quinta-feira, 9 de novembro de 2017

A sucessão na USP

O Estado de São Paulo
(*)

Embora o mandato do reitor Marco Antonio Zago só termine em janeiro de 2018, a Universidade de São Paulo (USP) já vem assistindo à acirrada disputa pela sua sucessão

Embora o mandato do reitor Marco Antonio Zago só termine em janeiro de 2018, a Universidade de São Paulo (USP) já vem assistindo à acirrada disputa pela sua sucessão. Quatro chapas – duas oposicionistas e duas situacionistas – foram homologadas, a consulta à comunidade acadêmica está marcada para o dia 23 de outubro e a definição da lista tríplice, da qual participarão os membros do Conselho Universitário, das congregações e dos conselhos deliberativos dos museus e institutos especializados, está prevista para o dia 30.

Os temas mais discutidos pelos candidatos dizem respeito ao gigantismo da USP e à sua crise financeira. Com diversos campi na capital e no interior, 5,9 mil docentes, 14,9 mil funcionários, 54,3 mil alunos na graduação e 25,4 mil na pós-graduação, a USP é a maior instituição de ensino superior da América Latina e uma das poucas a ter autonomia financeira. Além de ser mantida por um porcentual fixo de ICMS, ela recebe recursos de agências de fomento à pesquisa e conta com as fundações de apoio, que formam parcerias com a iniciativa privada. Em 2016, as receitas da instituição ficaram em torno de R$ 5,2 bilhões.

Como até o início de 2017 a USP vinha gastando quase 100% de seus recursos com folha de pagamento e a receita do ICMS despencou nos últimos anos, por causa da recessão econômica, ela foi obrigada a adotar medidas drásticas para cortar despesas, suspendendo a contratação de novos professores, congelando salários e lançando programas de demissão voluntária, que resultaram na dispensa de quase 4 mil servidores. Além disso, o Conselho Universitário aprovou um conjunto de regras – intitulado Parâmetros de Sustentabilidade Econômico-Financeira – com o objetivo de reduzir a 85% da receita o comprometimento da universidade com a folha de pagamento. Por fim, com recursos doados por antigos alunos que se destacaram na iniciativa privada, a USP contratou a empresa de consultoria McKinsey & Company para formular um projeto denominado “USP do futuro”.

Essas medidas estão no centro das discussões. Com apoio de pequenos partidos de esquerda, associações de professores, estudantes e servidores acusam a gestão Zago de não ter se empenhado para exigir a ampliação dos repasses orçamentários pelo governo estadual e por ter colocado a pós-graduação e pesquisa a serviço de empresas, promovendo uma “privatização silenciosa” da instituição. Também alegam que a McKinsey é conhecida por propor receituários “neoliberais”, constituídos por projetos de demissões, revisão de contratos, terceirização e cortes drásticos de custos.
Já os grupos que apoiam as chapas situacionistas endossam as medidas tomadas por Zago e pedem que sejam aprofundadas, com base num diagnóstico lançado recentemente por um grupo de professores e ex-reitores, como Jacques Marcovitch e José Goldemberg. O trabalho identifica as causas do desequilíbrio financeiro causado por erros administrativos pelo antecessor de Zago e propõe medidas para aprimorar a governança da USP. Sugere, por exemplo, um limite de gastos com pessoal no último ano de cada gestão reitoral, a ampliação das atribuições da Comissão de Orçamento e Patrimônio do Conselho Universitário e a criação de uma unidade independente de controle orçamentário. Como os membros do Conselho Universitário não têm formação gerencial, medidas como essas dariam maior racionalidade às decisões do colegiado, segundo o documento.

Diante das diferenças entre os programas dos candidatos, é preciso que os participantes do processo de escolha do novo reitor avaliem com sensatez as propostas das quatro chapas. É preciso que estejam conscientes de que os recursos públicos são finitos e de que o prevalecimento de interesses partidários e pressões corporativas, em detrimento dos interesses maiores de quem financia a universidade pública, tende a comprometer projetos pedagógicos e a prejudicar atividades de pesquisa, impossibilitando a USP de cumprir a missão para a qual foi criada.

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  “... de não ter se empenhado para exigir a ampliação dos repasses orçamentários pelo governo estadual”.

É só no que pensam os defensores da estatização: gastar. Sem contar, que em notícias anteriores veiculadas pela mídia, foi denunciado que professores, por manobras que particularmente considero desonestas, recebem R$ 150 mil/mês de salário. Um tapa na cara dos pagadores de impostos.
Definitivamente, o Brasil é um país nas mãos de políticos inescrupulosos, aliados a burrice crônica das esquerdas. As escolas, nos três graus, foram dominadas pelos defensores da estatização. O custo disto é repassado à sociedade. Ela que pague a ineficiência do sistema estatal. Eles, os beneficiados, agradecem, e se não receberem aumentos periódicos, fazem greve, além de seus sindicatos pelegos quebrarem tudo que encontram pela frente.
Até quando ?


Nenhum comentário: