sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Conservadores e Liberais

Martim Berto Fuchs

Até pouco, os liberais eram associados aos conservadores. Uma parceria que no Brasil se manteve desde o Império. Percival Puggina em seu blog, destaca a união dos dois. Mas parece que os liberais abandonaram a companhia dos conservadores.

O partido NOVO quando começou, 2011, não tinha o “30” em sua logomarca. Quando incluiu, num primeiro instante pensei no ano 1930, ano que Getúlio Vargas apeou a dupla café com leite do poder. Pensei que era uma alusão àquele ano, e que eles tentariam retomar a agenda interrompida.

Mas não. Assistindo agora as entrevistas do candidato João Amoêdo(*), sabe-se que o “30” refere à Agenda ONU 2030, cujos propósitos nada mais têm a ver com conservadorismo, bem pelo contrário, fazem parte do termo que as esquerdas mais gostam de usar, “progressista”, ou, traduzindo para o momento atual: sendo ele o governante maior, nada mais teria a ver com LGTB, aborto, sexo entre adultos e crianças, apalpação de trans por crianças em museus, religião; esses assuntos passariam a ser da alçada de cada um, uma questão de opinião pessoal, cada um faz como quer.

É uma maneira covarde de fugir dos temas, uma vez que qualquer governo de esquerda IMPÕE estas agendas; e num eventual governo do NOVO partido liberal, a esquerda ficaria liberada para atacar com toda sua hipocrisia e tradicional discurso falso e mentiroso quem se atravesse a desconsiderar seu papo de “politicamente correto”, e tudo com a complacência do NOVO governante de plantão. Nem parece que a Venezuela faz divisa com o Brasil.

Mudaram bastante os liberais, pois de uma agenda liberal-conservadora passaram para uma agenda liberal-“progressista”, conservando apenas aquilo que sempre os caracterizou desde Adam Smith: o dinheiro. Este continua como fim em si mesmo. O restante está liberado, inclusive fronteiras.

Nem sei se é correto dizer que é um NOVO liberalismo, pois desde que surgiu, seu foco principal e único sempre foi o econômico.

(*) Fundador e principal dono do partido, pois do valor gasto em sua fundação, R$ 5 milhões, Amoêdo entrou com R$ 4,5 milhões e alguns figurões do Banco Itaú, juntos com mais alguns , completaram.


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