quinta-feira, 28 de julho de 2016

Animais morrem de fome em zoo de Caracas

Carlos Jasso
(*)

Escassez de alimentos provoca cerca de 50 mortes em seis meses
CARACAS — A crise de alimentos, que provoca longas filas na Venezuela, chegou aos zoológicos e já foi responsável pela morte de cerca de 50 animais nos últimos seis meses em um dos maiores parques do país. Porcos vietnamitas, antas, coelhos e aves — alguns dos quais não comiam por duas semanas — não resistiram à escassez crônica de comida no Zoo Caricuao, em Caracas, explicou Marlene Sifontes, líder da associação dos funcionários de parques estaduais, Inparques. A entidade alerta que utros animais também correm o risco de morrer de fome.

Os problemas refletem os mesmos enfrentados pela população venezuelana, que frequentemente pula refeições ou passa horas nas filas dos supermercados, muitas vezes gritando “queremos comida” ou envolvendo-se em saques de alimentos e confusão durante a espera.
— A história dos animais de Caricuao é uma metáfora do sofrimento venezuelano — disse Sifontes.

LEÕES VEGETARIANOS
Procuradores estaduais abriram um inquérito sobre as mortes de várias espécies da vida selvagem. Enquanto isso, com rações de carne reduzidas, leões e tigres no zoo de Caracas estão quase virando vegetarianos: estão sendo alimentados com manga e abóbora. Elefantes estão comendo frutas em vez da dieta de feno, contou Sifontes. A administração do zoológico se recusou a comentar.
O presidente Nicolás Maduro atribui a escassez crônica de alimentos a “uma guerra econômica”, que segundo ele é liderada pela oposição e pelos EUA.

Reuters

(*)Comentário:  o que mais impressiona é o tal de Caindo de Maduro culpar os EUA e a oposição. Quando que os socialistas vão aceitar que o modelo deles NÃO funciona ? O socialismo só quer distribuir e não sabe produzir. Distribuir o que se não produz ? (MBF).



quarta-feira, 27 de julho de 2016

Bancos italianos, a próxima dor de cabeça da União Europeia

Deutsche Welle
(*)

Ainda sob o impacto do Brexit, a Europa se vê diante de mais um problema: bancos da Itália precisam de bilhões de euros para se reerguer, enquanto FMI reduz previsão de crescimento para o país. Quem vai pagar a conta?
Quanto mais se olha para alguns problemas na Europa, piores eles parecem ficar. O setor bancário italiano é um deles. A Autoridade Bancária Europeia (EBA) estima em 200 bilhões de euros o volume de "créditos podres", ou seja, empréstimos sem cobertura concedidos por bancos italianos; outros órgãos calculam que a soma chegue a até 360 bilhões de euros.

A dimensão desse volume depende de como ele é calculado. Mas a mensagem é clara: se empréstimos dessa ordem não forem honrados, o Estado italiano não poderá arcar sozinho com as dívidas, e também a comunidade de países da zona do euro ficaria sobrecarregada.
Um problema básico é a conjuntura econômica ainda fraca na Itália. "A economia italiana quase não cresceu, estando em parte em recessão", afirma Martin Faust, professor de Economia na Frankfurt School of Finance.

"A situação das empresas e das famílias italianas não é boa, e algumas já não podem pagar juros e amortizações."

Nesta terça-feira (12/07), o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu seu prognóstico de crescimento para a Itália. Neste ano, a terceira maior economia da zona do euro deverá crescer "pouco menos de 1%" e, no próximo, 1%, informou o FMI. Anteriormente, a previsão de crescimento era de 1,1% para 2016 e 1,25% para 2017.

De acordo com o FMI, o referendo no Reino Unido em que se decidiu pelo Brexit – a saída do Reino Unido da União Europeia – aumentou a volatilidade dos mercados financeiros e os riscos para a Itália. O país está diante de "desafios monumentais", declarou o fundo.

Problema de longa data
Os bancos italianos vêm enfrentando dificuldades há anos. No final de 2014, nove instituições financeiras do país não passaram em testes de estresse realizados em toda a Europa. O maior buraco de capital foi verificado no Monte dei Paschi di Siena (MPS), o banco mais antigo ainda operante no mundo.

Desde então, muita coisa aconteceu, mas provavelmente não o suficiente. No início de 2015, uma diretriz da União Europeia (UE) estipulou que esses erros do passado não deveriam se repetir. Desde então, bancos não podem ser facilmente resgatados com o dinheiro do contribuinte, como aconteceu após a crise financeira de 2008. Antes de o Estado entrar em ação, acionistas e credores devem arcar com as responsabilidades.

"Detentores de obrigações bancárias e mesmo aqueles que possuem poupanças que vão além dos limites legais mínimos também têm razões para temer a perda de parte de seu dinheiro", explicou Faust. "Isso não é realmente um estímulo para a estabilidade bancária, pois agora ficou difícil para muitos investidores emprestar dinheiro aos bancos. Eles estão com medo de, no final, servirem de avalistas."

Círculo vicioso
Conjuntura fraca, investidores hesitantes – em vez de diminuir, os problemas dos bancos italianos aumentaram cada vez mais ao longo do tempo. E não há fim à vista. "É de se esperar que as perdas bancárias cresçam consideravelmente nos próximos anos", avaliou o professor da Frankfurt School of Finance.

"O problema é que os empréstimos não honrados também reduzem o capital dos bancos. E sem capital próprio, eles não podem sobreviver", acrescentou o professor. Trata-se de um círculo vicioso, pois é justamente em tempos de conjuntura fraca que as empresas precisam de bancos fortes.
No início de 2016, o governo italiano entrou em acordo com a UE sobre a possibilidade de repassar "créditos podres" para chamados "bad banks", ou seja, bancos que possam concentrar ativos tóxicos. Em abril, foi criado o fundo de resgate Atlante, que recebeu quase 4 bilhões de euros dos bancos italianos.

Pouco depois de sua criação, o Atlante teve muito que fazer: dois bancos regionais tiveram de ser ajudados, primeiramente o Banca Popolare di Vicenza, e depois o Veneto Banca. Isso consumiu metade do volume do Atlante, e desde então há uma controvérsia sobre quem vai preenchê-lo novamente. "Muitos bancos não dispõem de capital para aumentar esse fundo de resgate", disse Faust.

Nova ajuda governamental?
Durante uma cúpula da União Europeia no fim de junho, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, apresentou o plano de utilizar novamente o dinheiro dos contribuintes para ajudar os bancos. Renzi pretende abastecer as instituições financeiras com até 40 bilhões de euros de capital novo, para que possam voltar a respirar. A justificativa do primeiro-ministro: a votação do Brexit criou uma situação excepcional em que tais auxílios são permitidos.

Uma desculpa, afirma Thomas Hartmann-Wendels, professor de Economia da Universidade de Colônia. "Não existe nenhuma correlação entre o Brexit e os atuais problemas dos bancos italianos."

Embora o professor defenda que os institutos financeiros italianos precisam ser saneados, ele afirma que isso deve acontecer segundo as novas regras: primeiramente, a conta deve ser paga pelos acionistas e credores, depois pelo Estado. "Após a crise financeira, prometeu-se que os contribuintes nunca mais assumissem a responsabilidade por negócios arriscados", diz Hartmann-Wendels. "Agora tudo isso é colocado em questão."
Segundo o professor, Renzi está sofrendo pressão política e as garantias estatais só incorrem em custos quando surge uma emergência. "Esta é a solução mais fácil, mas, no longo prazo, não leva a uma saída do impasse."

A próxima prova
O drama interminável mostra claramente os pontos de ruptura da união monetária. A economia da Itália não consegue avançar, porque faltam reformas fundamentais e, para as condições do país, o euro é demasiadamente caro. E quanto mais longa for a crise, mais problemas virão.

"As crises que temos na zona do euro ainda estão longe de estarem resolvidas", aponta Faust. "Nos últimos anos, os problemas estruturais só foram adiados, mas não resolvidos."

Dado o grande volume de "créditos podres" na Itália, Hartmann-Wemdels espera que, mais cedo ou mais tarde, o contribuinte europeu sirva de avalista dos bancos. "Isso será necessário. O Estado italiano não conseguirá arcar sozinho com o problema, já que está profundamente endividado."
Para recapitalizar seus bancos, a Espanha recebeu, entre 2012 e 2014, por volta de 40 bilhões de euros do fundo europeu de resgate financeiro. As negociações com vista a um programa semelhante para a Itália poderiam ser uma prova de fogo para as relações já tensas dentro da união monetária.

DW

(*)Comentário do blog:  não por acaso o país mais corrupto da Europa Ocidental, comandado por muitos anos pelo Lulla italiano, Berlusconi.
É sempre bom para nós brasileiros lembrar, que lá eles enterraram a Operação Mãos Limpas, onde os dois principais partidos deixaram de existir, mas permitiram o surgimento de outros, e que continuaram a corrupção em alta escala.

Que nos sirva como alerta.(MBF).


Reforma trabalhista - França e Brasil

José Pastore

A França deu um importante passo para adaptar as relações do trabalho aos contornos da economia moderna ao trazer para o âmbito das empresas a negociação entre empregados e empregadores. A reforma aprovada na semana passada abriu a possibilidade de as partes acertarem acordos que julguem mais compensadores para si, mesmo que estabeleçam condições diferentes das pautadas pelo Código do Trabalho.

Assim, se as empresas acharem vantajoso adotar uma jornada de trabalho acima do estabelecido em lei (35 horas por semana), cabe a elas convencer seus empregados e pagar as horas extraordinárias. Do lado dos empregados, cabe avaliar a proposta e, sendo atraente, propor o valor da hora extra (não inferior a 10% da hora normal). Havendo acordo, a jornada é alterada. Não havendo acordo, fica como está na lei. Dessa forma, empregados e empregadores exercitam a liberdade de fazer o que mais lhes convêm.

O sistema é ilustrativo para o Brasil. Nele fica claro que a lei não é revogada, mas que as partes só negociam quando veem nisso um jogo de ganha-ganha. Quando o jogo não compensa, fica tudo debaixo da lei. Não há retirada ou revogação de nenhum direito. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) está repleta de regras rígidas, que são de difícil ou impossível aplicação universal. Por exemplo, a que estabelece um limite máximo de dez minutos para os empregados entrarem e saírem do trabalho (art. 58).

Quando há quatro movimentações diárias, os 2,5 minutos para cada entrada ou saída podem ser suficientes para quem trabalha em uma papelaria, mas não para quem trabalha em uma grande siderúrgica, onde se gastam cinco minutos para atravessar o pátio e que requer um bom tempo para entrar no uniforme e se ajustar aos equipamentos de proteção da saúde. Por que não permitir que as partes negociem o tempo que lhes parece mais razoável para fazer as movimentações? Assim como esse, há vários dispositivos para os quais as partes podem encontrar uma solução diferente da lei.

Pela CLT, um empregado com 49 anos de idade pode gozar suas férias em dois períodos, mas o seu colega de 50 anos não pode (art. 139). Considerando-se que os dois e seus familiares têm necessidades semelhantes, por que não deixar isso para as partes acertarem? Em nenhum desses casos é preciso revogar a CLT, e sim permitir que as partes encontrem a melhor solução para o que precisam. Dou mais um exemplo. Pela regra da CLT, todas as promoções de empregados, cujas funções constem de planos de carreira, têm de ser feitas levando em conta, em primeiro lugar, a antiguidade e, depois, o merecimento (art. 461).

E se as partes concordarem que, para determinadas atividades ou situações, o mérito deve anteceder o tempo de firma? Por que não permitir que isso seja objeto de negociação e acordo coletivo? A rigidez persiste nas regras estabelecidas por portarias, súmulas, instruções normativas, etc. Por exemplo, um enfermeiro de hospital que precisa fazer um atendimento de fisioterapia a uma pessoa que mora perto de sua casa tem de ir primeiro ao hospital para registrar a entrada em serviço no ponto eletrônico (Portaria 1.510/2009 do Ministério do Trabalho), para depois voltar ao local de origem e ali realizar o referido atendimento.

É o jogo do perde-perde, no qual empregado e empregador desperdiçam uma ou duas horas em locomoção desnecessária. Por que não permitir que as partes encontrem a melhor forma de registrar a jornada de trabalho? Afinal, é fácil fazer isso até pelo telefone celular. É infindável o número de proteções que podem ser mantidas, ajustadas e melhoradas por negociação e de forma diferente do que estabelece a lei ordinária. A última palavra fica sempre com as partes. Se uma não quer, prevalece o que está na lei. Pelo que vejo na imprensa, essa é a intenção do governo brasileiro. Não é preciso ir à França para perceber que se trata de uma boa ideia.

José Pastore
PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, PRESIDENTE DO CONSELHO DE EMPREGO E RELAÇÕES DO TRABALHO DA FECOMERCIO-SP E MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS

Estadão



terça-feira, 26 de julho de 2016

Mais gestão e menos governo

CHARLES HOLLAND 

Para atingir o crescimento sustentado só precisamos de menos intervenção do governo nos negócios

O 21º presidente dos Estado Unidos, Warren G. Harding, foi eleito usando a plataforma e slogan de campanha: "Menos governo nas atividades empresariais e mais atitudes empresariais no governo".

Todas as 4,8 milhões de empresas adotam a meritocracia, fazem continuamente cortes de gastos, aperfeiçoam os processos, promovem inovações e procuram encantar os seus clientes. E o governo?

O governo federal nos últimos 20 anos sempre aumentou seus gastos acima de suas receitas. Os gastos públicos estão engessados por leis e regulamentos que asseguram aos serviços públicos muitos direitos adquiridos, inviabilizando ajustes, cortes de pessoal e eliminação de gastos redundantes. A sociedade brasileira arca sempre com o ônus.

Os salários e benefícios dos funcionários públicos concursados são substancialmente maiores do que os do setor privado. Os três poderes do governo, principalmente federal - Executivo, Legislativo e Judiciário - estão todos inchados. Se houvesse atitudes empresariais no governo seria viável reduzir drasticamente logo seus gastos.

É praticamente impossível demitir funcionários públicos, mesmo quando são preguiçosos e incompetentes. Todos os benefícios e vantagens de aposentados do setor público são preservados por leis. São direitos adquiridos ad eternum, supostamente intocáveis.

Pela Constituição Federal, segundo o artigo 5º, todos são iguais perante a lei. O acima citado mostra que a prática e interpretação estão bem distantes dos princípios da lei maior. A nossa Constituição com mais de 80 mil palavras contempla muitas exceções e direitos para minorias em contradição ao artigo 5º acima.

De onde procedem os recursos para o crescimento contínuo dos gastos do governo federal? Até 1996, o Brasil tinha uma carga tributária compatível com a média mundial - 26% em relação ao Produto Nacional Bruto (PIB) -, sendo que esta aumentou gradativamente até 2001, atingindo 32%. Atualmente é de 35% em relação ao PIB. O governo federal arrecada e consome quase 70% do total dos impostos do Brasil. Os municípios, onde tudo acontece, estão todos à míngua de recursos.

A carga tributária atual no Brasil é incompatível com países semelhantes. Por exemplo, a carga de impostos sobre PIB no Chile é de 21%, no México é de 20%, no Paraguai, 12%, em Cingapura é de 14%, e nos Estados Unidos é de 27%.

O governo federal também cresceu muito por meio de empresas estatais. Das atuais 149 estatais federais, 44 foram criadas a partir de 2002. Segundo se noticia, muitas são usadas como cabides de empregos para indicados políticos. Neste período nenhuma estatal foi privatizada. Hoje há promessas de previsões de privatizações num futuro próximo. É uma fonte imediata disponível de recursos para o governo federal. O governo pode reduzir o seu endividamento, criando mais empresas abertas e o fortalecimento do nosso mercado de capitais.

O Brasil é um país onde advogados ditam cada vez mais os rumos do país, sendo eles maioria no Legislativo e Executivo federal. Há 1300 faculdades de direito, enquanto o resto do mundo tem 1100 faculdades. Temos dois advogados para cada médico no Brasil. O custo da Justiça no Brasil é de 1,2% do PIB. Nos EUA é de 0,14 e na Itália é de 0,19. O nosso Judiciário emprega 430 mil, enquanto as forças armadas tinham cerca de 330 mil servidores em 2014. Há 105 milhões de ações judiciais em andamento, sendo que mais de 70 milhões são na área trabalhista - em litígios trabalhistas somos o número 1 no mundo.

O Brasil é um dos poucos países que tem fóruns trabalhistas. Há excesso de advogados e estímulos para a Justiça ser lenta, aceitando apelações e protelações quase "ad eternum". Muitos prejudicados morrem antes da sentença final. Ações que tenham o mesmo fato motivador de pedido e a mesma causa não são julgadas por meio de um único ato decisório. A ineficiência conveniente é fonte dos elevados custos de honorários advocatícios e de aumento de emprego de advogados. Pessoas ricas e políticamente influentes dificilmente são condenadas no Brasil.

Se houvesse um enxugamento de pessoal no governo federal dos atuais 600 mil servidores para menos de 500 mil, onde os mesmos poderiam ser bem aproveitados?

Muitos funcionários no governo federal são subutilizados. Temos soluções ao nosso alcance para os problemas do gigantismo do governo, principalmente federal. O país como um todo está trabalhando pouco. Temos poucas obras em andamento. O desemprego efetivo é crônico, substancialmente maior do que o reportado.

Como abolir a ociosidade e desemprego crônico no Brasil? Desde 2011 o Brasil tem mais de US$ 300 bilhões de reservas cambiais aplicadas em títulos da dívida do governo americano rendendo 1% ao ano. Estamos financiando a dívida do governo americano. Enquanto isto, as empresas brasileiras são obrigadas a fazer captações de recursos no exterior ou no Brasil sempre com juros reais salgados.

O setor privado no Brasil, corretamente monitorado e vigiado, poderia captar empréstimos do governo federal no limite de US$ 300 bilhões para promoções de obras de interesse de desenvolvimento nacional. O governo federal deveria aplicar via BNDES e outros as nossas reservas cambiais no desenvolvimento do país por financiamentos de longo prazo para empresas no Brasil.

Temos condições num futuro próximo de criar até 10 milhões de empregos internalizando as reservas cambiais paradas no exterior rendendo juros negativos. Objetivo: fazer as obras necessárias de infraestrutura - estradas, ferrovias, hidrovias, aeroportos, etc. Também estamos atrasados em educação e saúde. Somos ricos em necessidades, e pobre em realizações.

Para sair da ociosidade para o desenvolvimento e crescimento contínuo e sustentado só precisamos de "menos intervenção do governo nas atividades empresariais e mais atitudes empresariais no governo".

Charles Holland 

Contador, conselheiro, diretor executivo e coordenador do Comitê de Governança Corporativa da ANEFAC.

Valor Econômico/Brasil Soberano e Livre


Por que as massas votam em políticos corruptos ?

Luiz Flavio Gomes

Sempre que saem as pesquisas de intenção de votos para a presidência da República (res publica que, no Brasil, é mais privada do que se possa imaginar), lá estão nas primeiras posições Lula e Aécio (dentre outros). Em todas as pesquisas para deputado, lá desponta o Maluf. As pessoas iradas comentam nas redes: "como isso é possível", "que povo é esse" que ainda vota em "gente assim tão desqualificada"; "que País é esse"? "Vou me embora desse antro de tupiniquins" e por aí vai.

Nossa memória é a grande responsável por essa tragédia ética. É verdade que alguns eleitores trocam o voto por dinheiro ou dentaduras ou sapatos ou celulares no dia da eleição. Mas isso é uma minoria. São as massas (de todas as classes sociais: elites e classes A, B, C, D e E), no entanto, que decidem as eleições (e que votam nos corruptos). Não é crível que os eleitores de Lula, Aécio e Maluf sejam apenas das classes sociais do topo ou da base da pirâmide. Todas as classes sociais votam neles. Como isso acontece?

Dentre outras, as explicações neuropolítica parecem interessantes. Nosso cérebro memoriza e aprende as coisas da vida por meio dos êxitos, não dos fracassos. O homo sapiens, nos primórdios, aprendeu a caçar suas presas pelos êxitos, não pelos erros. Fracassos nós deixamos de lado rapidamente. Quem gosta dos nossos fracassos são os nossos inimigos. Deixe-os então para eles. Nós gostamos dos êxitos. A verdade é que nossa memória registra pouco dos nossos fracassos (e provoca poucas mudanças estruturais e comportamentais). É por isso que, como se diz popularmente, "somos o único animal que tropeça duas vezes na mesma pedra".

O que mais queremos na vida são as recompensas, as vantagens, os benefícios, a sensação de bem-estar, a satisfação dos interesses, o prazer, a alegria, enfim, as coisas boas. Ninguém se interna num hospital para passar umas férias. Nas nossas ações diárias, quando ativamos esse sistema de recompensa, queremos resultados positivos (bons, prazerosos). Se eles acontecem, nossa memória (por força de uma série de mecanismos cerebrais) registra o ocorrido e nos faz aprender, ou seja, nos faz reproduzir no futuro o mesmo comportamento para obter novas recompensas.

Se votamos ou apoiamos um político e ele nos traz benefícios e melhoras na nossa qualidade de vida, nosso cérebro aprende que a reprodução do mesmo gesto ou voto pode gerar novos estímulos de recompensa. Esse é o fenômeno que explica, por exemplo, a eleição de Getúlio Vargas em 1950 (apesar de ter sido um ditador na década de 30). O povo esperava dele novas retribuições. Os políticos experientes sabem que as massas dão prêmios ao passado de êxitos (repita-se: ainda que se trate de um ditador ou de um populista, isso acontece); elas reconhecem o que de bom foi feito para elas.

Neuropoliticamente explica-se que nosso cérebro produz: (a) dopamina (quando tomamos decisões em busca de recompensas, desprezando a aversão a perdas), (b) adrenalina (neurotransmissor que nos guia no momento da ação, ou seja, no momento da caça à presa, no momento do voto, no momento da entrevista para novo trabalho ou de uma prova, da conquista de uma pessoa que desejamos etc.), (c) serotonina nível 1 (decorrente da alegria da primeira recompensa: quando nosso candidato ou partido foi vencedor) e (d) serotonina nível 2 (ligada à felicidade gerada pelas recompensas prometidas pelo político ? ele realmente melhorou nossa qualidade de vida, aprimorou a cidade, o país). Em suma: tomamos decisões sob dopamina, agimos sob adrenalina e comemoramos e aprendemos e memorizamos sob serotonina.

Como se vê, é a serotonina que desencadeia o processo de aprendizagem e de memorização no sentido de que repetindo o mesmo gesto ou ato (ou voto) vamos conseguir no futuro as mesmas felicidades. Repetimos o voto em quem nos produz recompensas e alegrias (serotonina nível 1 e, sobretudo, nível 2, consoante a forma exposta). Detalhe fundamental: nosso cérebro suporta o aumento de impostos, a redução dos direitos, tanto individuais como os sociais, as decisões impopulares (cortes de gastos) e até mesmo a corrupção do político, desde que ele nos tenha proporcionado recompensas (serotonina nível 2).

Com as dicas neuropolíticas expostas poderíamos concluir: (a) se Paulo Maluf, mesmo depois de ter sido eleito o modelo de homem corrupto, ganhando inclusive outdoors na Suíça em 2014, consegue ser reeleito, é porque gerou serotonina nível 2 (recompensas) em seus eleitores; (b) se Lula, apesar de tudo (malgré tout), apesar de ter comandado a kleptocracia brasileira durante muitos anos (com "k", kleptocracia é neologismo), embora tenha convivido com o mensalão a partir de 2005, (se ele) aparece bem nas intenções de voto, é porque fez brotar a serotonina nível 2 nos seus eleitores (que não esquecem as recompensas); (c) se Aécio Neves perdeu a eleição presidencial em 2014 - tendo sido derrotado em seu Estado (Minas Gerais) - é porque não gerou serotonina nível 2 nos eleitores de Minas (que não se sentiram recompensados com sua gestão). E a questão ética, em tudo isso, como fica? Para muita gente com serotonina nível 2 ela não conta.

O que está ocorrendo em relação a Michel Temer? Sua baixa popularidade (igual à de Dilma, embora o povo majoritariamente esteja preferindo ele à Dilma, segundo as pesquisas) se deve ao seguinte: o povo não votou diretamente nele: 1/3 da população nunca ouviu falar dele (Folha). Leia-se: não houve dopamina (tomada de decisão em favor dele) nem adrenalina (voto nele) nem serotonina (alegrias por recompensas). A receita aos políticos é muito simples, em termos de popularidade: se quer conquistar o povo é preciso que proporcione alegrias para ele (recompensas).

Moralidade (ou imoralidade) da história: para o cérebro humano "feliz" (recompensado pelo trabalho do político), em regra, não importa (ou não importa muito) eventual envolvimento dele e, com certeza, do seu partido, com a corrupção. Sob serotonina nível 2 grande parcela das massas tolera até mesmo essa barbaridade ética. Quando as massas não são recompensadas e ficam iradas, até um fiat é suficiente para o cartão vermelho. Sob serotonina nível 2, os olhos se fecham, os ouvidos são tapados e as bocas se calam. É assim que a putrefação ética se espalha na vida pública brasileira. As explicações da neuropolítica podem ser contestadas, mas nos fazem pensar. É kantiana.

Catve.com




segunda-feira, 25 de julho de 2016

Por que democracias fracassam

Hélio Schwartsman 

"Democracy for Realists", de Christopher Achen (Princeton) e Larry Bartels (Vanderbilt), é um livro importante. Os autores basicamente destroem nossas mais caras ideias sobre a democracia. E o fazem com a força de evidências.

O livro começa detonando o que os autores chamam de teoria popular da democracia. É a noção de que o indivíduo, na hora de votar, faz escolhas conscientes entre as várias propostas apresentadas pelos candidatos. Para Achen e Bartels, isso é muito mais religião do que ciência.

O que os dados relativos a séculos de eleições em vários países mostram é que o eleitor não tem estrutura cognitiva nem disposição para agir assim. Ele não estuda em detalhe cada ponto das propostas. Prefere dedicar-se a coisas como trabalho, família etc. e acaba escolhendo o candidato com base em emoções ditadas por lealdades sociais. Quando há a opção da democracia direta, frequentemente a maioria toma a decisão errada. Foi assim que várias comunidades dos EUA rejeitaram a fluoretação da água. Mais recentemente, os britânicos decidiram sair da UE, outro verdadeiro tiro no pé.

Teorias mais acadêmicas de justificação da democracia, como a de que o sistema funciona porque o eleitor recompensa e pune dirigentes de acordo com seu desempenho, não se saem muito melhor. Não é que isso nunca ocorra. O problema é que há tanto ruído nesse processo que ele se parece mais com um sorteio do que com um método racional de decisão. Os autores mostram, por exemplo, como ataques de tubarões afetaram a reeleição do presidente Woodrow Wilson em 1916.

Achen e Bartels não são, porém, golpistas. Eles defendem a democracia, mas por razões que muitos considerariam laterais, como favorecer a liberdade de expressão, a segurança jurídica e, principalmente, a alternância do poder. Para eles, não devemos exigir da democracia mais do que ela é capaz de oferecer.

Folha de São Paulo/Brasil Soberano e Livre




Uma luta que não é deles: Os estudantes e a greve na USP

José de Souza Martins 

A notícia do fim da greve dos funcionários da USP veio com uma ressalva. A de que poderá ser retomada após o término das férias do calendário escolar. Para quem, como eu, cresceu dentro de uma fábrica e presenciou a greve dos 300 mil, em 1957, soa estranho que alguém pare para descansar da paralisação e a ela retornar após o merecido descanso.

As greves universitárias do período pós-ditatorial fluem no cenário adverso da peculiar impotência do paredismo de classe média. Não incidem sobre atividades produtivas. Nenhuma riqueza deixa de ser criada, ninguém lamentará que alunos deixem de estudar, funcionários deixem de funcionar, professores deixem de ensinar. As perdas são invisíveis. Quem se importará com os enormes danos que bibliotecas fechadas durante meses causam a estudantes de pós-graduação que tem teses para concluir e prazos rígidos para cumprir na Universidade e nas agências de fomento que lhes concedem bolsas de estudo? Prazos que a greve não modificará. Em nossa cultura alienada, que de vários modos valoriza a ignorância, estudar não é necessariamente um bem. Para muitos é um castigo. Concretamente, ninguém perde com paralisações em setores que não produzem diretamente mais-valia, para irmos ao vocabulário que dá sentido às verdadeiras greves, as fabris. Ao contrário, são setores que vivem à custa de uma parcela da distribuição da mais-valia extorquida dos trabalhadores do setor produtivo.

As três universidades públicas paulistas são mantidas às custas de uma proporção não pequena da arrecadação do ICMS, recolhido sempre que alguém compra alguma mercadoria de alguém que não seja propriamente bandido e sonegador e que, portanto, emite nota fiscal para pagar o devido imposto. Os favelados da favela de São Remo, encravada em terreno da USP, e os favelados da favela do Jaguaré, a quatro quarteirões da Cidade Universitária, são comantenedores da Universidade de São Paulo. Quando, a duras penas, compram um quilo de feijão ou de arroz ou um litro de leite para refeição da família e das crianças, pagam parte do ICMS que mantém a Universidade e assegura à pequena burguesia que a frequenta o ensino de primeiro mundo que seus filhos nunca terão. A USP é agora mesmo anunciada como a ocupante do 10º lugar, a Unicamp do 12º e a Unesp do 36º no ranking das Universidades do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Da Cidade Universitária não se vê a favela que se espalha pelo morro do Jaguaré, no entanto tão perto, e a miséria dos exíguos barracos de chão de terra batida, com a bacia da privada encravada num canto do cômodo único, com a mesa de caixote e a cama coletiva lado a lado. De lá, porém, se vê perfeitamente o próspero cenário dos muitos carros estacionados na USP, do vai e vem dos beneficiários do ensino público gratuito, democrático e laico, da alimentação subvencionada, do transporte gratuito, das bolsas de estudo e até das moradias gratuitas para muitos. Não se trata aqui de fazer a crítica fácil a quem se deixa manipular ou arrebanhar para causas que tem sua razão. Trata-se de tentar desvendar o nó que se esconde por trás das tensões que aos poucos vão consumindo a Universidade.

A facilidade com que alunos são mobilizados para causas que não são as suas, as dos funcionários ou as dos professores, apenas sugere as peculiaridades da crise de gerações entre nós nos dias atuais. Antes da ditadura, as novas gerações tinham uma causa e uma esperança, a da definição de um projeto de nação para todos, confirmação de uma história social em andamento. Na ditadura, o projeto foi truncado e reprimido, quem o defendia foi perseguido, quem insistia foi preso, cassado, banido ou morto. A crise de gerações ganhou outro contorno, o da vítima, o da generosa disponibilidade até para dar a vida em nome do sonho de uma pátria livre e soberana, justa e democrática. Com o fim da ditadura, o sonho aparentemente acabou, perdeu conteúdos, cedeu lugar aos arranjos e conveniências de poder, à busca de privilégios corporativos. As novas gerações já não têm uma causa.

Tudo já está pré-formatado para elas pelos outros, pelos que não tendo causa própria se apossam do direito dos jovens de terem sua própria causa, suas próprias perguntas e suas próprias respostas. No afã autoritário do mando e da imposição, cada um a seu modo, professores e funcionários usurparam o que é próprio das novas gerações, que é recriar o mundo segundo seu modo de vê-lo e seu modo de querê-lo. Hoje, os estudantes dos movimentos grevistas nas universidades públicas, os dos cadeiraços, das ofensas e ameaças aos professores, querem o mundo e a sociedade ultrapassados de uma geração vencida, a geração fracassada que levou o Brasil ao abismo do mensalão e do petrolão, da Operação Lava Jato, da corrupção descarada, do poder pelo poder. Não lhes ensinaram a ver suas próprias contradições nem a reconhecer sua missão no mundo. Apenas a gritar sem falar, calar sem ouvir, espernear sem caminhar.

O Estado de São Paulo/Brasil Soberano e Livre



domingo, 24 de julho de 2016

Ensinar x Doutrinar

Fabio Florence



Pertence ao senso comum a ideia segundo a qual um ensino intelectualmente honesto deve fomentar nos alunos a aptidão para o pensamento independente dos vícios e das ideologias, ao passo que a chamada “doutrinação” consiste na imposição, pelo professor, de uma doutrina na qual ele acredita e para a qual deseja ganhar a adesão dos alunos. Sem pretender esgotar o tema, pretendo, aqui, convidar os educadores a refletirem mais a fundo sobre a prática da doutrinação para que, assim, possam melhor contribuir para a formação daqueles cujo aprendizado foi a eles confiado.

No livro “A Doutrinação”, escrito na década de 1970, o filósofo Olivier Reboul aponta dois sentidos para essa prática: a doutrinação de tipo conformista, que consiste no reforço de preconceitos já existentes na cabeça do educando, e a doutrinação de tipo sectário, marcada pelo ataque frontal aos preconceitos existentes na cabeça do educando e sua substituição por outros. Enquanto o conformismo impede que o educando elabore grandes projetos, cresça como pessoa e, assim, contribua para o bem social como um todo, o sectarismo está na raiz dos movimentos de negação radical da realidade, que frequentemente resultam em violência e grandes tragédias pessoais e/ou coletivas.

Talvez um dos grandes desafios com que se defronta o educador seja diagnosticar, na própria prática pedagógica, se seu ensino está ou não trilhando o caminho da doutrinação. Para melhor nos situarmos, sugiro tomarmos como ponto de referência alguns sintomas claros da doutrinação apontados por Reboul: fazer propaganda do partido político A ou B, impor um tipo de conhecimento que poderia ser compreendido (o famoso “porque sim”), lançar mão do argumento de autoridade quando não é o único possível, elaborar um ensino com base em preconceitos e, paralelamente, manipular fatos para que a doutrina ensinada aparente ser a única possível são indícios claros de que se está a doutrinar e não a ensinar.

Mesmo que o educador, ao olhar para essa lista, creia firmemente que não pratica nenhuma das condutas arroladas, ainda assim é possível que o faça sem saber. Acrescenta-se a isso o fato de que todo educador possui – e é legítimo que possua – suas crenças e convicções pessoais de ordem política e de valores morais e que um conjunto de aulas interessantes e atraentes podem implicar na adesão irrefletida do aluno ao ponto de vista do professor pela simples associação da opinião com a pessoa. Como, então, se resguardar desse perigo?

A resposta que proponho pode parecer um truísmo, mas, em tempos de recrudescimento ideológico e partidário como os nossos, se faz necessária: o educador deve ter a prática contínua e disciplinada do estudo, associada sempre à honestidade intelectual de expor o maior número de pontos de vista que um assunto comporta e as possíveis conseqüências que a adoção de cada um deles pode acarretar.

O caminho mais fácil para ser um professor “popular” parece ser, cada vez mais, o do sectarismo, sobretudo por este se revestir de uma aparência de coerência entre o ensinar e o agir. Com efeito, o militante político e o fanático vivem aquilo que ensinam com grande fervor, mas não cumprem sua função de educadores, que consiste, sobretudo, em abrir as portas do pensamento responsável e nunca em fechá-las.

Fabio Florence (florenceunicamp@gmail.com) é advogado, professor de Filosofia e gestor do Núcleo de História do IFE Campinas.

Escola Sem Partido



Poesia - Discurso eleitoral




O LADO OCULTO DAS DROGAS

Sheik Al-Kaparra

Texto que saiu na lista Malkhut sobre o lado espiritual do uso de drogas e o que cerca o drogado (permanecendo invisível para a maioria de nós). O texto é só a ponta do iceberg. A coisa é ainda pior, envolvendo clãs de espíritos trevosos, escravidão psíquica, blah,blah. Recomendado pra quem quer lidar com tratamento de drogados ou está pensando em experimentar drogas "só por curiosidade":

O LADO OCULTO DAS DROGAS
No contexto de tudo que escrevemos até hoje sobre o Espiritualismo "latu senso" deixamos sempre nitidamente impresso o hediondo papel das drogas tanto no mundo material quanto no mundo espiritual e assinalamos, aqui e ali, de que forma traiçoeira os alucinógenos contribuem para a conspiração oculta que se trava nos bastidores do planeta. Hoje aprofundaremos mais o tema, tentando contribuir de alguma forma para conscientizar "gregos" e "troianos" sobre o que realmente se passa não apenas no plano passível de ser captado pelos sentidos normais, mas também para além deles, o que abrirá fronteiras que para muitos parecerão fantásticas ou de pura ficção hollywoodiana.

De longa data, recuando aos tempos mais primitivos da nossa atual civilização, os alucinógenos sempre estiveram presentes e deixaram sua marca em rituais e cerimônias de cunho místico. Sempre misturada à magia incipiente dos primitivos, nós tropeçamos nesses alucinógenos, na época traduzidos em folhas, cascas de árvores, cogumelos, raízes e cipós, com a mesma freqüência com que esbarramos com o bico dos sapatos nas pedras soltas do caminho. Tribos inteiras de índios, selvagens e aborígenes de todo o mundo renderam-se ao encanto das alucinações que a Natureza lhes proporcionava através de certos elementos nativos encontrados no inocente verde das matas, na umidade das cavernas ou no árido mistério das regiões desertas.

O acesso a um mundo maravilhoso, diferente do normal, pareceu ao homem primitivo uma forma de falar com a sua Divindade particular e de conhecer, ainda que por um período efêmero de tempo, os contornos do paraíso. Os homens que dominavam essa ciência logo se tornaram respeitados e ganharam com o seu poder a obediência temerosa de seus pares. Foi o advento dos primeiros "witch-doctors", pajés ou, se quiserem, dos primeiros xamãs.

Daí em diante a escalada dos alucinógenos começou a sua trajetória nefanda, não mais como forma de inocente contato com a Divindade, mas como meio de fugir das realidades amargas da vida e ampliar o leque dos prazeres pessoais. Foi assim que, de capítulo em capítulo e de degrau em degrau, as drogas chegaram aos nossos tempos, plantando doentes quase sempre incuráveis pelas margens da estrada e cadáveres sem expressão nas bordas do seu maléfico caminho. E foi também assim que ela se tornou, no Oculto, uma das mais eficientes armas facilitadoras do mergulho do homem no abismo da corrupção moral.

A ESCALADA DAS DROGAS
O fascínio desencadeado pelo prazer que deriva de todos os tipos de drogas, desde as mais simples até as mais elaboradas, criou um pavoroso mundo de "almas penadas" ao redor do mundo e é dentro dessa fantasmagoria que vivemos nossas vidas atuais. O número de dependentes químicos aumentou em progressão geométrica e caiu como uma maldição não apenas sobre a juventude insatisfeita, mas também sobre suas famílias entontecidas por alguma coisa que não conseguiam e ainda não conseguem controlar. Por cima desse pavoroso teatro de marionetes as mais hediondas Forças Negativas tomaram corpo e passaram a controlar as rédeas morais de todas as civilizações. A natureza insidiosa dessas forças usou de uma inteligência certamente satânica para envolver não apenas a juventude, que representa os homens e mulheres de amanhã, mas os ansiosamente sedentos de Deus e que a Ele queriam chegar com a velocidade dos atuais trens-bala japoneses.

Assim, a droga infiltrou-se em filosofias e doutrinas religiosas, auxiliada em grande parte pelo depoimento literário ou pseudo-literário de alguns autores famosos, subitamente elevados à categoria de papas carismáticos. ALDOUS HUXLEY acenou com a mescalina e CASTAÑEDA com suas folhas, cipós, cogumelos e raízes. Como era de esperar, até mesmo por memória atávica, logo engrossou o número de seguidores e simpatizantes. A juventude o fez por prazer e os "místicos" por pressa, já que esse modo químico de chegar a visões astrais lhes parecia uma bela forma de queimar etapas, aparentemente dispensando-os das disciplinas e austeridades do Espiritualismo autêntico. Montaram, por assim dizer, num busca-pé junino sem saber que ele continha uma potente bomba e abandonaram as torres de lançamento do verdadeiro êxtase místico e da visão astral tranqüila que só são conhecidas por aqueles que aprenderam, a duras penas, o CAMINHO INTERNO. Pululou, então, aquilo que passou a ser conhecido por "bad trips" ou, mais popularmente, o advento do bem conhecido bode.

Chegou a década de 60 e o "faça o amor e não a guerra" veio recheada das primeiras drogas publicamente explícitas. O movimento "hippie" surgiu em todo o seu esplendor e a primeira coisa que seus protestos fizeram foi confundir amor com sexo, o que se revelava nas músicas da preferência das multidões jovens e na estonteante quantidade de bacanais musicados onde esses protestos pareciam missas negras sem altar. O fenômeno "Woodstock" foi um bom exemplo. Por outro lado, infelizmente os BEATLES não trouxeram apenas um novo tipo de rock, mas um novo e perigoso estilo de vida regido pelas drogas. Foram o seu "passe-partout".

Estávamos, então, na época da MACONHA que havia sido timidamente precedida pela ainda incipiente HEROÍNA. Nessa época os drogados só dispunham de um tipo de tratamento: a metadona. No início da década de 70 o Presidente NIXON iniciou esse combate, o que diminuiu a presença da heroína no mercado das drogas, mas não diminuiu o consumo de MACONHA e do LSD. A maconha, no entanto, considerada ainda hoje um alucinógeno fraco, apenas abria caminho para outra droga que despontava no horizonte, droga essa que faria a fortuna dos novos traficantes e seria o prelúdio de desgraças ainda maiores : as folhas de coca colhidas em imensas plantações e transformadas, por processos químicos fáceis, em cloreto de cocaína. Foi o advento do pó e suas diminutas fileiras estendidas sobre uma superfície lisa começaram a ser avidamente aspiradas por narizes sedentos de sensações novas ou diluídas em água destilada para efeitos mais rápidos por via endovenosa. Tudo o mais ficou quase, por assim dizer, fora de moda, porém, apesar disso, as drogas "antigas" ou não tão potentes continuaram servindo como vestíbulos de entrada para outras mais sofisticadas. Jimmy Hendrix, Jim Morrison e Elvis Presley foram as vítimas mais famosas, isso sem mencionar centenas de celebridades do cinema, do teatro, da televisão e das artes em geral. Nos bastidores Eric Clapton tecia loas às drogas na época, por meio da canção "Cocain" Em pouco tempo, mais adiante, México, Peru e Bolívia multiplicavam suas plantações e disso começavam a tira estrondoso lucro. Nos países altos da Cordilheira dos Andes mascar folhas de coca era e ainda é tão comum quanto mascar chiclete, já que seu uso proporciona uma forma de respirar melhor nas alturas geladas desprovidas de uma quota suficiente do oxigênio ali rarefeito. Surgiram os "barões da droga", os protagonistas dessa hedionda atividade, e nosso país, mercê de sua imensa extensão territorial de uma pífia fiscalização e de uma enorme fatia social desprovida de cultura ou de oportunidades de trabalho, mergulhou de cabeça nesse comércio e nesse consumo satânico, onde pontificam não apenas as "sardinhas" facilmente capturadas nas favelas ou zonas pobres pela nossa corrupta força policial, mas também poderosas "baleias" que se encastelam, graças ao poder do dinheiro, em altos cargos governamentais ou empresariais, tudo, afinal de contas, regido no Plano Material pela MÁFIA e no Plano Astral pelos IRMÃOS Trevosos.

Uma cruel estratégia começou, então, a tomar forma no planejamento sombrio dos alucinógenos. Antigos estupefacientes, como o ópio e a heroína, ressurgiram das cinzas e novos produtos químicos de propriedades alucinógenas mais sofisticadas, e, portanto, mais caras começaram a surgir no mercado das drogas. Países como o Afeganistão passaram a viver do lucro proporcionado pela plantação livre de papoulas das quais se extrai o ópio e proibir essas plantações seria aumentar ainda mais a pobreza daquele sofrido povo que não dispõe de qualquer indústria ou tecnologia.

Fez-se, então, como até hoje se faz, vista grossa para essas atividades condenáveis. Para os mais pobres restou a "tábua de salvação" do crack que é bem mais barato e para os mais bem dotados financeiramente as pílulas do "ecstasy" . Ficou, assim, pronto o desfile das drogas modernas e, ao som de atabaques ocultos, ela passou a conduzir uma procissão cada vez maior de drogados para a sua Praça da Apoteose particular. Hoje em dia milhares, milhões de títeres dançam no palco da droga sob a ação invisível de hediondos cordéis. São as novas e obedientes marionetes do Novo Milênio, muitos deles aliciados pelas Forças Contrárias como sentinelas avançadas da sua guerra particular.

Em pouco tempo as autoridades mundiais no tratamento de drogados perceberam um dado estatístico pavoroso e preocupante: de cada 10 viciados apenas 1 ou 2 tinham recuperação, apesar do rigor dos tratamentos. Eram, portanto, vidas perdidas, que haviam ingressado num caminho sem volta. Era como estar condenado a viver num abismo sem retorno, num mundo de falsas sombras e desesperados desejos agora já impossíveis de serem satisfeitos. E por que isto? Qual a razão desse caminho sem volta? Em quê os tratamentos falhavam? Qual o seu ponto fraco ou que elo se mostrava mais frágil em sua corrente salvadora dessas almas penadas? A resposta, ainda ignorada por muitos, é o que passamos a discorrer em seguida.

A assim chamada "desintoxicação de drogados" é o tratamento usado nas Clinicas de Recuperação para tentar trazer de volta ao mundo normal todos aqueles que entraram no mundo das drogas. É um tratamento aplicado por especialistas da Medicina e da Psicologia, em geral realizado em grupos de pacientes liderados por um monitor. É claro que ao lado das boas clínicas de recuperação, cuja bússola é a retidão de princípios e a honestidade profissional, alinham-se as clínicas oportunistas, que, a exemplo dos agentes funerários, aproveitam-se do estado de choque das famílias para delas tirar o que puderem em nome de um zelo que não possuem nem querem possuir. No entanto, seja em que classe de clínica o drogado for parar o melancólico resultado é, via de regra, aquele que apontamos linhas acima: pouquíssimos são os que conseguem se libertar do desejo de continuar usando a droga e voltam a suas vidas normais.

Qual o motivo disto?
Já por diversas vezes, em nossos artigos, temos chamado a atenção do leitor para a importância oculta da assim chamada "atmosfera pessoal", atmosfera essa que, em última análise, se resume no tipo de vibração eletromagnética que nos cerca e envolve durante as 24 horas do dia. A essa atmosfera individual alguns chamam de aura. Esse ambiente ou atmosfera pessoal tem papel de destaque em nossas vidas e, no caso dos drogados, é um golpe mortal no campo da recuperação, porque dentro dela funcionam com selvagem liberdade as leis da atração e da repulsão.

Assim, como nunca estamos sós em nossa vida normal e corriqueira, do mesmo modo o drogado nunca é um solitário em seus estados de delírio, de modo que suas más companhias não se resumem apenas nos companheiros do seu grupo de adictos, mas também nos seres, larvas, vampiros e formas astrais que o acompanham como a sombra ao corpo, presenças essas que quase o comandam por inteiro antes, durante e depois de se drogarem.

Para os que têm vidência isto não é novidade nenhuma, mas pode parecer esdrúxulo para os desprovidos desse dom. O ambiente astral dos drogados é um verdadeiro pântano pegajoso e putrefato habitado pelos piores monstros e vampiros astrais, de íncubos e súcubos, de almas ainda pesas à Terra pela droga, almas que andam em bandos como lobos famintos e em busca daquilo de que mais sentem saudade - a droga - para a qual já não possuem um suporte físico para a absorção. E eles, então, se grudam aos drogados, uns para sobreviver por muito tempo ainda na crosta, outros para reviverem suas orgias sexuais, outros ainda para vampirizar o drogado seja pela aspiração da fumaça da maconha, do vapor do álcool ou das vibrações delirantes da cocaína.

Todos esses fatores perniciosos são ignorados pelos terapeutas inocentes que não desconfiam nem de longe que além dos males físicos há todo um tumulto tenebroso em torno do drogado tumulto esse que o força inconscientemente a reincidir no vício e voltar ao estado anterior. É por isso que os tratamentos puramente terapêuticos falham tanto e são, via de regra, inócuos. Trata-se a parte material, mas ignora-se a parte espiritual.

Assim, explica-se porque o astral desgovernado tem tanta prevalência sobre o soma atingido. A soma da atmosfera individual de um drogado soma-se à de outras de seu grupo de amigos e isso aumenta o perigo pela formação de uma poderosa egrégora coletiva com uma igualmente potente força de atração.

Centenas, milhares dessas condensações astrais de baixa vibração acompanham os drogados que, dentro dessa nuvem infame, são capazes de qualquer coisa, inclusive de roubar ou matar para obter mais um "tapa". É uma atmosfera semelhante àquela que domina, infelizmente para sempre, as famosas Casas de Ópio da China, onde essa droga é oficialmente permitida.

É de todo conveniente que os leitores percebam por si mesmos que os efeitos das drogas conduzem à mudança de comportamento da vítima, ao sexo desenfreado e a tudo que possa aumentar o prazer sensorial. O que o drogado procura é o prazer puro e livre de quaisquer peias, nada existindo dentro desse contexto que obedeça a qualquer norma moral. Dentro do mundo do drogado tudo é possível e tudo é permitido. O envolvimento astral que o rodeia possui todas as cores de baixa vibração cromática visíveis e invisíveis a olho nu e cada uma dessas cores tenebrosas atrai uma determinada falange de seres horripilantes, de larvas perniciosas e de viciados sem corpo que ainda perambulam pela crosta do planeta. A vidência treinada consegue ver este quadro dantesco, mas não o suporta por muito tempo, já que essas vibrações negativas excitam em demasia o chakra que se superpõe ao plexo solar, gerando pesada dor estomacal. É, na verdade, um outro mundo paralelo ao nosso, ligado ao nosso, parecido com o nosso, mas que é tão pestilento quanto uma epidemia de cólera. Ali predominam o vermelho, o verde-lodo e o roxo profundo. Percebe-se, além dos cheiros característicos do álcool e da maconha, múltiplos miasmas de putrefata origem que se originam nas covas recentemente recheadas de cadáveres novos em processo de desintegração recente.

A mudança da personalidade do drogado é uma das pistas mais seguras dessa verdadeira obsessão astral. Todos a percebem e todos a lamentam. Os pais entram em desespero e desconhecem seus próprios filhos. Aquelas pessoas nem parecem mais o que foram. São criaturas possessas e capazes de tudo para obter o que querem por sugestão não apenas física, mas astral. São, portanto, seres humanos a quem só resta uma alternativa diante de um tratamento clínico que não funciona: o exorcismo!

Estamos escrevendo na metade do ano 2002 e ainda se acha recente em nossa memória o enredo da novela global O CLONE, onde a autora, Glória Perez, prestou inestimável serviço à sociedade, fornecendo aos telespectadores a imagem viva do comportamento modificado dos drogados e o desespero de seus pais no sentido de recuperá-los diante de cuidados clínicos que quase nunca surtem efeito. O que este artigo pretende, evidentemente sem a mesma amplitude social, é chamar a atenção dos leitores para esse perigoso lado oculto das drogas que, via de regra, passa despercebido à maioria das pessoas, principalmente àquelas que não acreditam "nessas coisas", como elas costumam dizer quando acham que Deus não existe e que a vida termina no cemitério.

O valor coadjuvante da droga sempre esteve presente nos rituais e cerimônias do Satanismo antigo. E o mundo atual dos drogados, guardadas as proporções, é quase uma cópia Xerox do que ocorria naqueles tempos tão recuados, onde amontoados de corpos alucinados pela beladona praticavam sexo em grupo diante do altar satânico, tinham delírios de voar pelo espaço ou penetravam enganosas regiões do Baixo Astral dotadas de um falso esplendor, onde faziam contato com entidades trevosas disfarçadas de seres de luz. Ainda hoje esse processo enganoso em nada mudou e os adeptos da via química ignoram isso ou ainda não acordaram para este fato tenebroso.

Assim, não nos cansamos de repetir que não se deve brincar de turismo no Plano Astral, até porque a saída do corpo busca fins bem mais nobres do que esse "inocente" passeio. Quando o drogado afirma para seus companheiros que "vai viajar" ou que fez uma viagem legal ele realmente diz a verdade, mas o seu turismo irresponsável pode ser o começo de um caminho sem volta e o início de uma poderosa escravidão aos IRMÃOS
Trevosos que comandam esse festival em seus castelos e fortalezas sombrias.

Por fim e com todo o respeito afirmo, sem rebuços, a todos os adeptos místicos da via química, os quais são muito mais numerosos do que se pensa, que tomem ciência das advertências aqui colocadas e recuem enquanto é tempo, saindo dessa perigosa estrada e partindo para o verdadeiro caminho que leva ao Astral Superior. É um caminho duro, admitimos, mas é um caminho limpo, cujas austeridades e disciplinas só bem trarão a seus praticantes, assegurando um contato mais firme e mais limpo com seus verdadeiros Superiores.

O lado oculto da droga é um poço sem fundo e em suas paredes há um sofrimento indescritível nelas colado. É preciso libertar os irmãos que se encontram nesse poço através das terapias corretas e essas terapias são a clínica e a espiritual. As duas têm de funcionar juntas e em paralelo para que as chances de salvamento fujam das magras estatísticas a que temos tido acesso através da própria Medicina.

Os que puderem fazê-lo unam suas forças e preparem-se para uma das mais cruéis batalhas de que já tiveram notícia. Isso, no entanto, não os deve intimidar. Muito pelo contrário, deve ser um estímulo a mais para que arregacem as mangas e se ponham a praticar um dos mais importantes serviços desencadeados em benefício de todos os nossos irmãos que se deixaram arrastar por esse turbilhão enganoso. Essa é, sem dúvida, uma maravilhosa forma de CARIDADE e dela não nos devemos furtar sempre que convidados a participar. Unamos as nossas forças para esse nobre objetivo, já que, para além do Umbral, as forças contrárias já estão há muito tempo unidas para fazer novos e mais numerosos adeptos. Tirar, pelo menos, alguns de nossos irmãos das garras desses monstros invisíveis constitui uma atividade urgente e inadiável para todos aqueles que, ao invés de qualquer "ismo" pregado ao peito, ali só deixam visível a palavra AMOR.

Verdade Mundial




sábado, 23 de julho de 2016

20 estados e DF sobem ICMS no país; veja quais impostos aumentaram

Taís Laporta
(*)

Com cofres vazios, estados e capitais elevaram alíquotas de tributos.
Governo federal elevou IPI e acabou com isenção de remessas ao exterior.

A inflação não será a única vilã do bolso dos contribuintes em 2016. Com perdas na arrecadação, o governo federal e a maior parte dos estados e capitais elevaram seus principais tributos, de acordo com levantamento realizado pelo G1.

A pesquisa considerou apenas as elevações de alíquotas – o percentual usado para calcular quanto o contribuinte vai pagar de imposto sobre o valor, em reais, de determinado produto, serviço ou bem.

Veja os impostos que subiram ou vão subir e o fim de benefícios fiscais em todo o Brasil:

FEDERAIS
Em vigor

Fim da isenção sobre remessas ao exterior
No início deste ano, deixou de valer a isenção que existia no Imposto de Renda cobrado de remessas pessoais ao exterior, como as transferências de agências de turismo para hotéis e pagamentos com educação, como intercâmbio. A alíquota passou a ser de 25%.

IPI sobre eletrônicos
No dia 1º, a presidente sancionou uma lei que suspende a isenção – concedida por dez anos – de algumas tarifas a computadores, smartphones, notebooks, tablets, modens e roteadores. O texto prevê o pagamento de alíquota cheia de PIS e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para os itens de informática a partir deste mês, durante todo o ano de 2016.

IPI sobre bebidas
No dia 1º, a presidente sancionou uma lei que eleva o IPI cobrado sobre as bebidasquentes, que passará a ser calculado com uma alíquota sobre o preço de cada produto. Isso significa que uma garrafa de bebida mais cara vai pagar um imposto maior, proporcional ao seu valor. Antes da nova lei, era cobrado uma taxa fixa por determinada quantidade produzida de um tipo de bebida, independentemente do seu valor.
Para uma garrafa de 750 ml de vinho de mesa, por exemplo, era cobrada taxa fixa de R$ 0,73. Na nova regra, o imposto será de 10% do preço. Uma garrafa de vinho de R$ 80 passa a pagar imposto de R$ 8 (10% de seu valor). Esta taxa para bebidas quentes varia de 10% a 30%. Ele passa de 25% a 30% para aguardentes e de 30% para uísque e vodca.

Redução do Reintegra
Desde dezembro, o governo praticamente eliminou o benefício para exportadores concedido por meio do chamado Reintegra – programa do governo que "devolve" aos empresários uma parte do valor exportado em produtos manufaturados por meio de créditos do PIS e Cofins. A alíquota de ressarcimento foi baixada de 1% para 0,1% em 2016. A partir de 2017, a alíquota sobe para 2% e, em 2018, avança para 3%.

Em andamento
IR sobre ganho de capital
O governo propôs em setembro, dentro do pacote de medidas fiscais, criar uma alíquota progressiva do Imposto de Renda cobrado sobre o ganho de capital na venda de bens e direitos como imóveis. Atualmente, a tributação é de 15%. A proposta prevê alíquota de 15% para ganho de até R$ 1 milhão; 20% para entre R$ 1 milhão a R$ 5 milhões; 25%, de R$ 5 milhões a R$ 20 milhões; 30%, acima de R$ 20 milhões – R$ 1,1 bilhão. A MP 692 tramita na Câmara e prevê um impacto de R$ 1,8 bilhão.

Retorno da CPMF
A Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) foi um imposto que existiu até 2007 para cobrir gastos do governo federal com projetos de saúde. Agora, o governo propõe cobrar uma alíquota sobre todas as transações bancárias de pessoas físicas e empresas para ajudar a cobrir o rombo da Previdência Social. A proposta ainda precisa ser enviada ao Congresso Nacional para votação. O Orçamento de 2016 traz uma previsão de R$ 10,3 bilhões de arrecadação de CPMF para 2016.

IR de juros sobre capital próprio
À espera por votação no Congresso, a Medida Provisória 694 enviada pelo governo em setembro eleva de 15% para 18% a alíquota do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) aplicado aos juros sobre o capital próprio (JSCP), distribuído entre os sócios ou acionistas de empresa que aplicaram dinheiro no negócio. A MP 694 ainda não foi analisada pela Câmara e o Senado.

Sem contar os ESTADUAIS e MUNICIPAIS.

G1 - São Paulo

(*)Comentário do blog:  baixar despesas diminuindo o empreguismo ? Nem pensar. Diminuir as benesses que gozam todos políticos, um verdadeiro escândalo ? Nem pensar.
O negócio é meter a mão no bolso do cidadão e de suas empresas. Aumenta o desemprego ? Com este eles só estão preocupados pela diminuição da atividade econômica e conseqüente queda na arrecadação. Pelo que essas famílias passam, eles não estão nem aí. O deles está garantido e se não estiver, aumentam-se os impostos.
Sem uma Intervenção Cívica Constitucional não haverá conserto. Esses políticos e suas grandes famílias de parasitas encostados no setor público nada farão. Fato.(MBF).

1.Militares da reserva, que possuem homens cultos, patriotas e conhecedores dos nossos problemas, apoiados pelas FFAA, assumem o Poder Executivo, escolhendo entre si um líder, sem interferência de civis.
2.Extinguem todos partidos políticos formados e os em trâmitação.
3.Cassam os direitos de todos políticos com mandato, em todo país, ficando as Casas Legislativas fechadas até que a Justiça Eleitoral organize a Assembléia Nacional Instituinte Exclusiva. Trabalho com prazo determinado.
3.1.Nomeiam os Ministros de Estado do Poder Executivo, não mais de 14.
3.2.Nomeiam os governadores e seus Secretários, não mais de 14.
3.3.Nomeiam os Prefeitos e seus Secretários, não mais de 14.
Único. Todos atuarão exercendo ativamente suas funções, não obstante transitórias.
4.Os políticos cassados e com ficha suja passam à ser julgados imediatamente pelos órgãos competentes, estritamente dentro das Leis vigentes. Caso os julgadores façam corpo mole como até agora, serão aposentados incontinenti e nomeados outros. Os aposentados estarão proibidos de voltar ao serviço público, seja via eleição ou concurso.
5.Revisão imediata da função e necessidade de permanecer no serviço público, em todas esferas, os concursados que detestam trabalhar e os não concursados sem capacidade e sem trabalho.  
6.Para as eleições da A.N.I.E., serão aceitos todos cidadãos com ficha limpa, mesmo os atuais políticos cassados, apenas que todos como candidatos independentes e aprovados na Prova de Qualificação aplicada pela Justiça Eleitoral. Partidos políticos: extintos e proibida a formação de novos.
Único. Os que participarem da A.N.I.E. não poderão se candidatar para as eleições que se darão logo após o término da Assembléia, as quais concederão mandato de 5 anos para os novos eleitos.
7.Uma vez apuradas e confirmadas as apurações da eleição, os governos de transição à nível federal, estadual e municipal, transmitirão para os novos eleitos seus cargos.



Encarar a tarefa da Previdência

Míriam Leitão
(*)

A previdência dos funcionários do Rio teve um déficit de R$ 12 bilhões; a de São Paulo, R$ 18 bi; a do Rio Grande do Sul, R$ 8 bi; e a do Espírito Santo, R$ 1,4 bi. Esses números mostram, segundo o governador Paulo Hartung, que é fundamental fazer a reforma dos sistemas estaduais de previdência. Hartung, que foi contra o acordo da dívida com a União, acha que agora é hora das contrapartidas.

Ele diz que o acordo da dívida só beneficiou os grandes estados, que eram mais endividados, o que ele acha uma injustiça e uma “pedagogia nada bacana”:

— É insignificante a economia que vamos fazer em relação às despesas que eu administro. O que resta de positivo no acordo da dívida são as contrapartidas, por isso precisamos que o Congresso as aprove. No fundo, esse acordo não deveria ter sido reaberto, porque foi feito no governo Fernando Henrique em condições vantajosas para os estados. Alguns usam a palavra agiotagem. Não é verdade. O que acontece é que os juros são altos no país pela desordem nas contas públicas. No dia em que tivermos equilíbrio nas contas, teremos juros baixos e sustentáveis.

O governador capixaba disse, na entrevista que me concedeu na Globonews, que o problema principal dos estados é a folha de pagamento crescendo em descompasso com a arrecadação. E dentro da folha, o maior problema é dos inativos:

— Precisamos encarar esse problema. Nesse momento de dificuldade, de crise, em que o país está na beirada do barranco, literalmente, precisamos de um diálogo franco com a população para explicar que o problema que aconteceu na Grécia não está distante de nós. O Rio está vivendo isso: de aposentados não receberem. Não adianta apenas ter direitos e ficar na porta do banco sem recebê-los. Por isso, precisamos reformar a previdência. O Brasil está numa situação delicadíssima e não podemos esconder isso da população. E nesta hora difícil é o momento de fazer as coisas. Eu aprendi que com vento favorável as mudanças necessárias não são implementadas.

Ele acha que o país precisa de uma agenda que comece com a reorganização das contas públicas nacionais, geração de emprego, educação básica de qualidade para os jovens:

— As reformas não são impopulares, porque vão melhorar a vida do povo.

Ele disse que é preciso aprender que o intervencionismo do governo sempre dará errado:

— Quando o governo tenta fazer o PIB andar com intervencionismo, no momento seguinte o país quebra e gera essa tristeza que estamos vivendo. Já experimentamos isso na ditadura e agora na democracia. Que fique como aprendizagem para o país: governo não faz PIB, faz ambiente de negócios.

Paulo Hartung é elogiado como exemplo de gestor. E tem um currículo que mostra isso. Antes da entrevista, contudo, recebi uma nota técnica do ex-governador Renato Casagrande dizendo que Hartung elevou mais a folha salarial, nos dois mandatos, do que ele, Casagrande, fez no governo passado.

Hartung explicou que quando assumiu, no primeiro mandato, encontrou uma máquina desestruturada. Um dos trabalhos foi contratar mais funcionários:

— Havia setores que não pagavam impostos, como o de combustíveis e lubrificantes. Ao reorganizar a máquina fazendária do estado, a receita cresceu muito. Contratei porque o estado estava sucateado. Aumentei o gasto com a folha de acordo com o aumento da receita e sem contar a arrecadação do petróleo. Quando entreguei o governo, o estado estava numa posição invejável. Tínhamos uma capacidade de investimento com recursos próprios de 16% da receita, a maior do Brasil. Tínhamos poupança de mais de R$ 1 bilhão em caixa, livre das despesas correntes.

Segundo ele, quando voltou ao governo a capacidade de investimento havia desaparecido e os investimentos eram feitos com operação de crédito. Ele pediu o Orçamento de volta e negociou com todos os poderes uma redução da receita e das despesas:

— A receita orçada bateu com a receita arrecadada, pagamos todas as contas de 2015 em dia e viramos o ano com superávit.

Admite que neste ano está tão difícil, pela queda da arrecadação, que só cabe a ele “trabalhar e rezar”.

O Globo/Brasil Soberano e Livre


(*)Comentário do blog:  de vez em quando algum político fala a verdade.(MBF).


sexta-feira, 22 de julho de 2016

Temer aproveita 'recesso branco' para acelerar nomeações no 2º escalão

Filipe Matoso
(*)

Ordem é garantir apoio dos partidos na volta dos trabalhos do Congresso.
Com aval do PMDB, novo presidente de Furnas deve sair em breve.
Com o objetivo de garantir o apoio dos partidos aliados e a unidade da base no Congresso Nacional, o Palácio do Planalto tem aproveitado o “recesso branco” na Câmara e no Senado para encaminhar as nomeações do chamado “segundo escalão” do governo, do qual fazem parte os cargos de chefia em empresas estatais, departamentos e órgãos vinculados a ministérios.

Segundo relatos de interlocutores da Presidência, nos últimos dias, a ordem interna tem sido “acelerar” as publicações no “Diário Oficial da União”. A intenção é que, com isso, logo que o Legislativo retomar os trabalhos, em agosto, a base aliada já esteja contemplada.

Como uma das formas de conseguir apoio de deputados e senadores em votações no plenário e nas comissões, o governo negocia com os partidos políticos e lideranças de bancadas as indicações para o segundo escalão.
Frequentemente, os responsáveis pela articulação política – Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) – são procurados por parlamentares, que levam a eles os nomes escolhidos pelas bancadas.

Para os próximos dias, por exemplo, dizem assessores do governo, é esperada a nomeação do novo presidente de Furnas. O mais cotado no Planalto é Ricardo Medeiros, atual diretor de Operação e Manutenção da empresa, e que conta com o aval do PMDB.

No caso de Itaipu, o governo diz que a indicação cabe ao DEM e que ainda espera uma definição do partido sobre o nome para comandar a estatal.
Enquanto isso, no Banco do Nordeste, afirmam interlocutores do Planalto, deverá ser confirmada até a semana que vem a permanência do atual presidente, Marcos Holanda, indicado pelo PMDB. Na Eletronorte, relatam assessores, ainda não há definição – a indicação também será do PMDB.
Para chefiar a Eletrobras, o governo já escolheu Wilson Ferreira Jr, que presidiu a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). A nomeação dele, no entanto, ainda depende da assembleia geral de acionistas da empresa, marcada para o dia 22, que elegerá o novo Conselho de Administração da estatal.

Publicações
Nos últimos dias, o governo publicou, no “Diário Oficial”, diversas nomeações no segundo e no terceiro escalões do governo.
Foram confirmados, por exemplo, o novo diretor-geral da Imprensa Nacional, Pedro Ataíde; a nova presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Kênia Marcelino; e o novo chefe da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Marcelo José Almeida das Neves.

Articulador político
Um dos responsáveis pela interlocução do governo com o Congresso Nacional e pela articulação política do Palácio do Planalto, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, embarcou nesta quarta-feira (20) para Salvador (BA), onde ficará até o fim da próxima semana com a família.

Segundo auxiliares de Geddel, o ministro deixou as nomeações do segundo e do terceiro escalões “encaminhadas” para que a Casa Civil desse o aval para as publicações.

Conforme relatos, o peemedebista “garantiu a composição política” dessas indicações, após consenso com políticos aliados.

G1 – Brasília

(*)Comentário do blog:  enquanto nossos políticos forem eleitos por um sistema eleitoral que lhes permite representar apenas seus interesses pessoais, não há como melhorar a situação do país.
Votam apenas pensando no seu futuro político e no seu bolso. A grande mentira da nossa democracia é que eles nos representam, nós que os colocamos lá, seus eleitores.
A culpa NÃO é do eleitor e sim do sistema político, pois vote em quem votar, a grande maioria dos eleitos só se preocupa por si.
É mais fácil acertar na loteria do que num político que represente verdadeiramente seus eleitores. Aliás, esse dificilmente se reelege.