Evandro Éboli
(*)
Luciano Bivar fundou e preside o
Partido Social Liberal desde 1998. Em seu segundo mandato de deputado, ele já
disputou a Presidência da República em 2006. Agora está apalavrado com
Bolsonaro
O
manda-chuva do Partido Social Liberal (PSL), anunciado
como a futura legenda do presidenciável Jair Bolsonaro, é o empresário
e deputado federal Luciano Bivar, de Pernambuco. Homem rico e ligado ao setor
de seguros, ele é o dono do partido, que
fundou em 1998. O preside esse tempo inteiro. Tem um patrimônio declarado à
Justiça Eleitoral de R$ 14,7 milhões. Quase todo em ações.
O PSL
tem um fundo partidário nada desprezível. Em 2017 recebeu R$ 5,8 milhões. É o
vigésimo maior valor entre os 35 partidos. Em 2018 esse montante pode chegar a
R$ 10 milhões. O dirigente do PSL mistura política com futebol. Foi presidente
do Sport Clube Recife por seis vezes.
Bivar
está no seu segundo mandato de deputado federal. E na condição de suplente. O
primeiro mandato foi entre 1999 e 2003. Em 2006 disputou a Presidência da
República. Foi o lanterna daquela disputa. Ficou em sétimo lugar, com meros
62.064 votos, que representam 0,065% dos votos válidos. Perdeu até para Eymael,
do PSDC, o sexto lugar com 63.294 votos, ou 0,066% dos válidos. Uma diferença
de pouco mais de mil votos.
Luciano
Bivar é um deputado de atuação discreta. Durante os debates da reforma
eleitoral, atuou forte nos bastidores para evitar prejuízos para os partidos
nanicos. Não é de apresentar muitos projetos e até agora nenhuma proposta de
sua autoria virou lei.
Como
cartola do futebol viveu uma situação constrangedora. Foi punido com uma
suspensão pelo tribunal desportivo acusado de se envolver num esquema de
indicação de jogador de seu clube para a seleção brasileira. Bivar compara o
futebol a política. A ponte que une os dois segmentos, para ele, é o tratamento
nem sempre agradável da imprensa.
"Futebol
é que nem política. Um dia você está no céu e outro no inferno. Quando meu time
perdia, eu era o pior dirigente. Queria responder a todos os jornalistas. Mas,
quando o time ganhava, você era o melhor do mundo. A política é meio isso. Hoje
já estão aí falando mal do Bolsonaro. Mas daqui a pouco muda. É preciso ter
casco duro", disse Luciano Bivar à Gazeta do Povo.
Entusiasmo com Bolsonaro
Bivar
está entusiasmado com a chegada de Bolsonaro. Antevê que a bancada do PSL, com
a filiação dele, vai sair dos atuais três deputados para 40. Ele nega que haja
qualquer acordo para o presidenciável comandar a legenda e diz que não há
acordo para ele ser o vice na chapa que irá concorrer ao Planalto.
"Agora,
formamos um bloco só. Todos nós somos o PSL. Não há comprometimento algum.
Amanhã, sendo ele o presidente do país, não terá a obrigação de aproveitar esse
ou aquele quadro do PSL. A não ser que seja por meritocracia. Formamos uma
junção de ideias. Não tem espaço para o fisiologismo", assegura
Bivar.
Sobre o
racha com o Livres, grupo que era ligado ao PSL, Bivar diz que foi o
fundador do movimento e que houve uma precipitação quando eles divulgaram uma
nota condenando a filiação de Bolsonaro.
"Aquela
nota já é do jornal de ontem. Era uma corrente dentro do PSL. Foi uma facção
que divulgou aquela nota de forma inadvertida. Eu sempre disse que ele seria
bem-vindo e rebati aquela posição de forma incontinente".
O
presidente do PSL criticou a presença e o discurso de Luciano Huck no programa
do Faustão no último domingo (7). "Foi um pronunciamento patético. Ele
falou muita besteira. Estava mais para candidato a comandar o programa do
Chacrinha", disse.
Gazeta do Povo
(*) Comentário do editor do
blog-MBF: “...ele é o dono do partido,
que fundou em 1998”.
Este é o problema da utilização de
partidos políticos: eles tem donos. A opinião dos filiados pouco importa.
Pessoas se filiam em função do programa que o partido apresenta, mas as
decisões a nível de diretoria (?), pouco tem a ver com o mesmo, são pessoais.
Em função da nossa legislação, aí
está Bolsonaro correndo atrás de um partido para poder disputar a Presidência
da República.
O país só deveria ter um partido: a
Constituição, onde as minorias fossem respeitadas, mas não ditariam a pauta, e
onde ideologias do tipo nazismo, comunismo e liberalismo não tivessem voz
ativa, ou voz nenhuma.
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