Martim
Berto Fuchs
Olhando pelo lado econômico, considero
que o movimento de 31 de março de 1964 tenha seu embrião em 1956, quando da
eleição de Juscelino
Disposto
a investir sem olhar para os recursos à sua disposição, Juscelino foi o precursor
do nacional-desenvolvimentismo. A construção de Brasília e de outras obras,
teve todo apoio do Congresso, sempre disposto a gastança se dela pode
participar.
O
resultado do governo Juscelino foi a inflação, que estourou no colo do seu
sucessor, Jânio, 1961. Este, sem contar com a ajuda do Congresso, avesso a
regimes de contenção, tentou o golpe da renúncia para voltar com poderes
excepcionais. Não teve respaldo dos militares de então, quem sabe por seu viés
esquerdista, pois havia condecorado Che Guevara, e como sabemos hoje, os
militares o deixaram esperando no avião em Cumbica, não o chamando de volta.
A
inflação, não debelada por Jânio, sobrou para Jango, que mesmo sendo adversário
de Jânio, se elegeu como Vice-Presidente (na época o Vice disputava
isoladamente), na base da dobradinha Jan/Jan, que iludiu muitos eleitores,
principalmente os analfabetizados, sempre em grande número, até hoje.
Os
Ministros de Jango apresentaram o Plano Trienal, tanto para debelar a inflação,
como para retomar o desenvolvimento. Sofreu severas restrições dos sindicatos
laborais e também de parte dos empresários.
Um
segundo plano mais moderado foi apresentado e novamente combatido, desta vez violentamente
pelo cunhado Leonel Brizola.
Jango
era um fraco e cedeu as idéias socialistas de Brizola e outros líderes da
esquerda, do tipo Julião. O que começou como um problema econômico, inflação e
recessão, transformou-se em problema ideológico, com a entrada em cena dos
socialistas e comunistas, sempre dispostos a aproveitar uma brecha para tomar conta
de um país.
Em 31 de
março de 1964 os militares, nacionalistas mas não comunistas, deram um basta na
agitação da esquerda.
Vinte e
um anos depois, entregaram novamente o Poder para os civis, mas com uma
inflação superior à que haviam recebido em 1964 e o país novamente em momento
econômico delicado.
Governo
Sarney que os sucedeu foi um desastre completo, tanto que passou a faixa
presidencial para Collor, com uma inflação de 4.853% a.a.
Collor
tentou, através da sua Ministra da Fazenda, dar um tiro na inflação. Foi um
tiro no pé, sem falar que, assim como havia acontecido com Jânio, o Congresso o
boicotou, pois mexer com “direitos adquiridos” da nossa “nomenklatura” e com as
regalias dos empresários do alto escalão, para eles é crime inafiançável. Foi
despedido.
Estamos
em 2018 e os problemas que nos afligem são os mesmos; descontada a inflação, que bem administrada pelo
Ministro da Fazenda, auxiliado pelo diretores do Banco Central, e contando com
grande auxílio da agricultura, ajudada pelo clima particularmente generoso,
está, por enquanto, sob controle.
Digo por
enquanto, pois outras medidas que deveriam ter sido tomadas, foram novamente
boicotadas pelo Congresso e pouco auxílio tiveram dos empresários do alto
escalão. Tanto é verdade, que os marajás do serviço público, amparados pela
estrutura perversa que ainda nos amarra, tentam de todas as formas derrubar o atual
Presidente da República.
Temos em
Brasília o Presidente, 81 Senadores e 513 Deputados. Quantos desses não estão
envolvidos em falcatruas para conseguir dinheiro para as campanhas políticas ?
Poucos, bem poucos. Os órgãos de fiscalização não sabem disto ? Sabem. Então
por que esperam a ocasião propícia para detonar com algum político ?
Tirando
os juízes e promotores que giram em torno do Lava-Jato, até prova em contrário
isentos, o restante dos poderosos do Poder Judiciário em Brasília, “julgam” de
acordo com o réu e com a conveniência dos seus interesses.
Este é o
grande desafio para o candidato Bolsonaro. Os militares de 1964 não mexeram com
a estrutura de poder monárquico existente no Brasil:
1.Existência
de partidos políticos, que não passam de organizações criminosas, sem outra
finalidade que não seja o poder pelo poder e as vantagens que isto oferece. Se vendem
com facilidade quando é para o Governo gastar dinheiro. Se insurgem, quando é
para ser responsável.
2.A existência
ainda de um Senado (Casa dos Lordes), que tem a prerrogativa de garantir e
manter o status quo Reinante.
3.E a
existência de um Supremo Tribunal Federal, com seus membros nomeados pelo Rei/Presidente,
“aprovados” pela Casa dos Lordes (Senado), e encarregado de cuidar para que
nada deixe de ser o que sempre foi:
uma
feliz procura pelos ovinhos de páscoa, mas somente para aqueles que sabem de
antemão onde estão “escondidos”.
Ou o
candidato Bolsonaro - uma vez eleito-, se propõe a desmontar a estrutura de
poder que vem desde o Império, ou perderemos mais esta oportunidade. Tenho
consciência que será uma guerra suja, até com risco de vida para ele, sem
contar que o mínimo que farão é tentar desacreditá-lo e derrubá-lo de todas as
formas.
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