Jorge
Serrão
A Revolução Brasileira em andamento
oferece chances concretas de o Brasil mudar. Isto pode ser bom ou ruim. A
mudança também pode ocorrer para pior - não para melhor. A estrutura brasileira
sempre foi camaleônica. Adora uma "reforma" para ficar do mesmo jeito
de sempre. A inconsistência política e a falta de um projeto concreto de Nação
nos tornam reféns dos oportunistas - que agem de maneira ideologicamente
extremista ou pragmaticamente cínica, dependendo da situação. O negócio é
ocupar e se eternizar no poder - principalmente da forma mais fácil, que é se
associando à governança do crime organizado (politicamente, inclusive).
A coisa é grave e estranha. O Brasil
não corre risco de se transformar em um País comunista no sentido clássico.
Além de não ter vocação para isso, não precisa se comunizar, pois já mistura o
pior do capitalismo com o mais idiota do comunismo. Nosso Capimunismo em vigor
parece um convento gerido por prostitutas (ou seria um prostíbulo administrado
por freiras falsificadas?). Nosso sistema se finge "democrático" no
formato legal. Mas, na prática, tende ao abuso contra o
cidadão-eleitor-contribuinte. No fundo, somos um fascismo envergonhado.
As classe média faz pressão.
Insatisfeitos protestam por todos os lados - nas ruas e na internet. O perigo é
o extremismo radicalóide nas manifestações. A intolerância parece a marca da
maioria. Os debates tendem a agressões. As pregações terminam, geralmente, em
assustadoras facistadas. Tantos as que se proclamam "de esquerda" e
as que se pregam "conservadoras" (porque se rotular "de
direita" nunca está na moda, porque o discurso midiático garante a
hegemonia do esquerdismo). Assim, nos bate-bocas, chega-se a nenhuma conclusão
aproveitável.
A Nova República de 1985 esgotou-se.
Peemedebostas, tucanalhas e petralhas deram contribuições para o caos. A classe
política, em maioria esmagadora, fez o jogo da sacanagem. Os mais ideológicos
fizeram ares de envergonhados e partiram para oposição. A petelândia, mais
ousada e liderada pelo grupo do sindicalista de resultados Lula da Silva,
dominou o espaço que outros não se habilitaram a ocupar. Agora que a
desmoralização os contaminou completamente, só resta apelar para a ignorância
de um modelito bolivariano, concebido pelo Foro de São Paulo (a união dos idiotas
e ladrões de canhota).
Novamente, o estranho Brasil
Capimunista tende a ser governado por quem manipule o velho e manjado discurso
socialista fabiano - que combina o "tudo pelo social" com promessas
de progresso com verniz de esquerda light. A Rede da Marina Silva é a favorita
para crescer no atual meio ambiente de esgotamento da politicagem. O grupo dela
tem o apoio dos grupos hegemônicos na mídia e no rentismo financeiro.
Permanecendo o modelo em vigor, Marina desponta como favorita para ocupar o
lugar de Dilma Rousseff, se ela aguentar até 2018 - o que é perfeitamente
possível no Brasil da impunidade. Marina, com DNA petista, seria o mais do
mesmo para o País. Não vai mudar o modelo. Irá apenas reformá-lo, com ares
socialistas fabianos...
O PT vai partir para o pau se for
tirado do poder abruptamente? Esta é a grande dúvida. Seus segmentos
radicalóides juram que sim. No entanto, na prática, não têm a força militar e
militante que apregoam aos quatro ventos. Embora sejam claramente associados a
facções criminosas, para tocar a sonhada "revolução na base da
porrada", não suportam um confronto aberto com as Forças Armadas do
Brasil. Os tais "exércitos do Stédile", apesar da capacidade bélica
que alguns apregoam, não têm preparo para uma guerra aberta. Se a crise chegar
a tal nível de violência, tudo pode acontecer no Brasil...
As dúvidas persistem no grande
impasse tupiniquim: Quem se habilita como liderança para tocar a mudança?
Aliás, será que realmente a solução virá de uma liderança carismática, como as
tradicionais populistas que temos por aqui, disposta a fazer o serviço correto?
O Brasil poderá ser salvo pelo iluminismo de classe média - o mesmo que sempre
moveu os movimentos tenentistas? Teremos um redesenho da chamada "ética
protestante" (em sentido amplo do termo, muito além da formulada
originalmente pelo sociólogo Max Weber), que vai viabilizar o trabalho de
mudança? Ou vamos recair em mais uma onda autoritária tocada por extremistas
ideológicos?
Só os idiotas da subjetividade
política insistem em ignorar que a crise brasileira é estrutural - e não
conjuntural. A pressão dos segmentos esclarecidos da sociedade - numa espécie
de Iluminismo de Classe Média - pode criar condições para que algo mude
efetivamente. O perigo é que não existe um projeto claro, socialmente debatido,
de Brasil. Cada extremo tem sua visão e a prega de forma radical no mundo
virtual ou na realidade das ruas e desgovernanças...
Enquanto isso, continuamos sob regime
do Capimunismo (centralizador, clientelista, cartelizado, cooptador, corrupto e
canalha). A máquina estatal perdulária continua cobrando seus 92 impostos,
taxas, contribuições, junto com infindáveis instruções normativas e extorsivas
multas para roubar recursos do cidadão-eleitor-contribuinte que efetivamente
tenta produzir. Esta estrutura leviana não deseja mudanças. No máximo, aceita
algumas reformas. Por isso, o espaço político fica mais aberto para
oportunistas que para quem deseja mudança real.
O jogo é bruto. As regras são
inseguras. Os ladrões estão no comando. Os ideólogos são aliados deles, e
vice-versa. Os resultados tendem a ser escatológicos... A reação à governança
do crime organizado ainda é lenta demais e enxugadora de gelo... Os bandidos
estão com muita grana e, ainda, a hegemonia do processo político, para fazer o
que desejam... Eles apostam na "Vitória na Guerra"...
Por tudo isso, revolução brasileira
em andamento tem ares enigmáticos e perigosos que podem descambar para
violência e autoritarismo (mais explícito que o em vigor)...
Zona Total Capimunista
O Brasil Capimunista, uma União
Soviética envergonhada, já tem 143 estatais, e o Ministério da Fazenda ainda
quer criar mais uma para cuidar dos negócios que estão armando em
infraestrutura?
O rombo nas contas públicas já chega
a R$ 70 bilhões, e a nossa dívida interna transborda nos trilhões, enquanto o
desgoverno faz o discursinho cínico de um ajuste fiscal que só vai cobrar mais
impostos além dos 92, inclusive com a pretendida recriação da CPMF?
O Brasil, que tem condições de ser
potência, continua refém do modelo falido que só nos mantém no
subdesenvolvimento induzido, para melhor exploração da colônia de sempre...
Alerta Total – www.alertatotal.net
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