EL PAÍS
O tucano é suspeito de envolvimento
em irregularidades em um programa estadual. Além disso, ele também foi alvo,
nesta manhã, de uma nova fase da Lava Jato
O
ex-governador do Paraná e candidato ao Senado pelo PSDB Beto Richa foi
preso na manhã desta terça-feira, 11, em uma operação realizada pelo Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público
do Estado que apura fraudes em licitações de um programa rural. Além disso,
também nesta manhã, a casa do tucano foi alvo de um mandado de busca e
apreensão de uma outra operação, ligada à Lava Jato, por suspeita de favorecimento
da Odebrecht em uma licitação para a obra de uma estrada estadual em
2014.
Pela
operação do Gaeco, pela qual foi preso, Richa é suspeito de envolvimento em
irregularidades no programa Patrulha do Campo, implantado entre os anos de 2012
e 2014 para recuperar estradas rurais do Paraná, com viaturas 4x4. A
operação, segundo o Ministério Público estadual, tem como objetivo apurar
indícios de direcionamento de licitação para beneficiar empresários e pagamento
de propina para agentes públicos, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.
Até o momento, o Ministério Público não forneceu maiores detalhes sobre a
operação. Os representantes de Richa ainda não foram localizados.
Além do
ex-governador, a operação também expediu mandados de prisão para outras 14
pessoas, incluindo a mulher dele, Fernanda Richa, e um irmão —ambos trabalharam
na gestão dele. O ex-chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, também está
na lista. Ele, além disso, foi alvo também da uma nova fase da Operação Lava
Jato, chamada Operação Piloto, que se aproximou de um grupo bastante próximo ao
ex-governador tucano.
Esta
fase da Lava Jato tem o objetivo de investigar o envolvimento de funcionários
públicos e empresários com a empreiteira Odebrecht no
favorecimento de licitação para obras na rodovia estadual PR-323.
Cerca de
180 policiais federais cumprem 36 ordens judiciais de busca e apreensão, de
prisão preventiva e também prisão temporária em Salvador, São Paulo,
Lupianópolis, Colombo e Curitiba. Eles apuram denúncias de corrupção ativa e
passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro. De acordo com a Agência
Brasil, Beto Richa também é alvo desta operação.
As
irregularidades teriam ocorrido em 2014 e envolvem o chamado Setor
de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht para beneficiar agentes
públicos e privados no Paraná.
Em contrapartida,
a construtora seria favorecida no processo de licitação para duplicação,
manutenção e operação da rodovia estadual PR-323 na modalidade parceria
público-privada.
O nome
de Operação Piloto remete ao codinome atribuído pelo Grupo Odebrecht em seus
controles de repasses de pagamentos indevidos a investigados nesta ação
policial. Os detidos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em
Curitiba, onde permanecerão à disposição da Justiça.
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