Martim Berto Fuchs
Os
nossos cortesãos já estão a todo vapor para manter suas sinecuras. Na iminência
do atual reizinho ter que abandonar o trono, estão discutindo o nome do
substituto.
Na época
que a transição se dava em família, eles apenas ficavam fofoqueando na Corte,
pois não interferiam na escolha do novo rei. Depois que passamos de Monarquia
Constitucional para Republicana, com o descarte puro e simples da dinastia Orléans
e Bragança na sucessão (1889), são os cortesãos que determinam entre si, nem
sempre pacificamente, quem será apresentado aos otários de sempre, nós os
eleitores, para ser referendado como tendo sido escolhido “democraticamente”
pelo povo, ou por seus “representantes”.
Como
esse referendo - que eles chamam de eleição - já se deu em 2014, e como dos dois
que nos foram impostos um já foi e o outro está indo, a Corte precisa
escolher um novo nome para ocupar o trono até outubro do ano que vem.
O último
grupo a ter acesso à Corte (2002), os boilivariasnos - defenestrados após
retumbante fracasso em manter o caixa do Tesouro Nacional abastecido para
atender ao luxo e ócio a que estavam todos acostumados-, já avisaram, como de
hábito, de que se não puderem ter exclusividade na roubalheira, ou pelo menos
comandá-la, não participarão do conchavo para escolha dum reizinho para mandato
tampão.
Os
outros dois grupos, um, descendente da “nobreza”, que ocupa os postos mais
proeminentes da burocracia palaciana, e o outro, que representa os
“empresários” da Corte, aqueles que privatizam os lucros e socializam os
prejuízos, dão como certo que sairá dos seus grupos um cortesão para assinar os
decretos reais até outubro de 2018.
Um nome
que já desponta é o do Sr. Nelson Jobin. Não obstante ser um adulterador
notório da Constituição de 1988, é quem sabe, por isto mesmo, o nome certo para
o momento em que eles discutem entre si as reformas necessárias para garantir
dinheiro no cofre.
Com o
caixa zerado, pior, negativo, após o descalabro que os boilivariasnos, com o
pouco tempo em que tiveram com a chave do cofre nas mãos, aprontaram, precisam
de um refinado diplomata na Corte, com trânsito entre os três grupos que a
compõe, para tentar o apoio necessário para reequilibrar as finanças e
continuar sustentado cada um sua grande família: cabos eleitorais, parentes,
amantes e amigos.
O povo ?
O povo é só um detalhe, como já dizia alhures uma das cabeças premiadas da
Corte. O que eles não aceitam, e para isto partem para o quebra-quebra, é que
se altere a separação em duas classes, castas,
que compõe a sociedade brasileira: a primeira, abrigada sob o guarda-chuva do
Estado, indemissível, nem que a cada caia, e a segunda, material humano
descartável, e que serve para sustentar o luxo e o ócio da primeira.
É desta
gente, dos cortesãos, que nossos jornalistas e formadores de opinião, em sua
maioria, espera a solução.
É o
Brasil no piloto automático. Não mudam a marcha desde 1808.
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