando-se inclusive na pilhagem da Petrobras.

Eduardo Cunha foi preso. Não tinha mais mandato. Se Renan continuar solto, é apenas porque tem um. É justo cometer crimes em série, sob o escudo de um mandato parlamentar? Renan está nervoso porque percebe o crepúsculo de um sistema de impunidade tecido pela audácia dos coronéis e a inoperância do Supremo. A evolução do país o levou a perder a cabeça, algo raro no passado. Espero que não chegue a arrancar os cabelos e ouça o meu conselho de anos atrás: se entrega, Corisco.

O Globo/Brasil Soberano e Livre


O tamanho da herança maldita

Editorial

A crise causa forte impacto nos municípios, cuja grande maioria sequer contava com renda própria para arcar com os gastos, mesmo no período de bonança

Uma previsão infalível para os prefeitos eleitos é que enfrentarão a mais difícil conjuntura de toda a sua vida pública. Os reeleitos já sabem do que se trata. A mais grave crise fiscal de que se tem registro na história do país explode de maneira especial nas prefeituras, a unidade administrativa mais próxima das pessoas. O impacto é semelhante nos estados, porém as prefeituras padecem do agravante de terem pouco ou nenhuma margem de manobra para enfrentar uma crise em que há movimentos em sentidos contrários e fatais no caixa da União, estados e municípios: enquanto as receitas caem, puxadas por uma recessão que em dois anos deverá ter pulverizado de 7% a 8% do PIB e, em três anos, talvez 10%, as despesas sobem por força de mecanismos de indexação criados em gastos ditos sociais (aposentadorias, pensões e bolsas de todo tipo). O resultado é a falência fiscal. Daí a importância da PEC do teto.

O quadro municipal é mais negativo, porque a grande maioria dos cerca de 5.700 municípios não consegue pagar as contas com dinheiro de arrecadação própria. Mesmo na fase de bonança por que passou a economia brasileira. Muitos criados por interesses políticos paroquiais, eles dependem dos repasses de fundos de participação, constituídos por impostos estaduais e federais. Quanto aos gravames municipais — IPTU, por exemplo —, há prefeitos que evitam ampliá-los, revê-los, por motivos eleitoreiros. Preferem depender das cotas desses fundos, mas que estão também em processo de esvaziamento devido à recessão. Inclusive, já enfrentavam dificuldades desde o final do primeiro governo Dilma, com a política da presidente de fazer enormes desonerações de segmentos da indústria em impostos federais, a fim de estimular o consumo, quando o caminho indicado era dos investimentos. As famílias endividadas e a inflação em alta derrotaram a estratégia do governo, como foi alertado.

Com postos de saúde desabastecidos, dificuldades para manter em dia o funcionalismo, entre outros problemas sérios, a vida dos prefeitos só melhorará com o andamento das reformas no plano nacional.

Mas isso não os exime de agir na racionalização dos gastos, cortes de despesas supérfluas etc. Este movimento terá de ser nacional e amplo. Porque, por exemplo, segundo o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), calculado com base em dados de 2015 de 4.688 prefeituras, 87,4% delas estavam em situação entre difícil e crítica. Devem ter piorado. Só 12,1% encontravam-se em boas condições, e ínfimo 0,5%, em estado excelente. Cabe, ainda, aos prefeitos, dentro do respectivo raio de ação política, atuar a fim de que seus partidos trabalhem para aprovar com urgência as reformas encaminhadas pelo governo Temer ao Congresso (da PEC do teto, para começar, a previdenciária etc.). Não devem ficar parados, mas apenas a recuperação da economia melhorará de forma consistente seus caixas. O eleito que fez promessas irreais, populistas, pagará alto preço.

O Globo

domingo, 30 de outubro de 2016

Porto Alegre >>> Nelson Marchesan Jr.

Martim Berto Fuchs

Resultado final: 17:07:41 em 30/10/2016 
Nelson Marchesan Jr. ELEITO com 
402.165 votos = 60,50% dos votos válidos

O RS (República Socialista), em especial sua capital e região metropolitana, precisam romper com o atraso que já dura tempo demais, pois começou em 1955 com a eleição do socialista Leonel Brizola para esta cargo, que agora deverá ser ocupado por Nelson Marchesan Jr.

É uma grande oportunidade para o RS voltar à ser o RS, e deixar de impor para aqueles que trabalham, um projeto fracassado no mundo inteiro, mas que não obstante é mantido, porque assegura emprego (sem trabalho) no setor público para milhares de desocupados, preguiçosos e parasitas, que depois, ainda por cima, se aposentam com salário integral.

O Rio Grande do Sul faliu nas mãos dos socialistas, e como os mesmos socialistas agora faliram também o Brasil, está na hora de enfrentar a dura realidade e dar um chega prá lá nesses mistificadores.

Não dá para progredir sem trabalhar. Apenas ser empregado do estado sem nada produzir, à não ser burocracia, e pior, ainda por cima doutrinando jovens imaturos, covardemente, nesta deslavada mentira que é o socialismo, simplesmente não dá mais. Nunca funcionou e não será agora, já no fundo do poço, que vai inverter a situação.

Só tem UMA solução: abandonar de vez o socialismo. E não se iludam, pois não existe socialismo democrático. 

Socialismo é coletivização, igualdade no coletivo.

Democracia é liberdade individual, sem imposição e controle do Estado sobre a vida dos cidadãos.

Quem fala em socialismo democrático, mente, sempre mentiu.








sábado, 29 de outubro de 2016

O fantasma do estatismo

Editorial

Plano para as novas concessões em infraestrutura, anunciado há uma semana, em parte já é uma solução, ao reduzir o brutal intervencionismo estatal

É longo e pedregoso o caminho para o restabelecimento do realismo nos contratos de concessão de projetos de infraestrutura à iniciativa privada. Depois de uma fase em que prevaleceu o populismo tarifário e o voluntarismo estatal, amplamente responsáveis pelo fracasso dos programas de rodovias, portos e aeroportos durante o extinto mandarinato petista, o atual governo lançou um pacote de concessões com regras que estimulam maior participação privada e estabelecem que as tarifas serão definidas segundo critérios técnicos, e não eleitoreiros. Assim, se tudo correr como o planejado, o futuro é promissor – mas, enquanto esse futuro não chega, é preciso lidar com o passado, em que os contratos, sujeitos ao amadorismo do governo de Dilma Rousseff, não foram integralmente cumpridos, gerando insegurança e ampliando os prejuízos das empresas envolvidas, já castigadas pelo caos econômico e, em vários casos, pela corrupção.

O governo de Michel Temer está à procura de uma fórmula para alterar as regras dos contratos em vigor para seis rodovias federais, cujas obras estão atrasadas. A ideia inicial é manter as empresas vencedoras das licitações à frente das concessões, estimulando-as a concluir as obras previstas em troca de aditivos e de mais prazo.

Na concessão, previa-se que as empresas duplicassem cerca de 2 mil quilômetros em quatro anos, mas apenas 10% disso – o mínimo necessário para permitir a cobrança de pedágio – foi entregue. As obras perderam ímpeto em razão do atraso na expedição de licenças ambientais e, principalmente, da crise econômica, que pegou em cheio o caixa das empresas.

No contrato de concessão, previa-se generoso financiamento público a juros subsidiados, especialmente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, mas esse crédito ou demorou a sair ou ficou simplesmente travado. A promessa era que o financiamento chegasse em alguns casos a 100%, mas hoje, quando muito, não passa de 45% – e os bancos públicos ampliaram a exigência de garantias.

Tal cenário não se restringe ao setor rodoviário. As concessionárias dos aeroportos leiloados em 2013, por exemplo, também tiveram dificuldade para receber o financiamento prometido. Como resultado, as empresas, já às voltas com os efeitos da crise, entre os quais a redução do movimento nas estradas e nos aeroportos que administram, interromperam as melhorias com as quais haviam se comprometido.

Adicionalmente, algumas empresas se viram encalacradas nos tribunais, especialmente em razão da Operação Lava Jato, mas não só. Há o caso da concessionária que administra um trecho da BR-040, no Rio, que teve os bens bloqueados pela Justiça em meio a suspeitas de superfaturamento – um aditivo calculado em R$ 280 milhões está hoje em R$ 897 milhões. Essa é uma das empresas que aguardam a revisão dos contratos por parte do governo.

Decerto levando em conta o histórico de desvios, corrupção e quebra de compromissos, o Tribunal de Contas da União (TCU) entende que o melhor a fazer nesse e nos demais casos é esperar o vencimento dos contratos, firmados em 2013 e com validade de até 30 anos, para só então fazer uma nova licitação. O problema é que tal solução esbarra na necessidade urgente de concluir as obras, já bastante atrasadas, e de lidar com a penúria das concessionárias.

Cabe ao governo encontrar uma solução para o imbróglio – e solução que resguarde, antes de tudo, o interesse público –, pois o mais importante é resgatar a credibilidade da administração federal, comprometida pela gestão de Dilma Rousseff. O plano para as novas concessões em infraestrutura, anunciado há uma semana, em parte já cumpre essa função, ao reduzir o brutal intervencionismo estatal, em especial na formação das tarifas, e ao acenar com um bom ambiente regulatório. Mas a resolução dos problemas referentes aos contratos já em vigor será crucial para comprovar a disposição do governo de dar plena segurança a quem se dispõe a investir no País.

O Estado de São Paulo



Nova era à vista

Vittorio Medioli

Anular o voto, segundo o meu amigo, é terceirizar a inteligência, “tem sempre algo de menos dramático a preferir entre um e outro”, e nesse sentido a escolha se faz um dever.

É nítido, neste momento histórico, que onde existe uma possibilidade eleitoral a favor da “novidade” e da capacidade de gestão, em contraposição à política que levou o Brasil à “falência”, o eleitor tende a embarcar na primeira. Foram poucas as candidaturas em 2016 com esse apelo, mas tiveram um elevado índice de sucesso.

Caso mais meridiano é o de João Doria, em São Paulo. Pegou o pouco de bom da tradição e se fartou de muita mudança e capacidade de gestão.

Nunca foi tão difícil para políticos requentar as velhas propostas e discursos; os comícios foram ultrapassados em importância pelo Facebook, mais barato, de maior e mais contundente alcance.

Quem deixou de fazer carreatas economizou gasolina sem perder um voto, os candidatos mais atentos se esquivaram dessas e se deram bem. Quem usou a roupagem a rigor da política enfrentou desconforto.

O eleitor de 2016 é o mais revoltado das últimas décadas. Parece estar sofrendo na pele a catástrofe que assola o país e enxerga a razão disso na corrupção em suas multíplices formas adotadas pelos políticos.

O desemprego e a falta de atenção a educação, saúde e segurança devastaram o conceito de quem está nas proximidades do “poder”. E com razão! O povo sofre. Sofre muito e culpa quem está no poder.

Os partidos historicamente antagônicos nunca foram tão nivelados em mediocridade. Mais ou menos culpados, mais ou menos coniventes, os navegantes do poder estão ardendo na mesma frigideira e, autopsiados, revelam as mesmas causas internas de falência generalizada.

No debate da RedeTV! aqui, em BH, um deplorável encontro de “vale-tudo”, o candidato do PSDB negou seu padrinho, não respondeu às perguntas que afirmariam o apoio dele. Parecia como são Pedro na Quinta-Feira Santa ao ser interrogado pelos soldados romanos antes que o galo cantasse na madrugada. A expressão dele era aquela imortalizada no quadro “A Negação de Pedro”.

Nessa obra exibe-se o apóstolo com trepidação em sua expressão insegura. Seus olhos buscam – sem encontrar – a firmeza para se desvencilhar do que o levaria à desgraça. Provavelmente, no caso de João Leite, não seria uma perda, mas nitidamente estava temeroso e preparado para sair de uma ligação que até ontem era sua maior bandeira. Alexandre Kalil deu um “coice” no presidente de seu partido, PHS, “nunca o vi”, e ainda afirmou que se filiou a um partido porque de outra forma não poderia ser legalmente candidato.

Para atento observador, essas manifestações consolidam os fantasmas que aparecem no horizonte verde-amarelo. Nos últimos dias, a ficha caiu, e ninguém quer ser apadrinhado por quem quer que seja.

Repete-se o fenômeno que se seguiu à operação Mani Pulite, na Itália, e poderá ocorrer aqui, no Brasil, em decorrência da Lava Jato. Os partidos foram varridos lá, porque na Itália o sistema, que funcionava num clima saturado de corrupção, foi condenado como um todo.

A mudança é politicamente progressiva e sequencial. Previsível, apesar de incerto ser o prazo de execução do destino.

A eleição de 2018 ocorrerá à luz da legislação atual, a não ser que movimentos de ruas, empurrados por redes sociais, antecipem a ruptura do velho modelo, mas até lá muitos desaparecerão de cena.

A transição da velha para a nova política está para acontecer e se precipitar com a prisão de Eduardo Cunha, um meteorito que extinguirá o sistema jurássico.
João Doria, em São Paulo, antecipa a solidificação do magma que escorre da erupção em curso. Outra era está nascendo.

Jornal O Tempo



sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Livro de Garry Kasparov compara governo de Putin a "mafia"

Garry Kasparov

O antigo campeão do Mundo de xadrez Garry Kasparov alerta, no livro "O Inimigo que Vem do Frio", para a passividade das lideranças do Ocidente ao lidarem com o regime russo de Vladimir Putin, que apelida de "mafia".

A edição portuguesa do livro de Kasparov (da editora Clube do Autor) aparece com o sub-título "Os riscos da liderança russa e a grande ameaça à paz no mundo ocidental".

Na edição em língua inglesa o subtítulo vai mais direto ao ponto que o autor quer transmitir: "Why Vladimir Putin and the enemies of the free world must be stopped" (Por que é que Vladimir Putin e os inimigos do Mundo Livre têm de ser travados).

'A corrupção dos oligarcas mudou-se para o interior do Kremlin, onde cresceu para níveis estarrecedores'

Tal como o sub-título da edição inglesa indica, Kasparov analisa como se tivesse um tabuleiro de xadrez pela frente: a identificação dos "bons" e dos "maus" é tão clara como a diferença entre as brancas e as pretas. No seu livro - em colaboração com o jornalista nova-iorquino Michael "Mig" Greengard - o ex-campeão do Mundo não só acredita que todas as peças se movem de acordo com regras específicas, como se oferece para as explicar.

Assim, em "O Inimigo que Vem do Frio", Kasparov (Baku, 1963) faz o seu relato histórico sobre a forma como a liderança (bem intencionada, mas ineficaz) de Boris Ieltsin e do seu sucessor no Kremlin, Vladimir Putin, torpedearam a legítima vontade do povo russo de viver numa sociedade democrática no pós-União Soviética

Para Kasparov, Ieltsin tentou, ainda que de forma inadequada, estabelecer uma democracia. Critica-o, sim, por não ter sido tão ambicioso na aplicação de reformas políticas e económicas como foi Vaclav Havel na Checoslováquia (dividida, pacificamente, em República Checa e Eslováquia).

"Ieltsin falhou o derradeiro e mais importante dos testes. As frágeis estruturas democráticas que ele permitira que se formassem não suportaram a necessidade do homem de poder e de segurança. Ieltsin não foi capaz de criar instituições duradouras. A estrutura dependia da sua liderança e as liberdades existentes só ali estavam porque ele as permitia", escreve Kasparov (página 127).

Pelo contrário, sublinha, Putin esforçou-se por implantar na Rússia um sistema que visou desde o primeiro momento, e de forma inexorável, a autocracia russa que existe hoje.

"Havia caos, mas Ieltsin nunca atacou as liberdades individuais. Putin desenvolveu, com grande êxito, toda a sua presidência para que fosse o oposto dos anos de Ieltsin. Todo o governo ficou sob o controlo direto do presidente. O parlamento tentou derrubar Ieltsin por duas vezes; agora, não passa de um teatro de fantoches. A corrupção dos oligarcas mudou-se para o interior do Kremlin, onde cresceu para níveis estarrecedores", considera o xadrezista (pag. 128).

Para o antigo campeão de xadrez, este caminho seria menos inexorável se as sucessivas lideranças no Ocidente - essencialmente dos Estados Unidos, mas não só - tivessem feito algo para travar Putin.

Kasparov deixa o leitor com poucas dúvidas sobre que considera "culpados" por esta situação: todos os presidentes norte-americanos que sucederam a Ronald Reagan (republicano, 1981-1989). No mundo de peças pretas e peças brancas de Kasparov, Reagan foi o único que percebeu o real problema, ao apelidar a União Soviética de "o Império do Mal".

'A natureza de Vladimir Putin é a de Don Corleone'

Todos os que lhe seguiram (George Bush, Bill Clinton, George W. Bush e Obama) falharam - por omissão ou por decisão política consciente. Porquê? Porque tentaram normalizar as relações com a Rússia em vez de exigir extensas reformas para promover os valores da democracia e do capitalismo. Barack Obama e Bill Clinton (democratas) são especialmente visados, mas também o antigo chanceler alemão Gerhard Schröder ["Schröder não se limitou a entrar para uma empresa russa (a Gazprom); ele entrou para a administração Putin" (pag. 204)].

"Tanto em 2008 como hoje há capitalistas e nacionalistas a gerir o Kremlin e o Congresso Nacional Chinês, em vez de ideólogos comunistas. Eles não representam as ameaças existenciais enfrentadas pelos presidentes Truman, Kennedy e Reagan. Não obstante, Obama continua relutante em enfrentar os inimigos da democracia para defender os valores que ele apregoa de forma tão convincente nos seus discursos", realça Kasparov (pag. 235).

Para Kasparov, "só os tolos" ou os que são "beneficiados pelo regime" fingem não perceber a natureza do presidente russo.

O ex-campeão de Xadrez considera que a natureza de Vladimir Putin é a de Don Corleone, a personagem principal da saga "O Padrinho", de Mario Puzo. Ao fazê-lo, sintetiza tudo o que pensa sobre o atual regime russo "Um admirador de Puzo vê o governo de Putin com mais precisão: a hierarquia rígida, a extorsão, a intimidação, uma imagem de duro, uma longa sequência de mortes convenientes entre os principais críticos, eliminação de traidores, o código de sigilo e lealdade, e, acima de tudo, um mandato para manter a entrada de receitas. Por outras palavras, uma máfia", conclui (pag. 201).

Jornal de Notícias (PT)/Brasil Soberano e Livre



DPU, A DESPUDORADA DA UNIÃO

Perito.Med.

A Defensoria Pública da União sempre foi um antro de petistas, porém como estão lá para defenderem a população sem acesso a advogados, isso nunca foi muito escrachado, pois os discursos se confundem: a velha tática da esquerda mofada em usar minorias para ter ascensão social.

No caso dos defensores, que insistem ser uma "força republicana à parte" ou "uma alternativa ao MPF", mas não passam de meros servidores do Executivo, a estratégia era justamente usar seu papel "de defesa de minorias" para alcançar substancial elevação salarial e independência funcional plena, como os Juízes e Procuradores. 

Porém o novo governo VETOU o aumentinho de 67% que eles tinham conseguido passar no Congresso, sem negociação prévia com o executivo.

Para piorar, sua candidata, sua líder, sua Chefe de Estado, Dilma Rousseff, foi derrubada por um processo de impeachment, ao qual boa parte dos defensores públicos assinaram um malfadado manifesto contra o impedimento, que foi solenemente ignorado por todos os brasileiros.

Se já chamavam o governo Temer de golpista antes, depois do veto.... Precisavam de um bode expiatório para ser seu cavalo de batalha na luta contra o "governo golpista".

Eis que descobrem a MP 739 e os segurados do INSS. Segurados esses que foram solenemente ignorados anos a fio pela DPU, com a rara exceção da DPU de Porto Alegre, que foi usada para o projeto de privatização da perícia médica mas ao menos conseguiu alguma coisa pros segurados locais.

Os mesmos segurados que foram negligenciados pela DPU em 2015, quando advogados previdenciários pediram que a DPU nacionalizasse a ACP de Porto Alegre e tiveram seu pedido negado (claro, iam atacar a Dilma? Jamais!).

Pois agora acharam um meio de combater o "golpismo". Com um discurso falacioso e justificativas ridículas, que envergonham qualquer um que as lê, um grupo de defensores ligados aos "diretos humanos" (sim, eles não visitam cadeias, não vão a comunidades pobres, suas sedes ficam nas áreas mais nobres das capitais, discutem as questões socioculturais da pobreza no Leblon, nos Jardins e no Lago Norte, mas juram que defendem o povo), esses socialistas de IPhone dos direitos humanos,  os justiceiros do ar condicionado, decidiram combater a MP 739.

A ridícula alegação: O INSS está demorando para fazer as perícias ordinárias. Claro, após anos de omissão para não atacar dirigentes petistas, após anos de olhos fechados, agora a DPU resolveu se preocupar com isso. Logo agora que as filas estão se normalizando....

Porém o pior não é isso: A DPU vive requisitando médicos peritos do INSS para trabalhar para eles, muitas vezes em processos contra o próprio INSS. Ora, cada perito ausente faz falta e impacta a fila, não é o que dizem? Então como a DPU continua requisitando peritos do INSS em locais onde a fila está gigantesca, e depois acusa o INSS de não cuidar das filas?

É uma contradição. Mesmo com todo o arcabouço legal apresentado e todas as estatísticas disponíveis, os seletivos defensores do petismo da união vão manter a proposta de ação civil contra o programa que está revelando ao Brasil a caixa preta da sacanagem dos benefícios irregulares.

Claro que vão fazer isso: o interesse não é agir em prol dos trabalhadores, pois se assim o fosse, estariam defendendo a MP 739 pelo saneamento que ela está promovendo na cessação de benefícios irregulares.

O interesse dos defensores dos "direitos humanos" da DPU que assinam a ridícula recomendação é, na ordem: aparecer (efeito holofote), atacar o governo Temer (efeito mortadela) e tentar ganhar poder (efeito aumento de salário).

Os trabalhadores honestos que se danem. A DPU é realmente uma despudorada, a despudorada da união. Agora entendi sua sigla.




quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Perdão para o ovo da serpente

GUILHERME FIUZA 

O Brasil chocou o ovo da serpente (ou da jararaca) durante décadas. O filhote, enfim, nasceu forte e esfomeado e devorou a economia popular. Os brasileiros demoraram a admitir o estrago que seu monstrinho de estimação estava lhe causando, e, quando isso finalmente se tornou inevitável, veio a reação: o país encarou a cobra venenosa, disse “ai, ai, ai” e a colocou de castigo. Acredita que assim ela vai passar a se comportar direitinho.

A literatura antiofídica da Lava Jato indica que em 2005, exatamente quando Lula pedia perdão aos brasileiros pelo mensalão, o mesmo Lula tratava da compra escandalosa da refinaria de Pasadena. É compreensível. Gente boa só consegue se arrepender de um roubo de cada vez. E eis que 11 anos depois, preso e condenado pelo petrolão, José Dirceu é perdoado pelo mensalão. O Supremo Tribunal Federal (STF) foi firme em sua decisão contra o quadrilheiro petista: “Ai, ai, ai, não faça mais isso”.

Quadrilheiro, não. O mesmo ministro do Supremo que acaba de perdoar o companheiro Dirceu, Luís Roberto Barroso, fez sua estreia espetacular na Corte máxima decretando que a quadrilha do mensalão não era uma quadrilha. Ou seja: Dirceu, Delúbio, Valério e companhia, que agiram sistematicamente em conluio para fraudar os cofres públicos e enriquecer o PT, utilizando métodos, álibis e laranjas comuns por vários anos, não formavam uma quadrilha. Quadrilha é aquilo que baila em volta da fogueira nas festas juninas.

Foi também o mesmo companheiro Barroso quem operou o rito do impeachment da companheira presidenta, usando sua mira laser do Supremo para mostrar ao Congresso o que ele tinha de fazer. Assim prevaleceu a formação da comissão especial como o PT queria, o que infelizmente não adiantou nada, porque as instituições brasileiras começaram a ficar com vergonha de proteger governo bandido – e tanto o Legislativo quanto o Judiciário referendaram a legitimidade do impeachment.

Aí uma turma ficou gritando contra o golpe – os mesmos de sempre, que se escondem na mística progressista para viver de símbolos retrógrados. Perdoar a quadrilha é uma ótima forma de continuar chocando os ovos das serpentes simpáticas e revolucionárias.

Então, já que é para chocar, vamos chocar: enquanto era julgado pelo mensalão, Dirceu, o perdoado, cometia os crimes do petrolão; posteriormente, já tendo sido preso por esses novos crimes, as investigações da Lava Jato mostraram que as propinas do esquema engendrado por ele continuavam jorrando nas contas dos guerreiros do povo brasileiro. É mesmo de morrer de pena.

O perdão concedido pelo STF a José Dirceu está em perfeita consonância com a moral vigente no país, ou pelo menos com a moral dominante. O Brasil perdoou Lula quando ele pediu para ser perdoado, em 2005, e no ano seguinte lhe deu a reeleição – com as revelações do mensalão estalando nas manchetes. Comiseração é isso aí, o resto é brincadeira. Lula entendeu muito bem o recado da nação e pisou fundo. O Brasil é sócio do que se passou nos dez anos seguintes – e continua, na prática, perdoando Lula.

O ex-presidente acaba de se tornar réu pela terceira vez. Agora é por tráfico de influência internacional em favor da Odebrecht, usando o BNDES e irrigando a conta de um sobrinho. Quando esta mesma revista ÉPOCA revelou a referida investigação contra Lula, foi xingada por ele em praça pública. Ou seja: o filho do Brasil faz o que faz e continua livre para atacar gravemente a imprensa e subir em palanques para perpetuar seu grupo político no seio do Estado brasileiro. E o país ainda tolera o coro dos hipócritas que acusam os investigadores de fascismo. Essa tolerância é pior do que o pior dos crimes do PT.

É claro que os reis da mistificação vão dizer que a frase acima é uma pregação da intolerância, portanto do autoritarismo, portanto da força bruta contra os democratas, etc. etc. Eles são bons nisso. Quando milhões de pessoas saíram às ruas de verde e amarelo pelo impeachment, essa inteligência de João Santana espalhou que era um absurdo protestar contra a corrupção com a camisa da CBF... Um covarde é capaz de qualquer coisa.

E um país que confunde intolerância com impunidade é capaz de aceitar o perdão mais hediondo. À solta, a serpente agradece.

Revista Veja



Heróis à força: quando voltaremos à ser competitivos ?

Leonardo de Siqueira Lima e Marcel van Hattem

Enquanto um cidadão levar 83 dias para abrir uma empresa e for mais barato enviar um contêiner para Pequim que para Brasília, qualquer estímulo econômico terá relevância menor.

O clichê é surrado mas verdadeiro: empreendedor, no Brasil, é de fato um herói.

Da porteira para dentro, empreendedores têm de lidar com uma enorme burocracia. Demora-se em média 83 dias para abrir uma empresa no Brasil enquanto nossos quase vizinhos chilenos demoram apenas três. No entanto, se abrir o próprio negócio já é uma tortura, ao tocá-lo no dia a dia percebe-se que aquele foi apenas o primeiro obstáculo. Empreendedores brasileiros levam em média 2,6 mil horas por ano só preenchendo a papelada. Os bolivianos, em segundo lugar, levam menos da metade do tempo: 1.025 horas. Da porteira para fora os desafios não são menores. Sai mais de três vezes mais caro transportar um contêiner de São Paulo até Brasília (US$ 240) do que fazê-lo chegar à China (US$ 75)!

Esses entraves à produção de riqueza resumem bem a nossa situação: não somos competitivos. Mais do que isso: perdemos terreno a cada ano. O Fórum Econômico Mundial divulga anualmente o Índice de Competitividade Global, relatório que avalia 138 países em fatores como instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico etc. Nos últimos quatro anos o Brasil despencou: foi da 48.ª posição em 2012 à 57.ª em 2014, até atingir a atual e vergonhosa 81.ª posição. Mas de que importa essa tal competitividade?

As economias mais competitivas foram as menos afetadas pela recessão em 2008
Primeiro, países mais produtivos são aqueles cujos indivíduos produzem mais riqueza com o que têm à disposição, possibilitando um maior padrão de vida para os cidadãos; segundo, países mais produtivos oferecem maiores retornos sobre os investimentos, o que é importante para as empresas que buscam novos mercados decidirem onde vão investir, resultando em crescimento econômico; e, por último, competitividade implica em estabilidade econômica. Dados do relatório confirmam que as economias mais competitivas foram as menos afetadas pela recessão em 2008.

No topo da tabela dos mais competitivos estão Suíça, Cingapura, Estados Unidos e Alemanha. Nas últimas posições, Iêmen, Mauritânia, Chade e Burundi representam a ausência quase total de livre mercado. Basta uma rápida olhada no PIB de cada país para vermos que há uma forte relação entre crescimento econômico e competitividade. Não há coincidência, portanto. Para que um país seja mais rico é necessário que seja mais competitivo.

O relatório deste ano trouxe uma conclusão nova: estímulos monetários não foram – porque não são! – suficientes para incentivar o crescimento econômico. Para estimular o crescimento, conclui o relatório, é necessária uma reforma no ambiente de negócios.

Mais uma vez, entendemos por que o Brasil regrediu nos últimos anos. Na tentativa de buscar o crescimento econômico usando sua Nova Matriz Econômica, o governo de Dilma Rousseff incentivou a desvalorização da moeda e forçou as taxas de juros para baixo mesmo com a inflação em trajetória de alta. Como corolário, o governo ignorou as reformas microeconômicas necessárias.

Com o advento de um novo governo, que tem prometido reformas profundas, espera-se que seja dada prioridade àquelas que garantam um ambiente mais favorável aos negócios. Enquanto um cidadão levar 83 dias para colocar de pé uma empresa e for mais barato enviar um contêiner para Pequim que para Brasília, qualquer estímulo macroeconômico terá relevância menor. Mais competitividade depende de garantir ao indivíduo – aquele que não almeja ser nenhum herói à força, mas quer apenas exercer sua vocação empreendedora – as condições necessárias para que crie riqueza com liberdade e responsabilidade. A escolha é simples: ou fazemos a lição de casa, reduzindo burocracia e impostos, ou nos conformamos com mais uma queda no ranking de competitividade em 2017.

Leonardo de Siqueira Lima
Mestre em Economia pela Barcelona Graduate School of Economics, é consultor da GO Associados e fundador do site Terraço Econômico.
Marcel van Hattem
Mestre em Ciência Política pela Universidade de Leiden, é deputado estadual no Rio Grande do Sul.

Gazeta do Povo

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Demissão de funcionários públicos

O Globo
(*)

O artigo 169 da Constituição, ao tratar das despesas de servidores públicos, remete para a Lei de Responsabilidade Fiscal, onde está fixado em 60% da receita corrente líquida o limite para este gasto em estados e municípios. O Rio de Janeiro deverá estourá-lo em dezembro.

A própria Constituição, no mesmo artigo, estabelece a regra para os cortes, ultrapassado o teto: redução de pelo menos 20% do que é gasto com cargos em comissão e de confiança; depois, demissão de funcionários não estáveis; e se não tiver sido possível recolocar a despesa no limite legal, corte de servidores estáveis.

Nada é tão direto desta forma. A avaliação das despesas é feita por poder (Judiciário, Legislativo, Executivo), e o prazo para a correção, de dois quadrimestres. Na recessão, o dobro do tempo.

Há muito trabalho em planejamento para o governo fluminense fazer, bem como os demais estados, cuja maioria enfrenta dificuldades semelhantes.

Há quem veja nos incentivos fiscais uma frente de polpudas economias. Mas é preciso cuidado, para não danificar o setor produtivo estadual. E não adianta, neste caso e no dos salários, achar que arrestos e mandados judiciais ajudarão a normalizar os fluxos financeiros dos governos. Para a falta de dinheiro, não há juiz que dê jeito.

O Globo

(*)Comentário do editor do blog-MBF:  toda nossa história se resume em contornar a raiz do problema (causa) e tentar mudar as conseqüências (efeitos).
Mais uma prova se deu com a Lei de Responsabilidade Fiscal, quando colocou-se um teto para os “governantes” gastar com os apadrinhados pendurados nas folhas de pagamento.
Sabemos que o problema começou com a chegada da família “Imperial”, que atravessou o atlântico com mais de 10.000 pessoas fugindo do ataque de Napoleão. Como sustentar e manter toda essa gente ?
Sabemos também que a proclamação da república não passou duma encenação, que apenas transferiu a Coroa, símbolo do Poder, das mãos da família que a detinha, para as mãos dos comensais e áulicos da Corte.
Copiaram os americanos, que efetivamente mudaram, e passaram apenas a chamar o novo Rei de Presidente, sem nos tornar uma República.
De lá para cá, estamos sempre contornando o problema. Enquanto a extorsão via impostos aumenta a arrecadação, é permitido ao “gestor” público ir empregando a grande família. Quando cai a arrecadação, os empregados públicos são mantidos e a prestação de serviços, razão da cobrança, é paulatinamente diminuída e até abandonada.  
Aí começa um novo contorcionismo (contabilidade criativa) para manter o emprego destes privilegiados, às custas da população. Vale tudo, menos enfrentar as causas.
República democrática ? Onde ? Quando muito uma Monarquia Republicana ou República Monárquica, onde os privilégios da Corte continuam mantidos.



Peles de Cordeiro

Carlos Vereza

Com o fim da União Soviética, a esquerda internacional voltou suas atenções para a América Latina. Constatado o fracasso da luta armada para chegar ao poder nessas regiões, rearticularam-se em uma nova estratégia. Ocupar, por vias democráticas, até a completa hegemonia, os países latino americanos.

Para este intento, criou-se, com Fidel, Lula e Chaves, O Foro de São Paulo.  Apresentando-se "com peles de cordeiro", candidataram-se, com programas liberais, prometendo amplo respeito às leis do mercado. O principal alvo seria o Brasil, por sua influência sobre os demais vizinhos.

Lula candidatou-se com a famosa "Carta ao Povo Brasileiro", como um democrata que se arrependera de suas posições radicais. Venceu, depois de várias tentativas, o pleito presidencial.

No seu primeiro mandato, usufruindo de uma herança bendita deixada por Fernando Henrique Cardoso, com a inflação sob controle, Lei de Responsabilidade Fiscal observada, Lula parecia ter abandonado suas práticas incendiárias; pura ilusão.

Reeleito, abandonou suas promessas de campanha e começou-se a delinear o que fora escondido dos eleitores: o projeto de permanência indefinida no poder.

Para tanto, utilizou o mais desavergonhado populismo-assistencialismo, incentivando a população ao consumo desenfreado, o que só poderia acontecer com a busca por empréstimos aos bancos, que evidentemente não avisaram aos credores, sobre os juros que recairiam em seus empréstimos.

Sem uma politica econômica que desse sustentação a esse projeto, o resultado foi o endividamento da "nova classe média", que teve, em síntese, de perder o ilusório status, vendo seus bens devolvidos aos bancos.

Esses foram os famosos quarenta milhões retirados da pobreza, e que se retratam, agora, em mais de doze milhões de desempregados, sessenta milhões de inadimplentes, milhares de fábricas fechadas. Com o que lhe restava de prestigio, elegeu Dilma Roussef, que, em quase dois mandatos, acabou de quebrar o país.

E dizer, que o fanatismo de seus seguidores, finge ignorar este desastre.

Nas veredas do Vereza



terça-feira, 25 de outubro de 2016

A Terceira Guerra Mundial ou o preço da descida ?

Petri Krohn
Traduzido por Vila Vudu
Grandes armas russas a caminho da guerra

Os dois maiores navios de guerra da Marinha Russa, o cruzador de combate movido a energia nuclear Pyotr Velikiy (099) e o porta-aviões Almirante Kuznetsov (063) cruzam nesse momento o Canal da Mancha (para os franceses; para os ingleses, “English Channel”) navegando rumo ao Mediterrâneo oriental. A missão deles é estabelecer uma zona naval de exclusão de 1.500km ao largo da costa síria, e repelir decisivamente qualquer grupo naval de ataque dos EUA que se oponha a essa medida.

A OTAN diz que o ‘Kuznetsov’ está em missão para “bombardear rebeldes em Aleppo”. É só parcialmente verdade, porque o porta-aviões está, sim, em missão de combate; não num cruzeiro de verão, ou em exercício de treinamento ou só arejando a bandeira. De fato, essa é a primeira vez que qualquer porta-aviões russo ou soviético é visto em formação para combate.

A agência Reuters noticia: “Navios de guerra russos que navegam pelo litoral da Noruega transportam jatos bombardeiros que provavelmente estão sendo enviados para reforçar um assalto final à cidade sitiada de Aleppo dentro de duas semanas, disse na 4ª-feira um experiente diplomata da OTAN, citando fontes ocidentais.

Depois de reunido no Mediterrâneo, esse grupo de combate russo pode vir a ser a maior formação naval europeia vista em combate desde a Batalha de Jutlândia em 1916.Wikipedia

Provavelmente, o grupo de combate incluirá vários submarinos nucleares, das classes ‘Akula’ e ‘Oscar’. Wikipedia

A missão deles é deter a planejada guerra dos EUA contra a Síria e impedir a Marinha dos EUA de lançar ataques aéreos ou mísseis cruzadores Tomahawk contra o Exército Árabe Sírio ou forças russas na Síria. É uma repetição da situação de agosto de 2013, dessa vez, com ainda maior presença naval russa.

A missão das principais naves da frota militar soviética sempre foi deter e afundar porta-aviões norte-americanos. A principal arma deles são os mísseis P-700 Granit supersônicos antinavios, transportados pelos ‘Pyotr Velikiy’ e ‘Kuznetsov’, e pelos submarinos de classe ‘Oscar’. Wikipedia

Se essa força russa for ameaçada, essas naves de guerra receberão o complemento dos bombardeiros estratégicos ‘Tupolev Tu-22M’ que transportam os mísseis antinavios ‘Kh-15 e Kh-32 com alcance operacional de 300 km e 1.000 km respectivamente. Os bombardeiros terão base na Síria ou na base aérea Hamadan, no Irã.

Os EUA agora se preparam abertamente para guerra contra a Síria. Todas as tentativas anteriores em agosto de 2013 goraram, por causa da presença naval russa ao largo da Síria. Todos esses desenvolvimentos são mantidos secretos para os públicos ocidentais dos meios comerciais de comunicação.

O impasse foi exposto pela primeira vez por Israel Shamir em outubro de 2013: “O evento mais dramático de setembro de 2013 foi a situação de confronto iminente próxima à costa do Levante, quando cinco destroieres dos EUA, com seus Tomahawks mirados contra Damasco e, diante deles, a flotilha russa de onze navios capitaneados pelo navio que transportava o Míssil Cruzador Moskva, e apoiada por naves de guerra chinesas.

Aparentemente, dois mísseis foram disparados na direção da costa síria e ambos falharam, sem chegar ao destino” (The Cape of Good Hope).
Notícia mais detalhada foi publicada pelo Australianvoice em 2015: “Assim sendo, por que EUA e França não atacaram a Síria? Parece óbvio que russos e chineses simplesmente explicaram que qualquer ataque de forças dos EUA e França contra a Síria seria respondido com ataque de russos e chineses contra naves de guerra de EUA e França. Obama, inteligentemente, decidiu não inicia a 3ª Guerra Mundial em setembro de 2013. (“Conseguirá a Rússia bloquear outra vez uma mudança de regime na Síria?” Reuters)

Eu mesmo, em 2013, tentei compreender a missão daquela frota russa. Para mim, as ordens de Putin àquela frota naquela ocasião foram as seguintes:
1) Afundar qualquer navio da OTAN envolvido em agressão ilegal à Síria.
2) Estão autorizados a usar armas nucleares táticas, em autodefesa.
Tenho certeza de que os almirantes da OTAN compreenderam desse mesmo modo a situação. Nada posso garantir quanto à liderança em Washington.

Oriente Mídia



“A maioria das universidades do mundo vai desaparecer”

DAVID ROBERTS
ESPECIALISTA EM INOVAÇÃO

Especialista em inovação e membro da Singularity University, a universidade do Vale do Silício, acredita que o diploma já não é útil

Quando David Roberts era criança, seu pai lhe contou que Thomas Edison fez muito mais pela humanidade com a invenção da lâmpada do que qualquer político na história. Essa ideia marcou sua caminhada. Roberts é um dos maiores especialistas em tecnologia disruptiva do mundo e também um dos rostos mais conhecidos da Singularity University, a universidade do Vale do Silício criada em 2009 com o apoio da NASA e do Google.

Roberts considera que o formato de negócio das universidades tem os dias contados e que somente sobreviverão aquelas que possuírem um nome forte. A Singularity University rompeu com o modelo de diploma; não expede títulos e não existem créditos. Seu único objetivo é formar líderes capazes de inovar e se atreverem a quebrar as normas para alcançar o ambicioso desafio que define a universidade desde sua criação. Seus alunos devem utilizar a tecnologia para resolver os oito grandes desafios do planeta: alimentar toda a população, garantir o acesso à água potável, educação para todos, serviços básicos de saúde, energia sustentável, segurança, cuidado com o Meio Ambiente e acabar com a pobreza. Tudo em menos de 20 anos.
Roberts recebe o EL PAÍS na Oslo Innovation Week, um encontro organizado pelo governo norueguês para detectar as novas tendências em inovação que estão transformando a economia.

Pergunta. Na Singularity University (SU) os cursos não possuem créditos. Isso quer dizer que estão rompendo com os títulos oficiais. As universidades e os governos fazem negócios com isso. Acreditam que estão dispostos a mudar o modelo?

Resposta. Não, não acredito que estão abertas à transformação. Hoje em dia vemos a maior disrupção da história na educação e a mentalidade habitual diante dessas transformações tão radicais costuma ser a de pensar que o anterior era melhor. Aconteceu no mercado norte-americano quando chegaram os carros japoneses; eram mais baratos e todos pensavam que de pior qualidade, até que ficou demonstrado que eram melhores. Com a educação acontecerá a mesma coisa; as grandes universidades não querem oferecer seus conteúdos online porque acreditam que a experiência dos alunos será pior, que não existe nada que possa igualar o frente a frente com o professor na sala de aula. Enquanto ignoram a revolução que acontece fora, a experiência de aprendizagem online irá melhorando. Os programas acadêmicos fechados e os créditos já não fazem sentido porque nos cinco anos que as graduações costumam durar os conhecimentos ficam obsoletos. Nós não oferecemos diplomas e créditos porque o conteúdo que ensinamos muda todo ano.

P. Existe alguma plataforma de aprendizagem online que se destaca sobre as demais?

R. A Udacity. Em 2011 o professor da Universidade de Stanford Sebastian Thrun, o maior especialista em Inteligência Artificial dos Estados Unidos, quis dar um de seus cursos na Internet, grátis e para todo mundo. Quase 160.000 estudantes de mais de 190 países se inscreveram e a porcentagem de alunos que obteve um A (Nota dez) foi superior à das classes presenciais. Thrun deixou Stanford e montou a Udacity, onde desenvolveu uma metodologia de ensino totalmente nova. Além disso, criou um novo modelo de negócios: se você termina o curso no tempo certo devolvem seu dinheiro e se você não conseguir um trabalho três meses depois, também. Você imagina algo assim em uma universidade tradicional? As únicas universidades que sobreviverão são as que têm um nome forte, como Harvard e Stanford, e no caso da Espanha as melhoras escolas de negócios. Os nomes dão distinção e isso significa algo para o mundo. As outras, vão desaparecer.

P. O principal programa da SU, a versão Vale do Silício do tradicional MBA, dura 10 semanas e custa 25.000 dólares (79.000 reais). Esse preço está bem distante de um de seus objetivos: a educação acessível a todos.

R. A nossa é uma universidade excepcional. Não se trata somente de adquirir informação e aprender algo muito específico online, como acontece, por exemplo, com a Khan Academy. Nós vamos além. Oferecemos uma experiência que muda sua mentalidade, que transforma as pessoas e quando saem não voltam a ser as mesmas. Aconteceu comigo. Alguns anos após o 11 de Setembro me coloquei à disposição do Governo e me tornei oficial das forças aéreas. Quando escutei que queriam criar uma universidade para resolver os grandes problemas do mundo, ficou claro para mim que participaria. E o fiz; primeiro como aluno e depois como vice-presidente e diretor do Global Solutions Program. Lá você percebe que a vida é curta e que pode fazer coisas ordinárias ou extraordinárias. Quando você está na classe com outras pessoas, começa a se dar conta do potencial que tem, sua visão de si mesmo e do futuro muda. Você não chega nesse ponto unicamente com o método habitual de receber informação.

P. Qual é hoje o principal problema da educação?

R. A educação está falida. Ensinamos as pessoas da mesma maneira durante os últimos 100 anos e, como crescemos nesse sistema, achamos que é normal, mas é uma loucura. Ensinamos nas escolas o que os colonialistas ingleses queriam que as pessoas aprendessem: matemática básica para poder fazer cálculo, literatura inglesa... Hoje não faz sentido. Temos de ensinar ferramentas que ajudem as pessoas a ter uma vida gratificante, agradável e que as preencha. Alguns têm sorte de ter pais que lhes oferecem isso, mas a maioria não. Os programas acadêmicos são muito controlados porque os governos querem um modelo padrão e acreditam que os exames são uma boa forma de fazer isso. Outro dos grandes dramas é a falta de personalização nas aulas. Quando um professor fala, para alguns alunos será rápido demais, para outros muito devagar e para quatro terá a velocidade certa. Depois são avaliados e sua curva de aprendizagem não importa, são acelerados no curso seguinte. Hoje sabemos que se nos adaptamos aos diferentes tipos de inteligências, 98% dos alunos terão melhor resultado.

P. Que matérias deveriam ser imprescindíveis?

R. A ideia de aprender muito, apenas para o caso de um dia precisar, é absurda. Talvez devêssemos substituir a ideia de educação pela de aprendizagem e permitir que as pessoas aprendam em tempo real, segundo suas necessidades. O verdadeiro propósito da escola deveria ser gerar curiosidade, pessoas com fome de aprender, e é nisso que os professores têm de ser bons. As habilidades emocionais vão desempenhar um papel muito importante na nova economia. Coloco um exemplo. Os motoristas do Uber nos Estados Unidos são pontuados pelos clientes de um a cinco. Se algum dos motoristas tem menos de 4,6 ou mais de três opiniões negativas, diretamente é excluído da plataforma. O mesmo acontece com os usuários: se têm menos de 4,6, nenhum motorista os pegará. Quem me ensina a ser honesto, íntegro e ter compaixão?

P. Já se falou muito de que em menos de 50 anos os robôs acabarão com a maioria dos empregos. Como será o novo mercado de trabalho?

R. Há 50 anos éramos produtores rurais. Todos estavam preocupados porque as máquinas nos tirariam o trabalho, era a única forma de ganhar dinheiro: ter uma propriedade rural e vender comida. Hoje as coisas mudam 50 vezes mais rápido; há 20 anos ninguém sabia o que era um desenvolvedor web e agora há milhares, é muito fácil e qualquer um pode fazê-lo. Todo mundo se pergunta em que trabalho seremos melhores do que os computadores. Em nenhum. Essa não é a pergunta certa. É preciso perguntar que tarefas não queremos que façam, apesar de poderem fazer melhor. Não os queremos como militares, nem como prefeitos, nem que decidam que presos podem sair da cadeia. Isso é o que temos de ensinar as pessoas a decidir.

P. Como podemos estar seguros de que haverá trabalho para todos?

R. A questão que você me faz é se o dinheiro será mais ou menos importante no futuro. Eu costumava pensar que a evolução da tecnologia faz os custos baixarem e que assim as pessoas pagariam menos pelos mesmos serviços. Seguindo essa previsão, seria possível pensar que vamos trabalhar menos porque não precisaremos de tanto dinheiro e teremos mais lazer. Está errado. O ser humano continuará criando produtos excepcionais, como o iPhone; todo mundo vai querer um. Teremos de ser capazes de criar valor para gerar dinheiro e poder comprar essas coisas. A realidade virtual, a impressão 3D ou a saúde serão algumas das áreas que vão nos surpreender. O mundo continuará girando em torno do dinheiro, que é a energia para fazer coisas ou mudá-las. Essas novas invenções vão nos inspirar a trabalhar para poder comprar.

P. A chave do sucesso está na confiança em si mesmo? Isso se aprende na SU?

R. Como aluno, aprendi que uma única pessoa pode impactar positivamente todo o planeta. Esse dom não está reservado a pessoas especiais, mas as pessoas normais, como você e eu. As pessoas se transformam no que pensam. Que potencial tem um bebê? A maioria das pessoas responde que é ilimitado, mas se você lhes pergunta sobre seu próprio potencial, não responderão a mesma coisa. Minha missão agora é viajar pelo mundo sob a marca da Singularity University para mostrar aos governos, empresas e instituições que o poder para inovar está aí, só temos de dar o primeiro passo: mudar a mentalidade.

P. O sr. acredita que os universitários também devem mudar a mentalidade?

R. Sim. A aspiração não deve ser a de ser contratado por uma empresa. Isso significa que vão te pagar menos do que você merece. Não temos que ensinar como conseguir um emprego, mas como criá-lo.

Jornal El País



segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Ameaça de secessão, Preconceitos, Conceitos de Democracia

Gelio Fregapani

A ameaça de esfacelamento nacional
Ainda que se saiba que a união faz a força, sempre haverá gente insatisfeita pensando que sua comunidade estaria melhor fora da Patria-Mãe. Sem erro se pode afirmar que contam ou contarão sempre com auxílio estrangeiro, em maior ou menor grau conforme o interesse deste. Em qualquer caso um cisma enfraquece ambos os lados.

Se quisermos inspiração na História, sabemos o que aconteceu quando o grande reino de Davi e Salomão se dividiu: dez das doze tribos foram exterminadas pelos assírios e as outras duas escravizadas pelos babilônios. Só suspeitamos, nesse caso longínquo, do interesse assírio no cisma, mas ao longo da História sempre podemos perceber o sempre presente interesse e apoio externo a qualquer grupo separatista.

Entretanto em nenhum caso conhecido esse interesse externo ficou tão evidenciado como na preparação da independência das "nações" indígenas que contam com o apoio direto de diversos países, da própria ONU, liderados pelos anglo-saxões através de suas ONGs, numa verdadeira guerra de 4ª geração. Nesta guerra, o separatismo conta com exigências do Senado Americano, com auxilio em dinheiro para as ONGs separatistas e com eficientes operações psicológicas que incluem preparação e doutrinação de líderes indígenas nas universidades americanas. Isto é conhecido.

Qual o motivo? - Os platôs dos afluentes do Amazonas alojam reservas de bauxita de grau metalúrgico da ordem de 3 bilhões de toneladas. Nesses ambientes geológicos encontram-se as reservas nacionais de caulim, das maiores do mundo, e de bauxita refratária, mineral raro, estratégico, encontrando-se apenas na China, Guiana, Suriname e Brasil.

Nos contrafortes brasileiros  do maciço Guianense  está o maior depósito  de cassiterita do mundo, as rochas do Pitinga também são hospedeiras de ouro, nióbio, tântalo, zircônio, terras raras – ítrio, em particular-, e criolita, esta última um composto de flúor indispensável na eletrólise do alumínio, e só existe uma mina, na Groelândia, e está em exaustão. São imensas as potencialidades dos Escudos Amazônicos; são mais de 200 chaminés vulcânicas localizadas das quais somente três foram submetidas à pesquisa.

Agora uma nova pressão: o presidente colombiano orientado pelos EUA propôs um “ambicioso programa” de criar o chamado Corredor Ambiental Triplo na América do Sul, que vai da Colômbia até o Atlantico, passando pelo nosso País, englobando nossas principais jazidas minerais. A idéia  partiu da  ONG Gaia Foundation, vinculada à Casa de Windsor, a casa real inglesa.

Felizmente o nosso País está despertando. O Governo PT pouca importância deu a este perigo secessão, na linha do traidor FHC. Esperemos que agora entremos em nova fase. Entretanto uma sedição que se julgava apenas folclórica ameaça por as unhas de fora: um velho desejo de maior autonomia dos Estados da Grande Região Sul, que toma ares de separatismo.

O desejo de maior autonomia existe também no Nordeste e quem sabe, até em São Paulo, mas não chegam a querer se separar. A massa da população se sente brasileira. As elites sabem que, separadas, as partes perdem o mercado cativo; que lhes faltaria produtos e matérias primas essenciais e que isto só facilitaria a vida dos políticos, os quais teriam a disposição mais cargos de presidentes, mais um Senado por país, mais Câmaras, Tribunais Supremos... O triste é que as elites se constituem, em grande parte, de políticos ou de pessoas ligadas a políticos

Deixando de lado os aspectos práticos, vamos ao emocional:  temos orgulho de pertencer a um grande País e no juramento à Bandeira, todo reservista promete defender a integridade da Pátria com o sacrifício da própria vida, se preciso for. Eu e a maioria dos brasileiros estamos dispostos a sacrificar até a vida para manter uma a nossa Pátria. Estarão os separatistas igualmente dispostos a se sacrificar para dar mais cargos aos políticos? Duvido Só se forem muito burros.

No entanto, os políticos que representam esta Pátria não permitem que seus cidadãos defendam a própria vida, a dos seus entes amados, do seu patrimônio e até a vizinhança.  Defenderão eles a unidade da Pátria que não permite que seus cidadãos se defendam? Será isto que os políticos querem, para garantir mais cargos ou é apenas uma manobra das esquerdas para poderem impor seu regime?

A escalada das guerras mundiais
Há quem afirme que a partir da 1º Guerra Mundial não houve mais paz; apenas tréguas. Há algum fundo de verdade mas as guerras não eram desejadas.  Em 1914 ninguém queria uma guerra; Por uma questão de alianças a Alemanha e a Rússia se envolveram em uma querela entre a Áustria e a Servia. Usando o pretexto também de alianças a França quis uma revanche da derrota de 1870 e a Inglaterra a apoiou visando principalmente expandir seu império colonial.

 Ambas, a Inglaterra e a França conseguiram o que queriam, mas o rigor das sanções impostas à Alemanha acendeu o rastilho para a próxima, na qual a Alemanha queria apenas recuperar os territórios que lhe tinham sido tomados no leste europeu, mas serviu de pretexto para declaração de guerra da França e Inglaterra; esta porque estava perdendo seus mercados para a Alemanha. Se fosse para defender a Polônia, teriam guerreado também a União Soviética, que também invadira a Polônia.

Após a vitória a divergência ideológica desemboca na Guerra Fria, que por vezes esquentou, mas sempre com o cuidado de não desencadear uma guerra geral. Na Coréia e no Vietnam os EUA chegaram a empregar suas tropas, porém sem permitir a escalada para a 3ª Guerra. Todos sabiam que seria penoso demais.

Entretanto agora, na Síria há tropas de ambos os lados, mas se for permitido que um eventual atrito evoluir para uma guerra, será em função da disputa pelos mercados e assarão de pretextos. Tal como nas guerras anteriores.

Preconceito racial
Somos um país miscigenado. Os exames de DNA e as estatísticas comprovaram que 30% dos brasileiros que se acreditam brancos puros tem parcelas de sangue indígena. Em respostas espontâneas, algo como 40% dos brasileiros se consideram “pardos ou mulatos; seja, uma mistura de branco e negro, sem preponderância de um deles. A “raça” não é tão bem definida como os racistas gostariam.

A maioria mestiça incomoda os que insistem numa campanha segregacionista que, para jogar negros para um lado e brancos para o outro e  desconsidera a mestiçagem como se somente um DNA sobrevivesse, preferentemente o negro. Os mulatos desapareceram; viraram negros. Isso é parte de uma agenda que pretende fomentar a divisão do país com base no conceito de raça, e que avançou muito durante a era petista porque assim facilita apontar os "negros como oprimidos pelos brancos, incorporando a maioria que não é totalmente negra nem branca, a qual teria dificuldade de se considerar opressores a metade de seus ancestrais. Quanto aos índios e não índios o problema é ainda mais radical. O preconceito, antes quase inexistente, foi ampliado propositadamente.

Quem sabe algo sobre guerra psicológica conhece o método de dividir um povo fazendo uma parcela atribuir todos os males a outra parcela.

Foi o que aconteceu... O estrago na coesão nacional foi profundo. Contaminou instituições. Hoje, para o IBGE, a maioria da população brasileira é negra por decreto e os mulatos não tem o direito de ser um meio-termo entre uma cor e outra. São obrigados a serem negros para criar uma maioria oprimida. Assim a esquerda, as vezes iludida por políticas orientadas do estrangeiro fomenta uma guerra racial.

Sem o amortecimento feito pelos mulatos, os quais não tem como atacar nenhum dos lados, num futuro não muito distante, negros e brancos poderão se matar nas ruas do nosso país. Se a nação não reagir a isso enquanto é tempo e não exigir do IBGE que pare de obrigar todos os pardos a serem negros, isso vai nos levar a uma guerra racial.

Os estrangeiros usando a imbecilidade de alguns esquerdistas não vão descansar enquanto o Brasil não estiver claramente dividido, com apenas duas “raças”, e de preferência uma contra a outra. O PT levou um duro golpe das urnas, mas algo de seu legado - a parte pior - continua entre nós, maquiavelicamente usando a “educação”.

Que saudade da época em que, se alguém não gostasse de negros era visto como um bobão convencido e não como criminoso racista, assim como podia não gostar de carecas ou de alemães ou mesmo de pessoas comuns.

Sorrateiros radicais das esquerdas já conseguiram mudar algumas das boas características da nossa gente, como a quase ausência de preconceito racial e agora tentam até mudar a nossa História através do enfoque nas mazelas (algumas realmente existiram), cuidando apenas de exaltar as virtudes da resistência dos "oprimidos" , aliás de forma distorcida.[i] abolição da “história ocidental”.

Democracia – Conceitos e interpretações
A palavra "Democracia" faz um efeito bonito. Todos gostam de aproveitá-lo, inclusive governos tirânicos como os comunistas se intitulam de República Democrática (de tal País.) Para evitar o efeito psicológico a imprensa ocidental traduz por República Popular. Aliás, ainda para evitar que governos nacionalistas gozem da simpatia do termo "democracia", quando houver reação às tentativas de se apossar de territórios e bens públicos de algum país, país, este não será considerado democrático para os países ambiciosos.

O fato é que a democracia está sendo considerada na nossa época como o bem supremo, a única forma de governo que pode trazer o progresso e a felicidade o que pode ser uma falácia, pelo menos em relação a "nossa" democracia. Na Colônia e no Império Dom João VI e Pedro II trouxeram o progresso e cuidaram do o bem comum. Depois ressalvado o período Juscelino, somente o Ditador Getúlio Vargas e os Governos Militares fizeram alguma coisa. Nos demais períodos (democráticos) acabaram-se as boas intenções e durante a democracia ninguém mais legislou pelo bem do povo brasileiro – foram só conchavos políticos originados por um grupo palaciano, que mandou e desmandou, legislou em causa própria.

O povo foi o bobo nas mãos de gente gatuna, mal intencionada, estelionatários, que finge brigar um com os outros nas campanhas, mas nos gabinetes se unem para desfalcar os cofres públicos.  Essa gente clama pela democracia, pela igualdade, pela justiça, prometem de tudo um pouco, mas nada faz de proveitoso para a sociedade.  Acusa os militares como os responsáveis por tudo de ruim tal como antes acusava a ditadura e antes ainda a Monarquia – quando na verdade são eles os vilões. Enganam com promessas vãs quando eles querem é enriquecer mesmo sem merecer. Esses tem razão em idolatrar a democracia, enquanto ela lhes dê oportunidade de roubar.

Entre eles ainda há piores; os que, com objetivos inconfessáveis jogam umas pessoas contra as outras, dividindo-as em credos, em cor, em camada social. Fazem de conta que combatem os exploradores, mas é mentira, mantém os humildes na pobreza e na ignorância se isto favorece sua ideologia ou sua eleição e, pior ainda, escolhendo os altos escalões da justiça, cujos membros serão os guardiões, os amigos, que mais tarde impedirão que sejam punidos e que paguem pelos danos causados a União de onde roubaram todos os recursos. Esses aproveitam da democracia. Na verdade não a amam e até a destruirão se chegarem ao poder.

Indignado com a roubalheira de todos partidos o povo rejeita a classe política e com razão. O político fala em democracia mas é destituído de sentimentos, de honra e com poucas exceções não possuem compromissos com as a pátria nem gerações do futuro.

Que Deus nos ajude a nos livrarmos desses parasitas.


DefesaNet

O Brasil está morto! Viva o Brasil!

Fernão Lara Mesquita

Marcada pela ambiguidade a cena foi uma síntese do momento brasileiro. No “banco dos réus” o ministro Meirelles e a PEC 241 de salvação dos 22,7 milhões de desempregados, subempregados e “desativados” pela explosão do déficit que paralisou o país constrangido a uma espécie de “autocrítica”; na “cátedra” à volta, toda a cúpula do Judiciário, um dos grandes detonadores dessa explosão, exigindo dele a reiteração da vassalagem ao conceito de “autonomia dos poderes“, versão pervertida do princípio de “independência dos poderes” nas democracias sem cuja retificação não será possível desapertar o garrote do pescoço dos miseráveis do Brasil.

Foi na sexta-feira, 14, no gabinete da presidente do STF, ministra Carmen Lucia, e estavam lá, além da imprensa, os presidentes do TSE, Gilmar Mendes; do STJ, Laurita Vaz; do Superior Tribunal do Trabalho, Ives Gandra Martins Filho; do Superior Tribunal Militar, William de Oliveira Barros e mais a Advogada Geral da União, Grace Maria Fernandes Mendonça. Mais de um entre eles fez questão de tomar posição a favor das reformas mas, como reagiam a um documento patrocinado pela Procuradoria Geral da Republica, pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público assinado por vários juízes apedrejando a PEC 241 como “inconstitucional” e atentatória à sua versão de “democracia“, estavam entre a cruz e a caldeira. Botando panos quentes mas não sem, antes, reafirmar o “direito” dos privilegiados do Brasil aos privilégios que eles próprios se outorgam, inscrito na Constituição que ele está.

É um estranho interregno este que vivemos. É ilegal fazer justiça no país que a “Constituição dos Miseráveis” criou. Tudo nele é privilégio, discriminação e mentira e todo mundo sabe disso mas continua sendo proibido dizê-lo, sob as penas da lei que há, a escrita e a não escrita.
Em palestra recente a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, deu os últimos dados conhecidos da previdência pública, ainda de 2013. São 4,2 milhões, somados, os aposentados e pensionistas da União, dos estados e dos municípios. O déficit dessa conta correspondeu naquele ano a 3,8% do PIB. Aplicada a porcentagem ao PIB estimado para 2016, de R$ 6,2 tri, estaríamos falando de um rombo de R$ 237 bilhões. O déficit da conta dos 28,3 milhões de aposentados e pensionistas do resto do Brasil inteiro somados foi de R$ 85,8 bilhões no ano passado e de estimados R$ 148,7 bi este ano. 6,7 vezes menos gente custando 1,6 vezes mais dinheiro. Uma coisa multiplicada pela outra e temos que nós estamos valendo, na média, 10,7 vezes menos que eles.

Como chegamos a isso?
Raul Velloso, que assessora governadores do Sul e Sudeste para medir a catástrofe que têm nas mãos, conta que ha nos estados e na União cinco “donos do orçamento” que, invocando a tal “autonomia“, “agem como se tivessem indulgência divina para gastar”. São eles – bingo! – o Legislativo, o Judiciário, os Tribunais de Contas, o Ministério Público e a Defensoria Pública. Nos estados esse grupo come sozinho 60% da receita líquida corrente, mas não é só. Junto com saúde e educação que também têm um pedaço do orçamento constitucionalmente garantido, ninguém nesses sete setores paga os direitos previdenciários de seus empregados. Saem contratando e empurram a conta para os tesouros estaduais que, por sua vez, não contabilizam essa despesa nas suas folhas de salário, o que faz da regra de ouro da Lei de Responsabilidade Fiscal (máximo de 49% das receitas para pessoal) letra morta. Para realmente “servir o público“, as migalhas e…o caríssimo dinheiro dos bancos. Assim cavado, o déficit atuarial das previdências estaduais está hoje acumulado em R$ 2,4 trilhões. Na União dá-se o mesmo piorado; cinco “donos” mais alguns associados adicionais relativos aos “gastos sociais” levam a apropriação do orçamento federal a 80%.

O Estado é, porém, um péssimo distribuidor de riqueza também dentro das suas fronteiras. Os funcionários recebem, em média, aposentadorias de R$ 5.108,00 enquanto o brasileiro que pagou todas as contribuições só R$ 1.356,00. Mas também lá a grande maioria está abaixo da média. Ganham muito, mas muito mesmo, mediante as gambiarras de sempre, um milhãozinho de pessoas, se tanto. E quase todos, é claro, vêm das cinco corporações + dois “sócios” que são “donas” dos orçamentos públicos.
Nem o “teto” da PEC 241, que terá de ser alcançado esmagando a fatia “sem dono” (ou seja, nossa) dos orçamentos, nem as alterações até aqui mencionadas para a previdência de todos nós, conquanto também necessárias pelas razões sócio-demográficas que todo mundo aceita, serão capazes de por o Brasil de volta nos trilhos sem tocar nos privilégios desse milhãozinho de “marajás” a quem a tal “Constituição Cidadã” entregou o país bem amarrado.

A reunião acima descrita ilustra vivamente porque um governo interino só pode ir até onde já foi na discussão desse problema. Mas não havendo mais como estabilizar qualquer governo no poder com o Estado reduzido à incapacidade de pagar os seus protegidos todos de tanto que deve a tão poucos, um valor mais alto se alevanta. Daí estar “o impensável” acontecendo bem diante dos nossos olhos. É o PMDB quem maldisfarçadamente puxa a “denuncia” da mazela mais radical do “Sistema”. Não é mais a imprensa que trabalha para nos mostrar o que os governantes gostariam de esconder, são eles que conspiram para levá-la a revelar os fatos que, até aqui, pouco tem feito para expor inteiros. E isto porque sabe que a verdade sobre os números e, principalmente, sobre os personagens da pontinha mais dourada da “privilegiatura” da previdência pública é uma daquelas que não se suporta a si mesma. A sua mera exposição precipitará o desmoronamento do “Sistema”.
Esse Brasil das tetas desbragadas acabou. Não cabe mais em si mesmo nem no mundo. E quem contribuir por ação ou por omissão para prolongar e aprofundar a miséria que custa mantê-lo insepulto, não vai ter lugar no próximo que vem vindo aí.

VESPEIRO

Alguns comentários à este artigo, no próprio blog do autor:

Otacílio Guimarães
Nasci em 1943 e nesses 73 anos tive uma vida trepidante que começou na ditadura Vargas, passou pela volta de “democracia”, a seguir pelos tumultos causados pelo suicídio de Vargas que culminou numa nova ditadura, desta vez militar e, 21 anos depois na redemocratização do país com direito a uma “Constituição Cidadã”, um tratado de direitos sem a contrapartida em obrigações que só poderia culminar nisso que ai está, pois a vida real é sempre diferente daquela que os utopistas de plantão pensam que podem alcançar impondo suas sandices que se resumem no forte desejo de que uma minoria trabalhe duro para sustentar uma maioria que não gosta de trabalhar mas que não admite que seus privilégios adquiridos sejam sequer olhados pelo lado da racionalidade, quanto mais reduzidos. Eis ai o resultado da tal “redemocratização” do país, qual seja, juntou-se a incompetência dos militares para governar com a ânsia dos esquerdistas para compor logo suas cestas de natal pagas por quem estava apenas querendo trabalhar e viver. No fim, acabarão todos mortos junto com o país.

Fernando Lencioni
Fernão, essa história começou pelas mãos de Cláudio Ferraz de Alvarenga um ex-promotor público paulista que foi Procurador-Geral de Justiça da instituição entre os anos de 1987 e 1990 e Secretário de Estado de Governo entre os anos de 1990 e 1993 durante a gestão de Luiz Antonio Fleury Filho do PMDB – também um ex-promotor publico de São Paulo – e que, depois, veio a ser indicado para o cargo de Conselheiro do TCESP que sempre teve as mesmas regalias que o de juiz. Lembro bem que naquela época era comum os que assumiam cargos como o de procurador-geral e de presidente da OAB/SP usavam tais cargos como trampolim para ocupar cargos de secretário de Estado. O que foi combatido com veemência pelo candidato a presidência da OAB da época e depois transformada em norma. Foi por ingerência dele e de outro colega dele junto a Ulisses Guimarães que eles conseguiram enxertar na CF/88 a equiparação de sua carreira com a dos juízes, passando a ter os mesmos salários e regalias, tais como vitaliciedade – que permite que mesmo que eles forem pegos se corrompendo, sejam aposentados compulsoriamente – irredutibilidade de salários e inamovibilidade conjugada com uma competência política mal copiada dos promotores americanos – pois esses são eleitos – que lhes permite atuar politicamente sem qualquer controle político, ou seja, sem qualquer interferência dos maiores interessados: a população. Me lembro de ter estado com ele uma vez e, numa conversa informal, ter me queixado da falta de controle sobre os promotores atuais em face das competências políticas copiadas de seus equivalentes americanos e de seus abusos costumeiros e de ter obtido a seguinte singela resposta: Um dia eles aprendem. A partir dessa situação criada pela CF/88, gerou-se o ambiente favorável para as outras carreiras também pleitearem privilégios. A despeito da ignomínia da situação de privilégios inaceitáveis e disfuncionais criada, uma coisa ela fez de bom: expôs os privilégios absurdos conferidos aos juízes em nosso pais e aos seus assemelhados. São, como costumo dizer, os príncipes de nosso usual Estado patrimonialista e usurpador.
Agora. Talvez você esteja sendo ingênuo, pois como alertava Bastiat em sua obra A Lei, não há forma mais cínica e eficaz de espoliação que a legal. Lembre-se, eles usarão a força do Estado contra todos aqueles que tentarem lhes negar seus “direitos” porque, nada obstante essa espoliação seja tão repulsiva quanto um roubo com arma, não é antijurídica como dizem os juristas e nem causa a mesma repulsa no populacho. Basta ver esse episódio da reunião no STF. Porque você acha que ocorreu a revolução americana?

José Silverio Vasconcelos Miranda
Tenho setenta e três anos e espero ver para crer a morte do Brasil dos
privilégios. Os ” abençoados” sempre esperam passar em um concurso
público, fazer carreira e levar o resto da vida sem preocupações financeiras e na mais rombuda mediocridade. Aliás, nos últimos treze anos os concursos públicos renasceram com uma opulência nunca vista. Somente a falência da ” velha porca” com sua fileira de tetas
decretará o fim dos privilégios e dos famosos direitos adquiridos.

Richard Petric
Quando Sarney foi presidente, um artigo do Joelmir Beting mostrava o enorme descompasso de déficit entre as previdências dos servidores públicos e a dos comuns, era tipo 10x mais. O q fez Sarney à época. Mandou juntar tudo. Assim o déficit passou a ser da previdência geral.. O jeitinho de governar pró castas.

Carlos Eduardo Stefanini
A imprensa brasileira, com raríssimas exceções, tem uma cumplicidade injustificável perante toda essa tragédia que assola a previdência e as contas públicas no Brasil. A chamada “constituição cidadã” provocou um verdadeiro suicídio da nação, que fatalmente ocorreria a médio/longo prazo, ao assegurar direitos insustentáveis e perversos aos integrantes do executivo, legislativo, judiciário, tribunais de contas, procuradores, ministério público, etc… Nossos constituintes cometeram um erro gravíssimo: acharam que o “bem estar social” se daria pela emissão de decretos e leis, e não, pelo trabalho e aumento da produtividade de nossos trabalhadores e desenvolvimento de nossa economia. Privilegiou-se “os direitos” em franco detrimento aos “deveres”, assegurou-se que todos teriam o “céu” na terra, bastaria para tanto, quando isso não ocorresse, que o cidadão acionasse o Poder Judiciário, como se ele, num passe de mágica, fizesse aparecer os recurso necessários para a realização desta utopia. A realidade, como era de se esperar, mostrou-se mais forte.