Martim Berto Fuchs
“As leis de Roma tinham dividido
sabiamente o poder público em um grande número de magistraturas, que apoiavam,
continham e moderavam uma às outras; como todas tinham apenas um poder
limitado, todos os cidadãos estavam aptos a chegar a elas, e o povo, vendo
passar diante de si vários personagens, um após outro, não se habituava a
nenhum deles.”
Montesquieu.
“O Governo é instituído para o bem
comum; para a proteção, segurança, prosperidade e felicidade das pessoas; e não
para o lucro, honra ou interesse privado de um homem, família ou classe de
homens; portanto, se o povo tem o direito incontestável, inalienável e irrevogável
de instituir um governo, tem também o direito de reformar, alterar ou mudar
totalmente o mesmo, quando sua proteção, segurança, prosperidade e felicidade
exigirem.”
John Adams
Este
trabalho leva em conta apenas o mundo ocidental, desde os clãs, reis, império e
república. Já é material bastante vasto no que tange à administração pública,
para dele chegar à proposta de Capitalismo Social.
Capitalismo
no sentido econômico já determina o regime proposto, e Social para consignar
que este aspecto não pode ser apenas uma conseqüência de quem se dá
financeiramente bem no trabalho, mas um objetivo a ser alcançado por todos que
trabalham e na razão direta da sua contribuição. A base da pirâmide não pode
ser considerada apenas perna de cadeira, que quando não mais agüenta o peso, é
descartada e trocada por outra.
O termo
democracia – poder/governo do povo - tem sido usado indiscriminadamente há
muitos séculos, mas a história nos prova que de forma capenga, pois o povo
nunca esteve representado por aqueles que detém o poder; ele apenas referendou
pessoas que dele se utilizaram para exercer o mando.
Democracia
ainda é, não obstante seu alardeado (mau) uso, uma forma de governo que
precisamos alcançar.
Nosso
presidencialismo não passa de um monarquismo, digamos, modernizado, onde o
rei dinástico foi substituído por um rei agora denominado presidente, mas ainda
assim escolhido entre os cortesãos da Corte, e referendado por um sufrágio onde
somos levados acreditar que se trata de eleição. Da Corte saem, nebulosamente,
os “candidatos” a quem temos a obrigação, sob pena de multa, de referendar.
Os
poderes deste presidente pouco diferem dos poderes do monarca, pois cabe a ele
escolher seus ministros no Poder Executivo e os principais ministros do Poder
Judiciário, os mesmos que irão, eventualmente, julgá-lo; bem assim como impõem
líderes no Poder Legislativo, que são quem determinam as pautas. Ou o
rei/presidente é forte o suficiente para se impor ao Congresso, seja pela sua
personalidade, seu carisma, compra pura e simples dos congressistas recalcitrantes,
ou não governa.
A
escolha dos candidatos numa verdadeira democracia, e que precisamos alcançar,
tem que partir dos cidadãos, sob pena de continuarmos sob os desmandos e
conchavos dos cortesãos, e que obviamente, se depender deles, jamais entregarão
o poder ao povo.
Povo.
Este termo tão cínica e vilmente utilizado pelos políticos profissionais em
seus dogmas transformados em “ideologia”, hoje em dia sob a batuta de
profissionais de marketing, leva muitos a pensar que povo é a massa mantida
ignara pelos “governantes”, e que portanto não tem condições de governar.
Povo é,
em Capitalismo Social, desde os políticos profissionais, os empresários que os
financiam e cobram posteriormente, os sindicalistas que disputam seu espaço nos
corredores do Poder, os descendentes dos burocratas, esses com cadeira cativa
desde a chegada de D.João VI –, e, também, todo
cidadão nascido e/ou registrado nesta nação - independente do seu grau de
instrução e momentânea classificação social.
Povo não
é sinônimo de massa ignara para ser manipulado, usado, e pelos próximos 4 anos,
esquecido. Povo, numa democracia no sentido amplo da têrmo, tem o direito inalienável
de escolher os candidatos aos cargos eletivos do setor público, cargos estes
previamente determinados, e mantidos inalterados pelos eleitos, salvo se
eleitos com o fim de alterá-los.
Povo,
através dos eleitores, deve ter o direito de, assim como escolheu candidatos,
repeli-los uma vez eleitos, caso não se mostrem a altura do cargo que
pleitearam e conseguiram. E isto de forma automática, sem precisar de
autorização dos poderes constituídos. Os que elegeram podem “deseleger”, sem
que o demitido tenha direito a infindáveis recursos. Seus patrões são os eleitores.
Se os pretendentes não aceitarem estas simples regras, não se apresentem como
candidatos. Permaneçam nas suas atuais ocupações.
Povo tem
direito à educação, gratuita na razão direta da sua renda, e o dever de
persegui-la, para poder votar; direito ao conhecimento e de obtê-lo, para que
esteja apto a ser votado, e uma vez eleito, ter consciência do seu papel na
elaboração das leis que regerão o destino de quem o colocou neste cargo.
Povo
somos todos e não apenas quem os donos dos partidos políticos e seus financiadores
vem sistematicamente escolhendo para serem eleitos como futuros governantes, e/ou
capachos. Entre o povo existem milhares de pessoas mais aptas a governar e
editar leis, do que os selecionados pelos cortesãos para servir aos interesses
da sua alardeada e falsa democracia.
É assim
que deve ser entendida a expressão grega democracia – poder do povo, governo do
povo. Temos que instituir um novo Contrato Social, baseado em novo paradigma.
De baixo para cima e não de cima para baixo, como acontece em todas
“democracias” até hoje estabelecidas no mundo ocidental, incluso EUA.
No Brasil, desde 1808 o setor público é um Estado dentro do Estado, um fim em si mesmo. Ou mudamos isto, ou não podemos nos considerar uma democracia. Atualmente não vivemos num Estado-Nação e sim num Estado-Ladrão, que nos rouba até a dignidade. Nos permite existir para que o sustentemos.
No Brasil, desde 1808 o setor público é um Estado dentro do Estado, um fim em si mesmo. Ou mudamos isto, ou não podemos nos considerar uma democracia. Atualmente não vivemos num Estado-Nação e sim num Estado-Ladrão, que nos rouba até a dignidade. Nos permite existir para que o sustentemos.
Em Capitalismo Social, o Estado, o Governo, a administração pública, através do Poder Parlecutivo, tem que ser apartidário. Única "ideologia" a ser seguida é a Constituição.
Introdução a Capitalismo
Social
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Estado-Nação
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Estrutura administrativa do Estado
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Poder Constituinte
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Poder Parlecutivo
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Sistema Eleitoral
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Prova de Qualificação
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Empresas Sociais
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FIPS-Fundo de Investimento e Previdência Social
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Impostos, taxas, royalties, multas
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Setor público, algumas remunerações
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Legislação trabalhista e sindicatos
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