quinta-feira, 30 de novembro de 2017

O diferencial catarinense

Hélio Duque
(*)

Na geografia dos estados brasileiros, a relação na distribuição de renda "per capita", por habitante, é indecorosa. Nas diferentes regiões, das mais prósperas às mais pobres, a realidade é de monstruosa concentração de renda nacional. Na desigualdade por cada unidade federativa, em 2014, o Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) levantou dados para aferir o padrão de vida dos brasileiros. Em 2017, o estudo "Inquality in Brazil: a regional perspective", de autoria dos economistas Izabela Karpowicz e Carlos Góes, divulgado pelo FMI e Banco Mundial, comprova a abissal distância entre ricos e pobres. O diferencial focou a renda mensal dos 5% mais ricos e os 5% mais pobres.

No mais desenvolvido, o Estado de São Paulo, os 5% mais ricos tem renda de R$ 8.200,00 e os 5% mais pobres R$ 165,00.
No Rio de Janeiro, fica em R$ 7.600,00 e R$ 141,00;
Paraná, R$ 7.600,00 e R$ 197,00;
Minas Gerais, R$ 7.700,00 e R$ 147,00;
Rio Grande do Sul, R$ 7.700,00 e R$ 175,00;
Bahia, R$ 6.300,00 e R$ 82,00;

Distrito Federal, a desproporção é escandalosa, demonstrando o poder da burocracia pública: os 5% mais ricos tem rendimento de R$ 12.900,00 ficando os 5% mais pobres com R$ 151,00.

A desigualdade de renda, na totalidade dos Estados, tem o perfil dos números exibidos naquela amostragem. Alagoas é onde esse diferencial é mais brutal, expressado em R$ 4.800,00 e R$ 67,00.

Nesse cenário devastador, o Estado onde se radiografa o menor diferencial entre as duas faixas de renda é Santa Catarina. Longe de ser um paraíso é quem apresenta números sobre a desigualdade da renda, 30% menor do que a média do país. A renda mensal média dos 5% mais ricos é de R$ 6.400,00 e os 5% mais pobres é de R$ 285,00. 
A realidade catarinense não se expressa apenas nesses números, ainda muito distantes do que deveria ser uma sociedade com efetiva justiça social, mas retratam um nível superior a media das outras 26 unidades federativas brasileiras. Nas suas diferentes regiões e nas várias vertentes, vem demonstrando o que pode ser feito para o Brasil superar o estágio de brutal concentração de renda.
"O Brasil não tem problemas, só soluções adiadas", dizia há décadas o escritor nordestino Câmara Cascudo.
Em Santa Catarina essa afirmação vem sendo colocada em prática. Ainda agora com o Brasil mergulhado na recessão econômica, que vem saindo aos poucos, o desemprego nacional é de 12,4%. Já em nas terras catarinenses, atestado pelo IBGE, o desemprego é de 6,7%. Fruto de um ajuste produtivo, da modernização industrial, da competitividade e da atração de novas empresas de bases tecnológicas. A educação é a matriz sustentadora dessa realidade.

Tenho grande admiração por Santa Catarina e quando lá estou, no reencontro com velhos e queridos amigos, expresso o encantamento que me é proporcionado. Se no setor produtivo tem um vigor acima da média brasileira, exibe no seu vasto e belo litoral uma estrutura turística inigualável, fruto de trabalho criativo expressado na fisionomia de um povo que tem o prazer de servir ao turista a alegria de viver. Hotéis dos mais sofisticados aos mais simples, pousadas surpreendentes pelo nível de conforto. Restaurantes com padrão internacional, em Florianópolis, Balneário Camboriú, Itapema, Barra Velha, Joinville, Blumenau e ao longo das suas praias belíssimas.

Se os adultos contam com essa estrutura, os filhos podem desfrutar do maior parque juvenil de entretenimento da América Latina: o Beto Carrero. O turismo familiar ali encontra um recanto de alegria e prazer. Em Santa Catarina, tão desconhecida dos brasileiros, está se estruturando um Brasil que busca a modernidade.

Nesse instante da vida nacional de descrença no futuro, de profunda crise moral, de valores abandonados e contestados, a terra de Anita Garibaldi exibe padrão econômico, social e de lazer que deveria merecer sérias reflexões para os brasileiros que acreditam no futuro.

catve.com

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  costumo dizer que a diferença entre SC e outros estados, é que aqui nossos governantes, em primeiro lugar, se unem para impedir que o PT e a esquerdalha consigam assumir o Poder. Quando é para impedir que os retrógados tenham alguma chance de vitória, eles esquecem as diferenças pessoais e trabalham unidos para vencer.
Segundo, não são mais honestos que a maioria dos políticos dos demais estados, mas tem uma diferença fundamental. Permitem e dão todo apoio para a iniciativa privada se desenvolver. Ou seja, de dia trabalham pelo desenvolvimento do estado, para que o mesmo progrida e pague impostos. À noite, como tantos outros, “trabalham” em causa própria, que ninguém é de ferro.
RJ e outros, “trabalham” diuturnamente em causa própria. Aí a casa cai e o governo federal, que depois do desastre Dilma não está muito melhor, tem que acudir.
Socialismo é desastre anunciado. Se juntarmos o socialismo à corrupção, é perda total.
Quanto mais nosso país terá que sofrer para que nossas elites compreendam isto, e parem de flertar e fazer mimos para a visão socialista de mundo ?

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