segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Dois Papas, a grande mentira

Hygino Vieira

Se há alguma coisa boa nesse filme que acaba de ser lançado, é o sósia que encontraram para o papa argentino. Nada mais do que isso. O filme faz parte da guerra cultural que estamos vivendo, de um lado os conservadores que lutam para manter a família e a democracia, do outro os progressistas que querem destruir a família e a democracia. E nessa guerra cultural travada em uníssono com a política, a arma mais letal dos progressistas é a mentira. Em verdade, a mentira é a única arma do arsenal comunista.

Os que têm um mínimo de conhecimento e interesse cultural sabem muito bem que o Vaticano caiu nas mãos da Nova Ordem. Já infiltrados e com poder para alcançar o objetivo final, eleger um Papa e no poder destruir o cristianismo, projeto nuclear da Ordem, chegou o momento em que a paciência acabou e usaram a Força de forma infalível. 

Em 1978, com a morte do Papa Paulo I, 1963-1978, chegou a hora tão esperada de elegerem seu representante. Mas havia um Cardeal que era só simpatia, amado por todos e esse Cardeal acabou sendo eleito. Mas o Papa sorriso significaria mais um longo tempo de espera, então o envenenaram; o Papa sorriso foi assassinado com 33 dias de papado. O Vaticano é um Estado soberano, o que acontece lá tem soberania para de lá não sair. O atestado de óbito registrou ataque cardíaco, que é o que provoca o arsênico em doses homeopáticas nos chás papais.

Dentro do Vaticano não existe segredo, e a reação foi imediata. O que era feito nos subterrâneos só quem vivia subterrâneamente sabia, mas o assassinato do Papa sorriso foi um exagero, e gerou reação. A Ordem perdeu mais uma vez, com a eleição do Cardeal polonês Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II. Então, todos sabem o que aconteceu. Contrataram um assassino para mata-lo. O turco "Mehmed Ali Agca" (se tem Ali no nome é shiita, esclareço) não foi letal, e o Papa escapou. O atentado escancarou a disputa pelo poder no Vaticano, travado pela Ordem em nível medieval. O turco não fez segredo, fora contratado pela KGB para matar o Papa.

Não a KGB russa, mas da Bulgária. Confissão sem tortura, espontânea. Um tempo depois o Papa o perdoou, algo só possível pelos Conservadores, jamais por algum comunista. A Ordem já estava infiltrada na KGB há muito tempo; mas não vou estender aqui, já falei sobre isso no artigo "Por que os bispos se calam", 2017, aqui mesmo onde nos Reunimos. Agora fica a pergunta, por que a confissão de um assassino não gerou interesse na imprensa, e ficou por isso mesmo? Não preciso explicar, todos conhecem muito bem a imprensa e sabem de que lado ela está. O lado sujo, ditatorial.

Em 2005, depois do seu longo reinado de sobrevivente, morre o Papa João Paulo II. Chegou a  vez da Ordem eleger seu papa, ou agora ou nunca! Mas o Conservadorismo ainda tinha sua força e seu candidato vencedor. Joseph Hatzinger, o Bento XVI. Ele assumiu o papado em 2005, substituindo o polonês que não conseguiram destronar a tiro. O tempo passa, chegamos em 2013 e o alemão não dá pinta que vai morrer, e até agora não morreu, velho duro na queda. O envenenamento e o uso de um pistoleiro de aluguel não deram frutos à Ordem, foi provado duas vezes que o efeito contrário acabava prevalecendo. A objetividade atrapalhou o objetivo.

Como não são burros, acabaram descobrindo o óbvio, mérito restrito só aos provetas, como dizia Nelson Rodrigues: o Papa pode abdicar. Especulo o que andaram sussurrando nos ouvidos do alemão, "é melhor você abdicar e viver em um castelo cheio de mordomia, do que parar de viver"; nisso o subterrâneo já ocupara o solo, pronto para efetivar suas profecias. O que pode fazer um Papa com 87 anos? Os papas com com essa idade não fazem porra nenhuma, comem, bebem (o melhor vinho do mundo) e dormem, nada mais; de vez em quando uma aparição na sacada para um ciao aos bobos que lá vão desfraldar duas ingenuidades íntimas. Não há como derrotar um inimigo nascido há 700 anos.

Mas a abdicação não enganou ninguém. Até as carolas do Odorico Paraguaçu e o Sassá Mutema sabem que Bento XVI foi deposto, para que assumisse, finalmente, um progressista cheio de coisas para fazer; como apagar o Cristianismo do mapa e implantar a tão sonhada Nova Ordem Mundial. Mas aqui estamos nós para não deixar que filmes e outros arsenais roteirizados pela mentira prevaleçam. Só precisamos informar que não acreditamos em mentiras, e que sabemos a verdade.

Dois Papas não é um filme, é a maior mentira da história cinematográfica, foi feito com o objetivo de esconder que o Vaticano virou quartel dos progressistas pela força. E que o papa argentino não passa de um Che Guevara que toma banho. Que não fede. E quero ver como eles vão se entender com os muçulmanos, que já ocuparam todos os espaços no berço da Ordem, sem a mínima disposição para a diplomacia. Gramsci esfaqueou Jesus, e acabou caindo no colo de Maomé.

Anthony Hopkins deve ter levado uma grana muito boa para participar dessa farsa, fazendo um Bento XVI perfeito.

Re-União

domingo, 29 de dezembro de 2019

Câmara articula 2ª instância só para casos futuros, excluindo a Lava Jato

Josias de Sousa

Entre todas as heranças políticas que 2019 deixará para 2020, a que mais inquieta os congressistas é a proposta de emenda constitucional (PEC) que restabelece a norma sobre prisão de condenados na segunda instância.

Articula-se na Câmara uma fórmula capaz de ressuscitar a regra derrubada pelo Supremo Tribunal Federal sem apertar a o nó que roça o pescoço de políticos que aguardam na fila como condenações esperando para acontecer. A estratégia prevê dois movimentos. Num, planeja-se estender o entendimento sobre segunda instância da área criminal para todos os ramos do Direito. Assim, além dos veredictos de prisão, passariam a ser executadas no segundo grau sentenças cíveis, tributá...

Assim, além dos veredictos de prisão, passariam a ser executadas no segundo grau sentenças cíveis, tributárias e trabalhistas. Noutro lance, deseja-se empurrar para dentro da PEC um artigo prevendo que a novidade será aplicada apenas nos processos iniciados após a promulgação da emenda constitucional. Ficariam de fora, por exemplo, os processos já instaurados no âmbito da Lava Jato —entre eles as nove ações penais estreladas por Lula. Imagina-se que, assim, será possível reunir os 308 votos necessários à aprovação da PEC. Ouvido, o presidente da comissão especial sobre a segunda instância, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), limitou-se a dizer que a Câmara está empenhada em oferecer a...
limitou-se a dizer que a Câmara está empenhada em oferecer ao país respostas para os flagelos da "impunidade" e da "demora processual". Líder do DEM na Câmara, o deputado Elmar Nascimento (BA) declara: "Hoje, vemos o ministro Sergio Moro defendendo a segunda instância apenas para o processo penal. Fixando-se a tese de que vale para tudo, o governo terá de fazer contas. A Advocacia-Geral da União especializou-se em procrastinar processos para adiar a execução. O governo terá dinheiro para pagar precatórios na segunda instância? Haverá caixa para suportar as derrotas do Estado na área tributária? Esse tipo de processo envolve bilhões.""...

Líderes do chamado centrão trabalham com a hipótese de que o próprio governo irá aderir à ideia de jogar para o futuro a execução das sentenças de segundo grau. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Simone Tebet (MDB-MS) antevê dificuldades. "Não creio que o Senado aprove uma medida dessas", disse a senadora, antes de recordar que 43 dos 81 senadores assinaram manifesto a favor da volta da tranca.

Aprovou-se na CCJ do Senado projeto de lei que restabelece a prisão na segunda instância por meio de ajustes no Código de Processo Penal. A proposta deveria ter seguido para a Câmara. Mas Davi Alcolumbre (DEM-AP) articulou, em parceria com o líder do governo Fernando...

Mas Davi Alcolumbre (DEM-AP) articulou, em parceria com o líder do governo Fernando Bezerra (MDB-PE), a apresentação de recurso exigindo a votação em plenário. "Se imaginam que vamos esperar pela chegada da PEC da Câmara, enganam-se. A partir de fevereiro, vai ter barulho", disse Simone Tebet. A exemplo de Sergio Moro, a senadora declara-se preocupada com as consequências da decisão do Supremo Tribunal Federal de revogar por 6 votos a 5 a regra que permitia o encarceramento de condenados em duas instâncias judiciais. "Todo mundo só fala do Lula, mas o problema é maior. Sou de um estado que faz fronteira com Paraguai e Bolívia. Estão soltando chefes de organizações criminosas. É uma coisa assustadora.

UOL

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Que precedente anti-democrático

Flavio Pereira

“Passado a fase das análises emotivas, o que restou do impeachment do prefeito de Caxias do Sul-RS, Daniel Guerra, foi um fato preocupante: a facilidade como uma decisão política da maioria dos vereadores — com os quais o prefeito negava negociar apoio –, baseada em mera discordância de atos administrativos da rotina da prefeitura, interrompeu uma gestão que não teve até o seu desfecho, qualquer acusação de corrupção. Um precedente perigoso aconteceu em Caxias do Sul. Apenas por não simpatizarem com o chefe do Executivo ou não encontrarem abertura para a “ocupação de espaços no governo”, expressão politicamente correta para definir a troca de cargos por apoio, a partir de agora vereadores podem destituir um prefeito.

“Decisão meramente política
Recordando. Daniel Guerra sofreu impeachment por estas razões: negou o uso da Praça Dante Alighieri para realização da tradicional Bênção dos Freis Capuchinhos. Fechou para reforma o Postão 24h sem consultar o Conselho de Saúde e negou autorização para a Parada Livre do movimento LGBT no Centro da cidade. Algum caso de corrupção ou mau uso de recursos públicos? Nada. Daniel Guerra apenas não negociava apoios com os vereadores em troca de cargos na prefeitura. Isso foi fatal.”

Comentário-MBF: que precedente perigoso. O povo elege, e os políticos por não serem agraciados com benesses, demitem sem mais nem menos. Isto tem que ser revisto.

Jornal O Sul

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Agromito

J.R.Guzzo

O que temos hoje, em toda essa questão, não é ciência. É vodu ambiental

Pergunte a um alemão ou holandês qualquer, desses que você pode encontrar em cada esquina de primeiro mundo, o que ele acha da agricultura brasileira. Ou, então, faça a mesma pergunta a essa menina sueca que anda a pé através do planeta para não emitir carbono, e se transformou na santidade máxima de todas as cruzadas ambientalistas atuais – uma fraude em escala mundial que é bajulada por chefes de Estado assustados, presidentes de multinacionais trilionárias e 100% das celebridades existentes sobre a face da Terra, de Jane Fonda a Michelle Obama.

Pergunte, já que se falou de gente graúda, ao presidente da França, à rainha da Noruega ou a algum sumo sacerdote de Oxford ou de Harvard. Todos podem dar uma resposta mais ou menos assim: “Cada saca de soja colhida no Brasil representa 100 árvores destruídas na Amazônia” – ou 1.000, ou quantas lhes der na telha.

É um desses disparates absolutos que as pessoas ouvem o tempo todo em nossos dias – uma agressão grosseira à matemática, à geologia, ao resto do conhecimento científico da humanidade e ao mero bom senso comum. No entanto, vá o sujeito tentar demonstrar, com base em evidências físicas, que uma saca de soja não equivale à derrubada de árvore nenhuma na Amazônia.

 Se tiver sorte ouvirá apenas que é um agente, talvez pago, do agronegócio, da indústria de “tóxicos” ou do capitalismo no campo – um pecado só permitido para as propriedades agrícolas e pecuárias do Primeiro Mundo. Na pior das hipóteses pode se ver transformado em réu por crime de lesa-ambiente.

Estamos de volta, aí, à Idade Média plena, quando o conhecimento era condenado como pecado mortal. Fatos eram proibidos. As Gretas, Michelles e Janes da época tinham certeza de que, se um cidadão passasse na sua frente numa encruzilhada e não fizesse sombra, então não tinha jeito – era lobisomem. O que temos hoje, em toda essa questão, não é ciência. É vodu ambiental. É curioso observar uma onda de ignorância tão maciça quanto a que reina hoje nas sociedades mais instruídas, mais ricas e mais civilizadas do mundo quando falam de “ambientalismo”.

Essa gente ouve Beethoven, assiste a Molière e ganha prêmios Nobel, mas acredita em qualquer coisa que lhe dizem sobre a “destruição” da Amazônica. É um fenômeno da nossa época: o avanço da ignorância induzida, fabricada sob medida e altamente financiada, para obter resultados materiais que não têm nada a ver com a conservação da “floresta” em estado virgem.

Os fatos, e nada mais, provam a completa irrelevância da Amazônia para a agropecuária brasileira. Pouco mais de 2% de todo o bioma Amazônia é ocupado por algum tipo de lavoura, incluindo as temporárias – o pé de mandioca que o infeliz planta aqui e ali para não morrer de fome, se a senhorita Greta dá licença. Das 530.000 propriedades agrícolas locais, menos de 4% são classificadas como “grandes” – ou seja, capazes de produzir a soja ou o milho que deixam o Primeiro Mundo horrorizado. Não dá para enganar, quando se trata desses números – é o que sai nas fotos dos satélites.

O problema é outro – totalmente outro. Ele não tem nada a ver com a Amazônia, e sim com o resto do Brasil, do Rio Grande do Sul ao norte de Mato Grosso, que está produzindo 240 milhões de toneladas de grãos na safra deste ano, a maior de todos os tempos. Apenas 10 anos atrás, o total foi de 135 milhões de toneladas – e é impossível um país aumentar em quase 80% a sua produção em tão pouco tempo, tornando-se o maior produtor agrícola do mundo ao lado do Estados Unidos, sem incomodar ninguém. Em 2020, aliás, a safra deve continuar subindo.

Você pode acreditar que isso é só mania de “conspiração”. Também pode acreditar em lobisomem.

Defesa.Net

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Quais são as diferenças entre o Natal católico e o ortodoxo?

Redação

Há muitas igrejas cristãs no mundo, de acordo com as diferentes crenças: católicos, evangélicos, anglicanos, pentecostais, protestantes, mórmons, ortodoxos...

Hoje existem cerca de 41 mil denominações e organizações cristãs no mundo, que compartilham uma série de crenças baseadas na figura de Jesus Cristo, de acordo com o Centro para o Estudo do Cristianismo Global (CSGC, na sigla em inglês). No total, reúnem cerca de 2,4 bilhões de adeptos.

Para muitas dessas igrejas, como a católica ou a protestante (as que têm o maior número de fiéis do mundo), a celebração do Natal — uma das principais em seu calendário — é no dia 25 de dezembro.

Outros, como as Testemunhas de Jeová, simplesmente não comemoram o Natal.

E o que mais chama atenção é a Igreja Ortodoxa, que compartilha com os dois maiores grupos do cristianismo grande parte da doutrina, fé e ritos. O Natal da maioria dos ortodoxos, no entanto, é comemorado no dia 7 de janeiro.

"Na verdade, nós, ortodoxos celebramos o Natal em 25 de dezembro, mas seguindo o calendário juliano. No calendário gregoriano, essa data cai no dia 7 de janeiro", disse à BBC Mundo Xena Sergejew, membro da Igreja Ortodoxa Russa na Argentina.

"Não fazemos a comemoração na noite de véspera de Natal, mas fazemos a celebração religiosa do Natal", explicou.

As diferenças têm a ver com os diferentes calendários, a Primeira Guerra Mundial e várias interpretações da verdadeira data do nascimento de Jesus.

Natal ortodoxo em janeiro
No século XI, devido a diferenças nos rituais — mas também a questões teológicas ou doutrinárias, como o conceito de purgatório e a chamada "controvérsia trinitária" — houve uma separação dentro da Igreja Católica.

Foi nessa época que ocorreu o que é conhecido como "cisma do Ocidente e do Oriente", que resultou na criação da Igreja Ortodoxa, que tem cerca de 300 milhões de fiéis. Está presente nos países da Europa Oriental, incluindo a Rússia e Grécia, assim como na Turquia e em países da África e América.
Embora compartilhem semelhanças, as celebrações de ambas as igrejas estão se distanciando.

Por exemplo, a celebração dos ortodoxos todo dia 7 de janeiro acontece depois de 40 dias de jejum.

E nenhum presente é dado, como acontece no Ocidente há décadas.
Por que isso acontece? É aqui que entra a Primeira Guerra Mundial.

Quando a guerra terminou, boa parte do mundo mudou para sempre: impérios inteiros terminaram e novas nações apareceram.

Após o conflito, muitos dos países em que a ortodoxia cristã era a religião predominante ficaram sob a influência de países que já usavam ou acolheram — como no caso da União Soviética — o calendário gregoriano, estabelecido pelo papa Gregório XIII no século XVI.

No entanto, a igreja ortodoxa decidiu não aplicar a mudança de calendário e continuou basear as datas de seus ritos eclesiásticos pelo calendário juliano — implementado por Júlio César no século I aC. Nesse calendário, o dia 25 de dezembro corresponde ao que é hoje o dia 7 de janeiro.

"Nós, ortodoxos, usamos o calendário civil para as 'coisas do mundo', e um calendário eclesiástico para manter as tradições originais dos crentes em Cristo", escreveu Gonzalo Xavier Celi, da Igreja Ortodoxa do Equador, no site oficial da congregação.

"Embora seja amplamente aceito que a data real do nascimento do Senhor foi provavelmente em março ou abril, acreditamos que é bom manter a festa tradicional que os primeiros cristãos escolheram, abolindo assim a festa pagã ao deus Sol, colocando Cristo como o centro ou o sol de nossas vidas", acrescentou.

Na Rússia, por exemplo, 89% dos russos comemoram o Natal em 7 de janeiro e os demais, em 25 de dezembro. É nesse país que estão concentrados cerca de 35% dos cristãos ortodoxos do mundo.

Celebração
Em contraste com a religião católica, o Natal dos ortodoxos russos é precedido por um forte jejum de 40 dias. Nos dias seguintes, os fiéis participam da liturgia. Depois, muitos caminham em procissão até mares, rios e lagos.

Durante esses dias, os crentes ortodoxos se reúnem para realizar cerimônias ao ar livre com a ideia de abençoar a água. Em alguns países, os rios estão congelados nessa época, então eles perfuram o gelo para alcançar a água que desejam abençoar.

Alguns levam água para suas casas para proteger seus lares.
Depois, uma grande festa é organizada nos interiores, onde eles se reúnem para comer e se divertir. Mas não trocam presentes. Na Rússia e em outros países, a entrega de presentes ocorre durante a celebração do Ano Novo.
"Isso tem mais a ver com uma questão política. Durante anos, a União Soviética, sendo um estado ateu, mudou essa comemoração para o ano novo. Mas tradicionalmente não era assim", acrescentou.

Agora, um dos principais costumes é servir bolos de Natal e cantar canções de Natal. A tradição se mistura om outras, pagãs, da Rússia antiga, para que as pessoas possam visitar seus vizinhos disfarçados, dançar, cantar e pedir presentes — uma tradição semelhante a pedir doces.

Outra diferença entre o costume católico e o ortodoxo tem a ver com a importância atribuída a ele: enquanto no Ocidente o feriado religioso mais difundido é o Natal, para os ortodoxos é a Páscoa.

A maior semelhança é que, tanto no Oriente quanto no Ocidente, o Natal tem um forte componente de reunião de família e reunião social.

BBC News Mundo

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Dois ex-presidentes vão morrer em 2020

André Vargas

Robério de Ogum prevê que 2020 será o ano da cassação de poderes e de grandes perdas entre a classe artística

Aos 65 anos, o paulista Robério Alexandre Bavelone, o Robério de Ogum, é um dos mais influentes médiuns do País. Adepto do candomblé e com fortes conexões espíritas, ele diz que o Brasil e os brasileiros vão passar por um ano de 2020 turbulento na política e na economia, com a morte de dois ex-presidentes e de algumas grandes figuras da classe artística.

Guiado por Ogum, entidade correlacionada com São Jorge no sincretismo brasileiro, seu dom mediúnico se manifesta por meio de previsões que lhe são comunicadas por entidades espirituais. Nos anos 1980, Robério previu a morte de Tancredo Neves. Em 2004, falou do falecimento do papa João Paulo II. E, no ano passado, disse que o Brasil perderia um grande comunicador em 2019. Gugu Liberato morreu em um acidente doméstico em novembro.

Robério recebeu ISTOÉ no Ilê de Axé Megê, casa que coordena em Barueri, na Grande São Paulo. Ele também falou sobre como seus dons se manifestaram e as preocupações que lhe causam a intolerância e a tóxica mistura de política e fé no Brasil: “Quem monta bancada para sua religião não está falando de Deus”.

O que irá acontecer com o Brasil em 2020?
Teremos um ano cheio de sacrifícios para os brasileiros na economia. Será o verdadeiro ano da revolução e da cassação de poderes, com muito peso para as questões de justiça, conflitos entre as instituições e mudancas de comportamento na sociedade. Dois ex-presidentes vão morrer em 2020. A classe artística vai sofrer com a perda de quatro comunicadores que fizeram história, além de dois cantores e sete atores e atrizes muito queridos.

Como ficará o governo e o presidente Bolsonaro?
Um espírito tanto pode prejudicar uma família quanto um governante. Temos um presidente bem intencionado e honesto, mas espiritualmente agoniado e afoito. Ele puxa negatividades do nada. Vejo pessoas como o Marco Feliciano [pastor e deputado federal paulista] rezando sem sucesso. Se o presidente se equilibrasse, as coisas funcionariam. Mas ele sofre de muita falta de paz de espírito.

Mas alguma vez Bolsonaro foi calmo? Ele agride as pessoas quase sempre.
Eu não o vejo assim. Ele adota um escudo para se defender e está cercado de muita gente que brilha pela incompetência. Rezo para que ele tenha paz em suas decisões, pois preside o pobre e o rico, o branco e o preto, o católico, o evangélico, o budista e o espírita. Fico triste quando ouço sobre a bancada da bíblia e da bala. Balas e bíblias não combinam. Religioso não nasceu para ter cargo político. Veja o que está ocorrendo no Rio de Janeiro. Quem tem uma missão religiosa precisa trabalhar para o povo.

As entidades espirituais olham para o que ocorre na política?
Eu disse que 2016 seria um ano de Ogum, um ano voltado para a busca da justiça, e que veríamos muita gente importante presa, com políticos importantes cassados e que seria uma grande revolução. Como pudemos ver, foi o que ocorreu.

Mas questões de fé e de política podem se misturar?
Só se pode falar de fé onde não há negociatas, com leis e projetos favorecendo alguns. Quem pensa em montar bancada para sua religião não está falando de Deus. Isso me agonia.

Qual foi a previsão mais surpreendente de sua vida?
A mais inédita ocorreu em 1993. O Palmeiras perdeu o primeiro jogo da final do Paulistão para o Corinthians por 1 x 0, gol de Viola. Eu fui ao programa Faixa Nobre do Esporte, na Bandeirantes, com o Elia Júnior e o Juarez Soares. Eles me perguntaram quem seria o campeão. Tentei falar e não saiu. Ogum disse que o Palmeiras seria o campeão, com uma vitória de 3 x 0 no tempo normal. O título viria com o quarto gol na prorrogação e a expulsão de três corintianos. Quando voltei a mim, pensei: “Tô morto”. Como é que eu poderia acertar todos aqueles detalhes. Fui massacrado, mas acabei ganhando o respeito das torcidas.

Sua ligação com futebol é antiga. Quando começou?
Digo que tenho mais de 20 títulos. Fiz previsões para o Flamengo de Cláudio Coutinho, lá no final dos anos 1970. Trabalhei com o Vanderlei Luxemburgo desde seus tempos de Bragantino, passando por Palmeiras e Corinthians. Antes, acompanhei o Santos vitorioso de Juary e de Nilton Batata.

Que previsões fora do mundo do futebol tiveram mais repercussão?
Em 1985, afirmei ao antigo jornal Notícias Populares que um grande político iria morrer, causando comoção nacional. Também disse que Paulo Maluf aceitaria a derrota no Colégio Eleitoral e manteria o PDS em pé. Registrei a previsão em cartório dizendo que Tancredo Neves iria falecer.

Quando começaram suas visões?
Eu havia acabado de entrar no seminário. Tinha uns 11 ou 12 anos. Estava no lavatório escovando os dentes. Quando ergui o rosto, vi no espelho um homem grisalho e de barba carregando um livro debaixo do braço. Me apavorei e, ao me virar, o vi bem diante de mim. Gritei. Foi um susto enorme. Quando vi aquele homem pela primeira vez, logo deixei de ter medo, pois ele me trazia paz. Ele me parecia uma pessoa real, usava um terno. Eu nunca o identifiquei exatamente, mas a realidade se mantinha ao meu redor. Essa cena se repetiu mais umas três vezes, sempre no lavatório.

Médiuns costumam manifestar seus dons na infância. Algo assim ocorreu com o senhor?
Em Itápolis [SP], na minha infância, tive um contato com o mundo espiritual, mas não entendi o episódio. Eu brincava na serraria do meu tio. Do nada uma serra ligou e me cortou fundo, perto da virilha. No desespero, vi uma mulher alta — que hoje sei que é Iansã. Ela jogava uma luz lilás no meu ferimento e pedia calma. Não senti dor. A seguir, veio um homem, Ogum, que fez o mesmo. Fui para o hospital, mas não havia médico. Eles tentavam me fazer dormir com medicamentos. Queriam fazer um enxerto de pele. Do meu lado, via Ogum fazendo sinal de não. Foram horas. Quando o médico chegou, dormi. Não precisei fazer os enxertos de pele. Daí até o seminário, nada mais aconteceu comigo.

Essas manifestações foram mudando com o tempo?
Eu sempre entendi tudo que as entidades me falavam, mas no início não conseguia responder. Felizmente, ao longo do tempo a comunicação ficou mais simples e fácil. Hoje, respondo como se estivesse falando com você. Antes, não havia diálogo. Só que eu não falo com eles de verdade. A coisa se dá em outro plano. Até a temperatura do meu corpo muda. Fica mais quente. O corpo físico não é mais sentido. Parece que estou leve e flutuando. O custo físico existiu só quando comecei, pois não tinha domínio sobre o meu corpo.

Qual é a missão de um médium?
É mostrar que existe uma vida além desse plano. Chico Xavier mostrou isso por meio de suas psicografias, Zé Arigó e Edson Cavalcante Queiroz o fizeram por meio de curas, enquanto Divaldo Franco recebe espíritos e faz palestras. No meu caso, faço previsões. A maior missão de um médium é proteger os seres humanos dos espíritos do mal. Somos alertados diariamente sobre isso e, daqui em diante, as coisas ficarão bem piores para todos.

O senhor sugere que o mundo corre perigo?
Sim. O mundo está muito mais repleto de lixos humanos do estava que antes. A fila para novas reencarnações é infinita. O ser humano logo vai chegar facilmente aos 100 anos de idade. Só que os carmas não serão cumpridos como antes, quando tínhamos menos tempo de vida. Isso quer dizer que as pessoas vão se tornar presas mais fáceis para os espíritos obsessores. Quando vemos um filho que mata seus pais e outros crimes bárbaros do cotidiano, saiba que é coisa de uma pessoa possuído e transformada em um lixo em forma de gente. A função de todo e qualquer médium é defender as pessoas desses perigosos ataques, não importa quem sejam.

Mas qual é o grande problema da humanidade?
Quando morremos, vamos para o mundo espiritual. Lá, dizem que erramos e temos que voltar para corrigir o que fizemos. Mas Deus, em sua infinita bondade, nos deu livre arbítrio para guiarmos nossos destinos, para mudarmos para melhor ou para pior. Além dessa opção, há o problema da maldição, que surge quando correntes obsessoras atacam. A vítima se torna aquilo que os espíritos querem que ela seja.

Quando o senhor percebeu que sua missão era cuidar do aspecto espiritual das pessoas?
Sei disso desde os meus 14 anos. Até tentei mudar de vida, tocar uma empresa, ser pecuarista. Nunca deu certo. Queria uma vida mais tranquila, mais leve, pois o médium é um sofredor. Tenho uma missão, mas muita coisa não me faz bem. Quando prevejo uma tragédia, não me faz bem, já que não posso mudar nada. Ainda bem que os espíritos me dão paz. Eles me ajudam a carregar esse grande fardo.

O público só parece preocupado com a previsão de quem vai morrer no ano que vem. Isso não te frustra?
Lógico. Em 2004, quando afirmei que o papa João Paulo II iria morrer, também disse que desejava estar errado. Não estava. Muitas vezes eu pergunto para as entidades por qual razão tenho que lidar com coisas tão negativas.
O senhor disse que Silvio Santos morreria…
Jamais disse isso. Ano passado afirmei que ele teria muitos problemas, o que ocorreu. E que um grande comunicador iria nos deixar. Foi o caso do Gugu Liberato, infelizmente.

Qual sua opinião sobre o quadro satírico do Porta dos Fundos?
Acho que é preciso respeitar os ateus, mas eles também precisam respeitar os demais. Um diretor de TV não pode reinventar a história bíblica junto com meia dúzia de malucos. Qual prova eles têm de que Jesus era gay? O que fizeram com a figura de Maria foi um absurdo. O Fábio Porchat [humorista], que é ateu, e seus colegas do Porta dos Fundos, só querem aparecer ao mexer com os fiéis do maior país católico do mundo. Jesus dá ânimo e fé para mais de 90% dos brasileiros todos os dias.

Há alguns anos o senhor disse que o Brasil viveria uma guerra santa. Ela está ocorrendo?
Quando fiz essa afirmação, em 1995, duas semanas depois um pastor [Sérgio Von Helder] chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Houve muita indignação.

O Brasil está se tornando um País de intolerantes?
Eu nunca fui perseguido, mas alguns colegas foram. Eles iam rezar e chegava a polícia. Na hora de fazer um despacho, eram presos. No Rio, criminosos fanáticos destroem terreiros. Só que nos templos evangélicos, os pastores não está pregando. Estão é tirando espírito de corpos. Tem o dia da amarração, dia de desamarração, gente subindo no palco para o capeta sair. Resultado: nós, os espíritas, vamos sempre pagar por isso.

O que fazer para preservar sua fé?
Tentaram destruir nossa fé muitas vezes. Eu já fui negro em outras vidas. Foram os africanos que trouxeram o candomblé para o Brasil e sofreram o maior preconceito. Por isso, é uma religião de dor, que te prepara para a vida eterna. Na minha concepção, não somos humanos. O corpo é só uma carcaça. Nosso lado pensante só funciona aqui. Se eu morro, desencarno e reencarno. O que sobra é espírito. Jesus nos deu esse exemplo. Ele sabia o que iria sofrer, que seria traído e renegado. Nós não somos fortes como ele, mas podemos ser um pouco melhores do que somos.

Qual a origem dessa rejeição?
A religião virou venda de fé. O sujeito precisa ganhar milhões de reais para pagar o horário de TV. No espiritismo e no candomblé não há a pretensão de ser grande. Zé Arigó, Chico Xavier, Bezerra de Menezes e Allan Kardec não agiam desse jeito. Não acho que os outros estejam errados, mas é errado atacar outras religiões. Afinal, Deus é amor.

E quando chegar sua vez?
Tenho certeza que vou voltar. Deus me deu muitas oportunidades, mas acho que não me dediquei o suficiente. Em alguns momentos faltou humildade. Não fui o mensageiro que deveria ter sido, alguém como o Chico Xavier foi. Espero ter tempo para corrigir alguns dos meus erros.

É possível ser feliz de verdade?
Paz de espírito não significa felicidade. É algo que vem antes. Quem tem paz pode passar por dificuldades sem se abalar. A felicidade nasce da paz de espírito e não o contrário.

Isto É

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Quer abrir sua própria gestora? Novo guia orienta sobre as principais necessidades

Bloomberg 

O crescimento do mercado de capitais não se dá apenas na ponta da demanda, ou seja, dos novos investidores ou dos volumes recordes de captação. Do lado da oferta, os números são igualmente expressivos, com o lançamento de quase 4.000 fundos de investimento desde o fim de 2016, um salto de 25% (o número total em outubro passado era de 18.652). O número de gestoras cresceu 20% no período, totalizando 648 em outubro. É uma expansão acelerada que desperta a preocupação com a qualidade.

Será que os entrantes e os novos produtos atendem aos melhores padrões?
Ao se deparar com esse questionamento, autoridades, profissionais do mercado e entidades decidiram lançar o primeiro “Guia para Gestoras de Fundos de Investimento“, com o passo a passo para a criação de gestoras e a explicação das melhores práticas necessárias para quem deseja empreender. O manual foi produzido em parceria pela Bloomberg, Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Cepeda Advogados e Options Group.

Guia para abrir sua gestora de fundos de investimento

Mas o que são as gestoras? O que elas fazem? São empresas privadas que administram os recursos de terceiros, em geral por meio de fundos de investimento. Em inglês, são chamadas de asset management.

Historicamente, pertenciam aos grandes bancos, mas, nos últimos anos, tem havido o surgimento de gestoras independentes, muitas das quais lideradas por profissionais egressos das instituições tradicionais.

Por que o aumento de gestoras? Mais recentemente, as gestoras se multiplicaram no Brasil por uma conjunção de fatores. Há um ambiente favorável para quem quer empreender, em vez de ser funcionário de um grande banco ou mesmo de gestoras já estabelecidas no mercado. A queda da taxa básica de juros é outro fator, pois tem motivado investidores a sair da poupança, da renda fixa e dos grandes bancos em busca de maior rentabilidade.

Mudanças de regras promovidas pela CVM e a disseminação das plataformas abertas de investimento, que distribuem produtos de todo o mercado — o caso mais famoso é o da XP Investimentos –, também contribuíram para o aumento no número de gestoras e para o próprio crescimento do volume de recursos administrados.

Por que as instituições decidiram participar do guia? “A indústria de gestão de ativos vem crescendo muito, e o número de gestoras e de profissionais que atuam na área acompanha esse movimento. Esse guia chega em um momento muito adequado com tantos entrantes”, diz Zeca Doherty, superintendente-geral da Anbima.
“O Brasil está vivendo um crescimento incrível na gestão de investimentos e esperamos que este guia ajude a educar sobre o tema e a inspirar mais novos fundos”, diz Geraldo Coelho, diretor de vendas da Bloomberg para a América Latina. Segundo ele, a iniciativa de lançamento do guia surgiu da experiência do dia a dia. “Muitos profissionais relataram dificuldade para entender como funciona o processo de criação da gestora”, afirma.
O Guia apresenta 8 passos fundamentais para a criação de uma gestora, descritos resumidamente abaixo:

Criação da empresa, com um gestor para os ativos
Montar um plano de negócios detalhado
Estimar os custos do negócio e levantar os recursos
Atender as exigências de legislação
Obter as certificações necessárias
Montar a equipe de profissionais
Dispor de infraestrutura para operar, incluindo a tecnológica
Contar com fontes de dados financeiros confiáveis
Quer saber mais? O manual, que é gratuito e online, pode ser acessado neste endereço: Guia para Gestoras de Fundos de Investimento.
Segundo Coelho, da Bloomberg, faz parte dos planos atualizar o guia com alguma periodicidade, para que mudanças na regulação ou avanços tecnológicos possam ser incorporados a eventuais novas edições.

Este conteúdo foi originalmente publicado no site 6 Minutos.

domingo, 22 de dezembro de 2019

O que acontece com as crianças-prodígio quando elas crescem?

Joshua Nevett

Antes que Michael Kearney pudesse andar, ele começou a falar. Desde os 4 meses de idade, quando pronunciou sua primeira palavra, Michael deu sinais de que era um prodígio.

Educado em casa por seus pais, Michael teve um desenvolvimento intelectual vertiginoso: ele concluiu a escola e matriculou-se na Universidade do Sul do Alabama, nos Estados Unidos, em 1992, aos 8 anos.
Em mais dois, formou-se em Antropologia, entrando no livro dos recordes Guinness como o mais jovem de todos os tempos a terminar uma faculdade, um feito que não foi superado até hoje.

Ele seguiu sua trajetória de sucesso acadêmico. No início dos seus 20 anos, já tinha dois mestrados e um doutorado e participou de um programa de trívias e quebra-cabeças na TV que lhe rendeu um prêmio de US$ 1 milhão (R$ 4,1 milhões).

O que aconteceu desde então é bem menos documentado. Até onde é possível averiguar, ele tem hoje 35 anos e leva uma vida discreta em Nashville, no Estado do Tennessee.

Apesar de não haver duas crianças-prodígio iguais, o caso de Michael é um lembrete de que a precocidade infantil não garante necessariamente sucesso e atenção duradouros ao longo da vida adulta.

Laurent, o menino-prodígio belga
Laurent Simons, um garoto belga de 9 anos, dá sinais tão promissores quanto os de Michael. Ele também tem talentos excepcionais que canaliza para atividades acadêmicas.

Se o recorde Michael pode ser quebrado, Laurent parecia ser o garoto capaz disso. Aos 8 anos, ele formou-se na escola junto com jovens dez anos mais velhos. Como Michael antes dele, Laurent tornou-se o centro das atenções da mídia.

O próximo passo seria formar-se em engenharia elétrica na Universidade de Eindhoven, na Holanda. Em novembro, Laurent estava a caminho de concluir o curso de três anos antes de 26 de dezembro, seu 10º aniversário. A marca de Michael, ao que parecia, estava prestes a ser batida por ele.

Mas no início deste mês, a universidade disse que não seria viável que Laurent concluísse o curso antes de completar 10 anos e, em vez disso, ofereceu uma formatura em meados de 2020. Seus pais, Alexander e Lydia, recusaram e imediatamente o retiraram do curso. Em vez disso, ele continuará seus estudos em uma universidade americana, disseram.

Em sua defesa, a universidade disse que, se Laurent apressasse o curso, seu desenvolvimento acadêmico seria prejudicado. A universidade também alertou contra a "pressão excessiva sobre esse aluno de 9 anos de talento sem precedentes".

Com um novo recorde ou não, o progresso acadêmico de Laurent ainda é excepcional, e ele deve se formar em breve na universidade.

Se há uma grande pressão para fazer isso, Laurent não a demonstra. Em entrevistas, parece autoconfiante e otimista com um futuro repleto de possibilidades. Estudar medicina e produzir órgãos artificiais estão entre seus objetivos.

A transição para a fase adulta
Laurent tem o que Ellen Winner, professora de psicologia no Boston College, nos Estados Unidos, chama de determinação imparável de se destacar em seu domínio de habilidades.

Quando Laurent for adulto, ele pode atingir o limite dessa capacidade, permitindo que outros indivíduos brilhantes da mesma idade o alcancem. Como resultado, diz Winner, os talentos de Laurent quando criança podem vir a parecer menos especiais quando ele crescer.

"Quando os prodígios não fazem a transição para a fase adulta, podem parecer fracassados", diz Winner, autora de Gifted Children: Myths and Realities (Crianças Superdotadas: Mitos e Realidades, em tradução livre).

O ex-prodígio infantil Gabriel Carroll, hoje com 30 anos, diz que se sente estranho quando outros falaram sobre seu passado ilustre. "Parece que não fiz nada além daquilo desde então", afirma ele à BBC.

Mas a vida adulta de Gabriel está longe de ser um fracasso. Professor assistente de economia na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Gabriel seguiu uma carreira em um campo relacionado ao seu dom: resolver quebra-cabeças de matemática.

Nos exames feitos por estudantes americanos da sétima série, Gabriel alcançou a pontuação mais alta do Estado da Califórnia, incluindo uma nota máxima em matemática.

No ensino médio, suas habilidades foram postas à prova contra as melhores mentes jovens do mundo na Olimpíada Internacional de Matemática, em que ganhou duas medalhas de ouro, em 1998 e 2001.

Ao falar sobre suas realizações, Gabriel mantém um tom humilde e fica mais confortável ao apontar suas fraquezas do que seus pontos fortes.
"Sinto-me menos desenvolvido nas áreas de habilidades sociais e emocionais do que se talvez não tivesse me concentrado tão no lado técnico", disse Gabriel.

O papel dos pais
Ele diz que seus pais, ambos funcionários da indústria de tecnologia da Califórnia, incutiram nele esse foco. Eles foram "extremamente importantes" em seu desenvolvimento, ensinando-lhe matemática e dando-lhe quebra-cabeças para resolver a partir dos 6 anos de idade.

Refletindo sobre sua educação, Gabriel diz que teve "muita sorte no geral", mas também "alguns arrependimentos quando pensa em quanta agência uma criança tem". Por agência, ele quer dizer a capacidade de agir de forma independente, livre da influência dos pais.

Isso tem particular relevância no contexto dos prodígios infantis, cujos pais são comumente descritos como agressivos e dominadores.

Jennifer Pike, violinista britânica que entrou na cena da música clássica quando jovem, afirma que os pais de crianças-prodígio costumam ser estereotipados dessa maneira. "Estou ciente do mito, ou crença popular.

Acho que isso é definitivamente verdadeiro em alguns casos, mas não na maioria", diz Jennifer à BBC.

Jennifer conta que foi ela quem teve a iniciativa, não seus pais. Essa autodeterminação ficou evidente em 2002, quando ela venceu a competição Jovens Músicos da BBC aos 12 anos. Na época, foi a mais jovem vencedora do prêmio, um recorde que durava seis anos.

'Querem manter você em uma caixa'
A partir desse momento, seu maior desafio foi "superar essa percepção formada sobre você a partir de um momento de sua vida". "As pessoas querem manter você em uma caixa", diz Jennifer, hoje com 30 anos.

Anne-Marie Imafidon, uma empreendedora de tecnologia com mestrado na Universidade de Oxford, no Reino Unido, disse que não podia imaginar uma vida fora dessa caixa. "Eu só tinha esse rótulo", diz ela à BBC.

Anne-Marie e seus quatro irmãos foram apelidados de a "família mais inteligente da Grã-Bretanha" pela mídia britânica.

Na escola, computação, matemática e idiomas eram seu forte. Ela passou em exames da escola secundária quando ainda estava na primária e, aos 11 anos, tornou-se a pessoa mais jovem a receber uma nota máxima em computação.

Quase 20 anos depois, Anne-Marie diz que não tem mais nada a provar, principalmente porque nunca se viu como um gênio "como os dos filmes". Sua excelência em suas habilidades - matemática e ciência da computação - é suficiente para ela.

Gênio x criança-prodígio
A diferença entre um gênio adulto e uma criança-prodígio é uma distinção importante, diz Winner. Um prodígio é uma criança muito precoce em um determinado campo, dominando algo que já foi inventado, diz ela. Um gênio, ela acredita, é alguém que revoluciona um campo do conhecimento.

"A maioria dos prodígios não dá um salto no início da idade adulta, do domínio de suas habilidades para as descobertas criativas. Alguns sim, muitos não. Em vez disso, muitos se tornam especialistas em suas áreas."

Como Anne-Marie e Gabriel, Jennifer diz que "nunca definiu o sucesso em termos de conquistas dessa maneira". Seus objetivos de vida são muito mais modestos. "Estou feliz por ter uma carreira e ter sobrevivido à jornada", diz ela.

Sobreviver à jornada da infância à vida adulta com a aura de sucesso intacta é exatamente o que Jennifer, Gabriel e Anne-Marie fizeram, com um reconhecimento garantido por páginas da Wikipedia repletas de elogios.

Quanto aos prodígios infantis que não conseguiram isso, eles servem de alerta para a próxima geração.

Por enquanto, Laurent está sob os holofotes, publicando sobre seus planos para seus 64 mil seguidores no Instagram. Mas Winner diz que prodígios como ele devem ser cautelosos com a exposição pública. Dadas as provações e atribulações da vida adulta, não é preciso ser um gênio para descobrir o porquê.

BBC News


sábado, 21 de dezembro de 2019

Maia na Argentina sinaliza conflitos futuros

Nelson During
Editor-chefe

A divisão do governo entre o Presidente Alberto Fernández e Cristina Kirchner não está definida e sinaliza conflitos internos, mas a VP deixou claro que as áreas de Finanças, Segurança e Defesa são suas propriedades

O horizonte das relações entre Brasil e Argentina sinalizam tempos conturbados. E ao contrário do que a mídia anuncia não tem no Palácio do Planalto a origem das turbulências.

Na semana anterior da posse, dia 05DEZ2019, o Presidente da Câmara Deputado Rodrigo Maia, aparece em Buenos Aires, com uma missão que ele mesmo se atribuiu. A de intermediário para apaziguar as relações entre o futuro Presidente Alberto Fernandes e Jair Bolsonaro.

O primeiro alerta pode ser avaliado por qual mídia repercutiu e visita de Rodrigo Maia e seus pseudos recados:

"Brasil tem interesse e precisa da Argentina, afirma Maia em Buenos Aires Valor 05DEZ2019".

Ou até a russa Sputnik:


Vem de Buenos Aires as razões que tornam a visita de Rodrigo Maia a Alberto Fernández uma missão Fake. A Vice-Presidente Cristina Kirchner simplesmente definiu quais as áreas estarão sobre sua influência: Finanças (todos os órgãos que têm maior orçamento e geram movimento expressivos de caixa), Segurança e Defesa.

Na área de Finanças, o chamado Cristinismo simplesmente se adonou da AFIP (similar ao Ministério da Fazenda no Brasil), que será controlado por Mercedes Marcó del Pont. E aqui surge uma figura enigmática, o filho de Cristina, Máximo Kirchner, que será o intermediário com Cristina Krichner. Também sob o controle o Banco Central com Miguel Ángel Pesce. Seguem-se inúmeras outras entidades.

A Organização de jovens peronistas radicais “La Cámpora” retorna em peso. Inclusive controlará a Aerolíneas Argentinas. E certamente retornará ao controle da FAdeA (Fabrica Argentina de Aviones), parceira da EMBRAER no KC-390. A gestão na FAdeA foi desastrosa.

Defesa e Segurança
Se Cristina Kirchner já controla o governo na parte econômica é na Defesa, com Agustín Rossi, já conhecido dos brasileiros e na Segurança com Sabina Frederic, uma antropóloga, que segue a Bolivariana, ex-ministra da Defesa Nilda Garré e a Horacio Verbitsky ideólogo das “Madres de Plaza de Mayo”.
 
Os então Ministros da Defesa Celso Amorim e Agustin Rossi cumprimentam-se no roll-out do KC-390.


Cristina está obcecada com as manifestações sociais, que ocorrem no: Chile, Colômbia e Equador. E a participação das Forças Policiais e Militares na saída do Boliviano Evo Morales do poder. Quer um controle maior sobre as Forças Militares e Policiais. Não será como Nestor Kirchner que berrava no Campo de Mayo, para a tropa formada, que era ele quem mandava.

Por último, Cristina controla a execução da estratégia política do governo através de Wado de Pedro como Ministro do Interior. Também controla importante área de controle de imigração, registro de pessoas e fronteiras.

Alberto Fernández luta por cada segmento de poder que consegue manter.

O Contexto
Neste cenário é claro que a visita de Rodrigo Maia e a delegação brasileira integrada por:

- Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder da maioria;
- Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT;
- Baleia Rossi (MDB-SP), líder do MDB;
- Elmar Nascimento (DEM-BA), líder dos Democratas;
- Orlando Silva (PCdoB-SP);
- Sérgio França Danese, embaixador do Brasil na Argentina,,e,
- Marcelo Dantas, assessor de Relações Internacionais de Maia.

Hora é evidente que o poder real não estará no gabinete do Presidente mas da Vice-Presidente e sua família. Assim a presença dos dois deputados de esquerda escolhidos a dedo são significativos.

Como Cristina controlará as Forças Armadas e as de Segurança em moldes Bolivarianos, e retorna com a La Campora, nada mais expressiva do que a presença de Paulo Pimenta na delegação, que é contumaz visitante no Palácio Miraflores (Caracas). Junto a ligação de Maia, com a extrema esquerda, da qual é fiel operador, na pessoa do deputado representando o PC do B.

Os demais como Aguinaldo  Ribeiro, Baleia Rossi e Elmar Nascimento nada mais foram que figurantes. (ou podemos dizer jocosamente o que os comunistas chamam aos que são usados em suas artimanhas)

É evidente que o Palácio do Planalto tem a informação de que Maia manteve uma reunião secreta com emissários de Cristina Kirchner. Talvez também com seu filho Máximo Krichner, que será realmente o 01, da Argentina E o que mais, os seus dois articulistas, arranjaram com a esquerda argentina?

O presidente da Câmara Federal, usurpando de sua função, procura estabelecer laços secretos com a esquerda radical argentina. Quais os impactos?

A história passada de Rodrigo Maia indica que tempos turbulentos são agendados pelo Presidente da Câmara Federal para o cenário político nacional.

Assim como procurou tumultuar o cenário brasileiro para ajudar os seus aliados continentais.

Defesa.Net

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Bolívia forma novo Tribunal Supremo para convocar eleições

Reuters

A Assembleia Legislativa da Bolívia elegeu, na madrugada desta quinta-feira (19), as novas autoridades do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), que convocará eleições gerais no início de janeiro depois que a votação presidencial de outubro foi anulada por alegações de fraude.

Em uma sessão que começou na noite de quarta-feira e durou até as primeiras horas da quinta-feira, os parlamentares elegeram seis membros do TSE dentre 155 candidatos que chegaram à última fase de um processo de seleção iniciado em 30 de novembro.

"Houve um acordo entre as três bancadas que nos permitiu escolher um novo Tribunal Superior Eleitoral que dará credibilidade e confiabilidade aos cidadãos e que nos levará a eleições limpas", disse o presidente da Comissão de Constituição do Senado, Óscar Ortiz.

Por votação, foram indicados Daniel Atahuachi, María Angélica Ruiz, Óscar Hassenteuffel, Francisco Vargas, Rosario Baptista e Nancy Gutiérrez.

Novo calendário de eleições até 2 de janeiro
O grupo, que tomará posse nas próximas horas, terá que apresentar em 2 de janeiro um calendário e a convocação de eleições para escolha do presidente, do vice-presidente e dos parlamentares nacionais.

"Depois que a eleição é convocada, há um prazo de até 120 dias para a eleição acontecer, e o corpo eleitoral cumprirá esse prazo", disse Salvador Romero, delegado do governo no TSE.

A Bolívia tenta deixar para trás uma crise política e social que resultou na renúncia do ex-presidente Evo Morales, acusado de promover fraudes para alcançar um quarto mandato consecutivo.

R7 Internacional

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Os momentos-chave no debate sobre impeachment de Trump

Reuters

Discussão entre Democratas e Republicanos sobre acusações contra o presidente foi amarga e marcou a divisão do Congresso e do país

Uma Câmara dos Deputados amargamente dividida nos Estados Unidos mergulhou nesta quarta-feira (18) num duro debate de impeachment antes da votação histórica sobre duas acusações contra o presidente Donald Trumpde abusar de seu poder e obstruir o Congresso.

Veja a seguir alguns destaques das controvérsias entre parlamentares democratas e republicanos antes da votação.

A presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, abriu seis horas de debate sobre o impeachment na Casa, controlada pelo Partido Democrata, afirmando: "Hoje é uma lição cívica nacional, embora uma triste lição."

"Eu abro o debate de maneira solene e triste sobre o impeachment do presidente dos Estados Unidos. Se não agirmos agora, estaríamos sendo negligentes em nosso dever", disse a líder democrata, chamando o Congresso dos EUA de "guardiões da Constituição".

INEVITABILIDADE
O deputado Doug Collins, principal republicano no Comitê Judiciário, disse que os democratas começaram a planejar o impeachment de Trump antes mesmo de suas negociações com a Ucrânia, que formam o núcleo do caso de impeachment, se tornarem públicas em setembro.

"Para os democratas, o que importa é política, não fatos", afirmou Collins no plenário da Câmara.

NÃO SE PODE ESPERAR
O presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jerrold Nadler, disse que o impeachment não é uma tentativa de derrubar a vitória de Trump em 2016. Mas ele declarou que as ações de Trump ameaçam a integridade das eleições de novembro de 2020.

"O Congresso não pode esperar até a próxima eleição para tratar dessa conduta", disse ele.

Atualmente, existem 15 candidatos disputando a indicação do Partido Democrata para enfrentar Trump em novembro de 2020. Cinco deles são senadores dos EUA que atuarão como jurados no julgamento de impeachment.

PATRIOTAS DEVEM PREVALECER
O deputado republicano Clay Higgins, que no ano passado derrotou seis oponentes na Louisiana para ganhar um segundo mandato com o apoio de Trump, alertou que "os Estados Unidos estão sendo gravemente feridos por essa traição", referindo-se aos procedimentos de impeachment.

"Nunca entregaremos nossa nação a políticos de carreira e burocratas. Nossa República precisa sobreviver a essa ameaça. Os americanos patriotas precisam prevalecer", disse Higgins.

PERIGO CLARO E PRESENTE
A deputada democrata Veronica Escobar disse que o impeachment representa "uma grande tragédia e um momento de verdade" para Trump.

"Testemunhamos o presidente dos Estados Unidos abusar de seu cargo público para obter ganhos políticos pessoais e convidar governos estrangeiros a interferir em nossas eleições", disse Escobar, acrescentando que as evidências mostram que ele é um "perigo claro e presente" para eleições justas e segurança nacional.

JULGAMENTO ENGANOSO
O deputado republicano Barry Loudermilk disse que Jesus foi tratado com mais justiça antes de sua crucificação do que os democratas trataram Trump durante o processo de impeachment.

"Durante esse julgamento, Pôncio Pilatos concedeu mais direitos a Jesus do que os democratas concederam a esse presidente nesse processo", afirmou Loudermilk.

R7

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Pobreza e Populismo — Produtos do Socialismo

Wagner Hertzog

Aonde quer que tenha sido implementado, o socialismo gerou um nível inenarrável de desgraças, sofreguidão e mortandade. Não obstante, é impressionante ver como essa ideologia ainda é difundida como se pudesse melhorar a vida das pessoas, ou possuísse a capacidade milagrosa de solucionar problemas. Seus adeptos estão sempre dispostos a negar enfaticamente, com ultrajante intransigência e fervorosa veemência, todos os horrores que o socialismo causou ao mundo. Para eles, o importante é continuar difundindo a ideologia, difamando o capitalismo com um discurso infantil e presunçoso, e exercer uma fé irracional no estado e no governo, confiando que estes algum dia resolverão todos os problemas da humanidade. E claro, igualmente importante é rotular como "inimigos imperalistas" todos aqueles que rejeitam o discursinho populista pré-fabricado, que culpa o inimigo externo por tudo, divide a população entre nós e eles, exalta políticos — indivíduos que nada produzem — como salvadores da humanidade e promove com brutalidade autoritária a estadolatria como a única crença a ser seguida. 

As pessoas que aceitam esse tipo de discurso, evidentemente, não apenas perderam completamente a capacidade de raciocinar por si próprias, como foram completa e sistematicamente doutrinadas. Não raro torna-se completamente impossível chamá-las de volta à razão. E não que esse pessoal não absorva conhecimento, eles leem livros. Mas leem os livros errados. Absorvem muito conhecimento teórico, e nada de conhecimento factual concreto. Leem livros de teoria, mas não de história. Leem livros sobre como eles acham que o socialismo deveria ser, mas não sobre como o socialismo realmente foi e é na prática. Por essa razão, tornam-se sonhadores idealistas, que rejeitam enfaticamente a realidade. 

Não importa aonde seja reproduzido, o discurso socialista é sempre o mesmo. O capitalismo é considerado um deplorável e atroz vilão, que deve ser suplantado a qualquer custo. Socialistas recusam-se a admitir como concretos os resultados do socialismo na prática, que resultaram em verdadeiras carnificinas por inanição. Afinal de contas, a escassez é o resultado inevitável de um sistema de economia planejada. 

Como o socialismo sempre dá errado, a produtividade e a economia em determinado ponto entram em colapso. Como resultado, o nível de miséria aumenta drasticamente (mas não para os autocratas que estão no poder, é claro). Invariavelmente, quando tudo começa a dar errado, os mandatários apontam outros problemas como as causas primárias do colapso que está prejudicando a sociedade. Evidentemente, eles jamais irão culpar o socialismo. Portanto, criam espantalhos e cortinas de fumaça, para tentar justificar todos os problemas que estão acontecendo. 

Na China de Mao, por exemplo, o ditador comunista mandou matar todos os pardais — mais especificamente o passáro conhecido como pardal-montês — porque o governo ditatorial colocou neste pobre bichinho a culpa pela qual a produção de alimentos não estava sendo suficiente. O pardal-montês come sementes, e o governo tentou culpá-lo pelo fato das colheitas não estarem sendo abundantes. É verdade que o pardal-montês come sementes, mas isso não ocorre a ponto de prejudicar plantações inteiras. A campanha para a erradicação do pardal-montês foi concomitante a campanha para o extermínio de ratos, moscas e mosquitos. Elas ficaram coletivamente conhecidas como A Campanha das Quatro Pestes. 

O resultado do extermínio dos pardais foi verdadeiramente catastrófico para os chineses, pois desequilibrou fatalmente todo o ecossistema. Posteriormente, as plantações passaram a ser devastadas por colossais nuvens de gafanhotos. Os pardais se alimentavam de gafanhotos, mas como foram quase extintos em decorrência da campanha promovida por Mao, os camponeses ficaram impossibilitados de conter esta praga, que passou a dilacerar plantações. Como resultado, a fome entre os chineses apenas aumentou.    

Um sistema de economia planejada não pode dar certo, porque os burocratas não tem como levar em consideração todas as variáveis de uma determinada atividade, quiçá de todas as atividades existentes no mercado. Apenas as pessoas envolvidas em uma determinada atividade tem conhecimento suficiente para alocar recursos de forma eficiente, e tomar decisões de maneira a maximizar a produtividade e reduzir os desperdícios. Para tanto, elas devem ter autonomia e independência para tomar decisões; não devem, jamais, ficar reféns de burocratas ou depender das deliberações do estado, que, via de regra, serão sempre arbitrárias e contraproducentes. 

Na China de Mao, culparam-se os pardais, na União Soviética de Stálin, culparam-se os cúlaques, na Venezuela de Nicolás Maduro, culpa-se o imperalismo. Dezenas de muitos outros exemplos poderiam ser citados. Nas ditaduras marxista-leninistas, criam-se bodes expiatórios para evitar apontar o verdadeiro culpado da tragédia, o socialismo. O catalisador de todas as catástrofes de que padecem as sociedades que tem o infortúnio de viver nestes regimes é o sistema de planejamento central da economia, que faz toda a produtividade do mercado entrar em colapso. 

A verdade é que não importa aonde venha a se manifestar, o socialismo sempre começa com populismo e sempre acaba em pobreza. Não importa aonde venha a criar raízes, o socialismo se transforma em uma abominável e deplorável doença, que consome, mata e destrói tudo o que está a sua frente.

Re-União

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

DESPAULOFREIRIZAR O BRASIL

Percival Puggina

 Bancos e organismos internacionais que monitoram a economia dos países parecem concordar com a afirmação de que o Brasil já entrou em rota de crescimento. Saiu da UTI, onde foi parar por direção perigosa, e está na Sala de Recuperação. Os boletins dizem que seus sinais vitais estão preservados. O Bank Of America, por exemplo, prevê para nossa economia um crescimento de 2,4% em 2020 e 3,5% em 2021. Isso é muito bom porque desde 2009 não conseguimos um crescimento anual de 2,5% e enfrentamos, no período, três anos de recessão. Internamente, o comportamento da Bolsa de Valores confirma essas opiniões.

No entanto, um crescimento que nos deixe com água na boca e brilho nos olhos, capaz de reduzir de modo expressivo o desemprego e a miséria, precisa de mais do que um alento à demanda reprimida. Precisa de muito investimento e, em horizonte mais longo, de qualificar nossos recursos humanos. Precisa virar nossa Educação pelo avesso e de cabeça para baixo, pois ela não andará com firmeza se não der alguns passos para trás. Precisa reverter o processo descivilizador que a esquerda brasileira, perita em ruptura da ordem, considera necessário à sua ação política.

No momento em que escrevo estas linhas, o ministro da Educação, Abraham Weintraub está depondo na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Deputados da oposição demonstram estar indignados com as afirmações do ministro sobre drogas no espaço dos campi universitários.

Disso que assisto na TV, colho uma comprovação de que tais partidos, malgrado os péssimos resultados, acham tudo bem assim como está. É como se com mais verbas e com a condução antiga fosse levada à perfeição uma Educação que não pode ser pior embora gaste mais, per capita, do que países vizinhos que a superam em qualidade.

Voltando ao tema do ambiente universitário brasileiro. A ira contra o ministro traz à lembrança uma frase do ministro Roberto Barroso. Na eleição de 2018, quando bateu no STF a questão da presença da PM em universidades onde se fazia escancarada campanha eleitoral para o PT, o ministro disse: “A polícia, como regra, só pode entrar em uma universidade se for para estudar”. Já o traficante, no mesmo raciocínio de Sua Excelência, está livre para entrar e operar, sem necessidade de estudar. Tem ali um ambiente seguro para suas ações.

Não é crível que com os mesmos alunos, os mesmos professores, a mesma orientação pedagógica e o mesmo ambiente, baste pôr mais dinheiro na mesa para que tudo se resolva.

Não bastará. Será preciso despaulofreirizar o Brasil. Será preciso derrotar um ensino que não inclui em suas prioridades proporcionar aos estudantes qualificação adequada ao mercado de trabalho. Falar isso em sala de aula de muitos cursos universitários no Brasil exige a cautela de proclamá-lo perto da porta e longe da janela. Perto da porta para sair correndo e longe da janela para que não o joguem por ela aqueles que priorizam a inserção dos estudantes no seu ativismo. Procurem no YouTube por “José Dirceu e escola sem partido” e o assistirão dizendo a militantes: “A pior ameaça que vamos viver é a Escola sem Partido”.

blog do puggina