Rodrigo
da Silva
Fabio Assunção pode ser hetero, rico, branco, truculento e viciado em
cocaína. Lindbergh Farias também. Aécio Neves não.
Lula pode ser hetero, rico, branco e assumir publicamente, como já fez
à Playboy, que é machista e que o lugar da sua mulher é dentro de casa,
cuidando dos filhos. Silas Malafaia não.
Nicolás Maduro pode ser hetero, rico, truculento e ridicularizar
inúmeras vezes em público os homossexuais. Che Guevara também. E Evo Morales. E
Fidel. Magno Malta não.
Tico Santa Cruz pode ser hetero, rico, branco e racista, como foi
quando chamou Fernando Holliday de "capitão do mato". Jair Bolsonaro
não.
Ciro Gomes pode ser hetero, rico, branco, truculento, nacionalista e
assumir que o principal papel de sua mulher é dormir com ele. Donald Trump não.
Marcelo Freixo pode ser hetero, rico, branco e machista, como acusa
sua ex-esposa, que confessou se sentir "acuada por um período longo"
desde o término de seu relacionamento, quando passou a ser "caluniada, por
ele e seus companheiros de partido, o clã dos esquerdo-machos". Marco
Feliciano não.
A questão nunca foi a luta do bem contra o mal, travada em defesa das
minorias. É "a moral deles e a nossa".
No Brasil, você só precisa defender uma visão de mundo à esquerda para
ser tratado como um humanista, mesmo quando é um discípulo da truculência.
Basta assumir também uma posição política antagônica à esquerda, no entanto,
para fatalmente ganhar o rótulo de tirano, mesmo quando propaga a tolerância.
Por aqui, há os que possuem a licença de praticar violência e
preconceito e há os que são impedidos. E a única coisa que os separa, como as
redes sociais vêm mostrando dia após dia, não é gênero, cor ou classe social: é
a filiação partidária.
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