Percival Puggina
A
Assembleia Legislativa gaúcha está votando um conjunto de vinte e tantos
projetos voltados para a redução do gasto público, com ênfase à supressão de
diversas atividades periféricas do Estado. Assistindo aos debates pela TV,
presenciei o momento em que um parlamentar petista anunciou da tribuna que o
governo Sartori, com essas providências, entraria para a história como o pior
da vida administrativa do Estado. Impossível, excelência! Nem Nero, nem
Calígula, se governadores do Rio Grande, conseguiriam ser mais destrutivos do
que Tarso Genro. Em plena crise determinada pela infeliz conjugação de quatro
sucessivos mandatos petistas no governo da União, Tarso Genro seguiu a cartilha
dos piores economistas do PT e meteu o pé no acelerador da despesa. Recebeu o Estado
gaúcho com as contas equilibradas e entregou um orçamento deficitário em R$ 5
bilhões. Não satisfeito, ao encerrar seu mandato em 2014, legou a seus
sucessores aumentos salariais de servidores para serem cumpridos ao longo de
cinco exercícios vindouros.
Vejo
empresas fechando as portas, empresários vendendo bens para manter ativos os
negócios, jovens abandonando os estudos, brasileiros deixando o país. Só o
estatal continua como se não houvesse recessão, elevando seu peso sobre a
sociedade. Se o poder público no Brasil, nas suas três esferas administrativas
e nas correspondentes instituições, fosse um pacote de serviços, você o
compraria, leitor? Claro que não! Esse pacote, se de consumo obrigatório e
fornecido por uma única instituição, a tornaria campeã de queixas e denúncias
ao Procon, por péssima qualidade e preço abusivo. Ele custa a cada
"consumidor" de 30% a 50% de seus ganhos, sendo que a maior proporção
corresponde às faixas de renda mais baixas.
Pagamos tudo isso para, bem
resumidamente:
• termos
educação pública de péssima qualidade;
• morrermos nas filas de espera do "quase perfeito" SUS;
• vivermos numa selva urbana que está a exigir um par de anjos da guarda adicionais, preferivelmente brasileiros, treinados para os sobressaltos do cotidiano nacional;
• termos uma justiça lenta e uma execução criminal que não consegue prender e manter presa a bandidagem que infelicita nossa vida;
• sabermos que os processos referentes aos grandes corruptos da nação, mundialmente notórios ladrões do nosso dinheiro, estão sob proteção da última trincheira da impunidade - o moroso e rumoroso STF;
• dispormos de uma infraestrutura precária e deficitária em saneamento, energia e transportes.
• morrermos nas filas de espera do "quase perfeito" SUS;
• vivermos numa selva urbana que está a exigir um par de anjos da guarda adicionais, preferivelmente brasileiros, treinados para os sobressaltos do cotidiano nacional;
• termos uma justiça lenta e uma execução criminal que não consegue prender e manter presa a bandidagem que infelicita nossa vida;
• sabermos que os processos referentes aos grandes corruptos da nação, mundialmente notórios ladrões do nosso dinheiro, estão sob proteção da última trincheira da impunidade - o moroso e rumoroso STF;
• dispormos de uma infraestrutura precária e deficitária em saneamento, energia e transportes.
Nas
eleições municipais de outubro, a sociedade deu uma lição aos partidos de
esquerda que na prática de gestão operam como usinas de desastres. Os eleitores
desse último pleito derrubaram o até então todo-poderoso PT para a minguada 6ª
posição entre os partidos nacionais. E esse resultado expressa, essencialmente,
rejeição ao estatismo, ao aparelhamento partidário do Estado, à corrupção e à
irresponsabilidade fiscal que o PT transformou em grife.
Pois
mesmo assim, a Assembleia gaúcha vem presenciando, nestes dias, um verdadeiro
carrilhão, com os deputados oposicionistas, em rodízio, reproduzindo da tribuna
um discurso segundo o qual só sairemos da atual crise deixando tudo como está.
No entanto, nenhuma organização que busque a própria sustentabilidade pode
dar-se ao luxo, por exemplo, de manter toda uma rede de centros de custo
periféricos dela dependente, na ausência dos quais a vida segue exatamente tal
e qual.
Após
tantos anos assistindo nada ser feito em razão de que "só isso não
resolve", finalmente estão sendo tomadas providências para, no tempo, em
somatório de sacrifícios, com vistas ao bem comum, transformar o pacote de
serviços em mercadoria comprável, por preço compatível.
Blog do Puggina
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