terça-feira, 5 de junho de 2018

Como a Califórnia foi da beira da falência a 5ª economia do mundo

Beatriz Díez

O grande paradoxo
O crescimento é normalmente visto como algo positivo, mas, para muitos californianos, as cifras mais altas do PIB não se traduzem necessariamente em maior prosperidade.

Se nos concentramos em questões como pobreza e dificuldade no acesso a moradia, não parece que estamos falando da quinta economia mundial.
Parta começar, segundo os dados mais recentes do Censo americano, um em cada cinco californianos vive na pobreza, ou seja, 20,4%, em comparação com 14,7% da população americana em geral. É o índice mais alto do país - e o mesmo ocorre em pobreza infantil.

Além disso, a Califórnia tem 140 mil sem-tetos, um problema presente em cidades como Los Angeles e San Francisco. "São 25% dos moradores de rua do país, e cerca de 10% estão apenas em Los Angeles", diz Ohanian.
"É um Estado com uma grande desigualdade. A moradia é caríssima. O preço médio de uma casa é US$ 540 mil. Só cerca de 30% dos lares podem se permitir pagar uma hipoteca assim, assumindo que dão 20% de entrada.

As políticas econômicas foram prejudiciais para muita gente, ainda que isso não tenha sido intencional."

Ohanian prevê ainda mais dificuldades no futuro da Califórnia caso não mude seu rumo. "O Estado enfrentará uma outra crise se não adotar políticas diferentes no pagamento de pensões e no sistema de saúde."
Trata-se de uma preocupação compartilhada por outros analistas econômicos, que questionam como a Califórnia vai arcar com os gastos nessas duas áreas.

Outros analistas avaliam que a situação fiscal da Califórnia é sólida o suficiente para enfrentar esses desafios.

Eles recordam que, quando o governador democrata Jerry Brown assumiu, em 2011, encontrou um déficit orçamentário de US$ 27 bilhões (R$ 101 bilhões, em valores atuais) e que, agora, após oito anos de expansão econômica, o Estado tem um superávit de US$ 6 bilhões (R$ 22,6 bilhões).

BBC Mundo em Los Angeles



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