quinta-feira, 25 de maio de 2017

Os Dias são assim: Corruptos, Injustos e Temerários

Jorge Serrão 

Brasileiros de todas as classes, variadas ideologias e diferentes graus de instrução constatam, facilmente, que o Brasil sobrevive sob regime de uma ilegítima Ditadura do Crime Institucionalizado. A Oclocracia (governo dos bandidos) é causa e conseqüência de um defeito estrutural. A máquina estatal, na União, Estados e Municípios e nos três poderes republicanos, sustenta um mecanismo que promove ações delitivas entre criminosos de toda espécie e servidores públicos.

A corrupção, violência e violação de direitos básicos são viabilizados pela insegurança jurídica (facilitada pelo regramento excessivo) e pela impunidade gerada por um sistema judiciário que cumpre péssima e lentamente seu papel moderador. O fundamental é compreender que todos esses defeitos e vícios institucionais são causados pelo modelo Capimunista Rentista, improdutivo, no qual a máquina estatal e seus parceiros (ou comparsas) se servem da sociedade, explorando-a ao limite do inaceitável e do insuportável.

Os escândalos do Mensalão e da Lava Jato expuseram as entranhas corruptas do mecanismo estatal brasileiro. Deixaram claro que o Brasil precisa sofrer mudanças estruturais profundas. O aprofundamento do combate à corrupção (que às vezes parece um enxugamento de gelo) chamou a atenção para um problema que só tem solução com uma cirúrgica Intervenção Institucional a ser promovida pela legitimidade constitucional do cidadão – e não por golpistas oportunistas. As pessoas e empresas são sistematicamente violentadas por ações, omissões e abusos de autoridade promovidos pela associação criminosa entre os poderes estatais e econômicos. Tudo feito com suposto “amparo legal” – interpretado cínica e pragmaticamente por idiotas ou bandidos profissionais (geralmente vaidosos políticos, empresários e servidores públicos).

Nesse cenário de desrespeito ou interpretação cínica do regramento em excesso ocorre um fenômeno assustador. Uma lei invalida a outra e ainda permite infindáveis recursos. Isto serve para garantir a impunidade ou para facilitar o rigor seletivo contra os “inimigos de ocasião” (cidadãos ou empresas). Desenhando claramente o caos institucional, até o desejável combate à corrupção acaba passando ao largo dos princípios básicos de Justiça. O Ministério Público e o Judiciário falham no cumprimento de seu papel institucional. Mais grave é que, em vez de assegurar o equilíbrio e a moderação dos conflitos na sociedade, ambos acabam legitimando as práticas delitivas e os diferentes abusos cometidos pelos aparelhos repressivos da máquina estatal. Isto é assustador e imperdoável.

Eis um fato gravíssimo que merece todo repúdio. O Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria Geral da República obraram na Constituição ao divulgar gravações telefônicas fora do contexto das investigações da Lava Jato. O jornalista Reinaldo Azevedo, que tem sigilo de fonte garantido pela Carta Magna, foi vítima de tal ilegalidade. De que adianta a presidente do STF, Cármen Lúcia, soltar uma nota oficial reiterando que o Supremo tem jurisprudência sobre tal direito, se a mais alta esfera judiciária brasileira foi a responsável máxima por descumprir a regra? Outra pergunta idiota: quem vai punir o STF ou a PGR por tal “deslize”? O Chapolim Colorado?

Temos de acabar com a hegemonia da Superestrutura Criminosa. A Intervenção Institucional é imprescindível para o Brasil implantar o Capitalismo Produtivo, rompendo com o Capimunismo Rentista e sua máquina de violentar brasileiros. O País precisa do debate e formulação de um Projeto Estratégico de Nação, a partir dos princípios Federalistas. Tudo será viabilizado a partir de um enxugamento legal, na transparência e fiscalização direta da coisa pública pelo cidadão-eleitor que escolherá seus representantes pelo voto distrital – que pode até ser eletrônico, porém com possibilidade de impressão para conferência e recontagem.

Outro ponto fundamental é o Imposto Justo (e não os 92 impostos, taxas, contribuições e multas em vigor). Temos de viabilizar recursos públicos para o investimento fortíssimo em Educação (a base de tudo), Saúde e Segurança, junto com investimentos em infraestrutura a serem tocados pela iniciativa privada (livre da jagunçagem fiscal que é fonte geradora de favores e muita corrupção nas relações incestuosas forçadas entre o setor produtivo e o setor público.   

Os dias do brasileiro não podem mais ser corruptos e temerários. Intervenção Democrática, já! O Crime Institucionalizado não pode dar mais golpes no cidadão Honesto. É preciso encerrar as atividades das “fábricas de bandidos” – desde os “pés-de-chinelo” até os do “colarinho branco”. A guerra de todos contra todos facilitará a operação de autolimpeza institucional. É fundamental ter fé e fazer pressão contra os corruptos, sem trégua. A responsabilidade é de cada um de nós.

O momento exige uma intervenção imediata. O Brasil não pode ficar refém de sucessivos ocupantes da Presidência da República que perderam a legitimidade e desmoralizam o País em função de denúncias de participação ou conivência com o Crime Institucionalizado. Nossos dias não podem continuar assim... Ou, então, mergulharemos na barbárie institucional.


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