terça-feira, 30 de abril de 2019

A Sociologia e a filosofia

Lucia Sweet

Matéria de 2017 da Gazeta do Povo lista algumas das teses de doutorado em Universidades federais e comprova o motivo de nenhuma universidade brasileira fazer parte das 100 melhores do mundo. E a esquerda, que só sabe roubar e doutrinar, ainda tem coragem de atacar Bolsonaro e a mudança na pasta de Educação. Abaixo dois links para matérias sobre o assunto, inclusive uma especial da UFF sobre orgias gays com participação do autor.

“A opção por temas pouco ortodoxos, especialmente nos cursos de ciências humanas e sociais, talvez ajude a explicar por que o Brasil nunca recebeu um prêmio Nobel – ao contrário de Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela, México, Costa Rica, Peru e Guatemala. ”

A partir dessa ótica, a Gazeta do Povo fez uma reportagem listando 10 temas de teses e dissertações que fogem do aspecto tradicional da área acadêmica. Nada de novo sob o sol no mundo de Estudos de Mídia, mas que ainda repercutem de maneira negativa do lado de fora dos portões da UFF.

O que podemos tirar da matéria? Primeiro: como é interessante ver outras universidades embarcando em tais áreas de pesquisa. Segundo: sim, ainda existem muitas dificuldades e problemas na aceitação desses assuntos, mas pelo menos estão se dando conta de que há pessoas engajadas e dispostas a estudar temas assim. Terceiro: com a lista, podemos nos inspirar a produzir novos trabalhos, ou pensar em objetos de estudo para o TCC.

Segue a lista:

1) Fazer banheirão: as dinâmicas das interações homoeróticas na Estação da Lapa e adjacências. (Mestrado em Antropologia na Universidade Federal da Bahia.)

2) A estética Funk Carioca: criação e conectividade em Mr. Catra. (Doutorado em Sociologia e Antropologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro.)

3) Mulheres perigosas: uma análise da categoria piriguete. (Mestrado em Sociologia e Antropologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro)

4) A Zuadinha é tá, tá, tá, tá: representação sobre a sexualidade e o corpo feminino negro. (Mestrado em Ciências Sociais na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. )

5) Erótica dos signos nos aplicativos de pegação: processos multissemióticos em performances íntimo-espetaculares de si. (Mestrado em Linguística Aplicada na Universidade Federal do Rio de Janeiro.)

6) Personagens emolduradas: os discursos de gênero e sexualidade no Big Brother Brasil 10. ( Mestrado em Antropologia Social na Universidade Federal de Goiás.)

7) “Agora eu fiquei doce”: o discurso da autoestima no sertanejo universitário. (Mestrado em Linguística e Língua Portuguesa na Universidade Estadual Paulista (Unesp))

8) O herói na forma e no conteúdo: análise textual do mangá “Dragon Ball” e “Dragon Ball Z”‘ ( Mestrado em Comunicação e Cultura Contemporânea, Universidade Federal da Bahia.)

9) Experimenta-te a ti mesmo: Felipe Neto em performance no YouTube (Mestrado em Comunicação Social na Universidade Federal de Minas Gerais)

10) A pedofilia e suas narrativas: uma genealogia do processo de
criminalização da pedofilia no Brasil (Doutorado em Sociologia na Universidade de São Paulo)





segunda-feira, 29 de abril de 2019

Socialistas tentarão governar Espanha sem coalizão formal de governo

O Globo, El País e agências internacionais
(*)

Segundo vice do líder Pedro Sánchez, PSOE apostará em governo minoritário

MADRI — A vice-primeira-ministra da Espanha, Carmen Calvo, disse nesta segunda-feira que os socialistas tentarão governar a Espanha sem uma coalizão formal. Na véspera, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) confirmou o favoritismo nas eleições gerais, amealhou maioria absoluta no Senado e obteve 123 cadeiras na Câmara, a maior bancada, mas longe da maioria absoluta de 176 cadeiras. Agora, o líder da legenda e atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez, precisará negociar a formação do governo para ser reconduzido ao posto. Em entrevista à rede SER, Carmen destacou que os socialistas querem "conversar com todo mundo", mas "governar com as próprias forças".

— O PSOE vai tentar um governo solitário — afirmou a vice-presidente do governo.

Os socialistas governaram o país com apenas 85 cadeiras na Câmara desde junho do ano passado, depois que uma moção de desconfiança forçou a queda do primeiro-ministro Mariano Rajoy, do Partido Popular, de direita. Para sua eleição no Parlamento em 2018, Sánchez teve o apoio do Podemos, de esquerda, e de pequenas legendas regionais e nacionalistas. Ele governou com o apoio informal dessas forças até que os partidos independentistas da Catalunha votaram contra a aprovação do Orçamento, em fevereiro, precipitando a convocação de eleições antecipadas, realizadas no domingo.

Na entrevista à rede SER, Carmen Calvo defendeu que o PSOE mantenha a fórmula adotada na última gestão e tente governar sozinho.

— Vamos tentar sobretudo porque acreditamos, como partido e como governo, que em muito curto espaço de tempo as pessoas nos entenderam muito bem. Somos o socialismo que gosta de governar para mudar as coisas — destacou Carmen. — Governamos com 85 cadeiras, derrubando a direita com a Constituição na mão para demonstrar que a política tem de servir à realidade.

Na noite de domingo, a maioria dos analistas apostava em uma coalizão dos socialistas com o Podemos, que obteve 42 assentos nas eleições. A aliança ficaria, ainda assim, 11 cadeiras aquém da maioria absoluta, o que poderia significar uma aproximação com partidos menores, provavelmente nacionalistas bascos ou separatistas catalães.

Deputada eleita do Podemos, Pilar Garrido criticou a ideia de um governo solitário do PSOE e destacou que tal formação "pode levar a um bloqueio" no Parlamento.

— Os governos monocromáticos do bipartidarismo não têm mais sentido — apontou, referindo-se ao período da redemocratização espanhola, no final dos anos 1970, até 2011, quando o Parlamento era dominado por apenas dois partidos, o social-democrata PSOE e o direitista PP.

No domingo, o líder do Podemos, Pablo Iglesias, já havia afirmado que a legenda é "imprescindível para que haja um governo de esquerda na Espanha".

Pedro Sánchez tem ainda a possibilidade de formar um governo com o Cidadãos — de centro-direita, que obteve 57 assentos —, mas a hipótese perdeu força ao ser descartada durante a campanha pelo líder da legenda, Albert Rivera. Trata-se da solução preferida dos mercados financeiros, já que conduziria o PSOE para o centro.

A vice-premier Carmen Calvo ratificou nesta segunda-feira que o PSOE quer gerar um clima de entendimento entre partidos, mas que o Cidadãos "nada traz" à mesa. Pelo Twitter, Rivera destacou que seu partido vai "liderar a oposição para controlar o governo".

Negociação arrastada
As negociações podem durar semanas, senão meses. A primeira sessão da legislatura eleita domingo está prevista para 21 de maio. Só depois disso, e sem prazo definido para tanto, o rei Felipe VI consultará as lideranças partidárias para chegar a um nome de primeiro-ministro com que a Casa concorde. Há eleições regionais e locais em 26 de maio — no mesmo dia das eleições para o Parlamento Europeu —, que atrasarão as conversas de governo. Isso significa ser improvável que um novo governo esteja pronto antes de junho ou julho.

Para tomar posse, um novo governo precisa de maioria absoluta numa votação parlamentar de primeiro turno. Em segundo turno, basta uma vitória por maioria simples. Caso o candidato não consiga votos suficientes, começa a correr o prazo de dois meses para que os deputados escolham um novo premier, antes que o Parlamento seja dissolvido e outra eleição seja marcada para 54 dias depois.

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  para o Brasil, o sistema em que o Congresso “elege” o Primeiro-Ministro, não funcionaria, pois nosso sistema político dominado por “partidos”, funciona à base da compra pura e simples dos eleitores, no caso, os deputados e senadores.
Não sei se na Espanha e Portugal ocorre o mesmo, compra dos eleitores, mas a população fica de fora dos “arranjos” de gabinete.
Primeiro os partidos nos impõem os candidatos, e depois, os escolhidos, naquilo que se convencionou chamar de eleições, se acertam entre si.

Isto nada tem a ver com democracia, se considerarmos democracia como Poder do Povo, Governo do Povo. Quem tem que escolher os candidatos em uma eleição, são os próprios eleitores, a sociedade.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE JAIR BOLSONARO

Carla Pola



Querido Presidente.

O senhor não sabe o quanto sou feliz em dizer isso: Presidente Jair Bolsonaro.

Sou só uma formiguinha que junto com milhares de outras formiguinhas há uns 20 anos lutamos pelo nosso Brasil. Lutamos nas redes e fora delas contra àqueles que há anos vem destruindo nossa nação verde e amarela e tentando a todo custo nos fazer vermelhos.

Somos soldados rasos, Presidente. Mas, desde que começamos, jamais abandonamos a guerra.

Eleger o senhor Presidente do Brasil foi uma façanha e tanto! Trabalhamos sem cessar nas redes, fora delas, tirando dinheiro do bolso para ajudá-lo a vencer. Mais 4 anos de PT e estaríamos comendo gatos, cachorros e ratos no nosso Brasil.

A sua coragem em enfrentar todo establishment, sua sinceridade de propósitos e honestidade visível o fizeram nosso comandante.

Tentaram até matá-lo, mas Deus não permitiu e o senhor assim mesmo não desistiu. Mesmo com todos os problemas o senhor foi e é um bravo.

Nós, como soldados rasos que somos, sabíamos que depois da sua vitória viria a verdadeira guerra e ela está aí.

O que acontece, Presidente, é que o clima das eleições passou. As pessoas voltaram às suas vidas, não estão mais tão envolvidas com a política nas redes sociais e pelos mais variados motivos estão sem saber a verdade sobre o seu Governo. Os avanços conquistados em tão pouco tempo.

A mídia mente 24 horas por dia, cria crises inexistentes, inventa que o senhor não trabalha e que só vive no Twitter. Faz o povo acreditar que seus filhos interferem no seu Governo e por isso o senhor deve afastá-los. Enfim, para derrubá-lo vale tudo, mentiras e mais mentiras.

Aqui na internet, nós, soldados rasos, damos conta. Contamos a verdade, desmascaramos as mentiras; por aqui o pau pega e não alivia. O problema é que temos pouco alcance fora das redes (mesmo dentro delas) e vira e mexe observamos pessoas caindo nas falácias e fake news da imprensa nas ruas, nos vizinhos, no supermercado, enfim. Quando vemos, explicamos todo seu trabalho, mas não temos munição para atingir a todos. Precisamos da sua ajuda.

Está na hora do paraquedista entrar em ação e dar munição aos soldados rasos.

Presidente, diante do que expus, peço gentil e humildemente, em meu nome e em nome dos meus amigos e de milhares e milhares de outras pessoas que tanto o defendem, que o senhor faça um pronunciamento em Cadeia Nacional de Rádio e Televisão contando ao povo de todos os cantos do Brasil os sucessos do seu Governo. Tudo que está fazendo pelo bem do país.

Não é preciso se preparar, basta ser o que sempre foi: SINCERO e HONESTO.
O povo é sábio e saberá que o senhor está falando a verdade. Não se afaste do povo, fique sempre perto de nós e estará protegido de golpes e conspirações.

Ouça nossa voz, pois estamos a seu lado e só queremos o seu bem e o bem do Brasil.

Brasil acima de tudo e Deus acima de todos!

Que Nossa Senhora o proteja e que Jesus sempre o acompanhe.

Com os mais sinceros votos de saúde, paz e sucesso.

13 de abril às 16:07

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quarta-feira, 24 de abril de 2019

'Aceitamos US$ 3.500 para casar nossa filha de cinco anos'

Inayatulhaq Yasini e Swaminathan Natarajan

Nazanin ficou noiva aos cinco anos de idade. Quando ela fez dez anos, já era esposa. A família do seu marido de 12 anos a havia comprado por US$ 3.500 (cerca de R$ 14 mil em valores atuais) seis anos atrás.

Seus pais a venderam para levantar fundos para pagar o tratamento médico de um filho doente.

"A dor do meu filho era insuportável. Quando olhava para o rosto dele, pensava que tínhamos de arrumar o dinheiro. O pai da Nazanin estava relutante, mas eu convenci meu marido a aceitar o dinheiro em troca da nossa filha", diz a mãe, que vive num campo de refugiados no oeste do Afeganistão.
A mãe e o pai de Nazanin têm sete filhos - três meninas e quatro meninos. Eles não estudaram e não sabem ler. Eles não têm dinheiro, nem trabalho.
Inayatulhaq Yasini, do Serviço Mundial da BBC, falou com eles sobre a decisão de vender a filha.
Num esforço desesperado para salvar o filho, a família decidiu entregar a filha.
"Eu aceitei o dinheiro e aceitei dar minha filha mais velha. Mas meu filho não se recuperou e não pude ficar com minha filha", diz a mãe.
"Se alguém vende um filho é claro que há arrependimentos. Eu tenho, mas não adianta nada", diz o pai.

Casamento de crianças
No Afeganistão, a idade legal para casamento é de 16 anos para meninas e 18 para meninos. Mas muita gente se casa antes disso.
De acordo com um relatório de 2018 do Unicef, 35% das meninas afegãs são casadas aos 18 e 9% se casam antes dos 15.
Entre outros países, o Níger tem o pior desempenho, com 76% das meninas se casando antes dos 18. Em Bangladesh, que viveu um grande progresso econômico nos últimos anos, o dado é de 59%, segundo o relatório.

'Preço de noiva'
O Afeganistão sofreu por décadas com guerras e, mais recentemente, uma seca terrível. Por consequência, a perspectiva de emprego é ruim para muitas famílias.
"No nosso costume tribal, não é um problema ou um tabu fazer um acordo de casamento, mesmo com crianças pequenas. Mas muitos só casariam as filhas aos 18", diz a mãe.
De acordo com a lei islâmica, o noivo tem de dar um presente à noiva - em geral, dinheiro - quando é feito o contrato do casamento. Isso é conhecido como Mehr.
Mas além do Mehr, o pai da noiva ou o irmão mais velho podem tentar obter dinheiro da família do noivo - o "preço de noiva" - antes do casamento.
Pedir esse dinheiro é uma tradição afegã, sem fundamento na lei islâmica, segundo Faizal Muzhary, pesquisador da Afghanistan Analysts Network.
O dinheiro cobrado depende de vários fatores, como o status da família, beleza, idade e nível educacional da menina. Pode ir desde algumas centenas de dólares até dezenas de milhares.
Num país com PIB anual per capita de menos de US$ 600, esse dinheiro pode fazer toda a diferença para algumas famílias.

Seca
A família de Nazanin foi atingida por uma seca que tomou grande parte do Afeganistão em 2018.
"Tínhamos plantações e algumas criações de gado. Mas tivemos que largar tudo", diz o pai.
Os animais morreram desidratados, a família abandonou seu vilarejo e se mudou para o campo de refugiados.
De acordo com a ONU, 275.000 pessoas foram desalojadas no oeste do Afeganistão devido à seca. Muitas agências locais e internacionais estão dando apoio, mas o pai de Nazanin diz que ainda falta muita coisa.
Presos numa espiral de dívidas, o futuro do casal e das outras duas filhas, que têm menos de 10 anos, é incerto.
"Se continuar na miséria e alguém oferecer dinheiro pelas minhas filhas, faria o mesmo com elas. As pessoas de quem peguei dinheiro emprestado me ligam várias vezes por dia cobrando", diz o pai.
"Minhas filhas são o único ativo que tenho."

Casamento infeliz
Forçados a deixar seu lar, eles optaram por fazer um casamento rápido para reduzir gastos.
Quando Nazanin fez 10 anos, a família organizou a cerimônia, que teve mais de cem convidados.
"Eu dei o que pude à minha filha. O dinheiro do casamento não era tanto", diz o pai.
Mas passou longe de ser uma ocasião feliz.
"Se não fosse o desespero, não optaria pelo casamento dela, juro que não, mas precisava do dinheiro", diz ele.
"O que poderia fazer? Era minha única opção. Não estou só - muitos outros já fizeram isso."

Grupo vulnerável
Um relatório de 2015 do Conselho Norueguês de Refugiados diz que mulheres desalojadas e meninas que vivem em assentamentos informais em áreas urbanas estão especialmente vulneráveis a serem obrigadas a casar com homens mais velhos, que têm mais dinheiro para pagar o 'preço de noiva'.
Mas Nazanin, que tem 11, não se casou com um homem mais velho, pelo menos.
"Ela ficou dois meses na casa dos sogros. Eles a trataram como sua filha. Seu marido tem uns 12 anos. Ele também é tímido e não fala muito", diz a mãe.

Sem consentimento
Nazanin nunca foi consultada sobre seu casamento. Sua mãe e pai não explicaram a ela os papéis e as responsabilidades da vida de casada e, claro, Nazanin teve dificuldade de se adaptar.
"Pedimos que deixassem nossa filha ficar conosco mais uns anos", diz a mãe.
Nazanin agora voltou a morar com seus pais. Seus sogros prometeram pegá-la de volta quando estiver um pouco maior, em dois ou três anos.
"Ela não sabe lidar com os sogros e o marido porque é muito nova", diz o pai.

Aumento no casamento de crianças
O Unicef diz que 161 casamentos infantis ocorreram naquela região entre julho e outubro do ano passado. Desses, 155 eram meninas e seis, meninos.
"O casamento de crianças é uma norma social tradicional em algumas partes do país. A situação é piorada pela guerra e pela seca", diz a chefe de comunicação do Unicef no Afeganistão, Alison Parker.
"De julho a outubro houve um aumento drástico desses casamentos. Mas, desde então, houve forte intervenção do governo, o que resultou numa redução grande."
O governo afegão lançou uma ambiciosa campanha para acabar com os casamentos de crianças e casamentos forçados. Uma lei que aumenta a idade mínima de casamentos de meninas para 18 anos está tramitando no Parlamento.

Ajuda humanitária
Agências de ajuda humanitária estão tentando melhorar a vida das pessoas desalojadas.
"Quatro décadas de guerra civil destruíram as estruturas sociais básicas que você encontra em outros países. Em várias partes do país a população rural não tem acesso a crédito. É um ambiente volátil e ninguém está disposto a investir", diz Alfred Mutiti, do Unicef.
"A maioria das famílias desalojadas tem dívidas altas. Não conseguem pagar empréstimos. Mesmo se dermos dinheiro, não vai ajudar, será uma gota no oceano", diz ele.

Esperteza
No acampamento, a família de Nazanin ainda espera receber ajuda do governo ou das agências humanitárias. A única luz no fim do túnel é o fato de que há oportunidades educacionais.
Os pais dela têm orgulho do fato de que a filha mais velha sabe escrever o próprio nome e o do pai.
"Nazanin é esperta, conhece o alfabeto", diz a mãe.
Dois dos filhos estão estudando.

Esperança
Mas a família está longe de estar feliz e diz que não tem ninguém para apoiá-los. Isso chateou a jovem noiva.
"Nazanin me diz: 'mãe, você me casou muito nova, mas meu irmão continua doente'. Mas ela também diz: 'meu irmão vai se recuperar e eu vou crescer'. Eu lamento ter casado ela, mas ainda tenho esperança de um futuro melhor", diz a mãe.

(O nome de Nazanin foi alterado)

BBC World Service

terça-feira, 23 de abril de 2019

Bolsonaro e Macri atuam por Mercosul com mais negócios e menos à esquerda

FEDERICO R. MOLINA - AFONSO BENITES

Presidentes fazem campanha, lenta porém persistente, de limpeza “ideológica” no bloco e avançam sobre a ideia de que é preciso recuperar o espírito comercial que lhe deu origem

O Mercosul muda. Ou pelo menos é isso que tentam seus membros, à frente de uma campanha lenta, mas persistente de limpeza “ideológica”, como a chamam. O bloco que une Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai está alinhado à mudança regional à direita iniciada por Mauricio Macri em Buenos Aires e completada por Jair Bolsonaro em Brasília. Já não há espaço para a política dentro do bloco e a sobrevivência, dizem, depende de um retorno ao espírito comercial que deu origem ao Mercosul nos anos 90.

Na semana que passou, o Paraguai anunciou que já não haverá eleição direta de deputados no Parlamento do Mercosul (Parlasur), o órgão legislativo do bloco, criado em 2006. Os atuais serão substituídos no final de seus mandados por congressistas nacionais, que só receberão uma ajuda de custo por seu trabalho extra. A ideia é economizar dinheiro, mas também limitar um órgão de discussão que nem sempre responde às ordens dos Executivos. “A Argentina e o Brasil (as duas principais economias do bloco) veem que o Mercosul nasceu como um projeto de integração econômica e foi paulatinamente se transformando em um projeto de cooperação política. O que estamos vendo é uma tentativa de despolitizar o Mercosul”, diz o argentino Federico Merke, diretor dos cursos de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade de San Andrés.

O Mercosul olha agora para a Aliança do Pacífico, o bloco comercial integrado por Chile, Colômbia, Peru e México. Sem estruturas fixas e pouca burocracia, é o modelo a seguir. A marca que o Mercosul recebeu dos Governos de esquerda que dominaram a região durante a década passada é vista agora como um lastro ao desenvolvimento econômico dos membros. “Atualizar o Mercosul significa diminuir seus custos, flexibilizar as regras para negociar acordos comerciais, ou seja, que os países participantes possam assinar acordos com terceiros de forma individual, e chegar afinal, em algum momento, em um acordo de comércio com a União Europeia”, diz Merke. Esse acordo, hoje paralisado, é o cimento que atualmente mantém o bloco unido. Se fracassar, explodirão as demandas internas por mais liberdade para negociações bilaterais, algo que as regras atuais proíbem sem a aprovação dos outros membros.

Para o deputado argentino Daniel Filmus, ex-legislador do Parlasur e ex-ministro de Educação de Cristina Kirchner, o novo perfil do Mercosul esconde uma mudança muito mais profunda de política exterior regional. “Há uma decisão política de submeter-se aos desígnios dos países centrais, que não querem que exista uma articulação política entre os países latino-americanos, porque quando agimos em conjunto temos mais capacidade de incidir nas decisões”, diz. As reformas dependerão, em grande parte, mais do Brasil do que da Argentina, uma questão de acordo com o tamanho de cada país. Mas em Brasília as coisas não estão tão claras como parece.
Em sua campanha eleitoral e em seus primeiros atos como presidente, Bolsonaro indicou que daria um peso menor ao bloco econômico. Sua intenção, e principalmente a de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, é fortalecer laços com países ricos, como os Estados Unidos. Uma das ideias é que o Brasil reforce seu papel como um exportador de commodities  (que seguem para China e EUA, por exemplo) do que como um produtor de itens industrializados (sapatos, carros, etc, que seguem para os países vizinhos). A realidade econômica, entretanto, já começa a impor limitações a esses planos. “Diante da impossibilidade de superar um crescimento baixo da economia, transformar o Mercosul já não é viável. O Mercosul é um porto seguro para o Brasil”, diz o historiador Virgilio Caixeta Arraes, professor e pesquisador do Núcleo de Estudos do Mercosul da Universidade de Brasília (UnB).

Em 2018, o Brasil cresceu 1,1% e a previsão para 2019 é que fique perto de 2%. Quase uma parada. Por outro lado, o país negociou no ano passado, entre importações e exportações, 34 bilhões de dólares (133 bilhões de reais) com seus quatro parceiros. O número equivale a 45% do que o Brasil negocia com os 28 países da União Europeia. A importância comercial do Mercosul é parecida para os outros membros. Um relatório da CEPAL, apresentado em dezembro, estabeleceu que quase 60% do total das exportações e aproximadamente dois terços das importações realizadas pelo Mercosul na região ocorrem dentro do próprio bloco. Não deve surpreender então que dois diplomatas que trabalham com integração regional no Ministério das Relações Exteriores do Brasil relatem ao EL PAÍS que a ordem interna é continuar investindo no bloco, apesar dos discursos do presidente. “Temos diversos negócios com os argentinos que não podem ser ignorados. Muitos produtores e industriais daqui dependem dos de lá e vice-versa”, afirmou um membro do corpo diplomático.

De acordo com os dois diplomatas, quando o Brasil assumir a presidência temporária do bloco, no segundo semestre deste ano, deverá reforçar a proposta de flexibilizar as regras de negociação com outros países. A dúvida a médio prazo continua sendo o acordo Mercosul – União Europeia, que se encontra paralisado. “Tanto para Macri como pra Bolsonaro, se o Mercosul serve para alguma coisa é para assinar um acordo com a Europa. Se não serve para isso então façamos outra coisa, dizem”, afirma Merke. Pelo menos por enquanto, as urgências domésticas parecem estar acima das estratégias globais de integração.

Jornal “El País”

domingo, 21 de abril de 2019

Na China, a ‘rebelião’ contra os “9.9-6”: trabalho das 9h às 21 h, seis dias por semana

MACARENA VIDAL LIY

Funcionários de empresas de tecnologia protestam contra jornada das 9h às 21h, seis dias por semana, defendida por empresas como o Alibaba

“Minha namorada me avisou: aquilo estava mudando meu caráter. Eu já não ria com os amigos. Estava com pior humor, e sempre cansado”. Lenny Zhang, de 24 anos, especialista em mídia digital, recorda com horror seu trabalho em uma startup de realidade virtual em Pequim. “No início não era ruim, porque ainda não havia muito para fazer. Mas quando começamos a ter clientes, isso mudou. Eu tinha de ficar sempre no escritório trabalhando até tarde e, é claro, sem pagamento extra. Nos fins de semana o chefe podia ligar para você, se houvesse alguma emergência, e você tinha de ir. Se você ia embora cedo, mesmo que não tivesse nada para fazer, isso era mal visto: achavam que você não estava trabalhando duro o suficiente”, relata.

O que Lenny Zhang (nome fictício) descreve é o que se conhece na China como a cultura do “9.9-6”. Trabalhar todos os dias das nove da manhã às nove da noite, seis dias por semana. Algo que em outros países pode soar familiar − as críticas às condições duras de trabalho chegaram até ao Vale do Silício. Mas na segunda potência mundial, o insólito protesto dos trabalhadores de empresas de tecnologia surgido nas últimas semanas tem, como quase tudo neste país, “características chinesas” especiais.

É insólito tanto por ter encontrado um meio para se expressar publicamente − a plataforma para desenvolvedores de código GitHub − em um país onde impera a censura, como pelo debate nacional que provocou. Um debate que se acirrou depois de que magnatas como Jack Ma, fundador do gigante do comércio eletrônico Alibaba, saíram em defesa desse regime trabalhista.

O descontentamento começou a ser sentido, segundo funcionários do setor, no ano passado. Não que até então as longas jornadas de trabalho fossem algo raro. Mas é que em 2018 a intensa competitividade das empresas chinesas de tecnologia teve de passar a lidar com a desaceleração generalizada da economia. As empresas começaram a contratar menos. Em janeiro, a oferta de trabalho no setor tinha caído 15% em relação a 12 meses antes, segundo a página de anúncios de emprego Zhaopin. Era preciso produzir mais com menos e pelo mesmo salário, e cada um tinha acumular − ainda mais − funções. Ou correria o risco de ir para o olho da rua, por demissão ou por falência da empresa.

É claro que isso nunca foi dito explicitamente, ou em público. A legislação chinesa prevê 40 horas semanais de trabalho. Se passar disso, o funcionário deve receber uma compensação, e em nenhum caso o número de horas extras pode ser superior a 36 por mês.

Um projeto viral
Em março, um grupo de desenvolvedores anônimos criou no GitHub, uma plataforma para compartilhar códigos de programação, uma página irônica, 996.ICU. O nome fazia referência a um ditado entre os trabalhadores do setor na China: “Se você trabalhar 9-9-6, acabará na unidade de terapia intensiva [ICU, na sigla em inglês]”.

A página inclui recomendações — “vá para casa sem nenhum peso na consciência às seis” — e uma lista de mais de 150 empresas que adotam esse regime de trabalho, incluindo gigantes como Alibaba, Huawei e ByteDance, a empresa responsável pelo aplicativo de vídeos curtos TikTok.

A “licença anti-996”, que já foi adotada por mais de 90 projetos no GitHub, obriga as empresas que queiram usar o software desses projetos a respeitar as leis trabalhistas. O golpe de mestre da iniciativa é que a censura, por muito que queira, não pode bloquear o GitHub: as tecnológicas chinesas precisam dessa plataforma para compartilhar código.

A 996.ICU viralizou na hora. É o projeto mais compartilhado de toda a plataforma. Claramente, muita gente se sentiu identificada. Mas isso poderia não ter passado de um caso pontual sem maiores consequências se presidentes de grandes não tivessem se pronunciado a respeito do assunto.
Jack Ma e Richard Liu, presidente do outro gigante logístico, JD.com, resolveram falar na semana passada. E causaram um rebuliço. Em um comentário em redes sociais, Ma, um dos homens mais ricos da China, opinou que os trabalhadores deveriam considerar uma bênção poder trabalhar 9-9-6. Sem esse regime − que possibilitou que sua empresa decolasse −, a economia do país “muito provavelmente perderia ímpeto e vitalidade”, afirmou. “Se você entra no Alibaba, tem de estar disposto a trabalhar 12 horas por dia. Se não, para que vem? Não precisamos de quem trabalha oito horas confortavelmente”, acrescentou.

Liu, por sua vez, considerou que sua empresa se encheu de “preguiçosos” pelos quais não pode sentir nenhuma simpatia. Suas opiniões particularmente dolorosas porque a JD.com − que está em situação delicada e, segundo o site especializado The Information, estuda a possibilidade de demitir 12.000 pessoas, 8% de seu quadro de funcionários − advertia em uma mensagem interna vazada que se livrará daqueles que não “lutarem duramente”, independentemente de suas circunstâncias pessoais.

Comentários como esses provocaram ainda mais indignação. “Nas empresas de software de Xangai não se fala de outra coisa atualmente”, aponta um analista de dados. Na opinião de vários empregados de companhias de tecnologia, se o debate calou tão fundo é porque, pela primeira vez, as empresas defenderam em público, abertamente, práticas que até agora ninguém dizia diretamente que era preciso seguir. “A pressão estava aí, mas funcionava por insinuações, por subentendidos”, diz um desses funcionários.

Os meios de comunicação oficiais, que refletem a opinião do Governo, também entraram no debate, concentrado agora em se é adequado ou não o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal oferecido pelas empresas chinesas. O Diário do Povo, jornal do Partido Comunista, afirmou em tom conciliador, em um editorial publicado no domingo passado, que “os trabalhadores que criticam o 9-9-6 não podem ser acusados de ser preguiçosos ou pusilânimes. É preciso levar em conta suas verdadeiras necessidades”.

“O problema é que o mercado chinês é realmente intenso e competitivo”, opina Lenny. “Para a maioria das pessoas, nem passa pela cabeça a ideia de que não é necessário trabalhar tantas horas. Incutiram em nós que para ter sucesso e ganhar dinheiro é preciso trabalhar muito, muito duro.”

“O problema é que o mercado chinês é realmente intenso e competitivo”, opina Lenny. “Para a maioria das pessoas, nem passa pela cabeça a ideia de que não é necessário trabalhar tantas horas. Incutiram em nós que para ter sucesso e ganhar dinheiro é preciso trabalhar muito, muito duro.”

Para o jovem desenvolvedor, a mobilização parece uma boa notícia, embora ele se mostre cético quanto às possibilidades de êxito. “Isto deveria ter sido feito há 10 ou 20 anos, quando o setor tecnológico estava começando.

Agora é tarde demais, tudo já está muito consolidado”, afirma. Ele pretende ir para a Europa para ampliar seus estudos daqui a dois ou três meses. “Se puder, vou ficar por lá. Não quero voltar para o 9-9-6.”

Jornal “El País”

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Por que a elite do setor público é contra a reforma da previdência

Paulo Tafner

As mudanças propostas pelo governo não são injustas. Pelo contrário. 

No meu artigo anterior, escrevi que os funcionários públicos não podem ser apontados como os únicos vilões do nosso sistema previdenciário, que é repleto de erros e injustiças.

Mas isso não quer dizer que o regime previdência dos servidores deva continuar como está. É necessário fazer mudanças, e elas são óbvias quando se faz uma análise mais detalhada sobre o tema. Apenas não são defendidas por quem quer manter uma situação de privilégio, em detrimento dos demais.

Vale lembrar que há desigualdades mesmo entre os funcionários públicos, e a reforma da previdência enviada pelo governo ao Congresso (PEC 06/2019) trata disso.

Vamos aos fatos. A PEC 06/2019 propõe basicamente o seguinte em relação aos servidores:
i. Alíquota progressiva que variará entre 7,5% e 22%. A cobrança seguirá a sistemática do IR (alíquota marginal), fazendo com as alíquotas efetivas sejam crescentes atingindo o máximo de 17,79% para salários de R$ 39.000 e de aproximadamente 18% para remunerações superiores a esse valor;
ii. Fixação de idade mínima de 64 anos para homens e 62 para mulheres, com tempo de contribuição mínimo de 35 anos para homens e 30 para mulheres. A transição será rápida: em 2028 se encerrará para homens e em 2033, para mulheres;
iii. Para manter a integralidade, quem ingressou no serviço público até 31/12/2003 deverá cumprir a regra definitiva (idade mínima final e tempo de contribuição). Para quem ingressou a partir desta data, será aplicado o mesmo critério do RGPS;
iv. Policiais civis e agentes penitenciários e socioeducativos terão uma idade mínima de 55 anos para homens e mulheres e 30/25 aos de contribuição;
v. Professores de ambos os sexos deverão ter 60 anos de idade (homens e mulheres) e 30 anos de contribuição para se aposentar;
vi. Policiais militares e bombeiros serão regidos por legislação federal e semelhante à das Forças Armadas;
vii. Para os detentores de cargos eletivos, haverá um pedágio para os atuais eleitos e regras o RGPS para os futuros.

A PEC também dedica especial atenção aos regimes próprios dos entes subnacionais (estados e municípios) ao estabelecer que:
a. Todas as novas regras valem para estados, município e distrito federal;
b. Na ocorrência de déficit atuarial, deverão elevar alíquotas para no mínimo 14%;
c. Há limitações de incorporações de gratificações aos benefícios previdenciários;
d. Existe a obrigatoriedade de, no prazo de 2 anos, instituir a previdência complementar.

Trata-se de um conjunto de medidas que atingirão o âmago da crise fiscal decorrente da previdência dos servidores públicos. Mas a PEC 006/2019 não para por aí. Ela autoriza a instituição de alíquotas progressivas e a criação adicional de alíquotas extraordinárias para equacionamento do déficit. Como o acerto e a pertinência das medidas iniciais são evidentes, neste artigo me deterei sobre os dois últimos aspectos.
- Alíquota progressiva: a PEC define que a alíquota-base de contribuição será de 14%, mas variará de forma cumulativa e marginal segundo faixas de remuneração do servidor. Assim, para a parcela até 1 SM, incidirá a alíquota de 7,5%; na parcela acima desse valor até R$ 2 mil, incidirá a alíquota de 9% e assim progressivamente, até o limite de 22% para a parcela que exceder R$ 39 mil.

A questão importante aqui é: faz sentido haver alíquotas previdenciárias progressivas? E a resposta óbvia a isso é que sim, faz todo sentido. Tomemos dois casos de servidores contratados antes de 2003 – portanto submetidos às “velhas regras’ – e vamos admitir que nenhuma alteração proposta na PEC 006/2019 esteja em vigor, exceto a alíquota progressiva.

Por simplicidade, vamos admitir que o primeiro servidor tenha remuneração constante de R$ 5 mil ao longo de todos os 35 anos de contribuição e que se aposente aos 60 anos. O segundo tem as mesmas condições, mas sua remuneração é R$ 20 mil.

Nas regras atuais o primeiro servidor terá feito contribuições – considerada aqui a parcela do empregador – no montante de R$ R$ 750 mil e deverá receber de aposentadoria o montante de R$ 1,330 milhão, abrindo um passivo de R$ 579 mil. Com a alíquota progressiva, o passivo será reduzido para R$ 572 mil, o que equivale a um pequena redução de apenas 2%. Já o segundo servidor acumulará contribuições no valor de R$ 3,403 milhões e deverá receber R$ 5,320 milhões, abrindo um passivo de R$ 1,916 milhão, nas regras atuais. Com a alíquota progressiva, seu passivo cairá para R$ 1,377 milhão, o que equivale a uma redução de 28%.

Em síntese, remunerações mais elevadas abrem passivos muito elevados e a alíquota progressiva faz com que, quanto maior o passivo, maior sua redução. Medida socialmente justa, porém, como se vê, insuficiente para equilibrar o sistema. As demais regras propostas na PEC se encarregarão de reduzir ainda mais esse passivo, mas não o eliminarão.
- Alíquota extraordinária: a PEC define que os entes poderão criar uma alíquota extraordinária visando equacionar o passivo atuarial de seu regime próprio. No texto da PEC fica explicito que a alíquota extraordinária incidirá sobre aposentadorias e pensões, ficando isento o primeiro salário mínimo. O Ente poderá estabelecer alíquota extraordinária progressiva, de modo a penalizar mais intensamente as aposentadorias e pensões de valores mais elevados.

Para que o leitor tenha ideia precisa da medida proposta é necessária alguma explicação: na legislação atual, a contribuição previdenciária do servidor aposentado ou pensionista incide apenas na parcela que exceder o teto do RGPS. Assim, por exemplo, se um servidor aposentado ganha até R$ 5.839,45, ele nada contribui. Se outro ganha R$ 10 mil, somente será aplicada a contribuição no valor de R$ 4.160,55 (10.000 – 5839,45 = 4.160,55). Considerando a alíquota atual da União (11%), isso significa, no exemplo, uma alíquota efetiva de 4,57%. E o servidor ativo que ganha os mesmos R$ 5.839,45 ou R$ 10 mil? Em ambos os casos contribui com 11% sobre a totalidade do vencimento, ou seja, 11%. Essa é sua alíquota efetiva.

Como informado anteriormente, são justamente os atuais aposentados e pensionistas e os ativos que entraram antes de 2003 que têm as regras previdenciárias mais benevolentes e que, consequentemente, abrem o maior passivo previdenciário dos regimes próprios. Aqueles que entraram depois de 2003 não têm integralidade, nem paridade. E aqueles que entraram depois de 2013 têm garantido apenas o teto do RGPS.

Equilibrar o sistema mantendo essa disparidade contributiva, além de ser injusto, implicaria em alíquotas superlativas para os mais jovens, justamente aqueles que abrem menor passivo! Se esses, com a reforma, terão que trabalhar mais tempo, terão alíquotas progressivas e valores de aposentadoria e pensão limitados, nada mais correto do que dividir o esforço de equilíbrio entre as várias gerações, estabelecendo alíquotas extraordinárias para aqueles que desfrutam de regras muito mais generosas.

Enganam-se aqueles que consideram que essa regra básica de justiça terá vida fácil no Congresso. São justamente os grupos de elite do setor público os mais diretamente afetados por essas duas medidas. São eles também que dispõem de capacidade argumentativa e de mobilização junto aos parlamentares para “mostrar a injustiça” das medidas, a “violação dos direitos adquiridos”, a “inconstitucionalidade” da proposta e mesmo o “caráter confiscatório” da alíquota progressiva e da alíquota extraordinária.

Esquecem ou omitem, porém, que a contrapartida de seu privilegio é a sobrecarga tributária dos mais pobres. É a transferência líquida de recursos de pobres para ricos.

Quanto a isso faço um pequeno relato da verdadeira batalha jurídica que o estado do Rio Grande do Sul enfrentou quando, diante de um quadro fiscal já muito abalado, aprovou lei estadual que elevava a contribuição dos servidores públicos de 11% para 14%.

“[...] O Tribunal de Justiça daquele estado acatou Ação Direta de Inconstitucionalidade do reajuste da alíquota dos servidores para 14%, que foi proposta pelo procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Eduardo de Lima Veiga, que era o chefe do Ministério Público. Originalmente, a alegação de inconstitucionalidade foi provocada pela União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública, presidida pelo também presidente da Associação dos Juízes do RS (Ajuris), Giovani Pio Dresch. A alegação seria de que o aumento configuraria confisco, além da progressividade não ser autorizada pela constituição. Também foi alegado que não havia cálculo atuarial que justificasse a necessidade da medida.”

No STF, o Ministro Joaquim Barbosa revogou a liminar concedida pelo TJ/RS, autorizando a cobrança da contribuição de 14%. Em seu voto, após indicar analisar e discorrer sobre a matéria, conclui:
“[...] Se o estado-requerente não puder reduzir o déficit do RPPS com a solidariedade dos servidores públicos, esses valores serão cobrados de toda a sociedade.”

Infomoney


quinta-feira, 18 de abril de 2019

A formula Mágica para acabar com o desemprego e pagar a dívida pública

Gelio Fregapani

(*)

Todos sabemos que o agronegócio é o que sustenta a economia do nosso País, mas a necessária mecanização da agricultura gera poucos empregos. Sabemos também que uma desejada industrialização, mesmo que conseguíssemos, não criaria empregos de imediato. Na verdade, o desemprego é um problema mundial, mas nós, mais do quaisquer outros, temos possibilidade de criarmos empregos imediatamente, é só abrir áreas de garimpo (com tecnologia adequada) e parar de perseguir os garimpeiros.

Com essa simples medida, em poucas semanas dois milhões de atuais desempregados se dirigiriam para as áreas abertas, as quais em minha opinião devem abranger partes das reservas indígenas e ambientais, riquíssimas em ouro, que foram criadas por ONGs exatamente para impedir a nossa exploração.

Considerando que cada garimpeiro acaba por criar dez ou mais empregos indiretos entre agricultura local, lojas, fabriquetas de material de garimpo, pousadas e até indústria de entretenimento, num passe de mágica o desemprego se esfumaria ao mesmo tempo que o ouro (se comprado pelo banco do Brasil e pela Caixa Econômica, como foi no passado), recomporia nossas reservas e nos possibilitaria importar as máquinas que precisamos, as máquinas que fazem máquinas e até financiar os cérebros  que criam essas máquinas.

Ainda mais, povoaríamos as nossas fronteiras, no momento ameaçadas de desnacionalização pela ação de numerosas ONGs, veja-se a situação das áreas Ianomâmi e Raposa-Serra do Sol.

Afinal, quase todas as nossas cidades do interior começaram como garimpos, sem eles nem teríamos ultrapassado muito a linha de Tordesilhas.

Vendo todas essas vantagens na abertura dos garimpos, o leitor esclarecido certamente perguntará por que isto ainda não foi feito. A resposta parece incrível, mas é verdadeira: o Establishment financeiro mundial (Clube Bilderberg) está por trás de tudo. Para manter o valor do ouro evita que seja produzido mais do que o consumo e para isto faz convênios, corrompe e mata. No nosso caso já convenceu Presidentes a mandar bombardear pistas de pouso e locais e a fechar garimpos em todo País e a deixar que os índios Cintas Largas assassinassem 300 garimpeiros na reserva Rosewelt.  A corrupção dos governos anteriores e a covardia para enfrentar nos conduziram a essa passividade.

Agora temos um Presidente de coragem. Um paraquedista. Só falta ele tomar conhecimento da realidade.

Coragem o Presidente tem. Que Deus ilumine as decisões dele

defesa.net

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  está aí uma abordagem interessante.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Ações da Petrobrás

Martim Berto Fuchs

Não venda agora e não perderá dinheiro. Não entre na falácia dos especuladores de plantão. O preço logo volta a subir, como sempre.

O terrorismo da mídia contra o governo Bolsonaro é compreensível, pois ele cortou a bilionária verba publicitária, usada pelos governos anteriores para comprar apoio e ignorar suas falcatruas.

Um dos motivos pelo qual sou contra a filosofia liberal, é de que a mesma é essencialmente voltada à economia.
Os liberais negam, mas a realidade demonstra o contrário, que para eles, resolvendo a questão econômica, está automaticamente resolvida a questão social. E isto é comprovadamente falso.

Quando eles falam em liberdade, estão dizendo que não querem ser impedidos de utilizar TODOS os meios possíveis, legais ou não, para obter lucro.

Quando eles falam em Estado mínimo, o que eles querem é que o Estado interfira o mínimo possível nos seus negócios; preferencialmente que não interfira, principalmente com regulamentações, que visam defender a sociedade da ganância sem limites.

Quando Temer colocou o conhecido Pedro Parente na presidência da Petrobrás, a sua primeira medida foi dolarizar o preço do petróleo extraído e refinado no Brasil, que é 80% do total consumido.

Na época que tínhamos inflação de 30% a.m., sim, ao mês, este procedimento de dolarização era taxado pelo governo como crime, e severamente penalizado. Se era proibido antes com inflação escandalosa, por que agora, quando a inflação está abaixo dos 5% a.a, tem que dolarizar, e logo o combustível, motor da economia ?

Parece que a “saída” do Pedro Parente da Petrobrás não serviu de lição para os liberais de plantão.

Antes de jogar a conta para os consumidores indefesos, é obrigação de quem aceita o encargo de administrar a empresa, buscar na eficiência, na produtividade e na boa gestão, as condições para sobrevivência e evolução da mesma.
Usar a prerrogativa do monopólio para extorquir o cliente compulsório, é atitude de administrador incompetente, para dizer o mínimo.

O governo Bolsonaro tem que ser apoiado em seu intento de por ordem nesta bagunça causada por anos de administrações irresponsáveis.

1 - Para começar, tem que ser debatido publicamente o bordão nacionalista de que Petrobrás é empresa estratégica. Estratégica ou não, não pode ser saqueada abertamente sob os olhares complacentes dos defensores deste dogma, principalmente os militares.

2 – O segundo grupo que defende a estatal é o dos políticos. E não se enganem, não são apenas os esquerdistas que defendem as estatais para usá-las como feudos. Também os monarquistas, os conservadores e os liberais. Todos eles, desde a mudança de nome de Monarquia para República (as Leis ficaram as mesmas, só mudou o nome e a sucessão ao Trono), que eles encostam toda sua grande família nas folhas de pagamento do Estado e das empresas controladas por ele.

3 – O terceiro grupo que defende com unhas e dentes as estatais são os sindicatos pelegos. Os contratos de trabalho, os salários e as regalias que conseguiram para si mediante chantagem, não existe em nenhuma outra empresa brasileira, e em poucas empresas do mundo. É coisa de bandido.

Antes de simplesmente aumentar o preço dos combustíveis, tarefa que qualquer analista de sistema pode fazer, o Brasil e seus representantes eleitos tem a obrigação moral de enfrentar as barreiras que impedem a estatal de progredir, sem que para isto tenha que esfolar seus clientes compulsórios.

Crime organizado
O Presidente Bolsonaro se propôs uma tarefa gigante - combater o crime organizado que domina a administração pública brasileira -, à que nenhum dos presidenciáveis com chances de vencer a eleição passada e com ele competiram pelo cargo, se propôs. Esses já estavam comprometidos com o status quo, com a podre estrutura de poder que nos mantém refém do Estado.

Salvo a esquerdopatia, que trabalha abertamente contra o sucesso do governo, e a grande mídia que perdeu verba bilionária utilizada em publicidade enganosa, os outros têm a obrigação moral de defender o governo no seu intento de mudar os rumos do nosso país.

Oportunidades como esta não aparecem muitas vezes no decorrer das nossas vidas. Quando um homem patriota, honesto, que se elegeu contra o sujo aparato que domina a política brasileira está disposto a enfrentar com risco da própria vida as armadilhas que lhe são colocadas diariamente, ele merece todo nosso respeito e apoio. E sem mi-mi-mi.

sábado, 13 de abril de 2019

Aumento do diesel

Martim Berto Fuchs

O Presidente Bolsonaro tem meu total apoio.

1 – O Presidente tem a prerrogativa e o dever de interferir quando a situação escapa ao controle.

2 – Sempre que os preços internacionais do barril de petróleo aumentam, as “administrações” repassam 100% do aumento, quando importamos apenas 20% do petróleo.

3 – Quando os preço baixam, os aumentos não são diminuídos na mesma proporção.

4 – Em outubro/2018 o barril estava cotado à US$ 80,47.

5 – Ontem, 13/04/19, o barril estava cotado à US$ 67,00.

6 – 40% de um barril é usado para o refino de diesel.

7 – A União, como acionista majoritária da Petrobrás, participa do seu lucro na proporção do seu capital social.

8 – A União, além de participar do lucro, que não é pequeno, arrecada impostos sobre o combustível, que são abusivos, beirando 45%.

8 – Em 2017, a SHELL internacional tinha 94.000 empregados pelo mundo. A Petrobras tinha 390.000.

9 – Os salários dos empregados da Petrobrás, sem contar outros benefícios e regalias, como garantia de emprego, se comparam com os do 1º mundo, muito acima da média dos salários da iniciativa privada no Brasil.

10 – O aumento sobre o preço do diesel impacta diretamente a cadeia produtiva, uma vez que somos movidos à transporte rodoviário.

Portanto, tem razão o Presidente Bolsonaro em exigir explicação à Diretoria da Petrobrás, da necessidade do aumento anunciado. Não é aceitável que o único recurso dos administradores, seja sempre o aumento do preço.

P: - Por que não rever as cláusulas de trabalho dos seus funcionários ?
R: - Porque se fizer isto, eles paralisam a produção e param o país. Isto é aceito como normal.

P: - Por que não rever a real necessidade do quadro de pessoal na quantidade existente ?
R: - Porque se fizer isto, eles paralisam a produção e param o país. Isto é aceito como normal.

P: - Por que não diminuir a incidência de impostos sobre os combustíveis ?
R: - Porque os políticos precisam do lucro e dos impostos para sustentar toda sua grande família (cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos) pendurada nas diversas folhas de pagamento do setor público. É proibido demiti-los, e isto também é aceito como normal.

Os caminhoneiros, principalmente eles, já trabalham bastante ganhando pouco e isto se observa na falta de manutenção dos seus caminhões e nas condições de vida das suas famílias. 
Mas ... se fizeram greve contra o aumento do diesel, são tachados de terroristas, falta de patriotismo, etc, e ... são multados e presos.

O Brasil não pode continuar com este arremedo de democracia, nesta economia semi-estatizada e burocrática, punindo quem trabalha e passando panos quentes nos parasitas e inúteis que pululam nas folhas de pagamento do setor público.

Pelo menos no governo do Presidente Bolsonaro, 103 dias, não se ouviu falar do desvio de recursos da Petrobrás, notícia diária nos governos anteriores.

Ajuda, mas não é suficiente para diminuir os custos dos combustíveis para patamares em que, durante TODO mandato do Presidente, não seja mais necessário aumentar preços.

Isto é possível sim, pois depende apenas de vontade política, não obstante termos um PSL inexperiente, uma oposição irresponsável, que joga todas seus trunfos no quanto pior melhor, e um Centrão corrupto.

Salvo que os preço do barril sofram um novo aumento abusivo e inesperado – preço político -, como os de 1973 e 1979, NÃO há necessidade de aumentar o preço dos combustíveis no Brasil nos próximos 4 anos.

Cortem custos em outras áreas, onde é de boa administração cortar, mas não recorram mais ao covarde aumento de preços.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Ponerologia - O Estudo do Mal na Política.

Carla Pola

Como muitos, fui idiota útil por muito tempo, sem saber que era uma idiota útil, portanto era a melhor das idiotas utilizada por mentes nefastas.
Quando comecei a estudar política, pois a entendia só de forma superficial, o véu da verdade foi abrindo, aos poucos, como deve ser.
Nos anos de Orkut, fui aprendendo o que era esquerda, direita, Geopolítica e muito mais coisas com amigos, lendo livros e conheci o Professor Olavo de Carvalho que rasgou o véu pra valer e assim eu percebi minha total ignorância no assunto.

Antes dos livros, devorei o site dele. Todos os dias eu lia alguns textos e minha compreensão de mundo aumentava.
Confesso que fiquei muito zangada quando descobri que “meu professor de história mentiu pra mim”, professores que me fizeram acreditar que os ídolos do comunismo eram maravilhosos, humanitários e que desejavam uma sociedade boa para todos. Como todo adolescente, eu também era tola e facilmente manipulável.

Também confesso que algumas coisas que me eram ditas e explicadas batiam de frente com os valores morais que aprendi em casa.
Por mais que tentassem, jamais deixei de acreditar em Deus, amar Jesus e ter fascínio por Nossa Senhora. O ateísmo que vinha dessas explicações sempre me deixaram desconfiada.

Bem como a conversa que “às vezes” era preciso matar o “Inimigo burguês” que atrapalhava o caminho para uma sociedade perfeita onde não haveria fome, todos teriam uma casa para morar, saúde de primeira qualidade e todos estaríamos felizes porque o mal do mundo acabaria. Esses burgueses nos faziam de escravos para enriquecerem e manterem o povo pobre (Na época não sabia que o Mal eram eles). Mas, matar não me entrava na mente. Pelos meus valores, vida e morte são questões de Deus, fora da alçada humana.

E assim passei a adolescência e juventude em permanente confronto interno, meus valores morais contra esses “valores novos” que fariam todos “felizes”.
Mas, a vida, maior professora que temos foi me mostrando com o tempo que certas coisas que eu aprendi com os comunistas não fechavam no dia-a-dia. Por isso, quando através da internet e dos livros fui descobrindo o quanto essa gente é mentirosa, que o que defendem não se sustenta, que não estão nem aí para a vida de ninguém e só em busca de poder a fim de satisfazerem seus prazeres, mesmo que isso signifique matar milhões de pessoas, vi o quanto de mal me fizeram em minha adolescência e juventude.
Disposta a impedir que o mesmo acontecesse a meus filhos, estudei ainda mais. Não permitiria que meus filhos caíssem nessa armadilha que tanto eu, como o pai, havíamos caído.

Lá pelas tantas eu já compreendia a guerra cultural, me descobri conservadora, compreendia a política geopolítica e coisa e tal, mas algo não saía da minha cabeça.
Tudo que eu tinha estudado não explicava como pessoas que sabiam que o comunismo era cruel e genocida continuavam defendendo esse tipo de coisa após conhecer a verdade??
Cheguei a conclusão que essas pessoas não eram normais, mas não sabia que tipo de patologia apresentavam. Pareciam hipnotizadas diante da mentira que acreditavam ser verdade.

Um belo dia, havia acontecido um crime, não lembro agora onde; mas lembro que alguém havia matado e esquartejado alguém, falavam em serial Killers e fui pesquisar a respeito, pois sempre fico chocada com essas coisas.
Até então, ignorante de tudo nessa área, quando se falava em psicopatas na hora eu pensava sem serial Killers.

Achei um blog de um Psiquiatra argentino, não lembro o nome, mas ele era especialista em psicopatia e comecei a ler. Quase caí da cadeira quando ele explicava que os psicopatas estão no meio de nós. Que não há tipos de psicopatias, mas graus de psicopatias e que psicopatas se apresentam de várias formas. Continuando o texto ele dizia que podíamos encontrar psicopatas em lugares de poder, portanto o meio político é recheado deles (nessa hora minha mente parou e ali estava a explicação que eu vinha buscando para os comportamentos absurdos que via). Ele deixava claro que o serial Killers é o grau máximo da psicopatia, mas fosse no grau que fosse, ninguém que convive com um psicopata sai ileso. Ele sempre trará dor e sofrimento às pessoas normais e nunca se importarão com isso, pois só se importam consigo mesmos.

O sintoma principal do psicopata é a total falta de empatia, são incapazes de perceber e compreender os sentimentos das pessoas a sua volta. Ele é 100% racional. Ele não é um louco, pois sabe o que é certo e errado, compreende os sentimentos intelectualmente, mas ele não sente; mas fingirá que sente se isso lhe trouxer prazer, satisfação e poder. Algumas características deles são:
– Encanto superficial. Possuem lábia e manipulam as pessoas para atingir seus objetivos.
– Mentiras sistemáticas – Os psicopatas utilizam as mentiras como instrumento de trabalho. Fingem se sentir magoados, arrependidos e fazem um teatro tão bom que as pessoas acreditam.
– Ausência de sentimentos afetuosos – Os psicopatas não dão a mínima para o sentimento dos outros, só se preocupam consigo mesmos. Seus comportamentos só visam atingir seus fins, não importa se para isso prejudicarão outras pessoas. As pessoas para os psicopatas são usadas e mais nada.
– Comportamentos impulsivos – Como não possuem moralidade e é ética seu comportamento torna-se abrupto, na maioria das vezes tendo um reação violenta com um estímulo bobo. É o tipo “fazer tempestade num copo d’água”.
– Incorrigibilidade – Carecendo de moralidade, carece de culpa, portanto não se preocupa com o sofrimento do outro. Assim sendo, não compreende o porquê de ter que se corrigir. Mas, como hábeis na manipulação, conseguem enganar pessoas mostrando-se educados, exemplares, amáveis e prestativos.
– Falta de adaptação social – O psicopata é egocêntrico e egoísta, apenas o bem-estar e o sofrimento próprio importam. Dificuldades em socializar e fazer amigos, devido a se centrar excessivamente em si próprio. Mas, como podem fingir muito bem para atingir seus objetivos, podem se mostrar as pessoas mais sociáveis do mundo.

Bom, óbvio que só aquele texto do Psiquiatra argentino não explicaria tudo a respeito da psicopatia e dos psicopatas na política.
Mas, logo em seguida, alguns meses depois, num True Outspeak do Professor Olavo de Carvalho , ele falava sobre PONEROLOGIA (o estudo do mal voltado à política); ou seja, psicopatas no comando de uma nação. E avisou que o livro estava sendo traduzido.

Quando saiu o livro traduzido em português, não tive dúvida e comprei. Devorei o livro, o que restava do véu a ser desvendado, foi desvendado ali.
Esse livro foi escrito pelo Dr Andrew Lobaczewski, Um homem que viveu dois regimes comandados por psicopatas: O Nazismo e o Comunismo. E para não enlouquecer estudou a psicopatia na política. Conforme o Dr. Lobaczewski:
“No psicopata, um sonho emerge como um tipo de utopia de um mundo “feliz” e de um sistema social que não os rejeite, nem os force a se submeter a leis e costumes cujo significado é incompreensível para eles. Eles sonham com um mundo no qual seu modo simples e radical de experimentar e perceber a realidade fosse o modo dominante, onde eles poderiam, é lógico, garantir segurança e prosperidade. Nesse sonho utópico, eles imaginam que aqueles ‘outros” (normais), diferentes, mas também tecnicamente mais habilidosos que eles, deveriam ser colocados para trabalhar de forma a atingir esse objetivo para os psicopatas e outros do seu tipo. ‘Nós”, eles dizem, afinal de contas, criaremos um governo de justiça. Eles são preparados para lutar e para sofrer pelo bem desse novo mundo corajoso e, também, matar as pessoas, cujo sofrimento não lhes causa compaixão, porque ‘eles’ não são exatamente da mesma espécie. Eles não percebem que encontrarão, consequentemente, uma oposição que poderá permanecer por gerações.
Subordinar uma pessoa normal a indivíduos psicologicamente anormais traz consequências graves e deformantes a sua personalidade: gera trauma e neuroses.”

Mas todos os políticos são psicopatas?? Claro que não! E deve ser difícil para eles viverem com seus colegas psicopatas, seja lá o grau de psicopatia apresentada.
O caso é que quando esses psicopatas chegam ao poder, começam a moldar a sociedade conforme sua visão deturpada de mundo. Psicopatas querem o poder e não querem largá-lo. A sociedade ideal é para eles e não para o restante. As sociedades governadas por psicopatas, assumindo o controle das pessoas, o Dr. Lobaczewski chama de PATOCRACIA.
Podem acreditar que é disso que estamos tentando nos livrar, meus amigos. 

Fomos governados por psicopatas por mais de 30 anos. Essa corrupção generalizada que vivemos e está sendo descoberta mostra bem isso. As mudanças de valores que há anos vão nos enfiando goela abaixo mostra isso. As loucuras que assistimos todos os dias, a ponto de vermos um padre (só para dar um exemplo), exaltar a maconha e convocar os fiéis para a marcha da maconha mostra o quanto demoraremos para tirar esses psicopatas do poder.
Psicopatas precisam de governos totalitários e ditatoriais para fazer seus poderes valer, nunca se adaptariam em uma democracia, mesmo que para atingirem seu real objetivo, mintam de forma convincente que prezam pela democracia, ética e moral desde o berço.

Mas, nessa leva toda todos são psicopatas???
Não. Os psicopatas precisam das pessoas normais para chegar ao poder e para isso formam uma fábrica de histéricos.
Pessoas com mentes menos ativas são presas fáceis, conseguem ir se adaptando às novas regras e valores. Como diz o professor Olavo, “o histérico não diz o que sente, mas passa a sentir aquilo que disse”. As presas mais fáceis são os jovens, como estão em formação, muitos são levados a acreditar nessas ideologias nefastas e se quisermos trazê-los de volta a realidade, sentem-se ameaçados, agredidos.

O psicopata vê as coisas em preto e branco, os histéricos não, eles enxergam as cores e os psicopatas precisam manipulá-los para usar as cores que não enxergam. Os histéricos imitam o comportamento psicopático, praticamente hipnotizados e cegos a realidade.
Por isso vemos pessoas berrando “Lula Livre” e, por mais que se tente mostrar que o Lula foi condenado porque roubou, mentiu enganou, que só se preocupava em ter o poder, se preocupando consigo mesmo, essas pessoas não acreditam. Há histéricos no poder também, eles precisam estar lá para defender o governo nefasto dos psicopatas.
A Venezuela vive hoje as consequências de ter eleito psicopatas como Chavez e Maduro e, quando pessoas normais acham o que acontece lá é uma perversidade, psicopatas políticos e histéricos no Brasil defendem tamanha insanidade.

Por que faço um texto tão longo, praticamente didático sobre isso?? Porque através dos meus estudos descobri que não basta conhecermos contextos políticos, conceitos, viver a política do dia-a-dia sem compreender a natureza humana dos que nos governam. E isso em todos os âmbitos do poder. Pois, em todos eles há psicopatas e histéricos.
Nós precisamos neutralizar essas pessoas, impedí-las de chegar a lugares de mando, precisamos sair da Patocracia. Já demos um passo pra isso elegendo o Presidente Bolsonaro, mas ainda há muitos deles no poder (Congresso Nacional, Judiciário, Ministério Público, Prefeituras, Estados) e sem sanear a influência má e nefasta dessas pessoas, ainda corremos muitos riscos.
Países como a Polônia e a Hungria que viveram anos sendo governados por psicopatas e histéricos vêm cortando qualquer possibilidade de ideologias nefastas recobrarem o poder.

Precisamos limpar o Brasil também e impedir que esses políticos que acendem velas para genocidas voltem ao poder. Não é tarefa fácil. Uma vez os psicopatas instalados no poder, para tirá-los dá um trabalho hercúleo. Os venezuelanos que o digam!
Mesmo pessoas normais acabam tendo algum tipo de contaminação em processos assim. Eu mesma levei tempo para me limpar dessa contaminação, pois acabamos nos condicionando. Vou dar um exemplo:
Canso de explicar que ideologia de gênero não existe. Gênero não é e nunca será sinônimo de sexo. Pois muito bem, vejo pessoas da direita usando a expressão gênero para falar de sexo. Isso é condicionamento e quando fazemos isso, mesmo que de forma inconsciente, estamos fortalecendo essa causa absurda, portanto fortalecendo psicopatas e histéricos.

Mesma coisa com o tal feminicídio. Sei lá se esses celerados acham que homicídio é assassinato de homens, mas na verdade homícídio é matar alguém da nossa espécie, do gênero HUMANO, portanto tanto faz que seja homem ou mulher.
Mas, pessoas de direita usam essa expressão (feminicídio) e quando fazem isso mais fortalecem a loucura.

Vou ficando por aqui. Mas sugiro estudarem mais a respeito para compreender melhor o mundo e a política que vivemos.
Lembrando o Professor Olavo de Carvalho:
“Nada que se diga contra os comunistas é discurso de ódio.
Porque eles não são só os donos absolutos do discurso de ódio, mas da prática do ódio assassino!”

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