terça-feira, 28 de novembro de 2017

Presidente da Petrobras atribui a governo Temer aumento no preço da gasolina

LETICIA FERNANDES / MANOEL VENTURA

Pedro Parente afirmou que culpa é das elevações de impostos feitas pelo governo

BRASÍLIA — O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse nesta segunda-feira que os sucessivos aumentos no preço da gasolina não são culpa da estatal, e sim do aumento dos impostos, elevações feitas pelo governo do presidente Michel Temer.

Parente afirmou que, da parte da Petrobras, a variação de preços foi "muito pequena", entre 2% e 2,5% em 1 ano. O que levou a um aumento de cerca de 20% no preço da gasolina, disse o presidente, foi o aumento de impostos. Ele deixou claro, no entanto, que os aumentos foram necessários diante da crise fiscal que o Brasil enfrenta.

- Não estou aqui para criticar o governo, na realidade se sabe que isso (o aumento) foi uma necessidade em função da crise fiscal que o país vive, mas em termos concretos, o grande impacto do aumento dos combustíveis é decorrência do aumento dos impostos - disse o presidente da Petrobras, após se reunir com Temer no Palácio do Planalto, em Brasília.
Questionado sobre quando o governo e a Petrobras poderão diminuir o preço da gasolina, aliviando o bolso do contribuinte, Pedro Parente disse que apenas "quando o governo baixar impostos".

— Quando o governo baixar impostos. Nós não subimos a gasolina. Se você olhar a média de preço que a Petrobras praticou, não variou muito. É uma questão muito mais de imposto que do aumento dos preços da Petrobras — complementou.

PARENTE NEGA VÍNCULO COM PSDB
Pedro Parente, negou, após reunião com Michel Temer no Palácio do Planalto, que a permanência ou saída do PSDB do governo influencie a sua situação. Chefe da Casa Civil do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, Parente admitiu que tem uma visão econômica "própria da social democracia", vertente ligada à visão do PSDB, mas afirmou que nunca se filiou a partidos políticos e negou ter sido indicado pelos tucanos para o cargo.

— Não vejo nenhuma ligação partidária ou a necessidade de considerar a minha permanência ou minha saída, que em ultima instância cabe ao presidente da República, em função da permanência ou não do PSDB no governo — disse o presidente da Petrobras, que acrescentou: — Uma característica da minha carreira é que nunca me vinculei a nenhum partido político. É verdade que eu tenho uma visão muito próxima da social democracia, mas nunca tive vinculação partidária porque sempre achei que, para desempenhar qualquer função no governo, parecia importante não ter filiação - completou Parente.

O Globo

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