Maria Luci Sales
Marques
Além dos
abortos espontâneos, motivados em débitos cármicos do casal, que se associam às
dívidas e desarmonias do Espírito reencarnante, outros fatores podem ser causa
de aborto não provocado por interferência material.
Uma das
causas que devem ser mencionadas é a relacionada à própria entidade
reencarnante. Como nós, seres viventes do planeta Terra, temos muitas vezes o
temor à morte, os Espíritos, em muitas circunstâncias, temem abandonar uma
situação que se lhes afigura estável, para mergulhar novamente na matéria,
aprisionando ou anestesiando suas conquistas do passado. Em outras palavras,
medo de nascer.
Espíritos
que necessitam renascer com severas limitações físicas, frutos de alterações
expressivas em sua constituição perispiritual, atemorizam-se ante uma
perspectiva que custam a aceitar Apesar de todo o trabalho dos mentores
espirituais esclarecendo que a exteriorização deformante do corpo físico
facilita a eliminação das anomalias em nível perispiritual, desde que
acompanhada de uma postura mental saudável, os receios e as reações muitas
vezes ocorrem.
Outros,
embora nada tenham a temer com relação a deformidades físicas, travam intensa
luta íntima, um conflito entre a razão que os faz renascer naquele lar e o
sentimento de antipatia com relação a alguns dos seus membros.
Como
sabemos, a ligação familiar freqüentemente é o palco dos reajustes do passado.
Vínculos pretéritos de desafetos que necessitam se perdoar, encontram na
"anestesia" do pretérito a condição predisponente para a
"cirurgia" psíquica que eliminará o "abscesso" do ódio.
Embora
ocorram reencarnações compulsórias, necessárias para aqueles cujo primitivismo
psíquico não permite a participação na escolha de suas provas ou expiações, na
nova romagem física, normalmente o livre-arbítrio é preservado. Todos nós,
seres humanos, temos a possibilidade de escolher, acertar ou errar, avançar ou
recuar. A liberdade que já conquistamos nas milhares de encarnações faculta-nos
o ensejo de decidir. Decidir, porém arcando com o peso das conseqüências.
Há
Espíritos que se posicionam mentalmente de forma reiterada na recusa psíquica a
reencarnar. Acentuam esta posição à medida que se sentem retidos na malha
fluídico-energética materna. Nos casos onde a dificuldade anterior de
relacionamento era justamente com a mãe, a interpenetração energética entre
ambos pode exacerbar a predisposição contrária ao renascimento. Acordam velhas
emoções que dormiam embaladas pela canção do esquecimento.
Laços
fluídicos que prendiam as emanações energéticas do perispírito da entidade
reencarnante ao perispírito materno ou, já unidas, ao chacra genésico da futura
mãe podem romper-se. Nos casos em que a gestação já se fazia em curso, e o
fluido vital do embrião em desenvolvimento se fundia com o corpo espiritual em
processo de miniaturização, a súbita e intensa revolta do Espírito pode
determinar a ruptura definitiva das ligações, deixando o futuro feto sem o
Espírito. Inviabiliza-se a gestação por falta do modelo organizador biológico.
Ocorre o
processo do aborto tido como espontâneo, porém, na realidade, provocado pela
recusa sistemática, enérgica e imatura do Espírito. Perde ele, assim, uma
grande oportunidade para superar-se a si mesmo e avançar celeremente rumo à
felicidade.
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