quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Governo federal dificulta acesso a benefícios

por Mário Coelho
Na tentativa de conter os efeitos da crise econômica no país, o governo anunciou nesta segunda-feira (29) mudanças nas regras para acessar benefícios previdenciários e trabalhistas. Elas valerão apenas para novos beneficiários, não para aqueles que, por exemplo, já recebem pensão por morte ou seguro-desemprego. A intenção é economizar R$ 18,5 bilhões em 2015 com as alterações.

De acordo com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, as mudanças foram elaboradas em conjunto pela equipe econômica que sai – Guido Mantega e Miriam Belchior – com a que entra, formada por Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento). “Estamos preservando direitos sociais”, afirmou Mercadante durante o anúncio das medidas no Palácio do Planalto.

O foco, a partir de agora, será no primeiro emprego. Por isso, acessar os benefícios previdenciários e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), ficarão mais difíceis. Segundo o governo, as mudanças ocorrerão para reduzir a rotatividade entre empregos e “eliminar excessos”. As alterações abrangem o abono salarial, os seguros desemprego do trabalhador e do pescador artesanal, pensão por morte e auxílio doença.

O abono, por exemplo, será pago proporcionalmente ao tempo trabalhado no primeiro ano de emprego e terá a carência ampliada de um para seis meses. No caso do seguro-desemprego, o tempo mínimo para poder usar pela primeira vez passará dos atuais seis meses para um ano e meio. Já a segunda solicitação fica em 12 meses e a terceira em seis meses.

No caso da pensão por morte, que segundo o governo representa 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB), haverá o período mínimo de dois anos para acessar o benefício. Estão previstas duas exceções: quando o trabalhador morrer em acidente de trabalho ou por doença causada pelo emprego. Além disso, será exigida que o casamento ou a união estável tenha ocorrido há pelo menos 24 meses.

As novas medidas também influenciarão os empregadores. Atualmente, as empresas são responsáveis por garantir 15 dias de pagamento ao trabalhador que se afastar por doença. Agora, o período passará para um mês. Segundo Mercadante, as mudanças serão publicadas em duas medidas provisórias amanhã (30), uma para a parte previdenciária e a outra para o FAT.

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/governo-federal-dificulta-acesso-a-beneficios/

Comentário do blog:  começou o arrocho sobre a sociedade, para acertar novamente o caixa do governo, que a incompetência dessa atual e futura administração gerou.
Como sempre, em vez de cortar gastos supérfluos e inúteis, ou, apenas gastos políticos, corta-se no atendimento da população, que é quem na verdade paga todas as contas, através de impostos, tributos, taxas e multas.
O que apareceu da irresponsabilidade do atual governo é apenas a ponta do iceberg. Quem acompanha este quesito das contas públicas vai ficar de cabelos em pé.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A Oposição no Socialismo Real


por Carlos I. S. Azambuja

É possível a um partido político de oposição conviver com um Partido Comunista no Poder?

A idéia freqüentemente difundida a respeito da aceitação da existência da pluralidade de partidos em qualquer regime marxista, é uma velha tática comunista. Nesse sentido, os teóricos dos partidos comunistas costumam recordar que o pluralismo político no socialismo é uma idéia de origem leninista, citando o que Lenin escreveu em novembro de 1917: “Nós temos convidado todo o mundo a participar do governo”.

Todavia, o que interessa são os fatos e não as palavras. Esses fatos talvez possam ensinar algo àqueles que até hoje colaboram de alguma forma com os comunistas. Lembrando que, na atualidade, após o desmanche do socialismo real, são muito poucos os partidos que, no nome, utilizam o termo comunista. A grande maioria dos outrora partidos comunistas escolheu termos e expressões mais palatáveis, buscando uma não identificação com “aquilo” que foi derrubado pelo povo a partir de novembro de 1989, primeiro no Leste Europeu e logo depois na União Soviética, que também desapareceria dois anos depois, voltando a ser a Rússia.

Como um pouco de história não faz mal a ninguém, vamos aos fatos:
Em 1920, três anos depois de seu chamado a “todo o mundo para participar do governo”, Lenin confessou cinicamente: “Se ontem falamos em legalizar os partidos pequeno-burgueses e hoje encarceramos os mencheviques e os social-revolucionários, isso significa que nessas oscilações procedemos de acordo com um sistema perfeitamente determinado. Através dessas oscilações, a linha é sempre una e inflexível...” (Lenin, Obras Escolhidas, tomo IV).

Segundo essa linha “una e inflexível”, Lenin liquidou todos os partidos de oposição. O primeiro a cair foi o Partido Constitucional Democrata, de tipo liberal, em fins de novembro de 1917, quando foi preso todo o seu Comitê Central e em janeiro seguinte teve lugar o fuzilamento de todos os seus dirigentes. Os partidos socialistas e de esquerda não tiveram melhor sorte e logo se dividiram em duas alas: enquanto uns eram perseguidos e fuzilados, os demais colaboravam com os bolcheviques. Em 1921, todavia, 26 dirigentes social-revolucionários já haviam sido fuzilados e, no ano seguinte, foi liquidado o restante.

O Partido dos Mencheviques foi cruelmente destroçado sob a acusação de sabotagem e espionagem (as duas acusações mais comuns em qualquer regime socialista). Finalmente, o Partido Anarquista, acusado de contra-revolucionário, “obrigou as autoridades soviéticas a adotar medidas decisivas em abril de 1918. Todos os dirigentes foram fuzilados” (Grande Enciclopédia Soviética, 1ª edição, volume II).

Nas democracias populares do Leste Europeu se procedeu exatamente da mesma forma, utilizando o que o dirigente comunista húngaro Matyas Rakosi chamou de “tática do salame”. Ou seja, a liquidação progressiva e sistemática, um atrás do outro, de todos os partidos de oposição. Em outros países do Leste, é certo, como na Polônia, existiram “partidos” que colaboraram com os comunistas, outorgando-lhes um caráter supostamente pluripartidário, porém o fizeram à custa da perda das suas personalidades políticas e subordinação plena ao Partido Comunista.

Se algum partido quer colaborar com regimes comunistas deve, em primeiro lugar, “renunciar à ideologia anticientífica que tem e liberar-se das ilusões sobre a possibilidade de construir uma sociedade justa sem atentar contra as bases do regime capitalista; deve aceitar os princípios da luta de classes e o programa de construção da sociedade socialista; deve reconhecer a função de vanguarda da classe operária e o papel dirigente que a história atribui ao Partido Comunista na vida política do país” (revista “Problemas da Paz e do Socialismo” nº 92, 1966).

Nessas condições, é uma extrema ingenuidade crer que em um regime socialista seria possível a existência de partidos de oposição. Como expressou categoricamente A. Rumiantsev, membro do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética: “Em nossos países não há oposição; em nossos países a oposição não é possível, porque ninguém a necessita”(Conferência Internacional sobre os Comunistas e a Democracia, revista “Problemas” nº 59, 1963).

A linha doutrinária dos comunistas é invariável desde Lenin, mesmo seguindo, hoje, os escritos dos “Cadernos do Cárcere”, de Gramsci, que, diga-se de passagem, nunca deixou de ser um fiel leninista. Nesse sentido, são “os outros” que devem mudar, particularmente aqueles que participam dos “encontros teóricos” e manifestações outras organizadas pelos comunistas, pois, sendo o diálogo uma confrontação com outras doutrinas políticas, torna-se necessária, para os comunistas, uma luta ideológica, uma ofensiva no plano das idéias, que obrigue a uma revisão de todos aqueles que postulem posições diferentes das do marxismo.

A finalidade precípua desse “diálogo” é transformar a consciência dos chamados progressistas, fazendo-os passar da rebeldia à deserção.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Os 13 escândalos do indefensável Wagner

por Amigos da Bahia


O mais comum e recorrente é assistirmos denúncias quase que diárias na mídia a respeito dos diversos escândalos políticos, ocorridos principalmente tendo como origem o governo federal e o Congresso Nacional.

Pouco se comenta dos escândalos ocorridos nos governos estaduais, como se lá nada ocorresse e que sirva de modelo de lisura administrativa. Estamos todos enganados. Se tivermos a curiosidade de vasculharmos as notinhas de rodapé dos jornais, veremos milhares de escândalos ocorrendo quase que diariamente.

Na corrida pela liderança Rio e São Paulo disputam cabeça a cabeça.
E não pensem que na Bahia é uma exceção. Pelo contrário, o governo Wagner é um poço sem fundo de escândalos mal ou nunca esclarecidos.

Para que não caia no total esquecimento, relembraremos alguns, até hoje sem ter sido dada qualquer satisfação à sociedade, cujo governo jamais se dignou a dar qualquer justificativa, deixando entrar no esquecimento, como se nada tivesse ocorrido.

Relataremos os fatos não pela ordem cronológica ou pela gravidade, mas pela ordem dos levantamentos obtidos e ou enviados.

ESCANDALO Nº 01: GOVERNO WAGNER CONTRATA ONG DE ALIADO PARA FORNECER MÃO DE OBRA À SAÚDE- governo da Bahia firmou contratos sem licitação na área da saúde no valor de R$272 milhões com ONG ligada a aliado político de Wagner. Segundo o TCE, R$39 milhões desse montante foram superfaturados. Os contratos são para fornecimento de mão de obra médica, assinados após dispensa de licitação entre a Secretaria Estadual da Saúde e a Fundação José Silveira, no período de 2007 a 2011. A fundação teve como superintendente, de 1997 a 2008, o deputado federal Antônio Brito (PTB). Hoje, a mulher dele, Leila, ocupa o cargo. O PTB apoiou Wagner em sua eleição para governador, em 2006.

Na Secretaria de Saúde, o pagamento tinha o aval do diretor-geral Amauri Teixeira (PT), hoje também deputado. Dos R$272 milhões de 2007 a 2011, o relatório aponta que o governo da Bahia pagou indevidamente R$ 39,2 milhões, que correspondem aos encargos ao INSS que a fundação não precisa pagar.

ESCANDALO Nº 02: GOVERNADOR WAGNER ENVOLVIDO NO LOBBY PARA TROCAR O SISTEMA BRT PELO VLT - os governadores Wagner (PT-BA) e Silval Barbosa (PMDB-MT) capitanearam o lobby para que nas cidades de Salvador (BA) e Cuiabá (MT) pudesse ser trocado o BRT (ônibus em corredores exclusivos) por sistemas mais caros e demorados, como metrô e VLT, o Veículo Leve sobre Trilhos.

A assessoria do governador Jaques Wagner (BA) defendeu as mudanças, dizendo que eram tecnicamente adequadas e informou que um técnico entraria em contato com a imprensa para explicar as mudanças. Todavia o técnico jamais apareceu.

Essa mudança foi o que originou o escândalo envolvendo o ministro das Cidades, Mário Negromonte.

O círculo do peculato e da corrupção fecha-se quando se sabe que Negromonte seria afilhado político de Jacques Wagner, responsável por sua escolha.

ESCÂNDALO Nº 03: GOVERNO WAGNER CONTRATA ONG POR 13 MILHÕES PARA DAR PALESTRA SOBRE O PRÉ-SAL - O governo de Jaques Wagner é um dos mais envolvidos com gastos escandalosos e obscuros. Só como exemplo, o governo chegou a gastar R$ 13 milhões para que uma ONG ministrasse palestras sobre o pré-sal no interior do Estado, sem que se conheça em quais locais foram ministradas tais palestras.

ESCÂNDALO Nª 04: SEDUR FAZ CONVENIO COM ONG PARA CONSTRUIR UNIDADES HABITACIONAIS NUNCA ENTREGUES - a ONG Instituto Brasil, firmou com a Sedur um convênio no valor de R$ 17,9 milhões para a construção de 1.120 unidades habitacionais em 18 municípios. O coordenador do Movimento Sem Teto da Bahia, João da Hora, pediu à Assembleia para investigar a não construção de 400 casas na região de Irecê.

Foram descobertas pelo Ministério Público da Bahia, por exemplo, a existência de 39 notas frias, num valor total de R$ 3,7 milhões, usadas para justificar serviços, compra de produtos e obras não realizadas.

ESCANDALO Nº 05: SISTEMA DE LICITAÇÃO NA BAHIA, SÓ GANHA ODEBRECHT, OAS E CAMARGO COREIA- o curioso ’sistema de licitação’ da Bahia em que sempre Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa ganham. É mais uma do famoso Wagnerduto! E todos os projetos acabam (se acabam) com atrasos, erros técnicos e aumentos astronômicos no orçamento final, sem punições.

ESCANDALO Nº 06: ESPOSA DE WAGNER É FUNCIONÁRIA FANTASMA DO TJ-BA, COM SALARIO DE QUASE 14 MIL - Além de MARIA DE FÁTIMA CARNEIRO DE MENDONÇA, a primeira-dama do estado da Bahia, também aparece o nome de Maria das Mercês Carneiro de Mendonça. Diante do alto salário de Maria das Mercês, que tem o mesmo sobrenome da esposa do governador Jaques Wagner, a pergunta que precisa ser respondida pelo chefe do Executivo Estadual é se elas são irmãs ou não. Ou se existe algum grau de parentesco.

1. Maria de Fátima Carneiro de Mendonça ( Esposa de Jaques Wagner):
Locação: Coordenação de Assistência Médica - Salvador.
Cargo: Assessora de Supervisão Geral.
Salário: R$ 14.632,88 (Bruto).

2. Maria das Mercês Carneiro de Mendonça
Locação: Coordenadoria da Infância e da Juventude -Salvador.
Cargo: Técnico nível superior
Salário R$23.702,72 (Bruto). Salário de um Desembargador R$ 23.995,40

ESCANDALO Nº 07: NOME DE WAGNER É CITADO NA OPERAÇÃO PORTO SEGURO - Alvo da ação, a chefe de gabinete da presidência, Rosemary Noronha, fez a ponte para uma reunião entre Wagner e o empresário Alípio Gusmão, conselheiro da Bracelpa, entidade que reúne os produtores de papel e celulose. Gusmão está preso.

ESCANDALO Nº 08: INTERESSES DE WAGNER EM CRIAR PEDÁGIOS -Quando o PT assumiu o governo da Bahia pela primeira vez (2007), existia apenas uma praça de pedágio no estado. Quando o governo anterior anunciou a construção da praça, o então deputado federal Jaques Wagner fez um discurso na Câmara (10 de maio de 2001) com duras críticas à decisão. Dez anos depois, o governador mudou de opinião e, incentivado pelo prefeito Luiz Caetano, resolveu instalar mais 12 pedágios em nosso estado. Somente no sistema da BA-093, são cinco novas praças. É importante ressaltar que este sistema faz a ligação entre os principais polos industriais do estado

ESCANDALO Nº 09: WAGNER CRIA CARTÃO CORPORATIVO - A criação do Cartão Governo, o cartão corporativo do estado, para substituir às contas de suprimentos e para o pagamentos de pequenas despesas, cujo convênio foi firmado pelo governador Jaques Wagner com o Banco do Brasil, é mais uma fonte de desvio de recursos nunca explicados, a começar pela falta de transparência no uso destes cartões.

Sob o argumento de "segredo de Estado", o governo Wagner utiliza os mesmos métodos do governo federal governo que se diz republicano, democrático e transparente, usa um método pouco confiável e nada transparente para efetuar pagamentos do governo e cujos gastos não podem ser acompanhados pelo Legislativo. Além do pagamento de contas nada ortodoxas, os cartões corporativos ainda permitem saques em dinheiro, que não deixam rastro dos gastos. É isso que esse governo está fazendo na Bahia.

ESCÂNDALO Nº 10: ACESSO AO SERVIÇO PÚBLICO APENAS PELO REGIME DO REDA  apesar de ter sido um dos temas de campanha a crítica que o PT e seu candidato faziam ao acesso ao serviço público pelo regime conhecido por REDA nos governos carlistas, após a ascensão de Wagner ao governo, ninguém ouve falar em concurso público. Só se entra no Estado pelo REDA. Interessante que inovaram, criaram uma seleção, fajuta, onde os indicados por bilhetes políticos não conseguem ser reprovados. E além do REDA ainda criaram os tais PST’s, contratos temporários utilizados em larga escala nos períodos eleitorais.. Todos dois regimes criados, precarizam as relações trabalhistas e servem com muro para as reivindicações dos servidores efetivos.

ESCANDALO Nº 11: ENTREGA DA SAÚDE PÚBLICA A EXPLORAÇÃO DE ONG’S  este é outro escândalo que precisa ser averiguado, quais interesses estão escondidos por trás deste jogo. Não se entende o Estado investir na construção de hospitais, equipá-los e depois num jogo de carta marcada entregar a sua“exploração” a ONG’s ou Instituições amigas, repassando fortunas a estas organizações que se bem administrada pelo Estado teria muito melhor resultado.

ESCÂNDALO Nº 12: O JOGO DE ABAFA DO ROMBO DA EBAL  quando assumiu o governo do Estado, os novos dirigentes descobriram um rombo escandaloso na Ebal, que à época acusaram ser comandada pelo então conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-deputado e vice-governador Otto Alencar. Na Assembleia foi criada uma CPI que apurou os desmandos e chegou a conclusão de comprovação dos fatos.Mas, só foi Otto Alencar aderir ao governo Wagner, que tudo foi jogado pra debaixo do tapete dos escândalos sem satisfação à sociedade pelo PT. Ninguém foi punido, pelo contrário, alguns dos envolvidos hoje fazem parte do governo Wagner, inclusive Otto Alencar que novamente é vice-governador.

ESCÂNDALO Nº 13: CASO DAS COMISSÕES DA AGERBA  ainda tendo o PMDB como aliado, surgiu na Agerba, órgão responsável pela concessão das linhas de transporte intermunicipal e pela sua fiscalização, o escândalo das propinas. Fizeram um drama, afirmaram que tudo seria apurado e que a sociedade seria informada das medidas tomadas. Passado alguns meses, mais um escândalo do governo Wagner foi para a lata do lixo. Alguém foi punido? Alguém sabe o que aconteceu com as apurações.

Eis um belo currículo para o indefensável ministro da Defesa...

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

 
Comentário do blog:  ou o PT tem falta de quadros, ou é terrorismo mesmo indicar este senhor para Ministro da Defesa.
Embora, que depois do Ministro atual, pouca diferença faz. O processo de desmoralização das FFAA continua.


domingo, 28 de dezembro de 2014

A finalidade da reencarnação


Inicialmente, convém mencionar que a reencarnação, de acordo com meu entendimento, deve ser abordada de forma científica, como uma lei natural, tal como a lei da gravidade e não sob aspectos religiosos.

Com efeito, a finalidade de reencarnarmos é continuar o caminho evolutivo interrompido com o desencarne do corpo físico, ou seja, evoluir espiritualmente. Isto é, curar nossas inferioridades primeiramente, nos harmonizarmos com espíritos conflitantes em segundo lugar e, por último, dar bons exemplos.

Hipoteticamente, pouco proveito faremos da nova oportunidade de voltarmos a Terra para evoluir, se não curarmos as nossas inferioridades, ou seja, sentirmos menos raiva, menos irritação, menos impaciência, entre tanto outros sentimentos inferiores que nos afligem e que muitas vezes, não é tarefa fácil, controlá-los e vencê-los.

Entretanto, nem sempre aproveitamos a encarnação atual de forma satisfatória, pois como mencionado por Mauro Kwitko, em sua obra Como aproveitar sua encarnação"nossa sociedade é baseada no passatempo e não no aproveita-o-tempo".

Esquecemos que viemos para a Terra a fim de nos melhorarmos, curar nosso medos, fobias, sentimentos inferiores, pois nos iludimos com os rótulos e cascas, esquecemos, também, que somos seres espirituais, uma consciência, vivendo uma experiência material e pensamos erroneamente que somos a "casca".

Desta forma, nos desequilibramos, nos desconectamos da Fonte e, na maioria das vezes por situações cotidianas, de pouca relevância, damos maior importância às aparências, bens materiais e deixamos de cuidar de nossa mente e espírito. Somente quando a dor bate à nossa porta, revemos esses aspectos deixados de lado e que são de extrema relevância.

Contudo, importante mencionar que a "casca" também é importante, pois é a morada de nossa consciência, o veículo pelo qual seguimos na jornada evolutiva, a qual devemos respeito e cuidados.

Outro fator que dificulta nossa jornada evolutiva é o fato de nos fazermos de vítimas das situações, encontrando culpados para justificamos nossos sentimentos e emoções inferiores.

Esquecemos que a família é a união de espíritos unidos por laços kármicos e de afinidade e, em conformidade com a Lei do Retorno (karma) o que nos acontece nesta atual encarnação é consequência de como "agimos e sentimos" em outras existências, isto é, de acordo com nosso merecimento.

Além disso, os atuais pais, irmãos e pessoas próximas foram feitos sob medida e escolhidos por nós antes de voltarmos à Terra, a fim de nos auxiliar na jornada evolutiva.

Ademais, nossa personalidade é congênita, não é formada na infância, mas aflorada neste período. A infância não é o início de tudo, pois já nascemos com uma personalidade, à medida que nossa alma é imortal.

Assim, para nossas inferioridades serem curadas existem os "gatilhos", aquelas pessoas que fazem com que os sentimentos negativos (inferioridades) aflorem, possibilitando, desta forma, a cura dos mesmos.

E, se não fosse desta maneira, como iríamos curar nossa raiva, por exemplo, se não sabemos que temos que curar este sentimento, se ninguém nos faz sentir raiva?

Por isso, temos que agradecer a Deus por colocar estes gatilhos em nosso caminho, que nos fazer perceber o quanto somos seres imperfeitos, alunos repetente e precisamos purificar e melhorar nosso espírito.

Isso porque, muitas vezes encarnamos diversas vezes, até séculos, a fim de curar um sentimento inferior. E normalmente, os sentimentos inferiores são os mais fortes, mais difíceis de dominar, pois podem estar conosco a séculos, milênios, talvez. Assim, se sentimos raiva, viemos curar a raiva, se sentimos carência, viemos curar a carência, se sentimos medo, viemos curar medo e, assim por diante.

É por isso que estamos aqui encarnados, neste momento tão importante e, quando começamos a entender a razão dos acontecimentos, pessoas e situações presentes à nossa volta, sem nos fazermos de "vítimas", a jornada evolutiva se torna mais leve e feliz e nos tornamos pessoas mais conscientes e despertas para as necessidades da alma.

Autoria: Vivi Draghetti
Fonte: Luz da Serra

sábado, 27 de dezembro de 2014

Putin: na Rússia foram aprovadas bases da política cultural estatal

Putin, Rússia, cultura

“As bases da política cultural estatal estão prontas e hoje foram aprovadas”, declarou ele numa reunião do Conselho de Estado da Rússia.
Segundo ele, no documento reflete-se a atitude em relação à cultura como “missão, bem social, herança histórica, sistema de valores e de ideais morais”.
Semelhante compreensão multidimensional da cultura significa também a mudança radical das nossas prioridades da política estatal.
“Para primeiro plano passam os processos de educação dos cidadãos, principalmente das crianças e juventude. Presta-se atenção crescente ao seu desenvolvimento espiritual, criativo, à educação do patriotismo, bem como à criação, em todo o território da Rússia, de um meio cultural de qualidade, de bens culturais acessíveis, de iguais condições para a atividade criativa”, declarou Putin.

Comentário do blog: enquanto isto no Brasil, em vez de investir em educação, nossa Côrte - Monarquia Republicana - prefere politicagem e roubalheira.
Nossos governantes fazem um grande investimento em corrupção.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Mau hálito


por Celso Ming

Hierão I, tirano de Gela e Siracusa ao longo da primeira metade do século V antes de Cristo, se espantou quando, um tanto constrangido, alguém do seu séquito advertiu: “Rei, tens um terrível mau hálito”. E Hierão: “Mas como? Minha mulher nunca reclamou?”. E ela, que estava por perto, observou: “Pois eu sempre achei que os homens tivessem esse cheiro”.

Às vezes, as esquerdas brasileiras se comportam como Hierão e sua mulher. São incapazes de reconhecer o mau cheiro proveniente de comportamentos éticos condenáveis. Sempre viveram enorme confusão quando se tratou de entender o que pode e o que não pode. E é, em grande parte, o que explica a enorme propensão a se apropriar dos recursos públicos, de corromperem e se deixarem corromper ou de fazer acordos com o diabo, sabe-se lá com qual objetivo.

A classificação entre direita e esquerda vem dos tempos da Revolução Francesa, quando a Assembleia Nacional se dividia entre os defensores do rei (à direita) e os defensores da Revolução (à esquerda). Essa classificação já não serve para muita coisa, porque não há muito como definir esses conceitos, especialmente depois da queda do Muro de Berlim e da dissolução da União Soviética. Em todo o caso, as esquerdas brasileiras compõem-se, digamos, de segmentos políticos que defendem desde alguma forma de socialismo e de social-democracia até movimentos trabalhistas e democratas-cristãos.

A ética socialista derivada da filosofia hegeliana colocou como foco principal o determinismo histórico ou a utopia a ser inexoravelmente conquistada. O que importava aí era a ação voltada para o objetivo e não os meios usados para isso. Foi esse o tipo de justificativa apresentada para defender (ou esconder) os horrores da época de Stalin, que não vacilou em massacrar o campesinato ucraniano nem em assinar o pacto Molotov-Ribbentrop, que atropelou os interesses dos trabalhadores dos dois países que, desde o Manifesto Comunista (1848), se esperavam unidos. Aqui no Brasil esse comportamento serviu para justificar, em nome da segurança do Partido, certos justiçamentos comandados pelas lideranças.

Essa ética ignora os princípios republicanos que exigem rigorosa separação entre o interesse individual e o interesse público. Ou, quando muito, apenas os observa episodicamente, quando, por exemplo, foi conveniente firmar e manter uma aliança com a “burguesia nacional”. Daí por que, se para cumprir determinados objetivos do grupo partidário é preciso mentir, roubar e corromper, que se minta, roube e corrompa, sem se deixar tomar por escrúpulos pequeno burgueses.

Se uma organização guerrilheira puder tirar proveito de acordos com narcotraficantes e com movimentos do crime organizado, como os que aconteceram com as Farc, com quem o governo do PT manteve estreitas ligações, por que não fazê-lo? Quando chegar o paraíso do proletariado ou quando a sociedade igualitária se impuser, nada disso terá importância. Eventuais excessos são o preço a pagar para alcançar o fim da história, como a destruição dos ovos para quem quer a omelete. A Revolução Francesa não teve sua inevitável fase de terror?

Esvaiu-se a utopia, sobrou a ocupação do Estado, em nome do exercício do poder pelo poder. Mas ficou a velha cultura da ação “em nome da causa”. É o que explica, também, por que o PT encara os condenados pela Justiça como vítimas do sistema elitista, neoliberal ou o que seja. Explica, também, por que seu tesoureiro João Vaccari Neto, sobre quem recaem pesadas acusações de desvio de recursos públicos, é aplaudido de pé em assembleia do partido. Ou por que o ex-ministro José Dirceu se deixa fotografar à porta da prisão com o punho cerrado estendido, como um guerreiro atacado por hordas reacionárias. Ou, então, por que o ex-presidente Lula argumenta que “essa história da corrupção é coisa da direita”.

O desmanche da Revolução Russa, a opção da China pelo capitalismo de Estado e o reatamento entre Estados Unidos e Cuba, anunciado na semana passada, já não deixam espaço para esse tipo de ética. Quem estiver disposto a assumir a defesa dos ideais republicanos e democráticos, não pode exalar o hálito de Hierão I.


Celso Ming é Jornalista. 

"Estadão"  -  25/12/14.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A história da mulher que, através de sonhos e memórias, reencontrou a família de sua vida passada

O sonho era sempre o mesmo: em um quarto de hospital, sozinha, ela agonizava frente à morte e pensava nos filhos que estava deixando para trás. O ponto era que a inglesa Jenny Cockell até então não tinha filhos, mas o sentimento de busca e memórias confusas, como se não fossem dessa vida, estavam sempre presentes.

Foi ao prestar atenção nessas peças soltas e ao fazer uma sessão de hipnose que começou a montar o quebra-cabeças que mudaria não só a sua vida, mas a vida de uma família que havia sido separada há mais de 30 anos. A história foi contada no livro, que também se tornou filme, Across Time and Death (“Minha Vida em Outra Vida”, na versão portuguesa), que traz detalhes capazes de deixar curiosos até os mais céticos.

Jenny Cockell hoje não tem dúvidas: ela é a reencarnação do espírito de Mary Sutton, uma irlandesa que morreu 21 anos antes de seu nascimento. Mãe de dez filhos, dois deles mortos ao nascer, Mary teve uma vida difícil ao lado de um marido agressivo, chegando a passar fome. Ao dar à luz a uma menina, em 1932, ela não aguentou e faleceu. Sua morte e a personalidade distante do marido fez com que a família se separasse: duas das meninas foram enviadas a um convento, enquanto que quatro crianças foram alojadas em um orfanato e os dois garotos mais velhos permaneceram com o pai.

Ao dar importância às curiosas memórias, deja vus e sentimentos que tinha, Jenny Cockell deu início a uma intensa jornada em busca de sua vida passada. Na Irlanda, na cidade de Malahide, conforme ditaram seus sonhos, Jenny conseguiu encontrar um fazendeiro que se lembrava de uma família semelhante a que a inglesa descrevia. Após buscar no histórico de orfanatos da região e colocar anúncios nos jornais, ela conseguiu encontrar um dos filhos – que tinham idade para ser pais de Jenny. Os primeiros contatos não foram exatamente amistosos – ou você receberia de braços abertos alguém que jura ser a reencarnação da sua mãe? –, mas o desfecho é no mínimo incrível.

Após estabelecer contato com alguns dos filhos de Mary e ter sido acompanhada nessa aventura por especialistas do espiritismo e da paranormalidade, Jenny conseguiu não só chocar o mundo com provas bastante críveis de que fora Mary, por meio de memórias incríveis e detalhadas sobre a vida dos filhos, como sua busca acabou por reunir os irmãos. A filha mais nova, Elizabeth, havia sido entregue pelo pai aos tios, com quem cresceu sem saber da existência dos demais irmãos, apesar de morar a menos de 1 km de um deles.

“Grande parte das minhas memórias vinha em fragmentos isolados e, às vezes, tinha dificuldade de dar um sentido a elas. Mas outras partes eram bastante completas e repletas de detalhes. Era como um quebra-cabeça com certas peças apagadas, outras fora de lugar e algumas bem nítidas e fáceis de encaixar. Os filhos ocupavam a maior parte das minhas memórias, assim como o chalé e sua localização. Outros locais e pessoas não eram tão nítidos para mim”, afirma Jenny em um trecho de seu livro.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Joaquim vê “degradação institucional” em consulta de Dilma ao MPF

Ex-presidente do Supremo afirma que Dilma está mal assessorada ao afirmar que vai consultar o Ministério Público antes de nomear ministros. “Ministério Público é órgão de contenção do poder político. Existe para controlar-lhe os desvios, investigá-lo, não para assessorá-lo”
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa criticou a presidente Dilma Rousseff, nesta segunda-feira (22), por ter declarado que consultoria o Ministério Público Federal antes de nomear seu novo ministério. Em sua conta no Twitter, o ex-ministro afirmou que há “sinais claros” de que Dilma está mal assessorada.

“Que degradação institucional! Nossa presidenta vai consultar órgão de persecução criminal antes de nomear um membro do seu governo! Há sinais claros de que a chefe do Estado brasileiro não dispõe de pessoas minimamente lúcidas para aconselhá-la em situações de crise. Onde estão os áulicos tidos como candidatos a uma vaga no STF, que poderiam esclarecer: Ministério Público não é órgão de assessoria!”

O ex-ministro prosseguiu na crítica: “Ministério Público é órgão de contenção do poder político. Existe para controlar-lhe os desvios, investigá-lo, não para assessorá-lo. Du jamais vu!”

Nesta segunda, em café da manhã com jornalistas, Dilma declarou que perguntaria ao Ministério Público Federal se algum dos nomes que pretende indicar para o primeiro escalão de seu governo é alvo das investigações da Operação Lava Jato ou responde a algum tipo de acusação criminal. “Eu consultarei o MP mais uma vez. Para qualquer pessoa que for indicar, eu consultarei”, afirmou.

A lista dos acusados de participarem do esquema é mantida em sigilo. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, só o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa delatou 28 nomes de políticos, entre ex-governadores, parlamentares e ex-ministros. Até o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), é citado na reportagem como um dos delatados por Paulo Roberto.


http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/joaquim-ve-"degradacao-institucional"-em-consulta-de-dilma-ao-mpf/


Comentário do blog:  um dia ainda saberemos porque o Dr. Joaquim Barbosa saiu antes do tempo previsto do STF.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Hage sobre Pasadena: “Não foi mau negócio. Houve má-fé mesmo”


O agora ex-Ministro da Corregedoria-Geral da União diz que “condutas intencionalmente cometidas”, e não erros de gestão, causaram prejuízo de US$ 659,4 milhões à Petrobras na compra de refinaria nos Estados Unidos

 
"Não se tratur de mau negócio ou de erro de gestão. Houve má-fé, mesmo. Foram condutas intencionalmente cometidas", diz ex-ministro.
 
Após apontar um prejuízo à Petrobras de US$ 659,4 milhões na negociação da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, disse que a empresa optou por estimativas futuras em vez de levar em conta o cenário do momento. “Não se tratou de mau negócio ou de erro de gestão. Houve má-fé, mesmo. Foram condutas intencionalmente cometidas”, disse o ministro ao jornal O Globo.
Hage afirmou que serão instalados 22 processos administrativos contra as pessoas identificadas na investigação da CGU. “Tem processo que pode levar à demissão de quem ainda está na empresa. Os comprovadamente envolvidos serão proibidos de voltar ao serviço público”, declarou ao Globo.

Entre os alvos dos processos, estão ex-dirigentes, empregados e ex-empregados da Petrobras, como o ex-presidente José Sérgio Gabrielli e os ex-diretores Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Jorge Zelada.

O relatório da CGU aponta erro na aquisição da primeira metade da refinaria, em 2006. O Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE), feito pela estatal, segundo a Controladoria, não levou em conta todas as premissas aplicáveis ao negócio, as quais resultariam na redução do valor máximo para a compra.

Para a CGU, a Petrobras deveria ter discutido cenários mais favoráveis nas negociações. A direção da estatal brasileira também ignorou cláusulas contratuais que beneficiavam a belga Astra Oil, antiga proprietária da refinaria, que não estabelecia a divisão igualitária dos riscos do negócio.

O relatório, encaminhado anteontem (16) à Petrobras, pede que a empresa tome as medidas necessárias para buscar o ressarcimento dos US$ 659,4 milhões perdidos pela estatal no negócio.


http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/hage-sobre-pasadena-"nao-foi-mau-negocio-houve-ma-fe-mesmo"/


Comentário do blog: em função disto, pressionaram o agora ex-ministro à pedir demissão. O segundo mandato da Dilma não resolverá problema nenhum, se os que denunciam os "malfeitos" nas empresas estatais e dentro do governo são pressionados à pedir demissão.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O monólogo vermelho

por Arnaldo Jabor

Como será maravilhoso o fim da propriedade privada'
“Eu sou de esquerda. E tenho muito orgulho disso. Eu sou bom, minha consciência é limpa. Eu sou tão superior a esta população de idiotas, alienados, que inflo o peito com alegria ao ver-me pairando acima da massa de babacas tanto da pequena burguesia quanto da elite branca, que deve ser arrasada para que impere a verdadeira elite vermelha, que sou eu, somos nós. Como será maravilhoso o fim da propriedade privada, mesmo que para isso seja necessário enquadrar, prender, até matar reacionários como fizeram nossos chefes tão criticados pelos social-democratas, os maiores inimigos da Revolução. Lembro sempre as palavras de Trotski: ‘Quem foi que disse que a vida humana é sagrada?’.

Claro que os dirigentes terão direito a apartamentos duplex ou triplex, automóveis oficiais, porque afinal ter o controle dos meios de produção, limitação da mídia, dá muito trabalho — e não são privilégios, não; são direitos nossos de comandantes na construção do futuro. Desde que entrei no Partido, sou parte de um olimpo de pessoas extraordinárias. Nos olhamos com o doce sentimento de pairar acima das multidões. Ai, que bom... participar de comitês revolucionários com discussões ideológicas que se estendem até o cu da madrugada, sair ao amanhecer e ver a multidão de operários indo para o trabalho, enquanto nós decidíamos seu futuro. Mesmo as brigas internas me emocionavam, aquela luta pela fome de subir no Partido, a vigilância do outro, o silêncio sobre os erros, as falsas autocríticas, até mesmo a alegria de injustiças feitas em nome do Bem.

Eu sou um elo da cadeia que vai desde a revolução soviética, em 1917, até hoje, na grande reconstrução da Venezuela feita pelos nossos irmãos bolivarianos. Ainda bem que o Putin está refazendo tudo que a URSS perdeu por obra dos agentes do imperialismo ianque, pois todos sabemos que o canalha do Gorbatchov foi treinado na CIA. Depois que eu virei um revolucionário do Partido, faço sucesso com as companheiras e mesmo as reacionárias, o que me dá, ao comê-las, uma mistura de prazer com vingança. Mas, o grande prazer é sentir-se na ‘linha justa’, é saber que nada é culpa nossa, mas do imperialismo americano, este dragão do mal que até instilou câncer no corpo do comandante Chávez, como ele próprio denunciou, na forma de um passarinho no ouvido do comandante Maduro.

Aí, ficam os neoliberais nos acusando de roubo das companhias estatais, como a Petrobras. Mas, nós temos o direito de desapropriar instituições para financiar nosso futuro. A Petrobras sempre foi nossa, sempre foi um tesouro dos amantes do povo, sempre esteve ali como um motor para mover a revolução nacionalista. Armar grandes fontes de propinas que caem em nosso partido é um gesto revolucionário. Tudo bem que o valor da Petrobras tenha caído de R$ 700 bilhões para R$ 150 bilhões por causa dos escândalos, dos roubos, mas nos consola saber que esse dinheiro desviado foi para o Bem do povo que professamos, pois não há Bem sem verba.

Aliás, nem só a Petrobras, mas qualquer companhia pública do país nos favoreceu: aeroportos, portos, fundos de pensão (oh... maravilha!) podem ser desapropriados (ou predados, como dizem os neoliberais), pois estamos a criar um novo país. Ainda não sabemos como será, mas certamente queremos que o Estado seja dono de tudo, inclusive do desejo das pessoas, livres da sociedade alienada onde se acoitam os inimigos do povo.

Esse papo de democracia é muito sem ‘design’, muito falatório, muitas opiniões, muita liberdade e uma insuportável multiplicidade de desejos. Bom é o ‘um’, em vez do burburinho de opiniões diversas. Por isso eu amo a Coreia do Norte. Tudo bem que eles sejam um pouco radicais, mas há que reconhecer que vibro com o universo controlado que o Kim armou para organizar tudo. Os passos de ganso dos desfiles patrióticos, toda a população chorando e fingindo teatralmente quando morreu o pai do Kim. Como é belo tudo isso; parece haver só um homem, todos iguais ao próprio presidente Kim, com seu cabelinho cortado que todos devem copiar...

Ah... que saudades dos velhos tempos de 1963... Agora estamos voltando a essa época. Por isso desenterramos o Jango para revigorar a boa ‘teoria da conspiração’, afirmando que ele foi envenenado pelo imperialismo. Minha fé no Partido me deixa muito feliz, porque o comunista não morre nunca; somos seres sociais como as formigas, e por isso, a morte individual pequeno-burguesa não me atingirá — sinto-me eterno.

Agora estamos sob ataque das forças da elite conservadora. Muitos supostos crimes foram delatados e nos chamam de organização criminosa. Nada disso. Não temos medo das consequências jurídicas, porque sei que essas revelações são tantas que cairão na vala comum do Poder Judiciário, que não tem como julgar tanta coisa. Com chicanas e recursos e ministros petistas vai se criar um congestionamento de processos que vão virar uma massa informe que tem como aliada o esquecimento.
E mesmo que isso tudo signifique o desprestígio total do Brasil no mundo, me consola a certeza de que mudamos o Brasil, mesmo transformando-o num lixo porque, afinal, não acreditamos no conceito de ‘país’— somos um sistema.
E tem muita gente que me pergunta como vejo o futuro do país.

Bem, eu imagino Brasília tomada de uma vez por todas. As praças e prédios do poder invadidos e aparelhados, com multidões na Praça dos Três Poderes aclamando os líderes do nosso futuro, protegidos pelas milícias do MST e pela guarda pretoriana dos intelectuais orgânicos das universidades e pelos pelotões do Bolsa Família.

Já vejo com emoção a brancura dos monumentos e dos palácios cobertos de milhares de bandeiras vermelhas ao vento e o grande pendão da esperança vermelha tremulando no mastro central.

E mais: onde era o monumento do JK estará o grande caixão de cristal onde jazerá o Lula, embalsamado para toda a eternidade!”


Arnaldo Jabor é Cineasta e Jornalista. 
"O Globo" -  16/12/2014.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Ramatís, Um Mestre da Síntese Oriente-Ocidente

- Por Wagner Borges -

Ramatis
Ramatís é bastante conhecido nos meios espiritualistas brasileiros e dispensa maiores apresentações. É um dos principais artífices da fusão Oriente-Ocidente, aqui no Brasil. Seus livros contam entre os mais vendidos nas livrarias especializadas, com várias reedições de cada volume, e isso já há várias décadas.
Objetivando dar ao leitor maiores informações a respeito de Ramatís (1), vamos reproduzir as informações precisas de Hercílio Maes, principal médium que recebeu as mensagens de Ramatís, na abertura do livro "Mensagem do Astral":
"Ramatís viveu na Indo-China, no século X, e foi instrutor em um dos inumeráveis santuários iniciáticos da Índia. Era de inteligência fulgurante e desencarnou bastante moço. Espírito muito experimentado nas lides reencarnacionistas, já se havia distinguido no século IV, tendo participado do ciclo ariano, nos acontecimentos que inspiraram o famoso poema hindu ‘Ramaiana''.
Foi adepto da tradição de Rama, naquela época, cultuando os ensinamentos do ‘Reino de Osíris', o senhor da Luz, da inteligência e das coisas divinas. Mais tarde, no Espaço, filiou-se definitivamente a um grupo de trabalhadores espirituais, cuja insígnia, em linguagem ocidental, era conhecida sob a pitoresca denominação de ‘Templários das Cadeias do Amor'. Trata-se de um agrupamento quase desconhecido nas colônias invisíveis do Além, junto à região do Ocidente, onde se dedica a trabalhos profundamente ligados à psicologia oriental. Os que lêem as mensagens de Ramatís e estão familiarizados com o simbolismo do Oriente, bem sabem o que representa o nome ‘RAMATYS', ou ‘SWAMI SRI RAMATYS', como era conhecido nos santuários da época. É quase uma ‘chave', uma designação de hierarquia ou dinastia espiritual, que explica o emprego de certas expressões que transcendem às próprias formas objetivas.
Fomos informados de que após significativa assembléia de altas entidades, realizada no Espaço, no século findo (séc. 19), na região do Oriente, procedeu-se a fusão entre duas importantes ‘Fraternidades' que dali operam em favor dos habitantes da Terra.
Trata-se da ‘Fraternidade da Cruz', com certa ação no Ocidente, que divulga os ensinamentos de Jesus, e da ‘Fraternidade do Triângulo', ligada à tradição iniciática e espiritual do Oriente.
Após a memorável fusão dessas duas Fraternidades Brancas, consolidaram-se melhor as características psicológicas e o objetivo de seus trabalhadores espirituais, alterando-se a denominação para ‘Fraternidade da Cruz e do Triângulo'. Seus membros, no Espaço, usam vestes brancas, com cintos e emblemas de cor azul-clara esverdeada. Sobre o peito, trazem suspensa delicada corrente como que confeccionada em fina ourivesaria, na qual ostenta-se um triângulo de suave lilás luminoso, emoldurando uma cruz lirial. É o símbolo que exalça, na figura da cruz alabastrina, a obra sacrificial de Jesus e, na efígie do triângulo, a mística oriental.
Alguns videntes têm confundido Ramatís com seu fiel discípulo do passado, que o acompanha no Espaço, também hindu-chinês, conhecido por Fuh Planuh, e que aparece com o dorso nu, singelo turbante branco em torno da cabeça e, comumente, com os braços cruzados sobre o peito. É também um espírito jovem na figura humana, embora conserve reduzida barba de cor escura, que lhe dá um ar mais sisudo."
 
* * *
 
Meu contato com Ramatís iniciou-se no ano de 1981.
Naquela época, com 19 anos, li pela primeira vez um livro seu, o ótimo "Elucidações do Além". Imediatamente, fiquei cativado pelos seus conceitos ecléticos sobre espiritualidade e senti-me plenamente identificado com eles. Sentia dentro de mim uma grande afinidade por aquele espírito e suas idéias. Ao olhar seu rosto (magnificamente desenhado pela médium Dinorah S. Enéias) na capa do livro, senti intuitivamente que, de alguma maneira, eu o conhecia profundamente.
Por essa época, eu freqüentava o grupo espírita "Fraternidade André Luiz" (2) no bairro da Penha, no Rio de Janeiro. Na primeira vez que estive lá, fiquei agradavelmente surpreso, pois havia na câmara de passes do centro uma ilustração ampliada do rosto de
Ramatís, em uma das paredes da sala. Além dela, havia a ampliação das ilustrações do duplo etérico e dos chacras, extraídas também do livro "Elucidações do Além".
Em 17 de dezembro de 1982, vi Ramatís pela primeira vez. A essa altura, eu já era um médium desenvolvido e bem ativo nas sessões de desobsessão. Entretanto, mesmo com a mediunidade e as experiências extracorpóreas a pleno vapor, não tinha bem desenvolvida a clarividência, como a tenho hoje. Divisava os espíritos de maneira difusa e percebia mais pela intuição do que pelas sensações mediúnicas. Porém, nesse dia, consegui ver bem nitidamente o rosto de Ramatís por duas vezes. Era dia de sessão de desobsessão e eu era um dos médiuns de incorporação (psicofonia) do grupo. Perto do fim da sessão, repentinamente surgiu a minha frente uma luz dourada e bem no meio dela o rosto de Ramatís, que olhava-me serenamente. Imediatamente, exteriorizei energia em sua direção, pois podia ser apenas uma forma-pensamento plasmada no ambiente, talvez até mesmo emanada inconscientemente por mim mesmo. No entanto, a figura não se desvaneceu, como era de se esperar de uma forma mental. Pelo contrário, ficou mais nítida e seus olhos começaram a emanar um brilho intenso. Senti-me invadido por uma onda de ternura que liquidou qualquer dúvida. Ele deu um leve sorriso e lentamente foi desaparecendo.
Pouco depois, ele apareceu novamente, dessa feita, ao meu lado direito. Nesse instante, senti um jato de energia me varrer de cima a baixo e vi uma intensa luz dourada emanar de todo meu corpo.
Senti-me como que eletrificado e, ao mesmo tempo, super lúcido. Envolvido por toda aquela energia, quando dei por mim, ele já havia desaparecido.
Momentos depois, como que para me tirar qualquer dúvida, um dos melhores médiuns do grupo incorporou um dos guias espirituais da casa, que, através da psicofonia, informou a todos os presentes que o espírito de Ramatís estivera presente na reunião.
Esse fato veio corroborar a minha certeza, pois eu ainda não tinha falado para ninguém o que havia visto pouco antes.
Com o passar do tempo, fui lendo todos os seus livros e, ocasionalmente, pressentia intuitivamente sua presença ao meu lado, sem contudo vê-lo.
Posteriormente, a partir de 1985, através da ativação do chacra frontal (3), levada a cabo mediante concentração e exercícios energéticos diários, desenvolvi a clarividência e, gradativamente, comecei a divisar vários espíritos que orientavam-me. Dentre eles, o querido Ramatís, que comecei a ver freqüentemente, e que começou a orientar-me na atividade espiritual. A partir de 1987, esse contato espiritual aumentou bastante, pois além de vê-lo pela clarividência, comecei a encontrá-lo diretamente no plano extrafísico, através das minhas viagens fora do corpo.
Nunca me esqueço das duas vezes em que ele me levou projetado fora do corpo em uma excursão extrafísica ao fundo do mar. E nem do mês de agosto de 1987, quando ele e sua turma de discípulos hindus desencarnados projetaram-me para fora do corpo, e, em trinta noites consecutivas de projeção astral consciente, levaram-me em excursões extrafísicas de estudos aos vários níveis do plano extrafísico. Nessas projeções, vi de tudo, desde as sombrias paisagens do umbral espiritual (plano extrafísico atrasado), até as luminosas paisagens do plano extrafísico avançado, já nolimiar do plano mental, onde vi espíritos que eram luz pura.
Ao longo de várias outras experiências, descobri que tenho ligações profundas com o trabalho de Ramatís já há várias vidas; por isso, a afinidade espiritual com ele, agora na presente vida.
Em 1988, surgiu a oportunidade de me transferir do Rio de Janeiro para São Paulo, onde eu poderia expandir melhor meu trabalho com os cursos de experiências fora do corpo e chacras.
Consultei Ramatís a esse respeito e ele respondeu-me o seguinte: "Pouco importa o lugar onde você estiver. O importante é fazer um trabalho espiritualista sadio e honesto, visando o esclarecimento espiritual da humanidade. Seu trabalho é difundir os conhecimentos espirituais pelo orbe terráqueo. Por isso, não seja somente um técnico em projeção da consciência (4), que é a área que você mais aprecia. Estude de tudo e mantenha sempre a consciência aberta para todas as filosofias espiritualistas. Entre nas universidades, mas não se esqueça do terreiro de umbanda, do centro espírita, do templo budista, da loja maçônica, da loja rosacruz, do grupo teosófico, da academia de Ioga e dos grupos espiritualistas em geral.
Mantenha-se à margem de qualquer injunção sectarista em seu trabalho e procure adaptar seus conhecimentos das saídas do corpo ao conhecimento tradicional do Espiritualismo como um todo.
Exponha os conhecimentos de maneira simples, clara e objetiva, para que todos possam entender. Você será criticado por isso, mas não ligue. A cada crítica, dê como resposta TRABALHO, TRABALHO, TRABALHO..."
 
* * *
 
Achei melhor dar todos esses detalhes sobre o meu envolvimento com Ramatís para que o leitor possa entender melhor o contexto deste livro como um todo.
 
Paz e Luz!
(Texto extraído do livro "Viagem Espiritual - I" - Wagner Borges - Editora Zennex - 1993.)