Editorial
“O professor de Ciências
Sociais Carlos Maurício Ardissone que ousa questionar a cartilha marxista-gramsciana predominante e se
recusa a se comportar como um intelectual orgânico em sala de aula enfrenta
duras penas: é tachado de reacionário por muitos colegas, torna-se alvo de
risadinhas e fofocas na sala de professores e frequentemente é punido com a
perda de disciplinas e prejudicado em bancas de seleção para muitas
universidades públicas por não integrar nenhuma das panelinhas
ideológico-partidário-sindicais que dominam os corpos docentes nessas
instituições”, relatou o professor.
Se já é um absoluto contrassenso a existência desse tipo de
perseguição dentro de uma universidade, que deve ser regida por um profundo
espírito de liberdade, pluralismo e tolerância, pior é que esse abuso tenha se
tornado coisa corrente. De tão comum, esse sequestro ideológico é visto como
elemento natural de quase todas as instituições acadêmicas, especialmente as
públicas. É um disparate que o dinheiro do contribuinte seja usado para
sustentar violações à liberdade de pensamento e de expressão.
Junto a esse “ambiente repressivo (......) há uma incansável
doutrinação dentro da sala de aula por parte de “muitos dos professores
marxistas-gramscianos (...). Como estão convictos de que conhecem intimamente a
fórmula para a redenção da humanidade e de que detêm o monopólio da virtude,
naturalizam o processo de aliciamento ideológico que diariamente é realizado em
grande parte das escolas e universidades do Brasil. Convocam alunos para
passeatas e panfletagens de partidos, candidatos e sindicatos, sem a menor
cerimônia. Pressionam-nos a se envolver e a apoiar agendas de movimentos
sociais de esquerda, dentro e fora da sala de aula. Tudo sem jamais oferecer
contraponto digno de nota e confiança, nos conteúdos que supostamente cumprem
como profissionais de magistério”.
Essa doutrinação ideológica é um atentado à academia, que se vê
despojada de sua mais profunda missão: a busca da verdade num ambiente de plena
liberdade. Por óbvio, tal aparelhamento ideológico da universidade também gera
efeitos muito além dos bancos acadêmicos. É todo um conjunto de ideias, quase
sempre muito frágeis e irrealistas, que ganham ar de verdade incontestável.
Neste sentido, como não ver a relação entre a crise política, econômica, social
e moral que o País atravessa e os abusos ideológicos cometidos diariamente nas
universidades? A academia tem um papel decisivo para o País. Urge resgatar sua
dignidade, devolvendo a liberdade de pensamento e de expressão a professores,
pesquisadores e alunos.”
Estadão
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