O Estado de São Paulo
(*)
Embora o mandato do reitor Marco
Antonio Zago só termine em janeiro de 2018, a Universidade de São Paulo (USP)
já vem assistindo à acirrada disputa pela sua sucessão
Embora o
mandato do reitor Marco Antonio Zago só termine em janeiro de 2018, a
Universidade de São Paulo (USP) já vem assistindo à acirrada disputa pela sua
sucessão. Quatro chapas – duas oposicionistas e duas situacionistas – foram
homologadas, a consulta à comunidade acadêmica está marcada para o dia 23 de
outubro e a definição da lista tríplice, da qual participarão os membros do
Conselho Universitário, das congregações e dos conselhos deliberativos dos
museus e institutos especializados, está prevista para o dia 30.
Os temas
mais discutidos pelos candidatos dizem respeito ao gigantismo da USP e à sua
crise financeira. Com diversos campi na capital e no interior, 5,9 mil
docentes, 14,9 mil funcionários, 54,3 mil alunos na graduação e 25,4 mil na
pós-graduação, a USP é a maior instituição de ensino superior da América Latina
e uma das poucas a ter autonomia financeira. Além de ser mantida por um
porcentual fixo de ICMS, ela recebe recursos de agências de fomento à pesquisa
e conta com as fundações de apoio, que formam parcerias com a iniciativa
privada. Em 2016, as receitas da instituição ficaram em torno de R$ 5,2
bilhões.
Como até o início de 2017
a USP vinha gastando quase 100% de seus recursos com folha de pagamento e a receita do ICMS despencou nos últimos
anos, por causa da recessão econômica, ela foi obrigada a adotar medidas
drásticas para cortar despesas, suspendendo a contratação de novos professores,
congelando salários e lançando programas de demissão voluntária, que resultaram
na dispensa de quase 4 mil servidores. Além disso, o Conselho Universitário
aprovou um conjunto de regras – intitulado Parâmetros de Sustentabilidade
Econômico-Financeira – com o objetivo de reduzir a 85% da receita o
comprometimento da universidade com a folha de pagamento. Por fim, com recursos doados por antigos alunos que se destacaram na
iniciativa privada, a USP contratou a empresa de consultoria McKinsey &
Company para formular um projeto denominado “USP do futuro”.
Essas
medidas estão no centro das discussões. Com apoio de pequenos partidos de
esquerda, associações de professores, estudantes e servidores acusam a gestão
Zago de não ter se empenhado para exigir a ampliação dos repasses orçamentários
pelo governo estadual e por ter colocado a pós-graduação e pesquisa a serviço
de empresas, promovendo uma “privatização silenciosa” da instituição. Também
alegam que a McKinsey é conhecida por propor receituários “neoliberais”,
constituídos por projetos de demissões, revisão de contratos, terceirização e
cortes drásticos de custos.
Já os
grupos que apoiam as chapas situacionistas endossam as medidas tomadas por Zago
e pedem que sejam aprofundadas, com base num diagnóstico lançado recentemente
por um grupo de professores e ex-reitores, como Jacques Marcovitch e José Goldemberg.
O trabalho identifica as causas do desequilíbrio financeiro causado por erros
administrativos pelo antecessor de Zago e propõe medidas para aprimorar a
governança da USP. Sugere, por exemplo, um limite de gastos com pessoal no
último ano de cada gestão reitoral, a ampliação das atribuições da Comissão de
Orçamento e Patrimônio do Conselho Universitário e a criação de uma unidade
independente de controle orçamentário. Como os membros do Conselho
Universitário não têm formação gerencial, medidas como essas dariam maior
racionalidade às decisões do colegiado, segundo o documento.
Diante
das diferenças entre os programas dos candidatos, é preciso que os
participantes do processo de escolha do novo reitor avaliem com sensatez as
propostas das quatro chapas. É preciso que estejam conscientes de que os
recursos públicos são finitos e de que o prevalecimento de interesses
partidários e pressões corporativas, em detrimento dos interesses maiores de
quem financia a universidade pública, tende a comprometer projetos pedagógicos
e a prejudicar atividades de pesquisa, impossibilitando a USP de cumprir a
missão para a qual foi criada.
(*) Comentário do editor do
blog-MBF: “... de não ter se empenhado
para exigir a ampliação dos repasses orçamentários pelo governo estadual”.
É só no que pensam os defensores da
estatização: gastar. Sem contar, que em notícias anteriores veiculadas pela
mídia, foi denunciado que professores, por manobras que particularmente
considero desonestas, recebem R$ 150 mil/mês de salário. Um tapa na cara dos
pagadores de impostos.
Definitivamente, o Brasil é um país
nas mãos de políticos inescrupulosos, aliados a burrice crônica das esquerdas.
As escolas, nos três graus, foram dominadas pelos defensores da estatização. O
custo disto é repassado à sociedade. Ela que pague a ineficiência do sistema
estatal. Eles, os beneficiados, agradecem, e se não receberem aumentos
periódicos, fazem greve, além de seus sindicatos pelegos quebrarem tudo que
encontram pela frente.
Até quando ?
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