Jefferson
Viana
Percebemos
em aspectos da esquerda política e acadêmica o ódio a um dos principais
mecanismos de ascensão social existentes, que é o empreendedorismo. Mas quais
são os porquês desse ódio celerado da esquerda a tal mecanismo?
Tudo
se inicia durante o decorrer da Revolução Francesa. Pensadores como
Robespierre, Saint-Just, Jean-Jacques Rousseau e Georges Danton consideravam
que o pequeno empresariado francês, como donos de café e de padarias, chamados
de pequenos burgueses por esses pensadores, não serviam para ajudar na
Revolução, pois esses pequenos donos de propriedade não poderiam agregar tanto
aporte financeiro para o desenrolar do período. E se iniciou uma grande cruzada
por parte dos revolucionários, com perseguições durante o chamado “Período do
Terror”.
Esses
pequenos empresários se articularam e formaram o grupo chamado de
“Sans-Culottes”, juntamente com a população que estava irritada com os
acontecimentos durante a Revolução. E conseguiram algum sucesso até 1795, quando
a perseguição aos clubes aumentou.
Karl Marx também demonstra o seu ódio à
atividade empreendedora em um trecho do “Manifesto do Partido Comunista”, onde
afirma: “classe média – pequenos comerciantes, pequenos
fabricantes, artesãos, camponeses – combatem a burguesia porque
esta compromete sua existência como classes médias. Não são, pois,
revolucionárias, mas conservadoras; mais ainda, reacionárias, pois pretendem
fazer girar para trás a roda da história”.
Em
todas as revoluções de esquerda, sejam elas por via cultural ou pela via
armada, busca-se denegrir a imagem do empreendedor argumentando que o pequeno
empresário não é nada mais que um capitalista opressor, que visa o “famigerado”
lucro e que não deseja o bem comum da sociedade. Na verdade esse ódio aparece
porque o empreendedor vem normalmente das classes mais pobres da sociedade ou
então da classe média da população, sentindo primeiramente os efeitos das
políticas mal feitas por governos de esquerda, como o aumento de impostos. E
são sempre os primeiros a se voltarem contra tais governos.
Isso
talvez se dê pela aversão ao capital por parte da esquerda (isto não significa
que eles não usufruem as comodidades do capitalismo) e por outros dois motivos:
o primeiro deles é a preguiça habitual dos esquerdistas em fazerem algo e
sempre esperarem a solução dos problemas do mundo vindas por parte do Estado,
ignorando sempre o fato de que os governos não são geradores de riquezas, até
por boa parte dos socialistas serem meros parasitas de sindicatos e universidades.
E o outro fator seria nada mais que a inveja, como demonstra Ludwig Von Mises
em sua obra “A mentalidade anticapitalista”.
No
livro publicado no fim dos anos 1950, o economista austríaco aponta como um dos
motivos dos sentimentos anticapitalistas a inveja; segundo Mises, quando o
socialista percebe que alguém está obtendo mais sucesso que ele próprio, o
defensor das ideias de esquerda, em vez de tentar reparar a sua pequenez e ter
uma ideia empreendedora, busca por meio das defesas das ideias à esquerda que
todo mundo seja fraco como ele para que ele tenha uma sensação de bem estar, já
que todos, com exceção dos membros danomenklatura, estariam nivelados por baixo.
Por
esses motivos que a esquerda odeia a atividade empreendedora, pois ela,
juntamente com o fator cultural, é um percalço para a conquista do poder. E
podemos perceber isso atualmente no nosso país, com a atual gestão do governo
federal inchando a máquina pública, aumentando burocracias e aumentando
impostos, atrapalhando a atividade de criação de empresas. Mesmo com o governo
criando sistemas como o programa de Microempreendedor Individual (MEI), a
estrutura que cerca esses pequenos empresários torna inviável a atividade
principal de geração de riquezas de um país.
Para
que possa reverter esse quadro de caça ao empreendedor, o país deve motivar a
criação de novas empresas, iniciar uma cultura de criação de empresas já dentro
das escolas, viabilizar a criação de empresas júniores dentro das
universidades, e principalmente reduzir impostos. Pois um país que condena o
empreendedorismo é automaticamente uma nação fadada à derrocada.
Jefferson
Viana é estudante de História da Faculdade de Formação de Professores da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, coordenador local da rede Estudantes
Pela Liberdade, presidente da juventude do Partido Social Cristão na cidade de
Niterói-RJ e membro-fundador do Movimento Universidade Livre.
Instituto
Liberal
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