Martim Berto Fuchs
Desde o
século XIX, quando se intensificou o debate entre liberais e socialistas, que
os países se escoram ora num sistema, ora em outro. Conhecidos filósofos e
pensadores escreveram milhares de páginas, mas acabaram por criar uma
dicotomia: ou um ou outro.
A
tentativa de unificação aconteceu com a social-democracia, oriunda do
socialismo fabiano, a qual chamaram de terceira via, defendida no Brasil pelo
professor, escritor e político Fernando Henrique Cardoso.
Esta
terceira via, onde foi implementada, falhou, como falhou antes o
marxismo/leninismo/comunismo. Estas duas soluções, opção pela intervenção do
Estado na economia, que é de onde provêem os recursos para o atendimento
social, se provaram inadequadas. São 100 anos de tentativas e de resultados
negativos.
Como os
apoiadores da intervenção do Estado na vida dos cidadãos, através da economia,
viram seus esforços fracassados, apelam hoje, para não perder pé na situação,
intervir com outra pauta: o politicamente correto. Tudo agora tem que ser
politicamente correto. Com isto, tentam desestabilizar os costumes da vida
ocidental, baseados no judaísmo/cristianismo e ancorados nos princípios da
democracia liberal, para, na esperança deles, finalmente se impor e levar a
humanidade a igualdade em todos os sentidos. Como sempre, esquecem, que sem
dinheiro o mundo não caminha; para.
Por
outro lado, os defensores do liberalismo não conseguem responder uma simples
pergunta: - Por que, se o sistema liberal é tão positivo, não se mantém em
lugar nenhum do planeta. Recorrem a ele cada vez que um país adota o socialismo
e é levado ao caos. Aplicadas as soluções liberais, o país volta a crescer, mas
logo em seguida os socialistas voltam com mais força ao Poder. O próprio EUA
esteve, pela primeira vez na história pelo que eu saiba, sujeito a ter um
candidato com potencial para ser Presidente do país, pelo Partido Democrata,
das hostes socialistas: Bernie Sanders. A este ponto chegaram os eleitores na meca
do liberalismo: eleger um socialista.
É nesta
visão dicotômica na qual o mundo se debate há 100 anos, que entra Capitalismo
Social:
Propõe
que a solução não está na troca do liberalismo (livre iniciativa) pelo
socialismo (economia na mão do Estado) e nem num sistema híbrido que viesse
agradar ambas as partes, tipo a Constituição “Cidadã”, e sim na hegemonia da
iniciativa privada, mas com mudanças nos conceitos históricos que o liberalismo
vem aplicando, em seu nome, a partir do momento que considerou liberalismo como
sinônimo de livre iniciativa, quando não é.
Livre
iniciativa vem desde pelo menos o século X, sofrendo gradativamente
transformações, se aperfeiçoando, mas operava ainda em países com regime
monárquico. Quando começaram questionar a falta de liberdade para atuar, surgiu
o conceito de Liberal, mas já depois da Idade Média.
O Liberalismo
se tornou uma filosofia econômica, que buscou através do poder político sua
implementação. Considerou, desde seu primórdio, o conceito de justiça social uma
conseqüência e não um fim.
Conseguiu
dar emprego para as pessoas que migravam para a cidade, após não mais se
sustentarem no campo (mais de um motivo), em função do processo contínuo de industrialização.
Mas desde o início, até o final do século XIX, o ser humano foi usado como
animal de carga. Isto só veio mudar quando finalmente os trabalhadores
conseguiram, através de sindicatos, enfrentar os patrões. Custou vidas.
O
liberalismo pouco mudou até hoje. Continua pregando a liberdade de atuação para
todos, sem levar em conta a capacidade das pessoas de se desenvolverem. Quem
consegue se sobressair, se dá bem. Quem não consegue, se dá mal. Para o
Liberalismo isto está certo, é assim que deve ser.
Liberalismo
gosta muito de estatísticas pela média. Por exemplo:
Patrão: 1
pessoa com renda mensal de R$ 1 milhão ...........= R$ 1 milhão
Empregados:
1.000 pessoas com renda mensal de R$ 1 mil = R$ 1 milhão
Renda média
= R$ 2 mil. “Boa” renda, tanto que daí os 1.000 empregados devem pagar plano de
saúde particular (nada de SUS), escola para os filhos, prestação da casa
própria sem subsídios do governo, plano de aposentadoria, etc.
Se a
equação no ano seguinte passar para:
Patrão: 1
pessoa com renda mensal de R$ 1,1 milhão ....= R$ 1,1 milhão
Empregados:
1.000 pessoas com renda mensal de R$ 1 mil = R$ 1 milhão
Renda média
= R$ 2,1 mil. Como diria então o Sr. Penteado, se o pobre está melhorando de
vida, não me interessa o que acontece com o rico.
Em
Capitalismo Social defendo a economia na mão da iniciativa privada, onde lucro
é indispensável, pois é o fermento do crescimento; mas que justiça social não
seja uma eventual conseqüência, mas um fim. Capital e trabalho tem que ter o
mesmo valor. 50% do lucro para o capital e 50% para o trabalho. Detalhe: todos
melhorarão, inclusive o dono do capital, pelo simples fato do substancial aumento
no consumo, pois:
Patrão: 1
pessoa com renda mensal de R$ 500 mil ...........= R$ 500 mil
Empregados:
1.000 pessoas com renda mensal de R$ 1,5 mil = R$ 1,5 milhão.
Renda média
= R$ 2 mil.
E o
Estado não deve ser nem máximo (socialismo), nem mínimo (liberalismo). Deve ter
o tamanho necessário para atender os trabalhadores da melhor maneira possível.
Em
Capitalismo Social, o Estado, o Governo, a administração pública, através do
Poder Parlecutivo, tem que ser apartidário. Única "ideologia" a ser seguida
é a Constituição e esta deverá ser instituída pelo Poder Constituinte e só ele pode fazer alterações ou emendas.
PS.: “Vamos debater, trabalhar e mudar o Brasil para melhor. É
assim que vamos incentivar e atuar em debates públicos como o I CONGRESSO ANUAL
AVANÇA BRASIL – já agendado para Belo Horizonte em 18/11/17, no Ouro Minas
Palace Hotel (Av. Cristiano Machado, 4001 - Ipiranga, Belo Horizonte - MG,
31160-342, Brasil / Telefone: +55 31 3429-4000)”
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