Editorial
O PT aposta que os brasileiros ou
são todos néscios ou não têm memória
O PT
aposta que os brasileiros ou são todos néscios ou não têm memória. Segundo seu
discurso palanqueiro, a grave crise que o País hoje enfrenta é resultado do que
os petistas chamam de “golpe”, isto é, o impeachment da presidente Dilma
Rousseff – embora qualquer pessoa minimamente bem informada saiba que a crise
foi obra da tenebrosa gestão daquela senhora, graças à qual o Brasil conheceu o
mais profundo período recessivo de sua história, cujos efeitos nefastos se
fazem sentir até hoje. Do mesmo modo, o PT e seu grande morubixaba, Lula da
Silva, reclamam que são “perseguidos políticos”, como se não tivessem cometido
crime algum – preso por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula até já se
qualificou como a “viva alma mais honesta deste país”. É como se os monumentais
escândalos do petrolão e do mensalão, marcas indeléveis dos governos
lulopetistas, simplesmente não tivessem acontecido. No entanto, de tempos em
tempos, a realidade insiste em desmoralizar essa recorrente ofensiva petista
contra a inteligência alheia.
Foi o
caso da devolução, realizada no dia 9 passado, de R$ 1,034 bilhão aos cofres da
Petrobrás, dinheiro recuperado pela Operação Lava Jato. O montante resulta de
17 acordos de delação premiada e outros tantos acordos de leniência firmados
por empresas e executivos que participaram do assalto à Petrobrás no esquema
liderado pelo PT e por seus associados.
A maior
parte da devolução, R$ 687,5 milhões, veio do acordo com a empresa Keppel Fels,
estaleiro de Cingapura que pagou propina para obter contratos com a Sete Brasil
para o fornecimento de sondas. A Sete Brasil foi criada em 2010, nos estertores
do governo de Lula da Silva, para gerenciar a construção de 29 sondas de
exploração de petróleo em águas profundas por estaleiros nacionais, tudo pela
bagatela de US$ 20,6 bilhões. Era uma mina de ouro, que os azougues a serviço
do PT no petrolão souberam explorar como ninguém. O dinheiro da propina paga no
esquema dos contratos foi dado ao PT e ao marqueteiro João Santana, o mago das
campanhas petistas, que está em prisão domiciliar.
Há cerca
de uma semana, o ex-diretor da Petrobrás Renato Duque, que também arrecadava
propinas para o PT na estatal, disse ao juiz Sérgio Moro que a maior parte do
suborno relativo à Sete Brasil tinha o partido como destino – e que tanto Lula
da Silva como José Dirceu se beneficiaram pessoalmente. Ou seja, ainda há muito
a ser investigado nesse caso.
No
entanto, o que já se sabe e está comprovado, inclusive com devolução de
vultosos recursos aos cofres da Petrobrás, deveria ser suficiente para demolir
qualquer pretensão do PT de se desvincular do inaudito esquema de assalto aos
cofres do Estado durante os governos lulopetistas e de se considerar perseguido
por juízes e pela imprensa. Mas os petistas continuam a dizer que o petrolão é
fichinha perto do que já fizeram outros partidos quando estiveram no poder, que
a Justiça prendeu petistas sem provas e que nenhum petista enriqueceu com
corrupção.
Esse
padrão de desfaçatez já é bem conhecido – quem não se lembra de Lula da Silva,
depois que seu partido foi pilhado no esquema de compra de deputados conhecido
como mensalão, dizendo que “o mensalão não existiu”?
Assim,
mesmo diante da incontestável materialidade do crime cometido na Petrobrás
durante o mandarinato do PT, representada pelos bilhões de reais que estão
sendo devolvidos à Petrobrás – no total projeta-se recuperar R$ 12 bilhões –,
os petistas graúdos insistem em fingir que não é com eles.
Os
desinformados e os que renunciaram à capacidade de pensar para adorar Lula da
Silva podem até acreditar nessa patranha obscena e considerar que os petistas
presos por causa desses crimes são “prisioneiros políticos”. Mas a maior parte
dos brasileiros, a esta altura, já sabe que a devolução do dinheiro desviado da
Petrobrás, bem como a arrumação das contas públicas, é apenas o início de um
árduo trabalho para recuperar o País depois da razia causada pela passagem do
PT pela Presidência.
O Estado de São Paulo
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