Reuters
Prédio do Parlamento regional é
cercado, onde autoridades catalãs se reúnem para avançar com independência
BARCELONA
- A população da Espanha aguarda, em clima de tensão, a sessão que será
realizada nesta tarde no Parlamento da Catalunha. O presidente regional,
Carles Puigdemont, é esperado no local para formalizar junto aos legisladores a
vitória do "Sim" no referendo separatista, de 1º de outubro. A partir
daí, passam a valer as 48 horas para que a declaração de independência seja,
então, anunciada. Fontes do governo espanhol informaram Polícia Nacional e da
Guarda Civil foram reforçaram a vigilância nos "pontos estratégicos"
— fronteiras, aerportos, estações de trem e ônibus — com mais agentes,
especialmente de Barcelona.
Enquanto
a espera para o discurso de Puigdemont no Parlamento catalão é tensa, a polícia
fechou a entrada do público no Parque de la Ciutadella, famoso ponto turístico
que cerca o edifício do Parlamento. Segundo um porta-voz dos Mossos d'Esquadra,
polícia regional da Catalunha, o objetivo é prevenir situações de pressão sobre
a atividade parlamentar.
A
expectativa é que Puigdemont comece seu discurso às 18h (horário local, 13h de
Brasília). O governo de Madri já pediu que a Catalunha "não faça nada de
irreversível e volte à legalidade" e pressiona para que duas entidades
independentistas tenham suas contas bloqueadas.
— Quero
pedir ao senhor Puigdemont que não faça nada irreversível, que não siga nenhum
caminho sem volta, que não realize nenhuma declaração unilateral de
independência, que volte à legalidade — disse à imprensa o porta-voz do governo
da Espanha, Íñigo Méndez de Vigo.
Ainda
que o governo espanhol não tenha indicado como reagirá à decisão, o presidente
do governo, Mariano Rajoy, já afirmou que todas as medidas possíveis serão
usadas para impedir a separação da Catalunha, prezando pela unidade nacional.
Madri já sinalizou que não pretende ficar de braços cruzados, ameaçando aplicar
contramedidas para desmantelar o governo catalão e boicotar sua tentativa de
independência.
Duas
entidades pró-independência — e os seus líderes, Jordi Sànchez e Jordi Cuixart
— estão na mira das autoridades numa investigação por sedição, crime que pode
resultar em pena de 10 anos de prisão para cidadãos comuns e 15 anos para
autoridades. A Guarda Civil da Espanha pediu nesta terça-feira à Justiça
permissão para investigar e bloquear as contas da Assembleia Nacional Catalã
(ANC) e a Òmnium Cultural.
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário