Beatriz Díez
O grande paradoxo
O
crescimento é normalmente visto como algo positivo, mas, para muitos
californianos, as cifras mais altas do PIB não se traduzem necessariamente em
maior prosperidade.
Se nos
concentramos em questões como pobreza e dificuldade no acesso a moradia, não
parece que estamos falando da quinta economia mundial.
Parta
começar, segundo os dados mais recentes do Censo americano, um em cada cinco
californianos vive na pobreza, ou seja, 20,4%, em comparação com 14,7% da
população americana em geral. É o índice mais alto do país - e o mesmo ocorre
em pobreza infantil.
Além
disso, a Califórnia tem 140 mil sem-tetos, um problema presente em cidades como
Los Angeles e San Francisco. "São 25% dos moradores de rua do país, e
cerca de 10% estão apenas em Los Angeles", diz Ohanian.
"É
um Estado com uma grande desigualdade. A moradia é caríssima. O preço médio de
uma casa é US$ 540 mil. Só cerca de 30% dos lares podem se permitir pagar uma
hipoteca assim, assumindo que dão 20% de entrada.
As
políticas econômicas foram prejudiciais para muita gente, ainda que isso não
tenha sido intencional."
Ohanian
prevê ainda mais dificuldades no futuro da Califórnia caso não mude seu rumo.
"O Estado enfrentará uma outra crise se não adotar políticas diferentes no
pagamento de pensões e no sistema de saúde."
Trata-se
de uma preocupação compartilhada por outros analistas econômicos, que
questionam como a Califórnia vai arcar com os gastos nessas duas áreas.
Outros
analistas avaliam que a situação fiscal da Califórnia é sólida o suficiente
para enfrentar esses desafios.
Eles
recordam que, quando o governador democrata Jerry Brown assumiu, em 2011,
encontrou um déficit orçamentário de US$ 27 bilhões (R$ 101 bilhões, em valores
atuais) e que, agora, após oito anos de expansão econômica, o Estado tem um
superávit de US$ 6 bilhões (R$ 22,6 bilhões).
BBC Mundo
em Los Angeles
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