AFP
PARIS — O Parlamento francês aprovou, nesta quarta-feira, um projeto de lei de moralização da vida política, um dos desafios do presidente Emmanuel Macron, eleito após uma campanha marcada por escândalos entre partidos. O texto, aprovado por uma ampla maioria da Assembleia Nacional, inclui a supressão da “reserva parlamentar”, ajuda financeira que deputados e senadores distribuíam até então para comunas e associações de sua escolha.
Agora, ministros, deputados e representantes locais não vão poder contratar cônjuges, pais ou filhos. Está prevista uma pena de três anos de prisão e 45 mil euros de multa, além da restituição dos pagamentos em alguns casos. Ainda foram aprovados um dispositivo de reembolso com justificativas para os gastos dos deputados e uma pena complementar de inelegibilidade por falta de integridade.
As medidas foram celebradas pela filial francesa da ONG Transparência Internacional, que lamentou, contudo, o texto não tenha sido ainda mais abrangente.
A questão que ganhou força durante a campanha presidencial após uma série de escândalos. O candidato preferido da direita, François Fillon, caiu nas pesquisas após a revelação de supostos empregos fantasmas de sua família. Ele acabou não sendo eleito para o segundo turno.
Nesse contexto, o ministro socialista de Interior, Bruno Le Roux, na mira pelo emprego de suas filhas, as demitiu em março, três meses depois de sua nomeação.
O
primeiro-ministro de Justiça, François Bayrou, que tinha apresentado a lei de
moralização, precisou deixar o cargo por suspeitas de vagas falsas no
Parlamento Europeu que afetavam seu partido, o MoDem.
Eurodeputados
franceses de todas as correntes políticas foram afetados pela tormenta dos
assistentes parlamentários europeus, com diferentes investigações abertas na
França.
Nesta terça-feira, o ex-ministro Michel Mercier renunciou ao cargo no Conselho Constitucional após a abertura de uma investigação sobre a contratação de suas filhas como assistentes parlamentares.
O Globo
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