Carlos
Albuquerque
2011: O início
Em 15 de março de 2011, protestos pacíficos contra a detenção de
jovens acusados de fazer pichações antigoverno em sua escola, na cidade de
Daraa, são reprimidos por forças de segurança, que abrem fogo contra
manifestantes desarmados, matando quatro. Os protestos continuam por vários
dias, fazendo 60 mortos e se espalham por todo o país. Segue-se um período de
repressão violenta.
2011/2012: Isolamento internacional
O ex-presidente Barack Obama insta o presidente Bashar al-Assad a
renunciar, e os EUA anunciam sanções a Assad em maio e congelam bens do governo
sírio nos EUA em agosto de 2011. A União Europeia também anuncia sanções, em
setembro. Em novembro, a Liga Árabe suspende a Síria e impõe sanções ao regime.
Também a Turquia anuncia uma série de medidas, incluindo sanções, em dezembro.
2012: Observadores internacionais desistem
Em dezembro de 2011, a Síria permite a entrada de observadores da Liga
Árabe para monitorar a retirada de tropas e armas de áreas civis. A missão é
suspensa em janeiro de 2012. Em fevereiro, os EUA fecham sua embaixada em
Damasco. Em abril de 2012, chegam observadores da ONU, que partem dois meses
depois por falta de segurança.
2013: Ataque com gás
Em março, um ataque com gás mata 26 pessoas, ao menos a metade deles
soldados do governo, na cidade de Khan al-Assal. Investigação da ONU conclui
que foi usado gás sarin. Em agosto, outro ataque com gás mata centenas em
Ghouta Oriental, um subúrbio de Damasco controlado pelos rebeldes. A ONU afirma
que mísseis com gás sarin foram lançados em áreas civis. Os EUA e outros países
culpam regime sírio.
2013: Destruição de armas químicas
Em agosto, investigadores da ONU chegam à Síria para averiguar o uso
de armas químicas, em meio a denúncias de médicos e ativistas. EUA afirmam que
1.429 pessoas morreram num ataque, e Obama pede ao Congresso autorização para
ação militar. Em setembro, o Conselho de Segurança da ONU ameaça usar a força
e, em outubro, Damasco inicia a destruição de seu arsenal declarado de armas
químicas.
2014: EUA atacam "Estado Islâmico"
Em setembro, os EUA iniciam ataques aéreos a alvos do "Estado
Islâmico" na Síria. Em outubro, o mediador da ONU, Staffan de Mistura,
começa a negociar uma trégua ao redor de Aleppo, mas o plano fracassa meses
depois.
2015: Rússia entra no conflito
Em setembro, a Rússia, que desde o início fornecera ajuda militar ao
governo sírio nos bastidores, entra ativamente no conflito, bombardeando
opositores do regime. A ajuda se mostra decisiva, e a guerra civil passa a
pender para o lado de Assad, que nos meses seguintes recupera território
perdido para os rebeldes.
2016: Governo controla Aleppo
A ONU e a Opac afirmam que tanto militares sírios quanto o
"Estado Islâmico" usaram gás em ataques a opositores. O ano é marcado
por várias tentativas de tréguas. Em setembro, a cidade de Aleppo é alvo de 200
ataques aéreos por forças pró-Assad num fim de semana. Em dezembro, as forças
governamentais assumem controle de Aleppo, encerrando quatro anos de domínio
dos rebeldes.
2017: Ataque em Idlib
Em fevereiro, Rússia e China vetam resolução do Conselho de Segurança
da ONU pedindo sanções ao governo sírio pelo uso de armas químicas. Em abril,
ao menos 58 pessoas morrem na província de Idlib, dominada pelos rebeldes, no
que aparenta ser um ataque com gás. Testemunhas afirmam que o ataque foi
executado por jatos sírios e russos, mas tanto Moscou quanto Damasco negam
bombardeio.
2017: Resposta dos EUA
Em abril, os EUA lançam dezenas de mísseis sobre a base militar de
onde se acredita ter saído o ataque em Idlib. Em maio, o presidente Donald
Trump aprova planos para armar combatentes das milícias curdas YPG na luta
contra o "Estado Islâmico". A medida enfurece a Turquia, que vê as
YPG como um grupo terrorista. Em outubro, o "Estado Islâmico" perde o
controle de Raqqa, sua autoproclamada capital.
2018: Turquia invade Síria
Em janeiro, aviões turcos bombardeiam a região curda de Afrin, dando
início à operação contra as YPG intitulada "Ramo de Oliveira". A
Turquia anuncia a morte de centenas de "terroristas", mas entre os
mortos estão dezenas de civis, dizem ativistas. Em fevereiro, as milícias YPG
chegam a acordo com o regime sírio para o envio de tropas pró-governo para
auxiliar no combate aos turcos em Afrin.
2018: Ofensiva em Ghouta Oriental
Em 21 de fevereiro, tropas pró-regime executam ofensiva em larga
escala contra enclave rebelde localizado ao leste de Damasco. Em torno de 400
mil civis ficam sitiados, com acesso limitado a alimentos e cuidados médicos.
Os ataques matam centenas de pessoas. No dia 24 de fevereiro, o Conselho de Segurança
da ONU aprova trégua humanitária de 30 dias vigente em todo o território sírio.
Ela fracassa.
2018: O bombardeio ocidental
Após dias de ameaça, em 14 de maio Trump anuncia o lançamento de mais
de 100 mísseis, em conjunto com França e Reino Unido, na Síria. O ataque é uma
retaliação ao ataque químico na cidade de Duma, que matou dezenas de civis e
que o Ocidente atribui ao regime de Bashar al-Assad.
DW
– Deutsche Welle
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