Camilla Veras Mota
"O servidor público é um dos
maiores problemas que o Brasil tem hoje". É com essa afirmação polêmica
que o juiz do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-9) Marlos Melek
defende que o país precisa ter um Estado menor.
Um dos
oito integrantes da comissão que redigiu a nova legislação trabalhista no
início do ano, aprovada pelo Congresso, Marlos Melek argumenta que parte do
funcionalismo é engrenagem de uma grande burocracia alimentada pelo pagamento
excessivo de impostos, que goza de benefícios aos quais a maioria dos
brasileiros não tem acesso.
"Nós
precisamos pagar menos impostos e, para isso, não tenho dúvidas, isso passa
necessariamente por uma racionalização do serviço público do Brasil."
Para
ele, a única maneira de acabar com os privilégios é por meio de uma reforma da
Constituição, que corrigiria todas essas assimetrias de diretos de uma vez só.
"Aí ninguém vai se sentir otário", diz.
Apesar
de considerar que a remuneração dos magistrados, que há sete anos não têm
aumento real, esteja defasada, o paranaense não concorda com o pedido da
categoria de reajuste de 16,38% em 2017, percentual também pleiteado pelos
procuradores. A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, tem
demonstrado resistência para incluir a demanda no orçamento da Corte, que será
votado no próximo dia 9.
Hoje com
41 anos, Melek começou a trabalhar aos 14, em uma pequena torneria mecânica em
Curitiba. Foi dono da marca de cosméticos Ramelk, que chegou a ter, sob sua
gestão, 3 mil funcionários. Como empregador, foi processado cinco vezes e fez
acordo em uma.
Há 13
anos é juiz e atualmente faz parte do grupo de trabalho convocado pela
Presidência para implementar a Reforma Trabalhista e discutir as mudanças que
serão feitas na lei via Medida Provisória.
Leia a
seguir os principais trechos da entrevista concedida à BBC Brasil.
BBC Brasil
em São Paulo
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