Editorial
(*)
Não se
equivoca o deputado Guilherme Mussi (PP-SP), ao dizer que seu partido segue uma
tendência internacional ao optar por mudança de nome e de qualificação.
O
Partido Progressista deixará de se chamar "partido" –e alguns poderão
perguntar se alguma vez chegou a sê-lo. Será, ou serão, o Progressistas,
simplesmente.
Prefere-se
o plural, mera menção a uma vaga semelhança de vontades individuais. Foi esse o
caminho adotado, já há tempos, pelo antigo PFL, o Partido da Frente Liberal,
que agora é conhecido pela denominação de DEM (os Democratas).
Internacionalmente,
como bem se sabe, o espanhol Podemos (que já dispõe de homônimo no Brasil)
representa um desejo de renovar os costumes políticos que se insurge contra a
habitual estruturação partidária e programática.
Reflete-se
ali a tentativa de manter as características mais fluidas de um movimento
social, em detrimento do talvez inevitável processo de institucionalização.
É que,
em toda parte, vem ocorrendo uma crise na própria ideia de representação
política. Primeiro, porque os slogans e programas partidários tendem
rapidamente a indiferenciar-se quando se tomam medidas econômicas em geral
impopulares, mas necessárias.
Em
segundo lugar, porque a fragmentação da sociedade em número cada vez maior de
interesses corporativos, geracionais, regionais e culturais conflitantes torna
ultrapassados os antigos fundamentos de classe e de passado histórico que davam
a cada agremiação uma fisionomia inconfundível.
Tais
fenômenos contribuem para explicar o que se passa no ambiente europeu. O caso
brasileiro, como não podia deixar de ser, agrega particularidades que o
distanciam de um esquema modelar.
A
mudança no nome de partidos atende menos a novas realidades sociais e mais à
tentativa oposta: a de manter os mesmos vícios sob outro rótulo. O DEM, que já
foi PFL, e o PP, que será Progressistas, nasceram da antiga Arena, o partido
que sustentava o regime militar, depois batizado de PDS.
Igualmente
desacreditado nos dias de hoje, o PMDB cogita voltar ao nome dos remotos tempos
em que era oposição: MDB, sem o enganador "partido" a pesar na sigla.
Rede e
Solidariedade já constituem agremiações com semelhante característica
gramatical. Não se sabe como denominar seus membros: redistas, solidários?
Quem
sabe muitas legendas devessem por aqui adotar um nome único: Partido do Poder. Economizariam no
marketing e nos custos, tão altos, aliás, de campanha.
Folha de S. Paulo
(*) Comentário do editor do
blog-MBF: continuo defendendo o fim dos
partidos políticos, e não apenas a troca de nome.
Esses Movimentos que se iniciaram na
Europa, são uma boa saída para o impasse, desde que não funcionem como partidos
políticos estruturados.
No Brasil teríamos 4+1 Movimentos
principais:
1-Movimento Monarquista
2-Movimento Conservador
3-Movimento Liberal
4-Movimento Socialista
E um quinto, que eu chamaria então
de Movimento Capitalista Social.
Todos com chamamento nas redes sociais,
sem estrutura partidária, sem ajuda de custo pública, nem de empresas.
Se pessoas físicas quiserem empregar
seu tempo e seu dinheiro particular na divulgação desses Movimentos, são livres
para fazê-lo.
Mas que sejam Movimentos honestos,
dizendo CLARAMENTE à que vem. Sem subterfúgios à la Gramsci. Para mentir e enganar, já bastam os atuais partidos políticos.
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