Deutsche Welle
Estudo revela como
benefícios dados a grandes corporações provocam fuga de capital em países
onde "bilhões de dólares são necessários para o combate à pobreza e à
desigualdade".
Um
estudo divulgado nesta segunda-feira (12/12) pela confederação internacional de
ajuda ao desenvolvimento Oxfam revela como benefícios concedidos por paraísos
fiscais a grandes empresas reduzem a arrecadação de impostos por outras
nações, privando-as "de bilhões de dólares necessários para o combate à
pobreza e à desigualdade".
Segundo
a organização, Bermudas, ilhas Cayman, Holanda, Suíça, Cingapura, Irlanda e
Luxemburgo lideram a lista dos piores paraísos fiscais.
A lista
inclui nações que atraem corporações com amplas vantagens fiscais, como taxas
zero de imposto, incentivos considerados desleais e improdutivos, e que não
cooperam com autoridades internacionais na luta contra a evasão fiscal.
Falta de transparência
Falta de transparência
A Oxfam
observa que muitas nações do topo da sua lista têm estado envolvidas em grandes
escândalos, citando a Irlanda, que foi destaque da imprensa internacional por
causa de um controverso acordo fiscal com a gigante americana da tecnologia
Apple, permitindo à empresa pagar uma taxa de imposto corporativo de 0,005%.
"Paraísos
fiscais sustentam um sistema econômico perigosamente desigual, que está
deixando milhões de pessoas com poucas oportunidades de uma vida
melhor", afirmou Esme Berkhout, consultora de política fiscal da Oxfam, em
comunicado.
A
organização afirma que a sonegação fiscal realizada por empresas multinacionais
custa a nações pobres recursos vitais. Estes seriam suficientes para
proporcionar educação "a 124 milhões de crianças que não estão na escola e
para custear intervenções de saúde que poderiam impedir a morte de pelo menos 6
milhões de crianças a cada ano".
Segundo
a Oxfam, nos últimos 25 anos as alíquotas médias de impostos pagos por empresas
nos países do G20 caiu de 40% para menos de 30%. Por isso, a entidade apelou à
Alemanha, que ocupa atualmente a presidência do G20, que use sua influência
para promover a intensificação da luta contra a concorrência fiscal.
Ainda de
acordo com a Oxfam, 90% das 200 maiores companhias do mundo têm filiais em
paraísos fiscais.
DW
Nenhum comentário:
Postar um comentário