BBC-Brasil
(*)
A China quer ampliar sua influência
mundial através de um colossal e dispendioso plano de infraestrutura.
"Esperamos
desencadear novas forças econômicas para o crescimento global, construir novas
plataformas para o desenvolvimento mundial e reequilibrar a globalização para
que a humanidade chegue mais perto de uma comunidade de destino comum",
disse o presidente chinês, Xi Jinping, ao abrir, na semana passada, um fórum
internacional sobre o projeto, batizado de Nova Rota da Seda.
O fórum
contou com a participação de cerca de 30 líderes mundiais, entre eles os
presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, da
Argentina, Maurício Macri, e do Chile, Michelle Bachelet.
A ideia
da Nova Rota da Seda - com nome inspirado na antiga rota comercial que ligou o
Oriente e o Ocidente há dois mil anos - é melhorar conexões comerciais entre
Ásia e Europa e Ásia e o leste da África, promovendo desenvolvimento, com a
construção ou expansão de redes de ferrovia de alta velocidade, gasodutos,
oleodutos, portos e centros logísticos.
"É
um esforço ambicioso sem precedentes", disse, por sua vez, o presidente do
Banco Mundial, Jim Yong Kim, sobre o plano com o qual a China pretende
"sacudir" a ordem econômica mundial.
O investimento total
chega a US$ 900 bilhões (R$ 2,9 trilhões).
Ainda
que, em teoria, o objetivo do projeto é aumentar a integração econômica entre
Europa, Ásia e África, críticos em países ocidentais acreditam que o governo
chinês busca, na verdade, expandir sua influência para o campo geopolítico.
Segundo
a analista para assuntos chineses da BBC Carrie Gracie, tanto os oleodutos e
gasodutos que atravessam a Ásia Central, como os portos do Paquistão e Sri
Lanka, no Oceano Índico, poderiam servir para fins militares no futuro.
Abaixo,
apresentamos cinco grandes obras que fazem parte da Rota da Seda.
1. Transporte de mercadorias
China-Europa
O
presidente da China, Xi Jinping, anunciou uma nova injeção de US$70 bilhões
para o projeto
Atualmente,
a China já opera cerca de 20 linhas de trem de carga que ligam o país a cidades
europeias como Londres, Madri, Roterdã ou Varsóvia. A rota China-Madri funciona
há mais de um ano e é o mais extenso serviço ferroviário do mundo.
Agora, o
objetivo do governo de Xi Jinping é otimizar esta rede e torná-la uma
alternativa mais rápida - embora mais dispendiosa - ao tradicional transporte
marítimo de produtos chineses.
As obras
do novo trem de alta velocidade, que unirá os sete mil quilômetros de Pequim a
Moscou, devem terminar em 2025, segundo a companhia estatal russa OAO Russian
Railways. Ela reduzirá o tempo de viagem, de cinco dias, para 30 horas.
Por trás
desta grande iniciativa, está a intenção da China de se consolidar como uma
potência comercial global, comenta Carrie Gracie.
Custo:
US$ 242 bilhões
2. Rede de trens na Ásia
A China
e o Japão competiram durante meses pelo projeto da primeira ferrovia de alta
velocidade da Indonésia, que unirá a capital Jacarta com a cidade de Bandung,
na ilha de Java
Nesta
seção, há dois grandes projetos futuros:
A Rede Pan-asiática
A China
planeja conectar a cidade de Kunming, situada no sul do país, com Vientiane, a
capital do país vizinho Laos, e com a rede ferroviária de Mianmar.
Assim
que esta e outras obras semelhantes previstas em Tailândia, Camboja e Vietnã
estiverem concluídas, estará formada uma rede pan-asiática ligando a China ao
Sudeste asiático.
Custo:
US$ 7 bilhões (apenas o trem de alta velocidade entre Kunming e Vientiane)
Alta velocidade na Indonésia
A
ferrovia Jacarta-Bandung será o primeiro trem de alta velocidade da Indonésia e
ajudará a melhorar o transporte público entre a capital do arquipélago e um dos
principais centros econômicos de Java.
Embora
várias empresas japonesas também aspirassem ganhar o projeto, o governo
indonésio acabou preferindo as empresas chinesas.
Custo:
US$ 5,9 bilhões
3. Corredor China-Paquistão
Aproveitando
que o vizinho Paquistão é um de seus aliados históricos, a China investirá no
país e ajudará no desenvolvimento do porto de Gwadar, no Mar Árabe.
A ideia de
ambos os países é que se converta na versão paquistanesa do complexo portuário
de Shenzhen.
A
implementação deste projeto dará à China uma saída para o mar sem necessidade
de que seus produtos passem pelo estreito de Malaca, onde operam piratas e o
clima é desfavorável.
O
projeto contempla a ampliação da rodovia de Kakarorum, umas das mais altas do
mundo, que conecta a China ao Paquistão.
Custo
total: US$55 bilhões
4. Porto de Colombo
Outro
porto-chave nos planos da Nova Rota da Seda é o de Colombo, capital do Sri
Lanka.
Embora
tenha sido paralisado com a troca de governo no país - mais próximo,
politicamente, da Índia -, negociações recentes permitiram a continuidade do
projeto; as obras já foram retomadas.
Custo:
US$1,4 bilhão
5. Projetos na África
A China
já está construindo a ferrovia que unirá as duas principais cidades do Quênia:
a capital, Nairóbi, e Mombasa, na costa do país.
Este
projeto faz parte da futura rede de transportes da África Oriental, que
conectará as cidades do Quênia com as capitais de Uganda (Kampala), Sudão do
Sul (Juba), Ruanda (Kigali) e Burundi (Bujumbura).
A China
já inaugurou o trem que une Adis Abeba, capital da Etiópia, com Djibouti,
capital do país do mesmo nome na costa do Mar Vermelho, onde companhias
chinesas estão construindo um centro logístico marítimo.
"É
um desenvolvimento estratégico enorme", disse ao jornal New York
Times Peter Dutton, professor de estudos estratégicos da Escola Naval de
Guerra de Rhode Island, nos Estados Unidos.
"Trata-se
de uma expansão do poder naval para proteger o comércio e os interesses
regionais da China no Chifre da África. Isto é o que as potências em expansão
costumam fazer. E a China aprendeu as lições do império britânico de 200 anos
atrás", concluiu.
Custo total:
US$13,8 bilhões
(*) Comentário do editor do
blog-MBF: em 1984 o Brasil era a 11ª
economia do mundo e a China a 20ª. Em 2014 éramos a 8ª e a China a 2ª. Em 2017,
creio que voltamos para a 10ª e a China caminha a passos largos para ser a
PRIMEIRA economia do mundo.
Esta é a diferença entre investir
os recursos arrecadados e gastar e roubar os recursos arrecadados.
Nós temos apenas 200 milhões de
habitantes em comparação com os 1,3 bilhões da China e mesmo assim nossos
governantes boilivariasnos conseguem a proeza de desempregar 14% da força de
trabalho. Não satisfeitos, se tentarmos acertar o passo, eles em seu “programa”
de quanto pior melhor, quebram tudo o que vêem pela frente, impunemente.
É o conceito que a esquerdalha tem
de democracia.
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