sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Na TV, PMDB diz que 'perseguição' contra Temer 'ultrapassou limites'

Marina Dias e Gustavo Uribe
               
BRASÍLIA - O PMDB usará a propaganda partidária que vai ao ar em rede nacional a partir desta quinta-feira (16) para fazer a defesa do governo Michel Temer e dizer que "a perseguição" contra o presidente "ultrapassou todos os limites".

Em um dos vídeos, ao qual a Folha teve acesso, não há citação nominal ao ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, mas um narrador afirma que houve uma "trama" para "derrubar" Temer e que ela foi "desmontada".

O presidente e seus aliados dizem que Janot trabalhou para tirar Temer do cargo ao apresentar contra ele duas denúncias – uma por corrupção passiva e outra por obstrução da Justiça e organização criminosa. Ambas tiveram seu prosseguimento barrado pela Câmara.

"Tentaram derrubar o presidente, mas o Brasil está de pé", diz o narrador, seguido pelo discurso de Temer: "A verdade é libertadora e não só nos livra das injustiças como nos dá ainda mais mais força, vontade e coragem para seguir em frente. É isso que vamos fazer com muita convicção, porque agora é avançar", diz o peemedebista.

Em outro dos dez vídeos de 30 segundos que serão exibidos nesta semana, o partido trata as reformas, principais bandeiras do governo, como um evento histórico, comparando-as com a luta contra a ditadura, as campanhas pelas "Diretas Já" e pela Constituinte e, por fim, a avanços sociais da última década.

Desde que tomou posse, em maio de 2016, Temer tenta se colocar como um presidente reformista, que apostou nas reformas trabalhista e, agora, da Previdência –que ainda precisa ser aprovada no Congresso– como os legados de seu governo.

"Agora é o movimento pelas reformas e, pelo visto, o movimento não para", finaliza o narrador em uma analogia simples ao nome do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro).

As peças também serão utilizadas para tentar mostrar que alguns índices econômicos melhoraram, como a queda dos juros e da inflação, e diferenciar o governo Temer das gestões de Dilma Rousseff e de Luiz Inácio Lula da Silva. "Tiramos o país do vermelho", diz o vídeo em uma referência à cor do PT.

Os números, apostam auxiliares do Palácio do Planalto, serão fundamentais na tentativa de recuperar um pouco da popularidade do presidente em ano eleitoral.

Hoje, Temer tem cerca de 5% de aprovação, segundo o Datafolha. Ele não é candidato à reeleição, mas quer ser um ativo importante na formação de uma aliança de centro-direita para a disputa pelo Planalto em 2018.

A ideia é que o presidente também seja protagonista do programa nacional do PMDB, de dez minutos, que irá ao ar no final deste mês.

Folha de S. Paulo


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