quarta-feira, 31 de maio de 2017

'Frog’, de ‘From Goiás’

José Casado

É notável o silêncio das entidades sindicais sobre roubos no FGTS e casos como o da JBS, que confessou propina a dirigentes de fundos de pensão para obter US$ 1 bilhão

Era uma ideia bilionária. Só faltava US$ 1 bilhão. Amigos que patrocinava no governo e no Congresso cuidaram para que fosse bem recebido no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, nos fundos de pensão da Petrobras (Petros) e da Caixa (Funcef ).

Era simples: o banco e os fundos das estatais pagariam US$ 1 bilhão por 12,9% das ações da sua companhia. Com o dinheiro, fecharia a compra de concorrentes nos Estados Unidos e na Austrália, dispensando bancos privados, que cobravam mais caro. Ganharia imunidade comercial e sanitária mundial, e poderia jogar como dono de um dos dois maiores açougues do planeta. Em pouco tempo, naquele primeiro semestre de 2008, Joesley Batista avançou no negócio da JBS com BNDES, Petros e Funcef. Deu-lhe o codinonome de “Prot”, abreviatura de proteína. Como seu irmão Wesley dizia, assim era o estilo “Frog” — acrônimo de “From Goiás”.

Na reta final das negociações, foi chamado pelo presidente da fundação da Caixa, Guilherme Lacerda. “Ele disse que eu deveria ter relacionamento próximo com Paulo Ferreira”, contou Joesley a procuradores federais. Ferreira era tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. Lacerda lembrou-lhe que precisaria do aval dos sindicalistas dirigentes dos fundos das estatais. Eram “indicados por sindicatos” e respondiam ao PT.

Lacerda levou Joesley ao tesoureiro do PT. Ferreira estava de saída do cargo e o apresentou ao sucessor, João Vaccari. Combinaram: “Vaccari recomendaria as operações aos dirigentes sob sua influência, e a gente pagaria ao PT 1% do que conseguisse obter dos fundos.”

Os presidentes dos fundos também queriam. Militantes do PT, Guilherme Lacerda (Funcef ) e Wagner Pinheiro (Petros) integravam a burocracia sindical, à qual  Lula entregara 11 dos 33 ministérios, além de postos-chave nas estatais e respectivos fundos de previdência, em partilha com PMDB , PP e PTB. Joesley contou ter acertado com os presidentes da Funcef e da Petros “1% para cada sobre o valor das operações da JBS com os fundos (das estatais), depois do “Prot’”. Os irmãos Batista puseram US$ 1 bilhão no bolso e multiplicaram negócios com os fundos das estatais. Lacerda e Pinheiro apostaram US$ 200 milhões da Funcef e da Petros no “Eldorado” de celulose dos Batista, cujo lastro eram fazendas de papel: alguns imóveis só foram comprados quatro anos depois dos aportes dos fundos, superavaliados em até 483%. Um deles é inviável aos eucaliptais, porque fica inundado seis meses por ano.

É notável o silêncio tumular das entidades sindicais sobre episódios como esses e outros casos de roubo a mais de 41 milhões de trabalhadores na última década e meia.

A maioria das vítimas é cotista do Fundo de Garantia — 68% têm renda de um salário. Investigações indicam perdas de 10% dos investimentos do FGTS em negócios suspeitos.

Há, também, 800 mil servidores endividados que ainda são depenados com taxas “extras” sobre empréstimos consignados. Além de 500 mil sócios dos fundos das estatais afanados nas aposentadorias e pensões.

As estranhas transações corroeram em 20 bilhões de dólares o patrimônio da Petros, Previ, Postalis e Funcef. Ontem, por exemplo, Lacerda e outros ex-dirigentes da Funcef se tornaram réus por fraude de 200 milhões de dólares com a empreiteira Engevix, condenada na Lava-Jato.

É eloquente o silêncio sindical.

O Globo

Macron e Putin mantêm diálogo 'franco' sobre Síria e Ucrânia

Agence France-Presse

O presidente francês, Emmanuel Macron, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, comprometeram-se nesta segunda-feira (29) a melhorar as tensas relações bilaterais, apesar de reconhecerem as divergências, durante conversa em um encontro no Palácio de Versalhes classificado como "extremamente franco" pelo anfitrião.

A primeira reunião entre os dois presidentes desde que Macron chegou ao poder deu outra oportunidade ao francês de demonstrar suas habilidades diplomáticas após o primeiro encontro, na semana passada, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, selado com um firme aperto de mãos.

Desta vez, o cumprimento foi mais afável, mas os dois líderes mantiveram um tom cauteloso diante da imprensa ao fim de uma hora de reunião, organizada no mesmo dia do 300º aniversário da visita do czar Pedro, o Grande a Versalhes.

Putin admitiu diferenças de opinião durante a conversa que versou, entre outros temas, sobre os conflitos da Síria e da Ucrânia. Ele insistiu, porém, em que as relações franco-russas resistem a "todos os pontos de atrito".
"Divergimos em um número de questões, mas pelo menos falamos sobre elas", declarou Macron.

"Nossa prioridade absoluta é a luta contra o terrorismo e a erradicação de grupos terroristas e, em particular, do Daesh", afirmou, referindo-se ao grupo extremista Estado Islâmico.

Órgãos de propaganda
Macron se mostrou a favor de "uma transição democrática" que preserve o Estado sírio, assegurando que os "Estados falidos" no Oriente Médio sempre aumentaram o risco de ataques extremistas no Ocidente.

No que pareceu uma advertência ao presidente sírio, Bashar al-Assad, e à Rússia, Macron assegurou que o uso de armas químicas na Síria é "uma linha vermelha muito clara" para ele e que, caso volte a acontecer, provocará uma "resposta imediata" da França.

Os dois presidentes também falaram sobre as sanções impostas à Rússia, devido a seu suposto envolvimento militar na Ucrânia e às acusações de ingerência na recente campanha presidencial francesa.

Putin ressaltou que as "sanções" a seu país não contribuem para a solução do conflito entre as forças do governo e os rebeldes apoiados pelo Kremlin no leste da Ucrânia.

O presidente russo, que recebeu a candidata de extrema direita Marine Le Pen durante a campanha eleitoral, também minimizou as acusações de que hackers russos teriam-se infiltrado na campanha de Macron.

"Talvez fossem hackers russos, talvez não", desconversou.
Macron responsabilizou os meios de comunicação próximos ao Kremlin - a emissora Russia Today e a agência de notícias Sputnik -, acusando-os de terem agido como "órgãos de influência e de propaganda" contra sua campanha, ao questionar sua sexualidade e suas relações com o setor financeiro.

A redatora-chefe do Russia Today, Margarita Simonyan, reagiu lamentando que "o que começou como uma conversa produtiva entre os líderes de dois países se converteu em outra oportunidade para Macron lançar acusações sem fundamento contra o jornal".

Repressão aos homossexuais
Emmanuel Macron prometeu um "diálogo exigente" e "sem nenhuma concessão" com Vladimir Putin. Este pediu ao presidente francês, por sua vez, que "supere a desconfiança mútua", em uma mensagem na qual o felicitou pela vitória eleitoral.

Quebrando a discrição sobre o tema dos direitos humanos mantida pelo presidente anterior, François Hollande, a atual Presidência francesa disse que sua pasta diplomática recebeu várias ONGs para abordar a situação dos homossexuais na Chechênia e as liberdades na Rússia.

A Anistia Internacional estimulou Macron a "pressionar" o presidente russo e denunciou a perseguição aos homossexuais na Chechênia, "com total impunidade" e "com a bênção das autoridades russas".

Neste sentido, depois do encontro bilateral, Macron afirmou que Putin se comprometeu a estabelecer "a verdade" sobre as denúncias de repressão aos homossexuais.

"O presidente Putin me disse que tomou várias iniciativas sobre os LGBTs [lésbicas, gays, bissexuais e transexuais] na Chechênia, com medidas destinadas a chegar a toda a verdade sobre a atuação das autoridades locais", explicou na coletiva.

"Expressei as expectativas da França de maneira muito precisa", declarou Macron, prometendo se manter "vigilante" a esse respeito e garatindo que ambos os líderes concordaram com rever essa situação regularmente.

O jovem chefe de Estado francês, de 39 anos, encerra uma maratona diplomática que o levou à cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Bruxelas na última quinta-feira (25) e, no fim de semana, ao G7 de Taormina, uma ilha da Sicília.

"Donald Trump, o presidente turco [Recep Tayyip Erdogan] e o presidente russo estão em uma lógica de relação de forças, o que não me incomoda", constatou Macron.

AFP

terça-feira, 30 de maio de 2017

A decadência

Vittorio Medioli

Quando entrei na Câmara dos Deputados pela primeira vez, em 1991, lá encontrei figuras que despertavam respeito e admiração pelo preparo, pela formação acadêmica, pela capacidade de enxergar o interesse nacional acima de qualquer outro.

Não era certamente um conclave de santos representando o povo do Brasil, mas havia erudição, discernimento, bagagem intelectual e, ainda, respeito com a coisa pública.

Havia corrupção em grau não perceptível e interesses velados, que na atualidade seriam considerados troco na conta do restaurante.
Quando saí de lá, em 2006, por decisão pessoal, o fiz deixando atrás um cenário que tinha-se degenerado assombrosamente. Ficaram mais raras as figuras de destaque ético e intelectual; já pululavam mensaleiros, aqueles movidos a vantagens e barganhas ilícitas.

Estive recentemente naquela Casa e notei que a inarredável decadência ultrapassou os limites imagináveis. As virtudes praticamente estão a um passo da extinção, enquanto os pecados e vícios são soberanos. Lá, mais que pessoas dispostas a servir a nação, encontram-se figuras que se servem da nação, tendência comum aos Poderes Executivos centrais e periféricos. Abusa-se de prerrogativas e pratica-se o patrimonialismo mais abjeto; a locupletação foi escancarada pela Lava Jato. A devassa em curso tirou as cortinas e os biombos do “poder”. Jogou nos lares do país as vantagens, os ganhos ilícitos e insaciáveis, incompatíveis, e criminosos considerando os amplos bolsões de pobreza e a falta de recursos para atender os serviços minimamente essenciais.

Lula queixava-se dos deputados em Brasília, que definiu como “300 picaretas” na década de 90. Os oito anos de governo dele coincidiram certamente com um aumento para 400 ou mais que merecem a definição imortalizada pelo ex-presidente. Salvam-se poucos, nitidamente insuficientes para garantir a eficiência da instituição representativa da “democracia”.

Lembro-me de que o salário, no período de Itamar Franco, quando os ministros, ao mínimo aceno de irregularidade, eram afastados para responder a sindicância e se defender, estava abaixo de R$ 9.000. A verba de assessores, despesas de gabinete e viagens não passava de R$ 25 mil por mês. Poucos parlamentares possuíam carro, raríssimos o motorista, eram atendidos por “Veraneios” da Câmara, que atuavam em regime de “lotação”. Hoje o custo da instituição subiu desmedidamente, provavelmente proporcionalmente à queda de qualidade do conjunto presente na “Casa”.

O aumento de remuneração, supostamente voltado a dar “autonomia financeira” aos parlamentares, na prática não serviu, e ocorreu com uma profunda decadência ética no Legislativo federal, atrelada à mesma decadência nas instâncias executivas estaduais e municipais.

O escritor escocês Robert Louis Balfour Stevenson anotou que “a política talvez seja a única profissão em relação à qual se considera que nenhuma formação prévia é necessária”. Aí está o causador do problema.

No Brasil quem trabalha não costuma ter tempo algum para dedicar ao meio político, dessa forma o ambiente ficou restrito, com raras exceções, a quem faz da política sua profissão e se esquece da missão, do sacerdócio, que “in tesi” é a finalidade de quem atua nessa seara.

Brasília (DF) é uma ilha da fantasia, surreal, cínica, afastada da realidade nacional, registra a maior renda per capita, 36,4% superior à de São Paulo e exatamente o dobro da de Minas Gerais, ainda seis vezes superior àquela do Estado de Maranhão, o mais atrasado do país, juntamente com Alagoas.

O Estado do Maranhão teve ministros, presidentes de estatais, presidentes do Senado e até presidente da República. Em vão. Com o poder nas mãos, continua o pior do ranking, enquanto seus representantes políticos ditam lei no Congresso.

Se fosse possível passar por um “espectrofotômetro político“ os elementos que formam o ambiente dominante em Brasília, se dariam as cores da ignorância e corrupção e do descaso com o sofrimento da população.

Depois do petrolão, aparecem agora os desvios do BNDES e a fórmula que os regia. Os pagamentos das propinas eram no exterior, e a maior fatia para os presidentes da República, que, segundo Joesley Batista, receberam da JBS R$ 500 milhões (US$ 150 milhões) em contas no exterior. E Obebrecht e demais grupos? Mais de R$ 10 bilhões?

Num ambiente tão perverso qualquer moralização drástica e urgente é bem-vinda.


Jornal O Tempo

Nenhum professor precisa esperar a aprovação do Projeto Escola sem Partido para adotar o cartaz com os Deveres do Professor

Escola Sem Partido

(*)

Se você é professor e defende uma escola sem partido, mande fazer um cartaz como esse e coloque na sala durante suas aulas.
Ao fazer isso, você estará, ao mesmo tempo, disseminando conhecimento sobre os limites éticos e jurídicos da atividade docente; "vacinando" seus alunos contra a doutrinação; mostrando a eles que não teme ser avaliado à luz dos Deveres do Professor; e, last but not least, infernizando a vida dos seus colegas militantes.
Educação sem doutrinação !
(*) Assista:

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Merkel: Europa não pode mais se apoiar nos EUA e no Reino Unido

MICHAELA REHLE

Chanceler federal alemã admite falhas de cooperação e defende autodeterminação

BERLIM - A Europa deve cuidar de seu destino "com as próprias mãos" frente a uma aliança ocidental dividida pelo Brexit e a presidência de Donald Trump nos Estados Unidos, afirmou neste domingo a chanceler alemã Angela Merkel.

— O tempo em que podíamos depender completamente de outros terminou. Vivi isso nos últimos dias — lançou Merkel a uma multidão em um comício eleitoral em Munique, no sul da Alemanha. — Nós europeus devemos tomar nosso destino em nossas próprias mãos — acrescentou, apesar de a Alemanha e a União Europeia (UE) continuarem seus esforços para manter boas relações com os Estados Unidos e o Reino Unido.

A insistência da chanceler em "lutar por nosso destino" vem um dia depois da cúpula do G7 na cidade siciliana de Taormina, sem acordo entre os Estados Unidos e as demais seis maiores economias do mundo sobre a luta contra as mudanças climáticas. No sábado, Merkel considerou os resultados deste "seis contra um" como "muito difíceis, para não dizer insatisfatórios".
Trump afirmou em um tuite que irá anunciar até a próxima semana se vai manter ou não seu país no Acordo de Paris, alcançado em 2015 para combater o aquecimento global.

Em declarações anteriores, o presidente americano reiterou suas críticas aos aliados da Otan por não respeitarem o compromisso de alocar 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) para a defesa.

Além disso, de acordo com a imprensa, considerou as práticas comerciais da Alemanha como "más, muito más", durante conversas em Bruxelas, reclamando que a principal economia europeia vende muitos carros para os Estados Unidos.

REUTERS – AFP - GLOBO

Momentos de transição

Martim Berto Fuchs

Em fins do século XVII – construção do Palácio de Versalhes – e meados do século XVIII, distribuição de terras para os camponeses, inicia-se a transição que culminaria com a Revolução Francesa em 1789.
Fim do regime monárquico clássico, que ainda tem uma sobrevida, mas já com os liberais associados ao Poder.

Em 1889 liberais e monarquistas brasileiros, desgostosos com o fim da escravidão, vingam-se de D.Pedro II, expulsando-o do Palácio e fazendo uma transição proforma da monarquia para a república. À partir daí, o trono passou a ser disputado entre os cortesãos - realistas e liberais -, ambos escravocratas, e eliminada da sucessão a família Orléans e Bragança.

Em 1989 Fernando Collor tenta modernizar o Brasil, acabando com os marajás do serviço público, leia-se descendentes da “nobreza”, liberais, e os burocratas profissionais introduzidos na Corte por Getúlio Vargas a partir de 1930.
Collor é saído pelo Congresso, que preferiu continuar com as benesses a que estavam todos acostumados e que já eram então consideradas como direitos adquiridos, quase que cláusula pétrea nas Constituições.

Em 2003 completou-se o tripé de sustentação da Corte, com o ingresso do último grupo: os boilivariasnos. Estes, depois de acordar com os dirigentes do principal ente patronal do Brasil, a FIESP, a partilha dos recursos públicos, conseguiram finalmente juntar-se aos dois grupos que já viviam às nossas custas.

Nestes últimos 13 anos, enquanto os superávits da balança comercial sustentaram a gastança, os gastos públicos foram habilmente escamoteados da opinião pública por uma propaganda enganosa, que sendo governamental, não está sujeita ao CONAR.
Terminados estes superávits em 2007, a realidade não pode mais ser escondida, nem pela contabilidade criativa desenvolvida pelos “especialistas” dos ocupantes do Palácio.
No entanto, nem assim os três grupos se deram por achados. Diria que aumentaram, se não os gastos já fora de controle, a corrupção que se tornou sistêmica. Salvo raríssimas exceções, estava toda classe política, pela primeira vez na história, a roubar descaradamente, associada aos seus financiadores.

O Brasil é grande. Ainda conseguiu que as empresas privadas não corrompidas, que vinham sustentando empregos e pagando impostos, mantivessem um precário equilíbrio nas contas públicas.
Mas tudo tem limite e chegamos a 2016 no fundo do poço. Notava-se no atual governo pelo menos a tentativa de colocar o trem nos trilhos novamente. Não vai mais conseguir, não antes que a crise econômica leve praticamente toda indústria nacional a insolvência, para daí, em conseqüência, serem vendidas a grupos estrangeiros a preço de liquidação, ou, se não der tempo, fecharem as portas. Aliás, falta pouco para isto. Para os chineses, que desde 1984 fazem o dever de casa, será uma festa.

Momento de transição
“Os privilégios são incompatíveis com a República”, diz a Presidente do STF, Ministra Cármen Lúcia – 2016. Mas infelizmente não passa de retórica. Na prática, não obstante os 11 super ministros já estejam legislando de forma independente da Constituição, quanto aos privilégios nada de concreto é feito, pelo contrário, absorveram pacificamente o golpe da PGR detonando com as reformas em andamento, previdenciária e trabalhista.

Não adianta mais tapar o sol com a peneira. O sistema que vigora desde 1889, reformulado em 1930, e que com pequenas variações vem sendo aplicado desde então, esgotou-se.

Enquanto realistas e liberais tentam aplicar suas velhas fórmulas de equilíbrio fiscal – aumento da receita via impostos, diminuição de investimentos e nenhum corte nas despesas - salvo naquelas que não afetam os funcionários públicos -, os boilivariasnos, despejados do Palácio por incompetência e má fé, aliás histórica, lutam contra qualquer possibilidade de reforma, pois só em caso de caos absoluto eles vêem alguma chance de retôrno.

Como então aproveitar este momento para fazer a transição de uma República Monárquica – privilégios para grupos selecionados - para uma República Democrática ? Os membros dos três podres poderes, apoiados ostensivamente pela mídia parte chapa branca e parte esquerdista, por vontade própria não o farão, pois não abrirão mão dos privilégios que detém.

Existiriam então duas opções:

1. pressão da sociedade, o que já vimos pelo projeto de emenda popular, as “10 Medidas contra a Corrupção” - que o Congresso Nacional descaracterizou por completo -, que não funciona, ou,
2. por interferência das nossas FFAA, na chamada Intervenção Constitucional, que desde 1988 está prevista na Constituição em seu artº 142, para evitar justamente que a mesma seja taxada de golpe; aliás, pobre Constituição, totalmente desrespeitada, até pelos Ministros dos Tribunais Superiores.

Como defensor da Intervenção Constitucional, tenho lá porém minhas dúvidas, quais sejam: acontecer a intervenção sem que os intervencionistas se comprometam perante a Nação, com a implantação de uma República Democrática, dentro do prazo necessário para esta transição.

Temos antecedentes, tanto em 1930, com Getúlio Vargas tornando-se ditador por 15 anos, com óbvio apoio das FFAA, caso contrário não teria permanecido, e 1964, onde a guisa de combate ao comunismo, mantiveram-se por 21 anos, alternando-se no Poder mediante eleições indiretas, mas sem chances para a oposição, pois as regras iam sendo adaptadas a cada eleição, para que não houvessem “surpresas”. P.ex., pacote de abril de 1977 e outros atos.

O segundo ponto, este comum entre a intervenção de 1930 e a de 1964, é o viés estatizante de parte das FFAA, mas que em ambas, acabou prevalecendo. No afã de superar etapas e desenvolver-se rapidamente, recuperando um atraso histórico, montaram-se empresas estatais às pencas – principalmente no período do Presidente Geisel, financiadas por empréstimos externos.
Uma vez que pouco foi feito para diminuir o custo da máquina pública, ao contrário, aumentado pelas centenas de estatais perdulárias acrescentadas na coluna da despesa, bastou o segundo choque do petróleo em 1979 para desmontar a miríade de desenvolvimento baseado em empréstimos, sem um percentual de poupança.

De toda forma, e gostaria de estar equivocado, sem uma Intervenção Constitucional garantida pelas nossas FFAA, caminhamos céleres para um confronto, pois as medidas que estão sendo tomadas já são insuficientes de per si, sem considerar que sofrem oposição sistemática dos grupos de esquerda, e parcial dos sócios do Tesouro, FIESP e afins, sócios estes viciados em empréstimos com juros subsidiados para si, enquanto os empresários de fora da Corte devem pagá-los integralmente e não mais conseguem.

Desta vez porém, temos que aproveitar a intervenção para instituir a República Democrática, fato que não ocorreu em 1889, em 1930 e nem em 1964.
O que não pode mais se repetir é uma reforma que mantenha esta República Monárquica recheada de privilégios para os grupos que a compõem, em detrimento da maioria.

Democracia pressupõe liberdade e oportunidades iguais, e isto não ocorre em um ambiente onde as próprias Leis o impedem.

Estado é Contrato

“O Governo é instituído para o bem comum; para a proteção, segurança, prosperidade e felicidade das pessoas; e não para o lucro, honra ou interesse privado de um homem, família ou classe de homens; portanto, se o povo tem o direito incontestável, inalienável e irrevogável de instituir um governo, tem também o direito de reformar, alterar ou mudar totalmente o mesmo, quando sua proteção, segurança, prosperidade e felicidade exigirem. John Adams

domingo, 28 de maio de 2017

O que é Bolsa de Valores?

“País Canalha é o que não paga precatórios”

Carlos Maurício Mantiqueira

Bolsa de Valores é uma entidade para possibilitar a troca de titularidade de proprietários de ações emitidas por sociedades comerciais.

Surgiram inicialmente num local físico onde compradores e vendedores se encontravam.

Com autorização do Poder Público, formava-se uma mutualidade composta por agentes especializados em representar os interessados em suas transações.

Atualmente, a maioria das bolsas é constituída como sociedades comerciais cujas ações de sua própria emissão também se admite à negociação.

Com o avanço da tecnologia informática, hoje os pregões são eletrônicos.

As acões das companhias listadas também não tem mais existência física.
Os certificados de ações (“cautelas”) são apenas escriturais. Só existem nos computadores dos agentes emissores (quase sempre bancos autorizados pelas comissões governamentais fiscalizadoras).

Com o advento da negociação dos derivativos (opções de compra ou venda, aluguel de ações, etc.) a Bolsa perdeu seu objetivo inicial de dar uma porta de saída ao investidor que quisesse ou precisasse obter liquidez imediata para seus haveres aplicados em negócios produtivos.

Hoje uma Bolsa está mais para um cassino que para um mercado de troca.

A soma do jogo é sempre zero. Alguém perde exatamente o que outro ganha.

A perda de valor na cotação das ações é quase sempre fictícia.

“Perde-se” quase sempre só valor de estima.

As “fábricas” de bens e serviços continuam intactas.

Não houve terremoto, incêndio ou bombardeio.

Porém, os especuladores e homens da mala fazem a festa em cima dos precipitados “minorotários”...

Alerta Total

É o Brasil no piloto automático. Não mudam a marcha desde 1808.

Martim Berto Fuchs

Os nossos cortesãos já estão a todo vapor para manter suas sinecuras. Na iminência do atual reizinho ter que abandonar o trono, estão discutindo o nome do substituto.

Na época que a transição se dava em família, eles apenas ficavam fofoqueando na Corte, pois não interferiam na escolha do novo rei. Depois que passamos de Monarquia Constitucional para Republicana, com o descarte puro e simples da dinastia Orléans e Bragança na sucessão (1889), são os cortesãos que determinam entre si, nem sempre pacificamente, quem será apresentado aos otários de sempre, nós os eleitores, para ser referendado como tendo sido escolhido “democraticamente” pelo povo, ou por seus “representantes”.

Como esse referendo - que eles chamam de eleição - já se deu em 2014, e como dos dois que nos foram impostos um já foi e o outro está indo, a Corte precisa escolher um novo nome para ocupar o trono até outubro do ano que vem.

O último grupo a ter acesso à Corte (2002), os boilivariasnos - defenestrados após retumbante fracasso em manter o caixa do Tesouro Nacional abastecido para atender ao luxo e ócio a que estavam todos acostumados-, já avisaram, como de hábito, de que se não puderem ter exclusividade na roubalheira, ou pelo menos comandá-la, não participarão do conchavo para escolha dum reizinho para mandato tampão.

Os outros dois grupos, um, descendente da “nobreza”, que ocupa os postos mais proeminentes da burocracia palaciana, e o outro, que representa os “empresários” da Corte, aqueles que privatizam os lucros e socializam os prejuízos, dão como certo que sairá dos seus grupos um cortesão para assinar os decretos reais até outubro de 2018.

Um nome que já desponta é o do Sr. Nelson Jobin. Não obstante ser um adulterador notório da Constituição de 1988, é quem sabe, por isto mesmo, o nome certo para o momento em que eles discutem entre si as reformas necessárias para garantir dinheiro no cofre.

Com o caixa zerado, pior, negativo, após o descalabro que os boilivariasnos, com o pouco tempo em que tiveram com a chave do cofre nas mãos, aprontaram, precisam de um refinado diplomata na Corte, com trânsito entre os três grupos que a compõe, para tentar o apoio necessário para reequilibrar as finanças e continuar sustentado cada um sua grande família: cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos.

O povo ? O povo é só um detalhe, como já dizia alhures uma das cabeças premiadas da Corte. O que eles não aceitam, e para isto partem para o quebra-quebra, é que se altere a separação em duas classes, castas, que compõe a sociedade brasileira: a primeira, abrigada sob o guarda-chuva do Estado, indemissível, nem que a cada caia, e a segunda, material humano descartável, e que serve para sustentar o luxo e o ócio da primeira.

É desta gente, dos cortesãos, que nossos jornalistas e formadores de opinião, em sua maioria, espera a solução.

É o Brasil no piloto automático. Não mudam a marcha desde 1808.

sábado, 27 de maio de 2017

China: 5 ambiciosos megaprojetos para ‘sacudir’ a ordem econômica mundial

BBC-Brasil
(*)

A China quer ampliar sua influência mundial através de um colossal e dispendioso plano de infraestrutura.

"Esperamos desencadear novas forças econômicas para o crescimento global, construir novas plataformas para o desenvolvimento mundial e reequilibrar a globalização para que a humanidade chegue mais perto de uma comunidade de destino comum", disse o presidente chinês, Xi Jinping, ao abrir, na semana passada, um fórum internacional sobre o projeto, batizado de Nova Rota da Seda.

O fórum contou com a participação de cerca de 30 líderes mundiais, entre eles os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, da Argentina, Maurício Macri, e do Chile, Michelle Bachelet.
A ideia da Nova Rota da Seda - com nome inspirado na antiga rota comercial que ligou o Oriente e o Ocidente há dois mil anos - é melhorar conexões comerciais entre Ásia e Europa e Ásia e o leste da África, promovendo desenvolvimento, com a construção ou expansão de redes de ferrovia de alta velocidade, gasodutos, oleodutos, portos e centros logísticos.

"É um esforço ambicioso sem precedentes", disse, por sua vez, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, sobre o plano com o qual a China pretende "sacudir" a ordem econômica mundial.

O investimento total chega a US$ 900 bilhões (R$ 2,9 trilhões).

Ainda que, em teoria, o objetivo do projeto é aumentar a integração econômica entre Europa, Ásia e África, críticos em países ocidentais acreditam que o governo chinês busca, na verdade, expandir sua influência para o campo geopolítico.

Segundo a analista para assuntos chineses da BBC Carrie Gracie, tanto os oleodutos e gasodutos que atravessam a Ásia Central, como os portos do Paquistão e Sri Lanka, no Oceano Índico, poderiam servir para fins militares no futuro.

Abaixo, apresentamos cinco grandes obras que fazem parte da Rota da Seda.

1. Transporte de mercadorias China-Europa
O presidente da China, Xi Jinping, anunciou uma nova injeção de US$70 bilhões para o projeto
Atualmente, a China já opera cerca de 20 linhas de trem de carga que ligam o país a cidades europeias como Londres, Madri, Roterdã ou Varsóvia. A rota China-Madri funciona há mais de um ano e é o mais extenso serviço ferroviário do mundo.
Agora, o objetivo do governo de Xi Jinping é otimizar esta rede e torná-la uma alternativa mais rápida - embora mais dispendiosa - ao tradicional transporte marítimo de produtos chineses.

As obras do novo trem de alta velocidade, que unirá os sete mil quilômetros de Pequim a Moscou, devem terminar em 2025, segundo a companhia estatal russa OAO Russian Railways. Ela reduzirá o tempo de viagem, de cinco dias, para 30 horas.

Por trás desta grande iniciativa, está a intenção da China de se consolidar como uma potência comercial global, comenta Carrie Gracie.
Custo: US$ 242 bilhões

2. Rede de trens na Ásia
A China e o Japão competiram durante meses pelo projeto da primeira ferrovia de alta velocidade da Indonésia, que unirá a capital Jacarta com a cidade de Bandung, na ilha de Java

Nesta seção, há dois grandes projetos futuros:

A Rede Pan-asiática
A China planeja conectar a cidade de Kunming, situada no sul do país, com Vientiane, a capital do país vizinho Laos, e com a rede ferroviária de Mianmar.
Assim que esta e outras obras semelhantes previstas em Tailândia, Camboja e Vietnã estiverem concluídas, estará formada uma rede pan-asiática ligando a China ao Sudeste asiático.
Custo: US$ 7 bilhões (apenas o trem de alta velocidade entre Kunming e Vientiane)

Alta velocidade na Indonésia
A ferrovia Jacarta-Bandung será o primeiro trem de alta velocidade da Indonésia e ajudará a melhorar o transporte público entre a capital do arquipélago e um dos principais centros econômicos de Java.
Embora várias empresas japonesas também aspirassem ganhar o projeto, o governo indonésio acabou preferindo as empresas chinesas.
Custo: US$ 5,9 bilhões

3. Corredor China-Paquistão
Aproveitando que o vizinho Paquistão é um de seus aliados históricos, a China investirá no país e ajudará no desenvolvimento do porto de Gwadar, no Mar Árabe.
A ideia de ambos os países é que se converta na versão paquistanesa do complexo portuário de Shenzhen.
A implementação deste projeto dará à China uma saída para o mar sem necessidade de que seus produtos passem pelo estreito de Malaca, onde operam piratas e o clima é desfavorável.
O projeto contempla a ampliação da rodovia de Kakarorum, umas das mais altas do mundo, que conecta a China ao Paquistão.
Custo total: US$55 bilhões

4. Porto de Colombo
Outro porto-chave nos planos da Nova Rota da Seda é o de Colombo, capital do Sri Lanka.
Embora tenha sido paralisado com a troca de governo no país - mais próximo, politicamente, da Índia -, negociações recentes permitiram a continuidade do projeto; as obras já foram retomadas.
Custo: US$1,4 bilhão

5. Projetos na África
A China já está construindo a ferrovia que unirá as duas principais cidades do Quênia: a capital, Nairóbi, e Mombasa, na costa do país.
Este projeto faz parte da futura rede de transportes da África Oriental, que conectará as cidades do Quênia com as capitais de Uganda (Kampala), Sudão do Sul (Juba), Ruanda (Kigali) e Burundi (Bujumbura).
A China já inaugurou o trem que une Adis Abeba, capital da Etiópia, com Djibouti, capital do país do mesmo nome na costa do Mar Vermelho, onde companhias chinesas estão construindo um centro logístico marítimo.
"É um desenvolvimento estratégico enorme", disse ao jornal New York Times Peter Dutton, professor de estudos estratégicos da Escola Naval de Guerra de Rhode Island, nos Estados Unidos.
"Trata-se de uma expansão do poder naval para proteger o comércio e os interesses regionais da China no Chifre da África. Isto é o que as potências em expansão costumam fazer. E a China aprendeu as lições do império britânico de 200 anos atrás", concluiu.
Custo total: US$13,8 bilhões

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  em 1984 o Brasil era a 11ª economia do mundo e a China a 20ª. Em 2014 éramos a 8ª e a China a 2ª. Em 2017, creio que voltamos para a 10ª e a China caminha a passos largos para ser a PRIMEIRA economia do mundo.
Esta é a diferença entre investir os recursos arrecadados e gastar e roubar os recursos arrecadados.
Nós temos apenas 200 milhões de habitantes em comparação com os 1,3 bilhões da China e mesmo assim nossos governantes boilivariasnos conseguem a proeza de desempregar 14% da força de trabalho. Não satisfeitos, se tentarmos acertar o passo, eles em seu “programa” de quanto pior melhor, quebram tudo o que vêem pela frente, impunemente.

É o conceito que a esquerdalha tem de democracia.

No Brasil, só o crime é organizado

Flávio Saliba

Estranho país este onde só o crime é organizado. O resto que se dane. Há quem diga que já perdemos todas as oportunidades de superar a mediocridade econômica e conquistar avanços sociais significativos. Estamos perdendo o bonde da história com uma crise econômica que nos remete a 2010 e a uma crise política, marcada pela combinação explosiva de antigas práticas patrimonialistas com a expansão das ações criminosas no setor público, que nos leva ao final do século XX e início do XXI. As duas crises apontam, até o momento, para o mesmo rumo: atraso, estagnação, retrocesso.

Explico-me. Diz a teoria que a nova ordem econômica mundial promoveu a reestruturação da divisão internacional do trabalho, na qual economias altamente dependentes da exportação de uma ou duas matérias-primas estarão definitivamente subordinadas às economias baseadas no pleno domínio das novas tecnologias e na inovação. Apesar de haver interconectado as economias nacionais e promovido o crescimento de muitas delas, a globalização aprofundou a concentração da renda e as desigualdades entre nações e entre segmentos sociais de um mesmo país.

M. Castells argumenta que aquelas nações que não conseguiram articular-se vantajosamente com a nova economia global procurariam fazê-lo por meio de uma multiplicidade de atividades criminosas, como o tráfico de armas, drogas, jovens para a prostituição, órgãos para transplante, entre outras. Este seria o pano de fundo da rápida expansão do crime organizado, cujas atividades não dispensam conexões políticas, suborno de agentes públicos e mesmo conquista de altos postos na administração pública.

O resultado disso seria a proliferação da violência individual e coletiva, com a intensificação de atos terroristas, não raro associados ao tráfico e a lutas de caráter semirreligioso. Com raras exceções, as nações latino-americanas apresentam, em maior ou menor grau, tais predisposições, que, na visão de Castells, nos remetem ao “quarto mundo”.

Como diria Nelson Rodrigues, “o subdesenvolvimento é obra de séculos”. Isso equivale a dizer que o subdesenvolvimento resulta da persistência de práticas políticas e econômicas pouco favoráveis ao crescimento econômico, ao avanço dos direitos civis, em outras palavras, à democracia política e social substantiva. É no bojo de tais circunstâncias históricas que se forma uma cultura, uma mentalidade coletiva que, no Brasil, manifesta-se na não diferenciação entre o público e o privado, na percepção do Estado como provedor, na prática generalizada de pequenos delitos como estratégia de sobrevivência e na tolerância com a corrupção.

Recentemente, foi parar no STF um processo em que um cidadão é acusado de furtar uma barra de chocolate. Esse episódio revela tanto a insanidade da burocracia brasileira quanto a generosidade da Justiça, que, ao inocentá-lo, admite que pequenos furtos não merecem punição. Não estou dizendo que aquele senhor merecia punição severa, e sim que a certeza da impunidade nos pequenos delitos é um claro estímulo para que o sujeito se lance a vôos mais altos.

Jornal O Tempo

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Grupo lança jurista como opção para o Planalto

Gilberto Amendola
(*)

Um grupo de juristas, advogados e membros da sociedade civil lançou o nome do advogado Modesto Carvalhosa à Presidência da República - caso o presidente Michel Temer renuncie, seja cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou sofra impeachment. “Coloco meu nome para cumprir essa travessia que vai da saída do atual presidente às eleições diretas de 2018”, diz Carvalhosa. A principal bandeira de uma eventual campanha será “a refundação do Estado e uma nova Assembleia constituinte”.

O nome de Carvalhosa tem o apoio de nomes como o do jurista Hélio Bicudo (um dos responsáveis pelo pedido de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff), do ex-ministro da Justiça José Carlos Dias e do ex- ministro do Superior Tribunal Militar Flávio Bierrenbach.

A candidatura de Carvalhosa depende de uma definição pelo Supremo Tribunal Federal sobre a possibilidade de um nome da sociedade civil, que não tenha filiação partidária, disputar o cargo. “Se o STF e o mundo político vetar a minha candidatura, vamos lançar uma anticandidatura, uma candidatura de protesto para alertar a sociedade civil sobre a situação e legitimidade da nossa democracia.”

Carvalhosa afirma que, como presidente, teria como prioridade garantir a aprovação das reformas trabalhistas, previdenciária e tributária. Mas a principal bandeira de Carvalhosa e do grupo que o apoia é criar as condições para uma nova Assembleia Constituinte.

“Muito do que estamos vivendo hoje se deve a uma Constituição que já nasceu torta. A Constituição de 1988, ao longo do tempo, foi se mostrando imprestável para o País. A Constituição é um catatau que muda todo dia, com emendas e etc... Precisamos de uma Constituição que caiba no bolso”, afirmou Bierrenbach.

“É chegado o momento de refundarmos esse País. E a única forma é através de uma nova Constituição”, completa o ex-ministro José Carlos Dias.
Entre as propostas do grupo para um nova Constituição estão a eliminação do foro privilegiado, o voto distrital puro, o estabelecimento do regime de consulta, com referendo ou plebiscito, para qualquer matéria constitucional relevante, a eliminação do fundo partidário, entre outras.

O Estado de São Paulo

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  também é uma proposta a ser estudada e ampliada. Não deixando uma eventual solução nas mãos do atual Congresso e menos ainda nos pés dos boilivariasnos, tudo tem que ser tentado - o quanto antes, enquanto as empresas nacionais ainda respiram.
De toda forma, se houver esta solução após a saída do atual Presidente em junho, terá que ser amparada pelas FFAA, pois os boilivariasnos vão querer eleição direta já para tentarem emplacar novamente o estafeta de empreiteira. Menos mal que a ensacadora de vento nem eles querem.

Que democracia é essa ?

Martim Berto Fuchs

Democracia = poder do povo

Lendo boa parte dos principais colunistas do país, onde a maioria defende soluções via Constituição “Cidadã”, com suas dúzias de emendas e remendos ao sabor dos interesses corporativos, através dos políticos ficha suja que comandam a nação, cabe perguntar:

- Que democracia idiota é esta que estão a defender, onde o povo é carta fora do baralho ? Onde tudo se faz à revelia do povo, salvo aquele “povo” empregado no setor público ?

Aquele “povo” empregado no setor público que aprovou integralmente a intervenção seletiva do procurador-mor da república, dr. Janot, que conseguiu enterrar as imprescindíveis reformas que urge fazer no Brasil ?

A grande maioria do povo brasileiro trabalha nas empresas da iniciativa privada, e esta está a definhar, quase morrendo. Para isto os colunistas, jornalistas, formadores de opinião e os cambáu, não estão nem aí.

Até quando essas empresas ainda podem agüentar, antes de fechar as portas ou serem vendidas a preço de banana para investidores estrangeiros, que já estão de olho nas pechinchas ?

Até quando vamos esperar, bovinamente, que a corrupção que tomou conta do país, sob a guarda da Constituição “Cidadã”, através dos políticos e seus financiadores, resolvam os problemas que eles mesmos criaram ?

Mais um ano ? Dois, três, ou mais ? De acordo com alguns economistas encostados no setor público, como de costume, e outros pagos por empresas estrangeiras, a retomada do crescimento pode levar alguns anos. Ainda se dão o semblante de fazer cálculos econométricos para defender suas teses isentas de realidade.

Enquanto isto, diariamente, empresas encerram as atividades por falta de faturamento e capital para bancar uma legislação trabalhista anacrônica, burra, e maldosa, defendida com unhas e dentes pelos sindicalistas boilivariasnos, que trabalham a todo vapor para justamente acabar com a empresa privada e implantar o capitalismo de estado, ou seja, tudo nas mãos do Estado, e eles todos encostados nas estatais, desfrutando as delícias do ócio, aliás, normal para eles.

Não dá mais para esperar solução que venha do atual Congresso, quando grande parte dele busca ainda mais recursos escusos para se defender para não ser preso, e outra trabalha pelo quanto pior melhor.

Milhares de empresas privadas estão na corda bamba, além das que já fecharam, e milhões de empregos com trabalho estão indo pelo ralo, enquanto se discute na Corte quem deve sentar no trono da nossa Monarquia Republicana para poder continuar a empurrar os problemas para diante.

Provavelmente esses entendidos estão esperando que a situação chegue aos extremos da Venezuela, para então decidir o que fazer, de verdade, para atender os reclames de uma verdadeira democracia/poder do povo, das necessidades da maioria da população e deixar de se preocupar com os melindres de uma minoria de privilegiados, mas que açambarcam os recursos da nação, pelo absurdo das regalias que vieram se somando no decorrer dos anos.

ÚNICA SOLUÇÃO

1.Intervenção Institucional pelos militares da reserva, garantidos pelas FFAA,
2.Edição de UM Ato Institucional, com prazo determinado, 02 anos, que englobe,
3.Fechamento da Câmara Federal e Senado, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Municipais,
4.Aposentadoria de todos membros dos Tribunais Superiores, e iniciando de imediato o processo de concurso público para preenchimento das vagas, excluídos os aposentados,
5.Extinção dos partidos políticos, definitivamente,
6.Cassação dos mandatos de todos políticos em atuação nos legislativos, e aposentando aqueles que tenham mais de 65 anos, ou mais de 16 anos de mandatos eletivos, desde que não estejam envolvidos em processos, indiciação ou delação, até julgamento dos casos pela Justiça, sem prerrogativa de foro,
7.Cassação dos mandatos do Presidente da República, dos Governadores e Prefeitos, e aposentando aqueles que tenham mais de 65 anos ou mais de 16 anos de mandatos eletivos, desde que não estejam envolvidos em processos, indiciação ou delação, até julgamento dos casos pela Justiça de 1º Grau; sem prerrogativa de foro,
8.Eleição de uma Assembléia Nacional Constituinte Exclusiva, excluídos de concorrer todas pessoas que respondam por algum tipo de processo, principalmente os políticos atuais já processados, indiciados ou ainda apenas delatados, até julgamento. Independente do prazo que isto levar, até o julgamento estarão impedidos de participar de quaisquer novas eleições,
9.Preparação de um ante-projeto de Previdência, aposentadoria e pensão, que torne ÚNICO o sistema para todos trabalhadores brasileiros, independente se público ou privado, podendo variar apenas os prazos de contribuição,
10.Preparação de um ante-projeto de Constituição, que servirá de base para as discussões na Assembléia Nacional Constituinte Exclusiva, que deverá ter seus membros escolhidos via eleição, no prazo máximo de UM ano à partir desta data,
11.A.N.C.E. terá um ano para escrever a nova Constituição, que entrará em vigor imediatamente,
12.Eleição, já sob as novas regras, para preenchimento dos cargos nos poderes legislativo e executivo, ou, se depender do projeto de Capitalismo Social, do Poder Parlecutivo.

Se queremos sair do fundo poço em que nos encontramos,
tentar salvar o que resta da indústria nacional, e estancar a sangria das nossas combalidas finanças, temos que ter a coragem de encarar esta solução, independente da gritaria da esquerda, seja ela nacional ou internacional, pois para eles só o socialismo é solução, não obstante não ter dado certo em nenhum país; pelo contrário, todos países que o adotaram  foram à ruína. E, é sempre importante lembrar:

- Socialismo só se sustenta pela força. Não existe socialismo democrático, isto é falácia de socialista.


- Se o liberalismo clássico fosse a solução, o socialismo não existiria mais.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Mais 20 perguntas sobre Janot e os ésleys

Fernão Lara Mesquita
(*)

10 – Porque a PGR perdeu a oportunidade de pedir a Joésley que chamasse Lula e Dilma para gravar uma conversa bem orientada com os padrinhos dos “campeões nacionais” hoje “campeões mundiais”? Porque nem mesmo Mantega, a quem se atribui toda a relação entre eles e o BNDES nos depoimentos foi provocado e gravado para caracterização de uma “confissão“, como ocorreu com outros alvos das “ações controladas“? E Luciano Coutinho, do BNDES sócio dos ésleys, é chamado ao telefone a pedido de Janot? Foi grampeado? Porque não?


VESPEIRO

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  foi só mexer com as regalias, e põe regalia nisso, dos empregados públicos sem trabalho, e mais um Presidente da República foi detonado, para alegria dos boilivariasnos do PT, da CUT, do MST, da UNE e o resto da esquerdalha.
A esquerdalha só não algema o Brasil por completo nas suas idéias marxistas, porque não tem apoio das nossas FFAA, que não compactuam com o socialismo.
Se dependesse deles, da esquerdalha, já seríamos uma Cuba ou uma Venezuela. É essa "democracia" que eles querem para nosso país.

Os Dias são assim: Corruptos, Injustos e Temerários

Jorge Serrão 

Brasileiros de todas as classes, variadas ideologias e diferentes graus de instrução constatam, facilmente, que o Brasil sobrevive sob regime de uma ilegítima Ditadura do Crime Institucionalizado. A Oclocracia (governo dos bandidos) é causa e conseqüência de um defeito estrutural. A máquina estatal, na União, Estados e Municípios e nos três poderes republicanos, sustenta um mecanismo que promove ações delitivas entre criminosos de toda espécie e servidores públicos.

A corrupção, violência e violação de direitos básicos são viabilizados pela insegurança jurídica (facilitada pelo regramento excessivo) e pela impunidade gerada por um sistema judiciário que cumpre péssima e lentamente seu papel moderador. O fundamental é compreender que todos esses defeitos e vícios institucionais são causados pelo modelo Capimunista Rentista, improdutivo, no qual a máquina estatal e seus parceiros (ou comparsas) se servem da sociedade, explorando-a ao limite do inaceitável e do insuportável.

Os escândalos do Mensalão e da Lava Jato expuseram as entranhas corruptas do mecanismo estatal brasileiro. Deixaram claro que o Brasil precisa sofrer mudanças estruturais profundas. O aprofundamento do combate à corrupção (que às vezes parece um enxugamento de gelo) chamou a atenção para um problema que só tem solução com uma cirúrgica Intervenção Institucional a ser promovida pela legitimidade constitucional do cidadão – e não por golpistas oportunistas. As pessoas e empresas são sistematicamente violentadas por ações, omissões e abusos de autoridade promovidos pela associação criminosa entre os poderes estatais e econômicos. Tudo feito com suposto “amparo legal” – interpretado cínica e pragmaticamente por idiotas ou bandidos profissionais (geralmente vaidosos políticos, empresários e servidores públicos).

Nesse cenário de desrespeito ou interpretação cínica do regramento em excesso ocorre um fenômeno assustador. Uma lei invalida a outra e ainda permite infindáveis recursos. Isto serve para garantir a impunidade ou para facilitar o rigor seletivo contra os “inimigos de ocasião” (cidadãos ou empresas). Desenhando claramente o caos institucional, até o desejável combate à corrupção acaba passando ao largo dos princípios básicos de Justiça. O Ministério Público e o Judiciário falham no cumprimento de seu papel institucional. Mais grave é que, em vez de assegurar o equilíbrio e a moderação dos conflitos na sociedade, ambos acabam legitimando as práticas delitivas e os diferentes abusos cometidos pelos aparelhos repressivos da máquina estatal. Isto é assustador e imperdoável.

Eis um fato gravíssimo que merece todo repúdio. O Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria Geral da República obraram na Constituição ao divulgar gravações telefônicas fora do contexto das investigações da Lava Jato. O jornalista Reinaldo Azevedo, que tem sigilo de fonte garantido pela Carta Magna, foi vítima de tal ilegalidade. De que adianta a presidente do STF, Cármen Lúcia, soltar uma nota oficial reiterando que o Supremo tem jurisprudência sobre tal direito, se a mais alta esfera judiciária brasileira foi a responsável máxima por descumprir a regra? Outra pergunta idiota: quem vai punir o STF ou a PGR por tal “deslize”? O Chapolim Colorado?

Temos de acabar com a hegemonia da Superestrutura Criminosa. A Intervenção Institucional é imprescindível para o Brasil implantar o Capitalismo Produtivo, rompendo com o Capimunismo Rentista e sua máquina de violentar brasileiros. O País precisa do debate e formulação de um Projeto Estratégico de Nação, a partir dos princípios Federalistas. Tudo será viabilizado a partir de um enxugamento legal, na transparência e fiscalização direta da coisa pública pelo cidadão-eleitor que escolherá seus representantes pelo voto distrital – que pode até ser eletrônico, porém com possibilidade de impressão para conferência e recontagem.

Outro ponto fundamental é o Imposto Justo (e não os 92 impostos, taxas, contribuições e multas em vigor). Temos de viabilizar recursos públicos para o investimento fortíssimo em Educação (a base de tudo), Saúde e Segurança, junto com investimentos em infraestrutura a serem tocados pela iniciativa privada (livre da jagunçagem fiscal que é fonte geradora de favores e muita corrupção nas relações incestuosas forçadas entre o setor produtivo e o setor público.   

Os dias do brasileiro não podem mais ser corruptos e temerários. Intervenção Democrática, já! O Crime Institucionalizado não pode dar mais golpes no cidadão Honesto. É preciso encerrar as atividades das “fábricas de bandidos” – desde os “pés-de-chinelo” até os do “colarinho branco”. A guerra de todos contra todos facilitará a operação de autolimpeza institucional. É fundamental ter fé e fazer pressão contra os corruptos, sem trégua. A responsabilidade é de cada um de nós.

O momento exige uma intervenção imediata. O Brasil não pode ficar refém de sucessivos ocupantes da Presidência da República que perderam a legitimidade e desmoralizam o País em função de denúncias de participação ou conivência com o Crime Institucionalizado. Nossos dias não podem continuar assim... Ou, então, mergulharemos na barbárie institucional.


Alerta Total

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Estouro da boiada

Eliane Cantanhêde

O colapso das lideranças dificulta saídas, e pode vir o 'se não tem tu, vai tu mesmo'

Com todo respeito, o grande Brasil está parecendo a pequena Bolívia, que teve 17 presidentes em 28 anos, três apenas em 1979 e quatro entre 2001 e 2005, até que Evo Morales assumiu em 2006 e de lá não arreda pé tão cedo. O problema brasileiro não é apenas tirar Michel Temer da Presidência, é nomear alguém que se sustente e toque as reformas até 2018. Aí, seja o que Deus quiser!

Dilma Rousseff caiu por crime de responsabilidade, inapetência política e incompetência administrativa. Temer está ‘balança-mas-não-cai’ por relações nada republicanas com bandidos milionários e agora delatores, por um partido que é ‘maria-vai-com-as-outras’ dependendo de quem paga mais e por um entorno que se dividiu em dois: uma parte tem o poder, a outra está na cadeia ou a caminho dela.

O que piora tudo é a falta de lideranças que conduzam uma saída institucional e de nomes com grandeza pessoal e política para assumir a transição, com pesadas nuvens de desconfiança sobre o colégio eleitoral – o Congresso. Sim, porque, pela Constituição, a sucessão de Temer é indireta. Gritar “diretas já” é bacana, mas não é, literalmente, legal.

Odebrecht, JBS e as grandes companhias financiarem campanhas, vá lá. Afinal, era previsto na lei vigente. Mas o que surge das delações, aos borbotões, fetidamente, é que na maioria das vezes não se tratava de financiar campanhas, mas de roubar do público, privilegiar o privado e encher as burras de homens públicos.

As revelações de Joesley Batista, Emílio e Marcelo Odebrecht têm enredo parecido e choca também a forma: eles falam do nosso País, das nossas empresas, dos nossos representantes, como se fossem donos de tudo e de todos. É matar de vergonha. Ou raiva.

Há muitas partes de arrepiar os cabelos. Joesley barganhando com o deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) a compra de deputados contra o impeachment de Dilma, que acabou em R$ 15 milhões, por cinco votos. A senha para a mesada da JBS para Eduardo Cunha, com aval de Temer: “Alpiste para o passarinho”. E a corridinha do deputado Rocha Loures, assessor de Temer, com sua mala de dinheiro até o táxi.

Ainda mais grave: US$ 150 milhões para Lula e Dilma usarem à vontade (além dos R$ 40 milhões para Lula na Odebrecht); os gerentes das contas eram justamente os ministros da Fazenda, Palocci e Mantega; R$ 1 milhão para consumo pessoal de Temer; Aécio mendigando R$ 2 milhões numa linguagem que o coloca no seu devido lugar. E são 1.829 políticos, de 28 partidos, na lista (ou no bolso, ou na mão...) da JBS. Com boa-fé, imaginemos que muitos receberam doação legal e nem tinham como dar contrapartidas. Mas a maioria não está nesses casos.

Quem sobra para uma eleição indireta? Excluída Cármen Lúcia, do STF, e preservado Nelson Jobim, que está hibernando, pode caminhar para “se não tem tu, vai de tu mesmo”, que favorece o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Listado na Odebrecht por R$ 300 mil de campanha (que podem ser legais, não propina), ele foi beneficiado com uma frase de Joesley: “Maia? Esse eu nem conheço”.

A história tem suas manhas e, nas encruzilhadas, pede perfis que não aumentem a confusão e as incertezas. Rodrigo Maia se encaixa aí, porque sinaliza a continuidade de Henrique Meirelles na Fazenda e das reformas no Congresso. No caso dele, o menos pode ser mais. Outra solução seria Meirelles na Presidência, mas ele não tem liderança, nem traquejo, para enfrentar o estouro da boiada no Congresso. A dobradinha Maia-Meirelles faz mais sentido.

Aliás, o que não faz nenhum sentido é Joesley Batista, depois de tudo, morando feliz num apartamento de R$ 30 milhões em Nova York. Nem em filmes baratos sobre repúblicas de banana.

O Estado de S.Paulo

Tem PPP e PPP

Martim Berto Fuchs

Para a primeira classe, aqueles que vivem sob as asas do poder público, e, para os que freqüentam a Corte, PPP quer dizer Parceria Público Privada. Ou seja, privatizam o lucro e socializam o prejuízo.

Para a segunda classe, PPP quer dizer Pobres, Pretos e Putas. São os que trabalham e pagam as contas dos cidadãos da primeira classe, mesmo quando desempregados, pois continuam pagando imposto sobre consumo, desde remédios até a mamadeira e o leite das crianças.

Depois de 20 anos, o STF, composto especificamente por pessoas indicadas pelos réus, condenou o deputado Paulo Maluf. Até achei que tinham esquecido dele, mas eis que buscam seu processo no fundo da gaveta e o condenam, com uma ressalva: pode recorrer. Quantos anos mais ? Não é lindo ?

Se para apenas UM processo de político membro da Corte da nossa República Monárquica levaram 20 anos, o que podemos esperar para algumas centenas de processos de políticos ficha tipo pau de galinheiro ?

Se não fosse pela gritaria internacional e dos nossos ladrões principalmente os de esquerda, a solução seria:

1.Intervenção Institucional pelos militares da reserva, garantidos pelas FFAA,
2.Edição de UM Ato Institucional, com prazo determinado, 02 anos, que englobe,
3.Fechamento da Câmara Federal e Senado, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Municipais,
4.Aposentadoria de todos membros dos Tribunais Superiores, e iniciando de imediato o processo de concurso público para preenchimento das vagas, excluídos os aposentados,
5.Extinção dos partidos políticos, definitivamente,
6.Cassação dos mandatos de todos políticos em atuação nos legislativos, e aposentando aqueles que tenham mais de 65 anos, ou mais de 16 anos de mandatos eletivos, desde que não estejam envolvidos em processos, indiciação ou delação, até julgamento dos casos pela Justiça, sem prerrogativa de foro,
7.Cassação dos mandatos do Presidente da República, dos Governadores e Prefeitos, e aposentando aqueles que tenham mais de 65 anos ou mais de 16 anos de mandatos eletivos, desde que não estejam envolvidos em processos, indiciação ou delação, até julgamento dos casos pela Justiça de 1º Grau; sem prerrogativa de foro,
8.Eleição de uma Assembléia Nacional Constituinte Exclusiva, excluídos de concorrer todas pessoas que respondam por algum tipo de processo, principalmente os políticos atuais já processados, indiciados ou ainda apenas delatados, até julgamento. Independente do prazo que isto levar, até o julgamento estarão impedidos de participar de quaisquer novas eleições,
9.Preparação de um ante-projeto de Previdência, aposentadoria e pensão, que torne ÚNICO o sistema para todos trabalhadores brasileiros, independente se público ou privado, podendo variar apenas os prazos de contribuição,
10.Preparação de um ante-projeto de Constituição, que servirá de base para as discussões na Assembléia Nacional Constituinte Exclusiva, que deverá ter seus membros escolhidos via eleição, no prazo máximo de UM ano à partir desta data,
11.A.N.C.E. terá um ano para escrever a nova Constituição, que entrará em vigor imediatamente,
12.Eleição, já sob as novas regras, para preenchimento dos cargos nos poderes legislativo e executivo, ou, se depender do projeto de Capitalismo Social, do Poder Parlecutivo.

Se queremos sair do fundo poço em que nos encontramos,
tentar salvar o que resta da indústria nacional, e estancar a sangria das nossas combalidas finanças, temos que ter a coragem de encarar esta solução, independente da gritaria da esquerda, seja ela nacional ou internacional, pois para eles só o socialismo é solução, não obstante não ter dado certo em nenhum país; pelo contrário, todos países que o adotaram  foram à ruína. E, é sempre importante lembrar:

- Socialismo só se sustenta pela força. Não existe socialismo democrático, isto é falácia de socialista.

- Se o liberalismo clássico fosse a solução, o socialismo não existiria mais.