Paulo Enéas
A grande
imprensa brasileira noticiou há poucos dias a afirmação feita por Donald Trump
de que Barack Obama e Hillary Clinton seriam respectivamente o fundador e a
cofundadora do Estado Islâmico. O tom adotado pela cobertura da imprensa
nacional, como nessa matéria de O Globo por exemplo, misturou a
hostilidade costumeira a Donald Trump com a já sabida ignorância de grande
parte dos profissionais de nossa imprensa em relação à realidade geopolítica
contemporânea. Ignorância esta que advém em grande parte da adesão desses
profissionais à agenda ideológica da esquerda, o que os leva a produzir
unicamente conteúdos jornalísticos que estejam em conformidade com essa agenda,
sem qualquer compromisso com a verdade ou objetividade factual dos temas
tratados.
O que a
imprensa nacional está afirmando agora, com uma boa dose de má vontade e de
desdém temperada com desinformação como na matéria linkada acima, não é
novidade alguma para os leitores do Crítica Nacional, como por
exemplo nesse artigo aqui. Há meses temos reafirmado
sistematicamente que o surgimento do Estado Islâmico, bem como a emergência do
Irã como potência nuclear regional, é consequência direta da política externa
de Barack Hussein Obama.
O
muçulmano socialista Barack Obama chegou ao poder na Casa Branca com o firme
propósito de enfraquecer e de fragilizar internamente e externamente os Estados
Unidos, tanto do ponto de vista econômico, quanto diplomático e militar. O
surgimento do Estado Islâmico é uma consequência direta e esperada e desejada
pelo governo americano e se insere nesse objetivo, não podendo de modo algum
ser visto como erro ou equívoco de sua política externa, cuja executora durante
o primeiro mandato de Obama foi justamente Hillary Clinton.
A
afirmação feita por Donald Trump na semana passada não apenas está correta do
ponto de vista de análise geopolítica, como está em ancorada em fatos,
documentados pelos próprios órgãos de inteligência e de segurança do governo
americano. Um relatório confidencial de agosto de 2012 produzido pela Agência
de Inteligência de Defesa, DIA na sigla em inglês, e que veio a
público somente no ano passado após decisão judicial, já afirmava claramente
haver a “possibilidade de surgimento de uma entidade salafista declarada ou não
declarada na região leste da Síria”, o que corresponderia às expectativas “das
potências que apoiam os rebeldes e que estariam interessadas em isolar o regime
sírio.” No relatório da DIA, que pode ser visto nesse link aqui, as potências em questão dizem respeito aos
Estados Unidos, aos Estados do Golfo (ou seja, teocracias muçulmanas tendo à
frente a Arábia Saudita) e a Turquia.
O
relatório dizia ainda claramente que se os Estados Unidos continuassem a apoiar
e dar suporte militar a Al Qaeda e à Irmandade Muçulmana, o resultado seria a
formação de um poder autônomo no leste da Síria, o que de fato ocorreu com o
surgimento do Estado Islâmico, que o ocupa o leste sírio e a porção
norte-noroeste do território iraquiano. Mesmo após sua formação, a
administração Obama continuou dando suporte por meio de armas e recursos
financeiros aos chamados rebeldes sírios, o que significa na prática municiar e
sustentar o Estado Islâmico, uma vez que não há distinção alguma entre esses
rebeldes e os jihadistas do suposto califado.
O
General Michael Flynn, atualmente conselheiro de Donald Trump e que era chefe
da DIA na época da emissão desse relatório, afirma claramente que o
governo Obama tomou a decisão política e ideológica de ignorar o alerta do
serviço de inteligência do país e seguir adiante com sua política externa no
Oriente Médio, cujo resultado final foi o surgimento do Estado Islâmico. As
ações de terror e de genocídio perpetradas pelo Estado Islâmico por sua vez
criaram uma situação de instabilidade que deu origem a crise de refugiados, que
serviram e servem de escudo humano para o afluxo de jihadistas em direção à
Europa através da Turquia.
Não
houve portanto erro ou equívoco nessa política, segundo Michael Flynn: a
formação do Estado Islâmico, a crise de refugiados daí decorrente e o
consequente aumento da pressão demográfica islâmica sobre a Europa, bem como o
aumento da ameaça terrorista em solo europeu, se devem unicamente a uma ação
pensada e deliberada de Barack Hussein Obama, o maior inimigo que a civilização
ocidental já conheceu nesse início de século.
Com conteúdo de Chronicles Magazine.
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