Célio
Pezza
No
final do ano passado, a ONG Transparência Internacional divulgou a 20ª. edição
do Índice de Percepção da Corrupção mundial. Foram analisados 175 países e
avaliados com notas de zero (mais corruptos) a dez (menos corruptos). Os
dois países menos corruptos do mundo foram Nova Zelândia e Dinamarca, com nota
9,2. Estados Unidos ficou em 17º. lugar, com nota 7,4. Os dois piores
foram Somália e Coréia do Norte, com nota 1,0. Os dois melhores da América do
Sul foram o Chile e Uruguai, com notas 7,3. O pior país da América do Sul foi a
Venezuela, com nota 1,9. Bolívia e Argentina tiveram notas 3,5 e 3,4
respectivamente. O Brasil ficou na 69ª. posição, com nota 4,3.
Com
os futuros desdobramentos do Petrolão, que já foi apontado como o maior caso de
corrupção do mundo, esse índice poderá piorar muito no próximo ano. Tudo vai
depender da vontade política do Brasil em punir os culpados e resgatar os
valores da Petrobrás. Se o governo tentar preservar o núcleo político e
encobrir os que colocaram em operação essa monstruosa corrupção dentro da
Petrobrás, para desviar dinheiro e financiar o maior plano de poder no Brasil,
corremos o risco de nos aproximar da Venezuela, que é um dos piores países do
mundo em termos de corrupção. Tudo vai depender de qual é o nosso norte
político. Ter um índice baixíssimo de corrupção como os melhores do mundo é uma
utopia, mas podemos nos espelhar em alguns de nossos vizinhos da América do
Sul, como o Chile, para ser mais realista.
O
que não devemos é nos espelhar nos piores que existem, como uma Venezuela,
Bolívia e outros onde a corrupção faz parte do dia a dia. No dia 21 de março, o
papa Francisco pronunciou em Roma um de seus mais duros discursos contra a
corrupção. Ele afirmou que a corrupção é suja, que uma sociedade corrupta é uma
porcaria e fede. Disse ainda que aquele que permite a corrução não é cristão e
também fede. Ao mesmo tempo, insistiu na importância de uma boa educação, como
único caminho para formar uma nova sociedade que siga os caminhos do bem. Aqui
no Brasil, o movimento nas ruas do último dia 15 de março deixou claro que o
povo brasileiro está cansado de sentir o fedor da corrupção e quer novos ares.
Temos que nos engajar nesse movimento de mudança, temos que ir às ruas e nos
lembrar do que disse Martin Luther King, pouco antes de seu assassinato: O que me preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos
desonestos, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons!
Chega
de silêncio! Chega de respirar podridão!
Célio
Pezza é escritor e colunista de diversos jornais e revistas no Brasil. Seus
romances misturam ficção com realidade e trazem fortes mensagens por trás de
cada história. Seu livro As Sete Portas foi traduzido para o inglês e editado
no Canadá, EUA e Inglaterra. Sua mais recente obra, A Tumba do Apóstolo, foi
lançada em 2014.
Verdade Mundial
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