Martim Berto Fuchs
Quem
acompanha este blog sabe que defendo o fim dos partidos políticos, por não
passarem, pelo menos no Brasil, de organizações criminosas.
Mesmo
quando os três principais partidos eram mais definidos – PSD, UDN, PTB -, sendo
o PSD o guarda-chuva das oligarquias, a UDN dos liberais, e o PTB era onde se
abrigavam os sindicatos laborais, grande parte dos funcionários públicos e
pequena parcela dos trabalhadores da iniciativa privada, estes partidos já
tinham vícios de origem.
O PSD e
o PTB foram criados pelo ditador Getúlio Vargas ao fim de seus 15 anos de poder
absoluto, para congregar as forças que o apoiavam e apoiariam num futuro
próximo, e a UDN formou-se como uma colcha de retalhos à combater o varguismo,
onde até os socialistas, inicialmente, estavam abrigados. Ideologia mesmo quem tinha
era o PCB, claramente definido como contrário à democracia e à iniciativa
privada, organização esta financiada pela extinta URSS, o que claramente já exigiria
sua permanência na clandestinidade.
Com
todas mudanças que os partidos políticos já tiveram desde o Império, um aspecto
sempre ficou claro: pessoas com pensamentos afins continuaram agrupadas em
torno dos novos partidos formados, apenas com novos nomes, mas com os velhos
vícios. As oligarquias se mantiveram juntas, assim como os liberais e
empregados públicos.
O povo
mesmo, a grande maioria, nunca teve seus interesses representados, pois os
partidos políticos no Brasil representam apenas os interesses de seus donos e seus grupos. A
maioria do povo navega, inconscientemente, nas ondas formadas pela atuação das
três grandes correntes que exploram o Estado.
A
corrente que representa o funcionalismo público, acaba de detonar um petardo na
figura do nosso atual Presidente, apenas porque ele teve a ousadia de tentar
diminuir as regalias que esse pessoal sempre desfrutou. Não admitem perder seus
incontáveis privilégios, pouco importando que empresas privadas quebrem, que
mais alguns milhões de trabalhadores –aqueles que efetivamente trabalham -
percam seus empregos, e que a dívida pública se multiplique. A única coisa que
os motiva é não perder suas regalias, pois seus empregos sem trabalho nem foram
ameaçados.
A
corrente que representa os antigos donos das sesmarias, estão mais perdidos que
cego em tiroteio, não sabendo para que lado correr para se proteger, para
defender seus interesses.
A
corrente que representa o liberalismo, aqueles empresários que capitalizam o
lucro e socializam o prejuízo de suas relações espúrias com o poder, todos
sempre no comando das Associações Industrial e Comercial, das Federações e das
Confederações, estão assustados, pois poderão ter que se endividar mais ainda,
ou repassar suas empresas, muitas já de fachada, para seus sócios estrangeiros,
e ter que esperar a poeira baixar para fazer novas investidas nos cofres da
União. Mal, nenhum deles vai ficar. Esse “privilégio” eles deixam para os
empresários que não participam dos jantares em Palácio, junto aos políticos por
eles financiados.
Para
mudarmos o Brasil, à partir do caos que esses irresponsáveis o colocaram,
precisamos de democracia, de uma República verdadeiramente Democrática, mas não de partidos
políticos.
Para
isto, bastariam os Movimentos, que dispensam todo aparato, toda estrutura de
que se revestem os partidos, com seu custo óbvio. Movimentos também podem abrigar
os mesmos pensamentos que dominam nossos partidos, mas a custo zero, e sem o poder de influir sobre os eleitos, hoje
exercido pelos partidos.
Que haja
tantos Movimentos quantas idéias diferentes houverem, mas não serão sustentados
pelo dinheiro cobrado da população – Impostos - e sempre utilizados para
sustentar a máquina pública como fim em si mesmo, onde se incluem os partidos.
Para o
Brasil se tornar potência econômica e atender com justiça suas necessidades no
campo social, precisa abandonar de vez a distinção de classes que o separa: uma
classe com todos privilégios, e que se mantém às custas do Estado. Outra, a que
sustenta o Estado.
O pouco
que se estava conseguindo neste sentido e nas atuais circunstâncias, o petardo montado
nas oficinas da Procuradoria Geral da República e disparado pelo dr. Janot, detonou.
A
irresponsabilidade da classe privilegiada, até momento, nos colocou em situação de salve-se
quem puder.
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