Thoth3126
(*)
Nos últimos 10 anos, o número de
instituições chinesas dedicadas ao estudo da língua portuguesa quase
quadruplicou, passando de 6 para 23, e especialistas afirmam que a maior razão
deste extraordinário crescimento são os interesses econômicos da China na América
Latina e na África. A presença chinesa em países como Angola e Moçambique
é notável. Nas duas últimas décadas, o volume de investimentos chineses na
África cresceu mais de 20 vezes, passando de US$ 10 bilhões em 2000 para US$
220 bilhões em 2014.
Em
setembro de 2016, Angola se tornou o maior fornecedor de petróleo para a China,
enquanto Moçambique está entre os 5 países com maior concentração de
investimentos chineses. O Brasil segue no mesmo passo.
Desde
2009, a China é o maior parceiro comercial do país, substituindo o primado
histórico das relações com os Estados Unidos, e não é sem motivo que o
Presidente Temer, na véspera da Cúpula do BRICS, terá encontros em Pequim
com o líder chinês e com empresários daquele país.
Especialista
em países BRICS – o grupo formado porBrasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul –, Diego Pautasso, professor de Relações Internacionais do Colégio
Militar de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, analisou em entrevista exclusiva
para a Sputnik Brasil o que representariam para o Brasil os investimentos que a
China tem aplicado na África. Esses valores conseguiriam provocar no Brasil um
avanço rumo ao desenvolvimento:
“Infelizmente,
[os valores] não são suficientes. O comércio exterior e os investimentos
estrangeiros, embora sejam variáveis importantes para o crescimento e
desenvolvimento de um país, não são suficientes [para estes fins]. Quando se
analisa a história política e econômica de qualquer país, a gente vê que o
capital se fortalece”, disse.
Segundo
ele, a política de capitais e a formação bruta de capitais têm de ser
predominantemente domésticas. “[Na China], o dinheiro estrangeiro nunca passou
de 10% do total da formação de capital bruto. Então eu creio que
as parcerias internacionais, apesar de muito importantes, precisam estar
enquadradas num projeto nacional de desenvolvimento mais abrangente, que
permita internacionalizar a tecnologia, criar cadeias de valor e assim por
diante”, disse o especialista citando o caso da China.
Diego
Pautasso acredita que a China vai ocupar o espaço a ser deixado vazio na África
pela saída das empresas brasileiras, após o impacto dos escândalos de corrupção
envolvendo empreiteiras como Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez, todas com
grandes volumes de investimentos em países como Angola e Moçambique.
“Todo
aquele esforço que o Brasil vem fazendo desde os anos 70 para começar a
exportar serviços e entrar para um grupo muito seleto de países capazes de
exportar serviços de engenharia, de internacionalizar empresas de grandes
proporções – o que teve uma aceleração muito significativa durante os Governos Lula
e Dilma –, hoje está sendo colocado por terra.
Como a
gente vê, não é um projeto que se refaz em 1, 2, 3, 4 anos, mas sim em décadas.
São projetos intergeracionais que, literalmente, estão indo para o ralo a
partir da [Operação] Lava Jato e da falta de compromisso com empresas que fazem
parte de uma histórica industrialização do Brasil”, comenta (Nota de Thoth: mas
é o preço que se paga por fazer negócios no exterior usando o “jeitinho –
CORRUPTO – brasileiro”.
O
Professor Pautasso se mostrou convicto de que as empresas chinesas de
engenharia ocuparão os espaços vagos e que a cooperação entre China e países da
África tende a um implemento cada vez maior e mais sólido.
“A
China, desde meados dos anos 90, percebeu que a África era uma grande fronteira
de expansão mundial do capitalismo e dos negócios. Era um continente que estava
à margem do processo de globalização, e [a China] intensificou suas relações,
fez a multiplicação do comércio de investimentos e, de lá para cá,
as relações [entre África e China] têm sido muito sinérgicas”, observou.
Em
relação à expansão do ensino do idioma português na China, Diego Pautasso vê o
fato como perfeitamente natural, já que é consequência dos planos de inversões
que o Governo chinês tem não só para o Brasil como também para os países de
língua portuguesa.
Por
isso, o especialista considera perfeitamente compreensível que a China queira
ter entre seus quadros de especialistas profissionais habilitados a compreender
e falar o português, de modo a facilitar a comunicação entre chineses e
habitantes de países de língua portuguesa.
Por
sinal, o ensino do idioma português na China deverá ser enfocado na próxima
Reunião de Cúpula do BRICS, marcada para os dias 3, 4 e 5 de setembro em
Xiamen, cidade da Província de Fujian, no Leste do país. O tema do encontro
será “BRICS: Parceria Mais Forte para um Futuro Mais Brilhante”.
(*) Comentário do editor do
blog-MBF: enquanto isto no Brasil, temos
aulas diárias de corrupção, ministradas por nossos políticos, e de burrice explícita, temperada com mentira e hipocrisia, pela insepulta
esquerdalha, comandada pelo PT e alegremente ($$$) acompanhada pelos seus penduricalhos, todos "empregados" nas empresas estatais, que afinal, é para isto mesmo que
servem.
Detalhe. Essas empresas estatais, quando o governo não consegue mais sustentá-las com o nosso dinheiro, vende as mesmas para os amigos, que pagam a compra com dinheiro do BNDES ou com títulos podres e os negociadores - funcionários públicos eleitos, "criteriosamente" escolhidos pelos partidos políticos - embolsam verdadeiras fortunas, como se corretores autônomos fossem.
1984: Brasil, 8º PIB do mundo e China 21º.
2017: Brasil, 10º PIB do mundo e China 2º, caminhando para 1º.
Detalhe. Essas empresas estatais, quando o governo não consegue mais sustentá-las com o nosso dinheiro, vende as mesmas para os amigos, que pagam a compra com dinheiro do BNDES ou com títulos podres e os negociadores - funcionários públicos eleitos, "criteriosamente" escolhidos pelos partidos políticos - embolsam verdadeiras fortunas, como se corretores autônomos fossem.
1984: Brasil, 8º PIB do mundo e China 21º.
2017: Brasil, 10º PIB do mundo e China 2º, caminhando para 1º.
Nenhum comentário:
Postar um comentário