Carmen Leibovici
Na
última PEC, da “responsabilidade fiscal”, está a *confissão* ,totalmente
sintetizada, de como o camaleão opera para que o estado brasileiro seja o que é,
em detrimento do resto do Brasil. E é lá também que se encontra a chave para o
seu desmonte, se a sociedade brasileira assim quiser e tiver isso bem claro.
A
confissão se encontra nas 4 ou 5 exceções da PEC, que não serão submetidas aos
seus rigores.
A PEC
blindou as estatais, que continuarão a receber repasses de dinheiro, sem
economia ou entraves, e, provavelmente, longe dos olhos do público, pois, provavelmente,
será vetada a divulgação desses repasses, como Temer acabou de fazer em relação
as “subvenções e equalizações” a serem repassadas aos bancos públicos, na
última LDO que acaba de ser promulgada: ele vetou sua publicação.
E, sabe-se
muito bem, para o que tem servido as estatais no Brasil.
A PEC
liberou o governo federal para repassar dinheiro para estados e municípios (para
alegria de governadores e prefeitos), repasses esses que não estarão vinculados
aos rigores da PEC.
A PEC
liberou o governo para negociar livremente os juros das dívidas públicas com
banqueiros, também sem transparência, ao que tudo indica.
E há
mais uma ou duas exceções de que não me recordo neste momento.
E como a
PEC não incluiu o funcionalismo público federal nas suas exceções - apenas o
estadual e municipal, via repasses livres a estados e municípios -, Temer
tratou de lhes dar o aumento na virada do ano de 2016, na calada da noite, antes
que a PEC entrasse em vigor,de modo a não excluir parte do corpo do camaleão da
proteção do corpo como um todo.
Resumindo:
É cuidando dos “bancos”dos políticos -as estatais-; é cuidando dos
“companheiros” governadores e prefeitos; é cuidando dos banqueiros privados com
que negociam a dívida pública; é cuidando de agradar o funcionalismo público, que
são os “pés” do camaleão, que o CORPO do camaleão, que corrói o Brasil, é
sustentado.
A PEC
cuidou dos “alicerces” - que não alicerçam, mas ruem - do Brasil que não presta,
e do qual o atual presidente é porta voz e parte indivisível.
Assim é
que eu vejo a situação. Se eu estiver errada, peço a quem ler que aponte os
erros.
Comentário ao artigo “O Brasil só
tem conserto por inteiro” no blog VESPEIRO,
de 12 de janeiro de 2017.
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