Carlos Henrique Abrão
A Nação brasileira perplexa e
acometida de sua mais grave crise vive hoje a desilusão da instabilidade da
moeda, galopante inflação, desnorteio da moeda norte americana, e conta com uma
inqualificável classe política, a única e maior responsável pelos descalabros
da história moderna.
O jeitinho, a lei de Gérson, os
privilégios de castas corporativas e as velhas capitanias hereditárias
comprovam que desde o descobrimento até o século XXI as coisas se mudaram e
para pior. Esse ingresso no capitalismo globalizado levou à ganância e a ambição
generalizada.
Tudo se promete às vésperas das
eleições mas na realidade no dia seguinte tudo se descobre que é pura
enganação. O Brasil literalmente quebrado com ameaça de levar a segunda nota de
rebaixamento, com um mercado acionário caquético, desprovido de regras de
governança e descontrolado em todos os seus fundamentos de uma economia
saudável.
Nessa catarse que nos atinge na qual
as pessoas somente se apresentam para conquista de proveitos próprios temos uma
sociedade desunida. Ninguém se interessa pelo coletivo, pela melhoria do País e
de defesas intransigentes em prol da reconstrução da democracia esfacelada.
No exterior a nossa reputação é
indizível. Os estrangeiros passam sustos quando ouvem falar do Brasil. Fundos e
mais investidores já se foram e agora processam as empresas lá no exterior, com
a possibilidade de acordos bilionários, mas sem caixa ou sustentação de
recursos financeiros para efetivo pagamento da conta salgada.
Dora-se a pílula mas se encobre
a verdade. Uma população acima de 200 milhões de brasileiros navega sem rumo,
sem destino, alquebrada com tantos escândalos cuja variante será um prejuízo de
um trilhão, fruto da corrupção desabrida e do não funcionamento dos nossos
órgãos administrativos e da sonolência do judiciário.
Em sua manifestação, um terço do
produto interno bruto foi para o ralo na perspectiva de uma reviravolta, porém
a recuperação sequer atinge dez por cento de tudo surrupiado pelas quadrilhas e
facções criminosas que assaltaram aos cofres de empresas de sociedade de
economia mista, parcerias público-privadas, e negociatas em refinarias e outras
licitações como já se encontra demonstrado pelo Ministério Público Federal.
Desenhado esse resumo da opera bufa,
enquanto a sociedade não redescobrir a força da sua união e não estiver
disposta aos sacrifícios, o caminho será o mesmo da pura falta de amplitude das
reivindicações em direção à pressão nos representantes do povo para um novo
amanhã.
Saímos há poucos meses de uma eleição
com cargos para o executivo e legislativo, mas menos de um ano e tudo parecer
mais escuro, repleto de trevas, não se falam ou conversam e sequer são capazes
de uma pauta mínima de diálogo em pleno momento de profunda crise econômica.
Muitos economistas que palpitam e
nenhuma economia eficiente, o pauperismo de ideias se compara aquele da
população hoje são mais de 55 milhões de brasileiros que se fizeram presente no
acesso ao crédito que não reúnem condições de pagar o que devem.
Esse momento lúdico somente poderá
ser rompido se cada brasileiro juntar e unir forças no desiderato de um
objetivo comum, o que é dificultoso, pois carregamos uma mentalidade tacanha do
descobrimento. Os interesses de sobrevivência, ganância e ambição perpassam o
coletivo.
Até quando continuaremos nos
enganando mutuamente? O resultado dessa realidade é um naufrágio sem
sobreviventes.
Carlos Henrique Abrão
Doutor em Direito pela
USP com Especialização em Paris, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São
Paulo.
Alerta Total – www.alertatotal.net
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