quinta-feira, 5 de abril de 2018

Facebook diz que Cambridge Analytica coletou indevidamente dados de 87 milhões de usuários

BBC - Brasil

O Facebook disse acreditar que a consultoria Cambridge Analytica tenha obtido indevidamente os dados de 87 milhões de usuários.

Esse número é superior à estimativa anterior, de 50 milhões de membros da rede social que tiveram suas informações pessoais coletadas. A maioria dos usuários está nos Estados Unidos.

A informação está em um texto assinado por seu diretor de tecnologia, Mike Schroepfer, publicado hoje no site da empresa, sobre as medidas que a empresa está tomando para restringir o acesso de aplicativos e outras companhias aos dados dos seus 2,2 bilhões de membros.

A empresa vive uma grave crise desde que admitiu no início do mês passado que a Cambridge Analytica, que é baseada no Reino Unido, usou um teste de personalidade para obter as informações de usuários que faziam o teste e também de seus amigos, sem sua permissão.

A consultoria trabalhou para a campanha do presidente americano, Donald Trump, em 2016, e é acusada de usar esses dados para influenciar o resultado do pleito.

O Facebook já perdeu quase US$ 100 bilhões em valor de mercado desde fevereiro e tornou-se alvo de uma investigação no Congresso americano. O presidente e fundador da empresa, Mark Zuckerberg, testemunhará pela primeira vez perante os congressistas em 11 de abril.

A rede social vem anunciando desde o início dessa crise mudanças em suas políticas de privacidade e uso de dados em uma reação às críticas do público e receios de investidores. Entre as medidas, limitou o acesso de aplicativos e outras companhias a essas informações.

Desta vez, o Facebook divulgou que começará a alertar quem teve seus dados coletados a partir da próxima segunda-feira, dia 9 de abril. Também disponibilizará um link no topo do feed de notícias de cada usuário para ajudá-los a compreender quais aplicativos têm acesso a seus dados.

A empresa também não permitirá mais que usuários façam buscas por pessoas no site por meio de um número de telefone ou endereço de email.

"Esperamos fazer mais mudanças nos próximos meses", escreveu Schroepfer.


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