Martha Beck
(*)
• Alíquotas para fazer a transmissão
de imóveis em caso de morte ou doação poderão subir de 4% e 5% para 8%
BRASÍLIA-
O acordo de socorro financeiro ao Rio de Janeiro firmado com a União prevê que
o estado aumente as alíquotas do Imposto de Transmissão por Causa Mortis ou
Doação (ITCMD) para 8%, valor máximo já observado hoje em outros estados da
federação. Essa é uma das medidas previstas no plano para reforçar o caixa e
ajudar o governo fluminense a reequilibrar suas contas. No Rio, a alíquota do
imposto depende do tipo de operação e também de seu valor, variando de 4%a 5%.
No entanto, em vários estados, ela já chega ao percentual máximo autorizado por
resolução do Senado Federal. Além disso, já existe no Senado um projeto que
propõe que o imposto suba para 20%.
De
acordo com o termo de compromisso assinado pelo presidente Michel Temer, pelo
governador Luiz Fernando Pezão e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles,
o estado também se compromete a elevar a contribuição previdenciária paga pelos
servidores ativos de 11% para 14%, e a instituir uma alíquota adicional
extraordinária de 8% a ser paga pelos servidores ativos, inativos e
pensionistas do estado. A cota extra vai ser cobrada enquanto o socorro
financeiro estiver em vigor. O prazo previsto é de três anos, prorrogáveis por
mais três, caso o estado precise de mais tempo para colocar a casa em ordem.
Também
está prevista a privatização da Cedae. Como esse processo leva tempo e o estado
precisa de dinheiro com urgência, o Tesouro Nacional vai ajudar o Rio a obter
um empréstimo junto a bancos públicos, dando como garantia os ativos da
estatal. A ideia é conseguir, pelo menos, R$ 3 bilhões.
Para
assegurar que não haja recuo por parte do estado, o acordo prevê que o Rio se
comprometa a gravar as ações da Cedae com cláusula de penhor em favor dos
bancos que vão liberar dinheiro. Outra contrapartida imposta pela União foi a
que o Rio faça alterações na direção da Cedae. Os bancos que concederão o
empréstimo vão indicar um representante, “cujo papel será o de contribuir para
o êxito da operação de alienação”, diz o texto do acordo, ao qual O GLOBO teve
acesso.
Projeto de lei vai fixar teto de
gastos por dez anos
• Para obter ajuda federal, estado
não poderá criar cargos nem dar aumento
O termo
de compromisso também determina que o Rio adote uma série de medidas de
contenção de gastos. Enquanto o acordo estiver em vigor, não será permitido
conceder “qualquer reajuste de remuneração de membros de Poder" (o texto
não especifica se atinge apenas o Executivo), criar cargos, contratar pessoal,
realizar concurso público e empenhar despesas com publicidade. Pezão também vai
ter que enviar à Alerj um projeto de lei que fixa um teto para os gastos
públicos por dez anos. Nesse período, as despesas não poderão subir acima do
IPCA ou da variação da Receita Corrente Líquida (RCL), o que for menor.
O
governo federal fará um monitoramento do programa do Rio. Será criado um
Conselho de Supervisão de Recuperação Fiscal, composto por representantes
indicados pelo ministro da Fazenda e por Pezão. Esse grupo vai acompanhar o
cumprimento do acordo, convocar audiências com especialistas, receber credores,
acompanhar as contas “com acesso a senhas e demais instrumentos de acesso, e a
todos os sistema de execução e controle fiscal”. Ele também vai poder notificar
órgãos de controle em caso de irregularidades. Ao final do regime, o conselho
terá 60 dias para apresentar um relatório sobre o trabalho.
AÇÃO NO STF
Na
sexta-feira, o governo do Rio entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal
(STF) pedindo que seja suspensa a aplicação de todos os artigos da Lei de
Responsabilidade Fiscal que impeçam o cumprimento do acordo de socorro
financeiro. O estado quer autorização para extrapolar os limites de gastos com
pessoal e o limite de endividamento e, ainda assim, conseguir realizar novas
operações de crédito com o governo federal. Os repasses servirão para o
pagamento de servidores e para a cobertura do déficit previdenciário.
Na ação
do STF, o governo também pede liminar para que o estado não tenha dinheiro dos
cofres confiscado por não cumprir as cláusulas de contragarantia dos contratos
em vigor.
O Globo
(*) Comentário do editor do
blog-MBF: isto vai acabar em uma
Revolução Brasileira. Em 2012, numa das edições de Capitalismo Social, fiz a
seguinte observação:
“Revoluções
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Inglesa em 1.640
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Americana em 1.776
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Francesa
em 1.789
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Russa
em 1.917
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Brasil ? Começaremos quando ? E terá que ser,
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como as outras, com banho de
sangue ?”
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Estamos, infelizmente, caminhando
para isto. O Estado há muito é um fim em si mesmo, tendo a sociedade apenas o
papel de sustentá-lo, e, calar.
“Imposto
de Transmissão por Causa Mortis ou Doação (ITCMD) para 8%, valor máximo já
observado hoje em outros estados da federação. Além disso, já existe no Senado
um projeto que propõe que o imposto suba para 20%.”
Paga-se primeiro o imposto sobre a renda; e com a sobra, investe-se. Quando se morre, querem novamente extorquir 20% sobre o patrimônio que o sustentador do Estado conseguiu juntar. Miram no rico e acertam no pobre.
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