Vicente Nunes
Na
tentativa de manter um discurso em defesa de um Estado mais enxuto e menos
corrupto, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), decidiu comprar briga com
os funcionários de estatais, mais precisamente, da Petrobras, do Banco do
Brasil e da Caixa Econômica Federal.
Em
evento com empresários do setor de infraestrutura, em São Paulo, Doria defendeu
a privatização da Petrobras, que foi alvo do maior esquema de corrupção da
história, e a fusão do Banco do Brasil com a Caixa Econômica Federal, projeto
que chegou a ser cogitado no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Para
ele, o excesso de estatais abre espaço para “tantos braços e tentáculos”,
o que dificulta o controle e a eficiência. “Eu defendo uma privatização gradual
da Petrobras para que não haja prejuízo para seu corpo funcional, que é muito
bom e sério. A Petrobras foi muito afetada pelo assalto do PT ao longo de 13
anos, mas é uma instituição de valor e pode, gradualmente, caminhar para sua
privatização sem prejuízo funcional, humano ou estratégico para o Brasil”,
afirmou o prefeito, candidatíssimo à Presidência da República.
Sobre a
fusão do BB com a Caixa, Doria disse não ver razão para o Brasil ter dois
bancos públicos atuando nos mesmos segmentos. Para ele, o melhor caminho, nesse
caso, não é a privatização, mas a junção das estruturas. BB e Caixa passariam a
ser uma única instituição pública, permitindo maior controle sobre ela. Ele
reconheceu, porém, que a fusão do BB com a Caixa teria que ser embasada em um
estudo técnico. “Não pode ser feita de sopetão. Deve-se respeitar as duas
instituições, avaliar a hipótese de uma fusão, sem gerar desempregos”, frisou.
Na
avaliação de Doria é possível formar um banco de altíssima competitividade e
extrema competência, além de evitar a sobreposição e o uso político também.
“Nas delações da Lava-Jato, sobretudo a Caixa Econômica Federal, houve o uso de
vice-presidências e diretorias para fins políticos. A instituição financeira
tem que estar longe de qualquer influência desse tipo”, assinalou.
Correio Brasiliense
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