André Lara Resende
(*)
A
possibilidade de que o juro alto agrave de tal forma o desequilíbrio fiscal que
se torne contraproducente, foi primeiro ventilada para o caso brasileiro, em
2004, por Olivier Blanchard. A chamada hipótese da "dominância
fiscal" foi inicialmente tratada como uma mera conjectura teórica,
logicamente possível, mas praticamente irrelevante. 7 Reapareceu, mais
recentemente, com o agravamento da situação fiscal durante os últimos anos dos
governos do PT. 8 Foi ainda tema de artigo de Eduardo Loyo, citado por Chris
Sims no encontro dos presidentes de bancos centrais em Jackson Hole de agosto
do ano passado. 9 Com o recente desenvolvimento analítico da macroeconomia,
percebe-se que a dominância fiscal deveria ter merecido mais atenção e suas
consequências, para a formulação das políticas monetária e fiscal, levadas mais
a sério.
A
hipótese neo-fisheriana, que vê no juro alto a causa da alta inflação no longo
prazo, apesar de ainda mais difícil de digerir, assim como a tese da dominância
fiscal, tem sólidas credenciais analíticas. Ambas sugerem que não se pode pedir
da política monetária e dos bancos centrais mais do que moderar a inflação no
curto prazo. Exigir que a política monetária faça, mais do que
circunstancialmente, o trabalho de controle da inflação, cuja estabilidade
depende, em última instância, do equilíbrio fiscal de longo prazo, pode ser
contraproducente.
Sem equilíbrio fiscal não
há saída.
Quando o
país passa por um delicado momento político e pela sua mais séria recessão em
décadas, vale a pena acompanhar, sem ideias preconcebidas, a discussão na
fronteira da teoria macroeconômica. O custo do conservadorismo intelectual nas
questões monetárias, durante as quatro décadas de inflação crônica do século
passado, já foi alto demais.
Artigo
completo no Valor Econômico
(*)Comentário do editor do blog-MBF: A
leitura de um artigo desses me deixa simplesmente possesso.
Há anos defendo a tese de que o
principal problema da inflação brasileira é o déficit público (despesas, pois
investimento pouco fazem), que acarreta a ida do governo ao mercado, atrás de
mais recursos que estão sempre faltando para cumprir com suas obrigações
constitucionais.
Quem encarece o custo da mercadoria
dinheiro é o governo, lei da oferta e da procura, que gasta de
forma criminosa o dinheiro extorquido da população, e depois vai se suprir de mais
dinheiro no mercado bancário, nos fundos de pensão estrangeiros e junto aos
rentistas.
Mentem descaradamente para nós, ou
são ignorantes mesmo, afirmando que os juros altos são para combater a
inflação. Mentira. Pagam altos spreads porque são contumazes caloteiros e
conhecidos por sua irresponsabilidade.
Essa desgraça chamada governo, com
seus economistas lacaios e serviçais, já devem mais de 3 trilhões
de reais, pois não conseguem poupar nem sequer para pagar os juros, que dirá o
principal.
Mas não tomam nenhuma providência determinante
para cortar o mal pela raiz. Continuam prometendo que daqui dois ou três anos
estará tudo resolvido.
Bandidos !!! É isto que são.
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