sábado, 28 de janeiro de 2017

Foro de São Paulo prepara-se para o Combate

Equipe DefesaNet e Agência Noticiosas

O FSP recriará a OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade)? Foi uma típica entidade criada pelo Movimento Comunista Internacional para fomentar a Guerra de Guerrilha na América Latina e no Brasil em especial.

O Foro de São Paulo prepara uma resolução, atualmente em estudo por um Grupo de Trabalho, com o nome “CONSENSO DE NUESTRA AMÉRICA”. Foi o que anunciou, em um discurso emocionado, o Presidente da Venezuela Nicolas Maduro, em Managua, em reunião do comité executivo do Fórum de São Paulo, quarta-feira 11 Janeiro 2017.

Quando mostrava o papel seu conteúdo foi capturado por uma câmara fotográfica. DefesaNet obteve uma imagem em boa resolução com o fac-símile exposto na matéria e a sua transcrição também.

O escopo do artigo é:
“Proyecciones para un programa político de acuerdos de la izquierda, los partidos y movimientos populares de América Latina y el Caribe”.

Parece claro que trata-se de uma resposta dos membros do Foro de São Paulo à perda dos comandos em especial nos países:
- Brasil – Partido dos Trabalhadores, e,
- Argentina – Kirchnerismo.

E também a busca para a solução ao atual impasse na Venezuela, onde o Chavismo-Bolivarianismo está em uma posição insustentável, muito próximo de um Coup d ´Etat pois administra como  uma ditadura, de fato.

O conteúdo da resolução, que será aprovada, em 19 de julho de 2017, quando ocorrerá a reunião do Foro de São Paulo, em Managua, não foi divulgado.

Podemos adiantar que trata-se da “Saída pela Esquerda” estudada pelo Partido dos Trabalhadores e outros movimentos de esquerda do continente, desde as manifestações no Brasil em 2013. Acelerou-se com as perdas dos governo no Brasil e Argentina.

Estas ações prescrevem inclusive a retomada da luta armada revolucionária, como as ações de guerrilha clássicas (urbana e rural), e os seus novos conceitos como “Guerra Híbrida”. A inspiração e a frase de Fidel Castro publicada no documento indicam este caminho:

"El deber de las naciones oprimidas y explotadas a luchar por su liberación; el deber de cada pueblo a la solidaridad con todos los pueblos oprimidos, colonizados, explotados o agredidos, sea cual fuere el lugar del mundo en que éstos se encuentren y la distancia geográfica que los separe" y agregaba "ser internacionalista es pagar nuestra propia deuda con la humanidad". (Fidel Castro Ruz).

Uma volta ao ano de 1966, com  a Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS) e a  I Conferência de Solidariedade dos Povos da América Latina (I COSPAL). Ações que serviram para a formação da Guerra Revolucionária em vários países da América Latina nos anos 60 e 70.

"Nós somos o continente da esperança, que são as forças revolucionárias na esperança de um mundo, nós aqui na América Latina. Temos de dizer com humildade e aceitá-la como um compromisso", disse o presidente Maduro em Manágua, durante sua participação na reunião do comitê executivo do Fórum de São de Paulo.
6 - A OLAS e a I COSPAL

Em janeiro de 1966, por ocasião da criação da OLAS, ficara decidida a realização de sua primeira conferência em meados do ano seguinte. Assim, de 31 de julho a 10 de agosto de 1967, em Havana, realizou-se a I Conferência de Solidariedade dos Povos da América Latina (I COSPAL), da Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS). Pelo Brasil, compareceram: Aluísio Palhano e o ex-cabo Anselmo, representando o Movimento Nacionalista Revolucionário de Brizola; o ex-almirante Aragão e Emanuel Nicoll, pela Resistência Armada Nacionalista; Vinícius José Nogueira Caldeira Brandt e Paulo Stuart Wright, pela Ação Popular; e Carlos Marighella — que já estava com relações estremecidas no que diz respeito ao PCB —, como convidado.

A tônica da I COSPAL foi o apoio à luta armada, de acordo com a guerra de guerrilhas, dentro do modelo cubano. Da “Revolução Geral” aprovada, podem-se destacar os seguintes trechos:

“(..) a guerra de guerrilha, enquanto autêntica expressão da luta armada popular, e o método mais eficaz e a forma mais adequada para desencadeamento e o desenvolvimento da guerra revolucionária na maior parte de nossos países e, consequentemente, em escala continental”.
“(...) fazer a Revolução é um direito e um dever dos povos da América Latina”.
"(...) os princípios do marxismo-leninismo orientam o movimento revolucionário na América Latina”.
“(...) a luta revolucionária armada constitui a linha fundamental da Revolução na América Latina”.
A I COSPAL também aprovou o seu Estatuto, criou o Comitê Permanente da OLAS, com sede em Havana, e estabeleceu as normas para os diversos Comitês Nacionais, Em 10 de agosto, Fidel Castro encerrou a conferência, com um inflamado discurso, exortando à luta armada guerrilheira em todos os países da América Latina.

Sob o lema "o dever de todo revolucionário é fazer a revolução'', OLAS já possuía, ao final da I COSPAL, os instrumentos para apoiar e orientar os movimentos que iriam intranquilizar o Brasil.

Pág 239 Projeto ORVIL Centro Inteligência do Exército (CIE)

Editora Shoba 2012

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