Hélio Duque
O Brasil
é um país capturado por uma elite econômica, política e uma casta burocrática
(nos três poderes) que acredita que o povo é o problema e o Estado a solução.
Ignoram o ensinamento do historiador britânico Eric Hobsbawn; no livro “Era dos
Extremos”: “O futuro não pode ser uma continuidade do passado”. O debate
público é dissociado do pensamento médio da população, conseguindo moldar a
opinião pública, ao invés do enfrentamento da realidade injusta, à manutenção
de uma percepção privilegiadora dos seus interesses.
Os fatos
da realidade vivente pelas pessoas são ignorados e em seu lugar essa elite
política e econômica e a casta burocrática impõem e ampliam o seu poder
controlando a estrutura do Estado, ignorando a modernidade. Resistindo e
combatendo qualquer reforma que rompa com os privilégios do passado.
No
Brasil não há segmento na sociedade que se oponha a reformas do Estado. O
problema é que quando elas enfocam os interesses corporativos, classistas e
pessoais a resistência e o combate feroz se estabelecem. Reformar tudo
bem, desde que os meus interesses não integrem essa agenda. Essa percepção
mobiliza setores e a opinião pública, atropelam a realidade da urgência das
reformas, alegando retrocesso nas suas prerrogativas políticas, de um lado e do
outro, a casta burocrática alega perda de direitos conquistados.
A sólida
aliança, aliada aos integrantes da área política, enxerga o Estado como grande
provedor. Formam uma coalisão poderosa com metas e interesses comuns. Saquear
as finanças públicas, transformando o Estado em transferidor de benefícios
econômicos, com leis, projetos, reinvindicações classistas, perdão de dívidas,
são garantidos a esse conglomerado bucaneiro. Advogam o aumento dos
investimentos públicos em setores não prioritários para o desenvolvimento da
economia brasileira. Sem investimento produtivo na infraestrutura, as receitas
públicas ficam garroteadas. Pela razão direta do crescimento das despesas sem a
contrapartida do aumento da arrecadação.
Nisso
reside o déficit fiscal decorrente do saqueamento do Estado pela aliança dessa
coalisão que vem colocando os seus objetivos imediatos acima dos interesses
nacionais. A conta do desastre é sempre debitada nas costas da sociedade, onde
a grande vítima são os brasileiros. O empresário produtivo e gerador de
empregos e renda é vitimado por uma carga tributária escorchante, a maior do
mundo entre os países em vias de desenvolvimento. Os assalariados de classe
média e os trabalhadores arcam com a conta do desajuste econômico.
As
diferentes corporações detêm, no Brasil contemporâneo, um poder absoluto. E os
seus privilégios se multiplicam pelo indiscutível apoio que a maioria dos
políticos brasileiros lhes assegura. No Congresso, mais importante do que
falsificadas siglas partidárias, são as bancadas representativas dessas
corporações. E o objetivo é garantir vantagens econômicas para os seus
segmentos, onde a conta é do Tesouro Nacional.
O
clientelismo e o patrimonialismo transformaram o Estado, pela ação política, em
grande provedor de vantagens. A origem está nas campanhas políticas caras e
vazias, onde não se discute programas e propostas. No Brasil quem ganha eleição
é “marqueteiro”.
Em 2018
os brasileiros terão oportunidade, ou não, de mudar essa realidade. Conscientes
de que o Estado não é solução, é instrumento para administrar o bem comum.
Votando para revitalizar a democracia e fazendo do combate à corrupção bandeira
permanente e inegociável.
Catve.com
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