BBC
- Brasil
O
Facebook disse acreditar que a consultoria Cambridge Analytica tenha obtido
indevidamente os dados de 87 milhões de usuários.
Esse
número é superior à estimativa anterior, de 50 milhões de membros da rede
social que tiveram suas informações pessoais coletadas. A maioria dos usuários
está nos Estados Unidos.
A
informação está em um texto assinado por seu diretor de tecnologia, Mike
Schroepfer, publicado hoje no site da empresa, sobre as medidas que a empresa
está tomando para restringir o acesso de aplicativos e outras companhias aos
dados dos seus 2,2 bilhões de membros.
A
empresa vive uma grave crise desde que admitiu no início do mês passado que a
Cambridge Analytica, que é baseada no Reino Unido, usou um teste de
personalidade para obter as informações de usuários que faziam o teste e também
de seus amigos, sem sua permissão.
A
consultoria trabalhou para a campanha do presidente americano, Donald Trump, em
2016, e é acusada de usar esses dados para influenciar o resultado do pleito.
O
Facebook já perdeu quase US$ 100 bilhões em valor de mercado desde fevereiro e
tornou-se alvo de uma investigação no Congresso americano. O presidente e
fundador da empresa, Mark Zuckerberg, testemunhará pela primeira vez perante os
congressistas em 11 de abril.
A rede
social vem anunciando desde o início dessa crise mudanças em suas políticas de
privacidade e uso de dados em uma reação às críticas do público e receios de
investidores. Entre as medidas, limitou o acesso de aplicativos e outras
companhias a essas informações.
Desta
vez, o Facebook divulgou que começará a alertar quem teve seus dados coletados
a partir da próxima segunda-feira, dia 9 de abril. Também disponibilizará um
link no topo do feed de notícias de cada usuário para ajudá-los a compreender
quais aplicativos têm acesso a seus dados.
A empresa
também não permitirá mais que usuários façam buscas por pessoas no site por
meio de um número de telefone ou endereço de email.
"Esperamos
fazer mais mudanças nos próximos meses", escreveu Schroepfer.
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